M1: Bom dia, boa tarde, boa noite, vamos começar mais um episódio do Agilistas. Como a gente vem discutindo aqui em vários episódios, a gente sempre tentou mostrar um pouquinho da nossa jornada para ser uma organização realmente ágil, o que a gente chama de true agile e a gente fala muito em auto-organização, a gente fala muito que não dá para ser prescritivo, também tem que ter algumas restrições habilitadoras que vão fazer com que as pessoas possam exercer autonomia, mas dentro de certas exceções e a gente achou que seria interessante compartilhar nesse episódio um tipo de símbolo que a gente criou recentemente, que está lançando muito forte na empresa agora, que é a nossa visão, só que como vocês vão perceber aqui, a nossa visão não é uma visão no sentido de que queremos ser a maior empresa, esse tipo de visão, é uma visão que tenta declarar muitas das coisas que são importantes para a gente e aonde a gente quer estar em relação a essas coisas. É uma reafirmação do que a gente quer ser e a gente achou interessante compartilhar porque eu tenho certeza que quando a gente discutir a visão vai ter uma discussão bastante rica em torno da visão, porque ela expressa justamente onde esse ser orgânico que a gente quer chegar, enxergar o que a gente quer sofisticar e melhorar então, eu acredito que vai ser um daqueles episódios interessantes para trazer esse tipo de reflexão. Para isso, estamos aqui com Vinição para variar. E aí, Vinição.
M2: E aí, pessoal, tudo bom? Joia?
M1: Felipão está de volta. Felipão estava sumido, nas trincheiras.
M3: E aí, pessoal? Estava na trincheira, estou saindo da trincheira hoje.
M2: Alguém tem que trabalhar.
M3: Alguém tem que trabalhar para a gente poder fazer episódios de podcast com assuntos interessantes.
M1: E Raoni, tudo bom, Raoni?
M: Olá, pessoal, de volta aqui.
M1: Para poder falar sobre a visão obviamente quem está vindo tem que conhecer a visão então, nós vamos ler aqui aos pouquinhos e vamos discutindo. A nossa visão começa com as seguintes linhas, a gente fala assim: “Somos e seremos cada vez mais uma incrível rede de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado”, eu já faço a primeira pergunta aqui para o nosso catedrático em complexidade que é o Vinição. Vinição, o que é a tal da rede, afinal de contas? O primeiro conceito que eu acho importante é esse, por que a gente se declara como sendo uma rede? O que significa ser uma rede? Eu faço muito aquela apresentação de (inint), a gente sempre mostra que as empresas têm que sair de uma estrutura mais tradicional para uma mais orgânica mesmo que haja uma convivência, alguma coisa aí, e que essa estrutura orgânica é uma estrutura mais em rede. O que é essa rede afinal?
M2: Essa é uma boa pergunta, inclusive, eu vos convoco ajudar a responder, mas eu vou tentar não fazer uma definição porque eu não acho que eu tenho uma descrição tão precisa assim, mas é uma estrutura que tende a ter certa flexibilidade para adaptação que é composta por algumas estruturas, no nosso caso aqui, são as nossas estruturas que compõe esses (squads), tribos, das alianças, estruturas com guildas e outros chapters e, também uma parte mais centralizada que tem um volume bastante grande de conexões, de vários nós, com outros nós, eu acho que, até fazendo uma comparação do que seria uma estrutura tradicional de uma empresa mais tradicional, que seria uma espécie também que poderia até se chamar de rede, porém mais hierarquizada, com uma característica mais top down, com poucas comunicações laterais, de muitas estruturas menores, umas conectadas com as outras sem muitas restrições fortes de como essas conexões podem acontecer. Eu acho que talvez essa seja uma das características mais importantes de uma rede da forma que se organiza. Se vocês quiserem complementar e me ajudar a responder aí.
M1: Uma questão é que a rede (a traço) que é um contraponto enorme as estruturas tradicionais, é justamente que é super tradicional, alguém desenha uma estrutura ali, ela tem um desenho de uma estrutura meio pré-concebida, uma estrutura em rede é muito mais flexível e aberta a conexões das mais diversas naturezas e a riqueza daquela organização emerge justamente dessas conexões, do que transita nessas conexões, nessas diversas conexões então, não tem uma forma tão definida se você olha de fora, porque, claro, a gente tem um desenho da periferia, dos squads, das tribos, das alianças, mas ao invés de ser uma forma muito bem definida de uma pirâmide, tipo as caixinhas com as ligações certinhas, comunicação aqui só sobe, aqui não tem comunicação lateral, você tem muito mais conexões e muito mais maleabilidade. Acho que a primeira coisa quando a gente declara uma estrutura em rede é uma estrutura muito mais maleável, vai mudar continuamente, para não ter nenhum tipo de predefinição, nenhum tipo de forma muito rígida.
M3: Uma palavra muito importante que o Schuster citou aí é conexão, que acho que o que define mais a nossa incrível rede é a capacidade, inclusive, de criar essas conexões, que se fizer o paralelo com uma estrutura tradicional, igual o Schuster falou, as linhas estão definidas então, se você quiser chegar a algum nó, você tem já os caminhos predefinidos e você tem que passar por aqueles pontos, eu acho que na visão que a gente tem de rede, as conexões podem ser criadas mediante a necessidade que elas sejam então, você reduz bastante a fricção para poder caminhar dentro dessa estrutura. Se um nó não se comunicava com o outro, mas em algum momento se tornou necessário, essa conexão é criada organicamente. Isso é uma coisa bem legal na DTI.
M: Exato, eu ia reforçar isso, isso aí permite a evolução, a rede, por não ser tão prescritiva, vai permitir aprendizado, adaptabilidade e a evolução então, a estrutura em rede vai evoluindo, criando conexões, extinguindo outras então, é muito interessante a gente ver isso acontecendo no dia a dia, na prática.
M3: Então, eu queria só, nesse assunto ainda, dar um exemplo que me veio à cabeça, é uma coisa recente, mesmo isso fazendo parte da nossa visão e fazendo parte do nosso dia a dia, com o nosso crescimento nos últimos anos, principalmente, a gente trouxe bastante talento do mercado e, em alguns momentos, é curioso porque não é trivial você navegar em uma rede porque, eu acho que, o mercado detém uma visão tradicionalista então, eu me pego de vez em quando, aconteceu anteontem, há pouco tempo, de eu estar no squad acompanhando e como eu faço parte da nossa estrutura centralizada, que é um dos nós dessa rede, não é tão claro, às vezes, para uma pessoa que não está tão letrada nessa ideia de uma rede sem limitações de conexão que alguns pontos da empresa possam ser alcançados sem nenhum tipo de fricção, sem nenhuma pompa e circunstância, me perguntou assim: “Mas então quando eu precisar, eu posso acessar a estrutura de operações centralizadas?”, “Isso é óbvio, só precisa você precisar, a conexão já foi criada, (inint) a conexão foi criada, pode acessar, não precisa passar por nenhuma hierarquia, ela não existe”.
M1: Isso é interessante porque (inint) fala sempre em top down, não por uma questão de ser politicamente correto, é para tentar mostrar que quem está na periferia está mais próximo do cliente, quem está no centro está tendo uma visão diferente, mas não tem essa posição. Está certo. Passamos dessa primeira parte da rede, uma coisa que a rede remete muito para mim, além dessa flexibilidade, de mais possibilidades de interação, de comunicação, ela mostra onde as coisas acontecem, a gente fala isso muito na DTI, tudo é abstração, a empresa é abstração, o que tem é gente fazendo as coisas acontecerem, gente conhecendo gente, gente se relacionando e gente mudando de comportamento pelo que observa na rede a qual ele está conectado. A gente coloca aqui, é uma rede de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado, por que a gente bota isso? Quando a gente fala que é uma visão porque a gente sabe que isso acontece com maior ou menor intensidade em vários lugares da empresa e a gente tem que ter essa luta contínua para fazer isso realmente ser verdadeiro então, aqui a gente declara bem os nossos valores, as pessoas estão colaborando, estão aprendendo continuamente, estão tendo oportunidade de exercer a sua criatividade, a sua maestria e tem uma coisa que a gente acha fundamental: as pessoas se cuidam, ou seja, você não está em um lugar implacável onde você é tratado como um recurso e o contexto sob o qual as coisas acontecem não importa. Eu sempre falei, todo mundo gosta de estar em um lugar onde você sabe que as pessoas cuidam de você, cuidar de você é diferente de mimar, mas cuidar é importante. Alguma coisa que vocês gostariam de acrescentar nessa parte desses quatro pilares de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado?
M2: Eu acho que a gente pode, talvez, começar a explorar um pouco cada uma dessas partes, por exemplo, essa característica de colaboração nossa é muito forte e a gente usa vários mecanismos para fazer com que isso aconteça, desde desses formatos de conexão que a gente falou da rede não serem formatos tão hard, que tenham que seguir uma hierarquia então, isso facilita bastante a colaboração, além dos exemplos diários que a gente tem em relação às lideranças e coisas desse tipo.
M1: Beleza, acho que a gente falou um pouquinho sobre colaboração, são pilares tão importantes, tão ricos, e como o Vinição colocou aí, você não consegue uma coisa dessas por uma ação única, o tanto de coisa que tem que ser feito, que a gente pretende fazer alguns episódios onde a gente traga experiências que a gente tem na empresa, não é nem a gente falando, é trazer experiências da empresa sobre como isso se manifesta no dia a dia, como eu comentei antes, o que importa é o que acontece no dia a dia para cada um, não importa se você criou uma caixinha em algum lugar, ou que você fale uma coisa, etc., o que importa é o que acontece. E aí a gente continua essa visão falando que é uma rede que potencializa a alavanca dos mais diferentes tipos de trajetórias para seus participantes, aqui, eu acho que a gente fala muito sobre isso no podcast, sobre a importância de ter uma trajetória, de ter como se fosse um plano de carreira ágil, queria que vocês comentassem sobre isso, por que essa estrutura em rede contribui tanto para potencializar esse tipo de trajetória?
M3: Tem uma coisa muito emblemática para mim, eu acho que a estrutura potencializa trajetórias principalmente, por conta dos pontos de contato, eu acho que pessoas estão sempre em contato com nós diferentes de frentes e especialidades então, a possibilidade (inint) coisas diferente, conceitos diferentes, especialidades diferentes e não à toa, a gente vê algumas mudanças de trajetórias super interessantes na DTI, tem as clássicas que seriam, vamos dizer assim, óbvias que é assim: um desenvolvedor que se transforma em um tech lead e eventualmente em um arquiteto, isso seria o mais óbvio, mas eu acho super curioso porque a gente tem desde designers que enveredaram um pouco para a trajetória de desenvolvimento em algum momento, designers que foram para uma trajetória de negócios, como PO, outras mais peculiares, pessoas do nosso RH foram para uma trajetória de gestão, Scrum Master, ou PO orientado a negócio então, realmente a gente percebe que a rede reduz todas as amarras, se você pensar assim: “Mas alguém que trabalhava com RH, com gestão de recrutamento, de repente começa a atuar como Scrum Master, como isso se dá?”, é difícil até de explicar, em algum momento o ponto de contato se fez, a conexão criou e isso fez sentido para aquela pessoa e a trajetória se fundiu.
M1: Interessante, porque tem aquela frase velha de que isso tudo é (inint) comportamento, e a verdade é que você estando em um lugar naturalmente mais flexível, isso te influencia diretamente no seu jeito de agir e aumenta a quantidade até de possíveis encontros, a palavra serendipidade, aqueles encontros fortuitos que podem mudar alguma coisa na sua vida então, o cara um dia está em uma guilda, no outro dia ele está tendo contato no (check), ou ele então está em um learning loop de um livro, e a partir daquele learning loop dá um estalo nele ali e ele muda a trajetória, mas pensando no que eu falei no começo, como é importante ter isso como um símbolo na empresa, a gente declara isso aqui porque isso para a gente é uma das coisas mais importantes como símbolo da auto-organização, da mesma forma que a gente acredita no ágil, a gente acredita que a gente tem que ter um ambiente que fomente que as pessoas possam descobrir suas trajetórias e dentro desse ambiente, testar se é isso que elas querem mesmo e, se for, seguir esse caminho, se não for, mudar esse caminho. É muito compatível com a forma que a gente enxerga o mundo em geral, certo, Vinição?
M2: Está tão certo que eu falei falar quase que exatamente isso, só complementar, eu ia falar exatamente isso que o Schuster falou, sou até meio suspeito para falar porque eu fico até meio preocupado de eu estar acreditando nisso mais do que eu deveria, que a gente sempre se questiona muito, não é, Schuster, quando você começa a acreditar demais em uma coisa, você fala assim: “Deixa eu ver outros modelos mentais aqui”, mas o que eu acho que é fantástico nessa incrível rede, que seria a DTI, a gente tem essa visão de ser cada vez mais incrível, é exatamente uma emulação que é razoavelmente próxima da vida como ela é, a vida com ela é não tem tanto (inint), desenvolvedor não sei o que um, a vida não é tão bem definida assim, de repente…
M1: Uma falsa ordem.
M2: … é, não tem essa ordem toda, de repente brota um novo tag, um novo nome para determinada coisa que alguém faz, se você for analisar, inclusive, os próprios nomes da área de software são extremamente recentes e são copiados de outras áreas, engenheiro de software, arquiteto de software, uma coisa copiada simplesmente porque não tinha nome para isso, de repente agora tem e cada vez tem mais nomes, o Schuster sempre brinca que antigamente ele fazia tudo, ele era engenheiro de dados, agora tem nome para essas coisas todas e a gente acha que a gente dá mais oportunidade para todo mundo, a gente é mais criativo e a gente é mais efetivo na rede como um todo se a gente tem certo nível de ambiguidade em relação a essas coisas para dar um grau de liberdade para que as coisas aconteçam, e que as pessoas também não fiquem tão aprisionadas em uma caixinha que seria aquela profissão, aquela carreira dele. Às vezes eu fico um pouco triste porque vira e mexe você vê uma experiência que alguém fala “Mas eu queria estar em um lugar que fosse mais ordenado”, é claro que tem perfis de pessoas que demandam um mundo um pouco mais ordenado, mas eu acredito que no geral, se você tiver uma estratégia de comunicar isso bem e também não deixar isso ir para um caminho caótico da coisa, onde você não tem alguns atratores para auto-organização de trajetória, se você conseguir fazer isso bem, comunicar isso bem, eu acredito que a gente tenha um caminho, igual o Schuster falou no início de um jeito mais direto, como se fosse um plano de carreira ágil.
M: O principal objetivo é permitir de maneira organizada que as pessoas busquem o que desejam, e o fato de permitir que as pessoas experimentem e busquem mentorias e, fomentar isso gera mais um aprendizado nessa rede e essa busca das pessoas se desenvolverem no que elas gostam mais, no que tem mais afinidade, é algo muito positivo, tanto para a empresa quando para a pessoa em si então, é realmente um ganha-ganha aí muito interessante.
M1: Beleza. Indo para o próximo item, só lembrando sempre, acho super importante o vínculo que a gente quer fazer aqui com aquilo que eu falei na introdução desse episódio, a gente quer ter uma estrutura orgânica, uma estrutura livre, nós estamos falando disso, nós temos que criar vários símbolos que deixem claro onde a gente quer chegar, é uma declaração explícita, não prescritiva, mas explícita de onde a gente quer chegar, que seja inspiradora, e ao mesmo tempo gere ação para você saber o que é importante, onde a gente vai chegar aqui. A próxima coisa muito importante para a gente aqui é uma rede capaz de mobilizar rapidamente as suas capacidades distribuídas para atender necessidades locais, isso aqui eu acho super importante porque é uma declaração que a gente faz para a gente mesmo de que o que a gente provê para os nossos clientes é uma geração de valor que vem da rede como um todo, uma das coisas poderosas que uma rede tem é justamente isso, “Poxa, eu preciso de um conhecimento específico de uma determinada coisa, eu tenho ali a rede e como é uma rede de colaboração, eu consigo acionar localmente, consigo gerar mais valor ali naquele local e consigo mudar o jogo naquele local”. Eu acho que isso é uma das coisas mais poderosas de uma rede que seja realmente bem conectada e que aqueles valores de colaboração, etc., estejam realmente acontecendo porque aí você consegue fazer com que esses conhecimentos não fiquem dentro de fields e que sejam acionados quando eles são necessários, e causa inclusive o enriquecimento de todo mundo porque todo mundo está sempre se sorvendo de mais conhecimento, por isso que a rede é uma rede de aprendizado também. Quem quer comentar?
M2: É interessante, Schuster, porque até a própria visão tem gerado algumas influências, por exemplo, em mim, até para a gente ir sofisticando cada vez mais a forma de fazer esse tipo de mobilização, igual o que a gente está falando, não é porque a gente não tem prescrição, não é porque a gente não tem algumas coisas mais bem definidas que a gente não pode ter alguns atratores que são mais fáceis de imaginar como fazer determinada coisa então, eu cada vez mais acredito em ter um conjunto abstrato de coisas, visões, pilares, princípios, algumas coisas assim, e ter o que a gente tem chamado cada vez mais da DTI de arsenal, que seria uma coleção de como executar determinadas coisas, isso vai fazendo com que a gente consiga acionar um pouco mais rapidamente determinadas coisas, por exemplo, a gente tem na parte de operações centralizadas, uma série de ritos e de itens de arsenal …
M1: Vinição, desculpa, só um negócio, já aproveita e emenda. Isso que você está falando também tem muito a ver exatamente com a próxima linha, que a gente fala que é uma rede de estruturas auto-organizadas coerentes com o todo, mas com espaço para experimentação.
M2: … então, a gente tem um conjunto de estruturas, de práticas que a gente tem chamado cada vez mais de arsenal, de forma que a gente consiga ter alguma orientação mínima para as pessoas de que já teve experiências passadas que foram bem-sucedidas e aí o ser humano está no meio ali, os times estão no meio ali para juntar esses pilares e princípios com esse arsenal e decidir qual a melhor ferramenta naquela situação. Cada vez mais, eu venho percebendo que a gente vem (inint) na nossa estrutura para fomentar, o próprio movimento de criação, por exemplo, das alianças foi super importante nesse sentido, exatamente nesse item da visão, de ter estruturas que orientam mais a mobilização. Vou dar uns exemplos para não ficar uma coisa muito abstrata, mas se você tem uma situação de crise, por exemplo, na estrutura que a gente estava antes que era basicamente de tribos, não tinha essa estrutura de aliança, você precisava de uma coordenação um pouco mais forte e centralizada para fazer com que determinadas coisas acontecessem, agora, com a estrutura de aliança, determinadas estruturas das alianças, dos chapters, já conseguem perceber mais rapidamente que uma ajuda é necessária, de ser mobilizada nesse sentido. Isso tem muito a ver com o próximo item da nossa visão que é uma rede estrutural auto-organizada coerente com o todo, mas com espaço para experimentação então, vários ritos da DTI ainda são totalmente orientados as tribos, por exemplo, que são estruturas até pequenas hoje em dia no nosso todo, as tribos ainda têm muita autonomia, muito espaço para experimentação, mas tem uma série de ferramentas, de outras estruturas que facilitam e fazem com que haja mais coerência no todo.
M1: Continuando aqui, a gente também declara isso: uma rede que não teme incerteza e mudança, ao contrário, se fortalece com elas. Isso é uma declaração que a gente faz, justamente porque a gente quer mostrar para todo mundo aquilo que a gente fala para o cliente o tempo todo. A gente vive em um mundo, seja VUCA, seja BANI, a sigla que estiver na moda, o fato é que elas são muito reais ao refletirem o mundo, que é um mundo de muita incerteza então, é muito importante, isso estar na visão significa que a gente tem que o tempo todo ter atitudes e condutas que nos levem a lidar bem com isso.
M2: Schuster, isso aí é praticamente a definição de anti-fragilidade, eu gosto muito dessa frase exatamente por isso, e eu sou muito conhecido por ser um gerador de, igual o Nassim Taleb fala, pequenos incêndios que evitam grandes incêndios nas tribos, exatamente por provocar algumas mini crises que, na verdade, fortalecem muito a nossa operação e que muitas vezes a gente observa no mercado que é o comportamento que muitas empresas seguem ao contrário, elas ficam tentando buscar uma estabilidade o tempo todo e começam a gostar demais daquela estabilidade ali, o que gera um potencial de um grande incêndio mais para a frente.
M1: Para quem não conhece, tem esse caso famoso nas florestas, os caras estavam impedindo as queimadas, você faz o terreno ficar mais denso, e de repente aumenta a permeabilidade para o incêndio, pega o incêndio, ele espalha de uma forma avassaladora na floresta inteira, o Vinição é muito bom em promover esses pequenos incêndios.
M3: Esse aspecto para mim é até um pouco complicado comentá-lo porque eu geralmente, sou a força que puxa para o outro lado, o Vinição sempre foi muito forte, realmente, em tentar promover a anti-fragilidade através da criação de algumas pequenas crises para que o time de fortaleça e quando o time está já no maior incêndio, o momento anterior não foi possível, eu entro puxando para o outro lado, tentando criar mais um estado de estabilidade, mas de toda forma eu acredito realmente, igual o Vinição falou, que é uma cultura muito importante de fato, que a gente não tenha medo de estar pisando no incerto, porque só assim a gente vai conseguir realmente atingir os outros patamares da nossa visão, é um aprendizado contínuo, a melhoria, a experimentação, isso é pautado pela agilidade em si.
M1: Isso, na prática, para quem está nos ouvindo, significa muito fortemente que a gente fomenta que os times estejam sempre preparados para lidar com esse tipo de adversidade porque o mundo é assim, igual o Vinição falou anteriormente, é claro que tem que ter um equilíbrio contínuo entre forças estabilizadoras e essas forças aí que são desestabilizadoras, mas que permitem que a gente reaja e se fortaleça. Isso aí tem um vínculo muito forte com o que a gente fala muito aqui de que o jogo é infinito, uma coisa que a gente tenta sempre mostrar, a gente tenta criar operações que sejam sustentáveis em longo prazo então, você não está vencendo um jogo finito, hoje em dia, na medida em que as empresas se apoiam em artigos digitais durante anos e anos e anos e tem que melhorar aqueles artigos o tempo todo, e a nossa missão é ajudar nisso, você não está ganhando um jogo de seis meses onde você pode botar uma estrutura ali que funciona exatamente para aquilo, você contata exatamente as pessoas que precisa, você bota ali porque aquelas pessoas vão querer sucessão, vão querer outros desafios, vão querer mudar porque o mundo agora é assim. O que nós estamos declarando agora é o seguinte: o mundo é assim então, nós temos que saber criar operações sustentáveis que tenham essa estabilidade operacional, que o Felipão apontou, mas que ao mesmo tempo estejam preparadas para jogar esse jogo infinito, eu acho que isso é tão importante porque, a gente tem pensamentos muito de curto prazo, mas o problema não é de curto prazo, o problema é de longo prazo e a solução então tem que ser de longo prazo.
M3: Eu acabei de comentar dizendo que geralmente eu procuro puxar para o lado da força estabilizadora operacional, mas eu sempre tento pautar a minha participação aqui no podcast exemplificando como eu vivo no dia a dia e me veio uma memória recente que durante uma daily com o squad, quando eu venho com o discurso de a gente estabilizar a operação, de tentar não engessar a forma, mas entender dado o contexto do squad, o que traria uma maior estabilidade operacional para aquele time, eu acho super legal porque o time, geralmente, compra essa ideia, começa a seguir um determinado formato, uma determinada forma de operação sente que a estabilidade chegou e isso traz um acalento muito grande para o squad, só que a incerteza está sempre ali, as mudanças estão sempre batendo na porta, nesse exemplo que eu queria citar a gente estava em véspera de fazer um (planning) e mudou tudo, o time falou assim: “Espera aí, não podemos mudar porque a gente tem que ser agora a estabilidade operacional que a gente alcançou”, eu falei assim: “Pois é, gente, não. Não porque a necessidade mudou de forma genuína, nós temos que aceitar essa mudança sim”, o pessoal ficou assim: “Felipão, mas você chegou aqui, colocou a bola no chão, algumas coisas você até enrijeceu um pouquinho para a gente conseguir sair da lama e agora pode mudar?”, eu falei: “Pois é, gente, porque é ambíguo para caramba, inclusive, vai ter uma situação que vai acontecer daqui a algumas semanas”, projetando, “que a resposta vai ser não, nesse nós não vamos mudar tudo então, de vez em quando nós vamos abraçar a mudança, se a origem, a razão pela qual ela está sendo proposta é genuína, ela busca realmente o valor do cliente”, então, é um trabalho que é de fato muito ambíguo e, mesmo nesse papel de buscar uma estabilidade operacional, de vez em quando sou surpreendido por essa ambiguidade e tenho que tomar uma decisão que é contra o meu modus operandi natural.
M1: A gente já falou sobre isso no passado é quase um problema existencial. Um dos motivos de ser difícil praticar o agilismo é isso porque você não consegue se apegar a uma regra fixa e seguir, você tem que estar sempre refletindo porque o contexto é muito importante. Avançando aqui. Uma rede que se estende para dentro de nossos clientes e nos torna naturalmente centrados em suas necessidades. Isso aqui, gente, eu acho super legal porque é uma declaração muito forte de que a gente quer ser customer centric, uma coisa que a gente fala muito no podcast, como é importante ser customer centric e quando a gente fala que a rede se estende, existe uma mensagem aqui que a gente quer borrar essas fronteiras entre a gente e os nossos clientes, a gente quer ganhar mais conexões entre a gente, os nossos times, etc., justamente para que essa nossa estrutura que é orgânica comece a influenciar e ficar orgânica junto com a estrutura do cliente, aí você começa a ter estruturas mais adaptativas dos dois lados.
M2: Realmente a gente foi criando, talvez até pela característica dos sócios que foram puxando a operação, já tem um DNA muito forte de prestação de serviço então, a gente sabe muito bem a quase se acoplar na estrutura do cliente e realmente quase que seguir por osmose o que seria o propósito dele misturado com o nosso propósito de maestria nos quesitos de agilidade, engenharia, produtos digitais e afins. Algo que a gente traz de diferencial muito grande que tem a ver com os outros itens que a gente falou, mas misturado com esse daqui, é que a gente traz uma riqueza de diversidade absurda para o cliente, nisso eu estou muito influenciado pelas minhas leituras recentes, Social Physics, um livro muito interessante, (inint) assim: a criatividade vem de redes conectadas dos mais variados elementos, se você tem uma rede que tem poucas conexões externas, você tem uma rede que normalmente não é muito criativa então, a DTI pela sua própria estrutura é naturalmente muito criativa, ela tem estímulos das mais diversas tecnologias, contextos, situações, propósitos de negócios e isso pode servir como um benefício enorme para quem está conectado nela, como, por exemplo, os nossos clientes.
M1: Vou te falar, também tenho estudado muito sobre rede, os fenômenos são muito explicados pelo que acontece na rede, muito mais do que a gente tentando achar uma causa, às vezes, uma relação de causa e efeito simplista, a gente pode até fazer um episódio só sobre isso, é muito interessante, a gente fala muito disso aqui porque tudo isso vai moldando o modelo mental de como você vê o mundo e consequentemente, como você se organiza para lidar com aquele mundo então, você começa a entender que eu não vou ter criatividade suficiente sozinho para saber o que fazer, mas uma rede poderosa vai, você começa a trabalhar para habilitar aquela rede, e o seu papel como líder é habilitar aquela rede, só que as histórias que a gente adora ouvir é dos gênios, Steve Jobs criou o iPhone, claro que ele não criou o iPhone, imagina o que envolveu a criação disso tudo, mas é muito legal ouvir uma história dessa e imaginar o fodão ali criando.
M2: É claro que o Einstein não inventou a teoria da relatividade por um estalo ali.
M1: É o conhecimento de toda uma era, de tanta interação, de tanto trabalho científico, de repente o cara sintetiza muito bem aquilo, e até por uma questão de redes, ele fica famoso, talvez ele fique famoso porque ele botou a língua para fora, vai ter gente que vai ficar horrorizado, mas sabe-se lá o que deixou ele mais famoso. Enfim, viagens à parte, voltemos aqui para ir finalizando. Uma rede que, o Vinícius acabou falando um pouquinho sobre isso, tem contato com as mais variadas tecnologias e experiências que são usadas como provocações e estímulos em contextos diferentes, eu acho isso muito importante nessa nossa visão que é uma declaração de que a gente é agnóstico, do ponto de vista de tecnologia, acho que já deu para perceber que eu o Vinição gostamos de exercer o desapego, o próprio Vinição já estava querendo desapegar dos métodos ágeis há um tempo, (inint) de alguma forma. A gente pensa muito nisso, (inint) tecnologia está a serviço do negócio e continua sendo assim, a tecnologia tem que ser um habilitador, acho que isso aqui nem demanda muito comentário adicional. E a gente finaliza aqui falando isso, que nós não temos uma forma específica, não temos prescrições, mas quem faz parte da nossa rede nos reconhece, sente, somos true agile, somo DTI, que é a vontade dessa visão ficar inspiradora. (inint) fecha a nossa visão, queria só fazer um fechamento aqui, gente , a gente fala aqui muito sobre transformação organizacional, eu espero que a gente tenha conseguido passar para o pessoal como é importante você, de alguma forma, criar também símbolos que sirvam de referência para as pessoas, eu acho que é vital quem está ouvindo aqui entender que obviamente esses símbolos são importantes, mas mais importante do que tudo isso é a coerência com aquilo e que aquilo esteja acontecendo na prática, não é porque alguém cria uma visão que ele vira aquilo, a gente não tem nenhuma pretensão com essa nossa visão, essa visão é uma declaração e um convite para que todo mundo da empresa no ajude a alcançar essa visão. Algum comentário adicional, galera?
M3: Eu acho que uma declaração mais explícita disso pode virar um atrator muito interessante para a gente, agora reforçando a minha influência que eu falei antes, a gente utilizar todo o arsenal do estudo de redes, nas redes sociais, ferramentas…
M1: Só explica o que é um atrator, você já mencionou atrator várias vezes.
M3: São elementos, estruturas ou princípio e coisas do tipo que fazem com que um determinado comportamento acabe acontecendo mesmo sem você ter feito aquilo ali de uma forma tão ordenadinha, tão prescritiva então, se você cria um símbolo que faz com que as pessoas, por exemplo, naturalmente criem tribos quando é necessário criar tribos, elas vão acabar criando tribos. Não sei se esse foi o melhor exemplo, mas se vocês conseguiram imaginar.
M1: Eu só acho interessante porque quando fala em atrator, é muito mais ima influência que vai causar uma movimentação daquilo porque você sabe que manter uma relação de causa e efeito tão direta, se eu quero fazer tal coisa, eu não tenho uma ação que me faz ter aquela coisa imediatamente então, começa a criar estímulos no ambiente que vão me levar aquilo e vão me permitir aprender no caminho se eu estou chegando ali, e a visão é uma dessas coisas, é uma visão atrator, ela declara esses princípios nossos, ela serve de inspiração para todo mundo, para a gente poder chegar aonde a gente quer chegar. Certo, Felipão?
M3: Certíssimo. Concluindo, depois de termos passado por toda a nossa visão, eu acredito de verdade que ela é um norteador e tem que ter coerência, igual você citou, eu acho que ela talvez trace uma visão baseada em toda a nossa experiência, em todo o tempo em que a DTI existe, baseada muito em estatística, em o que a gente aprendeu nesse tempo e, acredito pela minha proximidade com o negócio, minha proximidade com a operação que traduzir essa visão em ação, em ações mirando esse estado da arte, talvez, que a visão projeta pode acontecer com maior ou menor velocidade dependendo do terreno que a gente está trilhando junto com o cliente, mas o fato é que é muito importante a gente externalizar essa visão porque ela é que vai ser a nossa crença para que a gente se apegue a ela e possa de fato transformar os terrenos que a gente está trilhando junto com o cliente. Como eu disse: alguns casos com maior ou menor velocidade, mas é o que pauta a nossa colaboração, a transformação dos nossos clientes que é o mais importante.
M1: É isso, pessoal. Um abraço.
M: Até a próxima, pessoal.
M1: Até o próximo episódio.
M2: Até o próximo episódio, valeu, pessoal.
M3: Valeu, pessoal, grande abraço.
M1: Bom dia, boa tarde, boa noite, vamos começar mais um episódio do Agilistas. Como a gente vem discutindo aqui em vários episódios, a gente sempre tentou mostrar um pouquinho da nossa jornada para ser uma organização realmente ágil, o que a gente chama de true agile e a gente fala muito em auto-organização, a gente fala muito que não dá para ser prescritivo, também tem que ter algumas restrições habilitadoras que vão fazer com que as pessoas possam exercer autonomia, mas dentro de certas exceções e a gente achou que seria interessante compartilhar nesse episódio um tipo de símbolo que a gente criou recentemente, que está lançando muito forte na empresa agora, que é a nossa visão, só que como vocês vão perceber aqui, a nossa visão não é uma visão no sentido de que queremos ser a maior empresa, esse tipo de visão, é uma visão que tenta declarar muitas das coisas que são importantes para a gente e aonde a gente quer estar em relação a essas coisas. É uma reafirmação do que a gente quer ser e a gente achou interessante compartilhar porque eu tenho certeza que quando a gente discutir a visão vai ter uma discussão bastante rica em torno da visão, porque ela expressa justamente onde esse ser orgânico que a gente quer chegar, enxergar o que a gente quer sofisticar e melhorar então, eu acredito que vai ser um daqueles episódios interessantes para trazer esse tipo de reflexão. Para isso, estamos aqui com Vinição para variar. E aí, Vinição.
M2: E aí, pessoal, tudo bom? Joia?
M1: Felipão está de volta. Felipão estava sumido, nas trincheiras.
M3: E aí, pessoal? Estava na trincheira, estou saindo da trincheira hoje.
M2: Alguém tem que trabalhar.
M3: Alguém tem que trabalhar para a gente poder fazer episódios de podcast com assuntos interessantes.
M1: E Raoni, tudo bom, Raoni?
M: Olá, pessoal, de volta aqui.
M1: Para poder falar sobre a visão obviamente quem está vindo tem que conhecer a visão então, nós vamos ler aqui aos pouquinhos e vamos discutindo. A nossa visão começa com as seguintes linhas, a gente fala assim: “Somos e seremos cada vez mais uma incrível rede de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado”, eu já faço a primeira pergunta aqui para o nosso catedrático em complexidade que é o Vinição. Vinição, o que é a tal da rede, afinal de contas? O primeiro conceito que eu acho importante é esse, por que a gente se declara como sendo uma rede? O que significa ser uma rede? Eu faço muito aquela apresentação de (inint), a gente sempre mostra que as empresas têm que sair de uma estrutura mais tradicional para uma mais orgânica mesmo que haja uma convivência, alguma coisa aí, e que essa estrutura orgânica é uma estrutura mais em rede. O que é essa rede afinal?
M2: Essa é uma boa pergunta, inclusive, eu vos convoco ajudar a responder, mas eu vou tentar não fazer uma definição porque eu não acho que eu tenho uma descrição tão precisa assim, mas é uma estrutura que tende a ter certa flexibilidade para adaptação que é composta por algumas estruturas, no nosso caso aqui, são as nossas estruturas que compõe esses (squads), tribos, das alianças, estruturas com guildas e outros chapters e, também uma parte mais centralizada que tem um volume bastante grande de conexões, de vários nós, com outros nós, eu acho que, até fazendo uma comparação do que seria uma estrutura tradicional de uma empresa mais tradicional, que seria uma espécie também que poderia até se chamar de rede, porém mais hierarquizada, com uma característica mais top down, com poucas comunicações laterais, de muitas estruturas menores, umas conectadas com as outras sem muitas restrições fortes de como essas conexões podem acontecer. Eu acho que talvez essa seja uma das características mais importantes de uma rede da forma que se organiza. Se vocês quiserem complementar e me ajudar a responder aí.
M1: Uma questão é que a rede (a traço) que é um contraponto enorme as estruturas tradicionais, é justamente que é super tradicional, alguém desenha uma estrutura ali, ela tem um desenho de uma estrutura meio pré-concebida, uma estrutura em rede é muito mais flexível e aberta a conexões das mais diversas naturezas e a riqueza daquela organização emerge justamente dessas conexões, do que transita nessas conexões, nessas diversas conexões então, não tem uma forma tão definida se você olha de fora, porque, claro, a gente tem um desenho da periferia, dos squads, das tribos, das alianças, mas ao invés de ser uma forma muito bem definida de uma pirâmide, tipo as caixinhas com as ligações certinhas, comunicação aqui só sobe, aqui não tem comunicação lateral, você tem muito mais conexões e muito mais maleabilidade. Acho que a primeira coisa quando a gente declara uma estrutura em rede é uma estrutura muito mais maleável, vai mudar continuamente, para não ter nenhum tipo de predefinição, nenhum tipo de forma muito rígida.
M3: Uma palavra muito importante que o Schuster citou aí é conexão, que acho que o que define mais a nossa incrível rede é a capacidade, inclusive, de criar essas conexões, que se fizer o paralelo com uma estrutura tradicional, igual o Schuster falou, as linhas estão definidas então, se você quiser chegar a algum nó, você tem já os caminhos predefinidos e você tem que passar por aqueles pontos, eu acho que na visão que a gente tem de rede, as conexões podem ser criadas mediante a necessidade que elas sejam então, você reduz bastante a fricção para poder caminhar dentro dessa estrutura. Se um nó não se comunicava com o outro, mas em algum momento se tornou necessário, essa conexão é criada organicamente. Isso é uma coisa bem legal na DTI.
M: Exato, eu ia reforçar isso, isso aí permite a evolução, a rede, por não ser tão prescritiva, vai permitir aprendizado, adaptabilidade e a evolução então, a estrutura em rede vai evoluindo, criando conexões, extinguindo outras então, é muito interessante a gente ver isso acontecendo no dia a dia, na prática.
M3: Então, eu queria só, nesse assunto ainda, dar um exemplo que me veio à cabeça, é uma coisa recente, mesmo isso fazendo parte da nossa visão e fazendo parte do nosso dia a dia, com o nosso crescimento nos últimos anos, principalmente, a gente trouxe bastante talento do mercado e, em alguns momentos, é curioso porque não é trivial você navegar em uma rede porque, eu acho que, o mercado detém uma visão tradicionalista então, eu me pego de vez em quando, aconteceu anteontem, há pouco tempo, de eu estar no squad acompanhando e como eu faço parte da nossa estrutura centralizada, que é um dos nós dessa rede, não é tão claro, às vezes, para uma pessoa que não está tão letrada nessa ideia de uma rede sem limitações de conexão que alguns pontos da empresa possam ser alcançados sem nenhum tipo de fricção, sem nenhuma pompa e circunstância, me perguntou assim: “Mas então quando eu precisar, eu posso acessar a estrutura de operações centralizadas?”, “Isso é óbvio, só precisa você precisar, a conexão já foi criada, (inint) a conexão foi criada, pode acessar, não precisa passar por nenhuma hierarquia, ela não existe”.
M1: Isso é interessante porque (inint) fala sempre em top down, não por uma questão de ser politicamente correto, é para tentar mostrar que quem está na periferia está mais próximo do cliente, quem está no centro está tendo uma visão diferente, mas não tem essa posição. Está certo. Passamos dessa primeira parte da rede, uma coisa que a rede remete muito para mim, além dessa flexibilidade, de mais possibilidades de interação, de comunicação, ela mostra onde as coisas acontecem, a gente fala isso muito na DTI, tudo é abstração, a empresa é abstração, o que tem é gente fazendo as coisas acontecerem, gente conhecendo gente, gente se relacionando e gente mudando de comportamento pelo que observa na rede a qual ele está conectado. A gente coloca aqui, é uma rede de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado, por que a gente bota isso? Quando a gente fala que é uma visão porque a gente sabe que isso acontece com maior ou menor intensidade em vários lugares da empresa e a gente tem que ter essa luta contínua para fazer isso realmente ser verdadeiro então, aqui a gente declara bem os nossos valores, as pessoas estão colaborando, estão aprendendo continuamente, estão tendo oportunidade de exercer a sua criatividade, a sua maestria e tem uma coisa que a gente acha fundamental: as pessoas se cuidam, ou seja, você não está em um lugar implacável onde você é tratado como um recurso e o contexto sob o qual as coisas acontecem não importa. Eu sempre falei, todo mundo gosta de estar em um lugar onde você sabe que as pessoas cuidam de você, cuidar de você é diferente de mimar, mas cuidar é importante. Alguma coisa que vocês gostariam de acrescentar nessa parte desses quatro pilares de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado?
M2: Eu acho que a gente pode, talvez, começar a explorar um pouco cada uma dessas partes, por exemplo, essa característica de colaboração nossa é muito forte e a gente usa vários mecanismos para fazer com que isso aconteça, desde desses formatos de conexão que a gente falou da rede não serem formatos tão hard, que tenham que seguir uma hierarquia então, isso facilita bastante a colaboração, além dos exemplos diários que a gente tem em relação às lideranças e coisas desse tipo.
M1: Beleza, acho que a gente falou um pouquinho sobre colaboração, são pilares tão importantes, tão ricos, e como o Vinição colocou aí, você não consegue uma coisa dessas por uma ação única, o tanto de coisa que tem que ser feito, que a gente pretende fazer alguns episódios onde a gente traga experiências que a gente tem na empresa, não é nem a gente falando, é trazer experiências da empresa sobre como isso se manifesta no dia a dia, como eu comentei antes, o que importa é o que acontece no dia a dia para cada um, não importa se você criou uma caixinha em algum lugar, ou que você fale uma coisa, etc., o que importa é o que acontece. E aí a gente continua essa visão falando que é uma rede que potencializa a alavanca dos mais diferentes tipos de trajetórias para seus participantes, aqui, eu acho que a gente fala muito sobre isso no podcast, sobre a importância de ter uma trajetória, de ter como se fosse um plano de carreira ágil, queria que vocês comentassem sobre isso, por que essa estrutura em rede contribui tanto para potencializar esse tipo de trajetória?
M3: Tem uma coisa muito emblemática para mim, eu acho que a estrutura potencializa trajetórias principalmente, por conta dos pontos de contato, eu acho que pessoas estão sempre em contato com nós diferentes de frentes e especialidades então, a possibilidade (inint) coisas diferente, conceitos diferentes, especialidades diferentes e não à toa, a gente vê algumas mudanças de trajetórias super interessantes na DTI, tem as clássicas que seriam, vamos dizer assim, óbvias que é assim: um desenvolvedor que se transforma em um tech lead e eventualmente em um arquiteto, isso seria o mais óbvio, mas eu acho super curioso porque a gente tem desde designers que enveredaram um pouco para a trajetória de desenvolvimento em algum momento, designers que foram para uma trajetória de negócios, como PO, outras mais peculiares, pessoas do nosso RH foram para uma trajetória de gestão, Scrum Master, ou PO orientado a negócio então, realmente a gente percebe que a rede reduz todas as amarras, se você pensar assim: “Mas alguém que trabalhava com RH, com gestão de recrutamento, de repente começa a atuar como Scrum Master, como isso se dá?”, é difícil até de explicar, em algum momento o ponto de contato se fez, a conexão criou e isso fez sentido para aquela pessoa e a trajetória se fundiu.
M1: Interessante, porque tem aquela frase velha de que isso tudo é (inint) comportamento, e a verdade é que você estando em um lugar naturalmente mais flexível, isso te influencia diretamente no seu jeito de agir e aumenta a quantidade até de possíveis encontros, a palavra serendipidade, aqueles encontros fortuitos que podem mudar alguma coisa na sua vida então, o cara um dia está em uma guilda, no outro dia ele está tendo contato no (check), ou ele então está em um learning loop de um livro, e a partir daquele learning loop dá um estalo nele ali e ele muda a trajetória, mas pensando no que eu falei no começo, como é importante ter isso como um símbolo na empresa, a gente declara isso aqui porque isso para a gente é uma das coisas mais importantes como símbolo da auto-organização, da mesma forma que a gente acredita no ágil, a gente acredita que a gente tem que ter um ambiente que fomente que as pessoas possam descobrir suas trajetórias e dentro desse ambiente, testar se é isso que elas querem mesmo e, se for, seguir esse caminho, se não for, mudar esse caminho. É muito compatível com a forma que a gente enxerga o mundo em geral, certo, Vinição?
M2: Está tão certo que eu falei falar quase que exatamente isso, só complementar, eu ia falar exatamente isso que o Schuster falou, sou até meio suspeito para falar porque eu fico até meio preocupado de eu estar acreditando nisso mais do que eu deveria, que a gente sempre se questiona muito, não é, Schuster, quando você começa a acreditar demais em uma coisa, você fala assim: “Deixa eu ver outros modelos mentais aqui”, mas o que eu acho que é fantástico nessa incrível rede, que seria a DTI, a gente tem essa visão de ser cada vez mais incrível, é exatamente uma emulação que é razoavelmente próxima da vida como ela é, a vida com ela é não tem tanto (inint), desenvolvedor não sei o que um, a vida não é tão bem definida assim, de repente…
M1: Uma falsa ordem.
M2: … é, não tem essa ordem toda, de repente brota um novo tag, um novo nome para determinada coisa que alguém faz, se você for analisar, inclusive, os próprios nomes da área de software são extremamente recentes e são copiados de outras áreas, engenheiro de software, arquiteto de software, uma coisa copiada simplesmente porque não tinha nome para isso, de repente agora tem e cada vez tem mais nomes, o Schuster sempre brinca que antigamente ele fazia tudo, ele era engenheiro de dados, agora tem nome para essas coisas todas e a gente acha que a gente dá mais oportunidade para todo mundo, a gente é mais criativo e a gente é mais efetivo na rede como um todo se a gente tem certo nível de ambiguidade em relação a essas coisas para dar um grau de liberdade para que as coisas aconteçam, e que as pessoas também não fiquem tão aprisionadas em uma caixinha que seria aquela profissão, aquela carreira dele. Às vezes eu fico um pouco triste porque vira e mexe você vê uma experiência que alguém fala “Mas eu queria estar em um lugar que fosse mais ordenado”, é claro que tem perfis de pessoas que demandam um mundo um pouco mais ordenado, mas eu acredito que no geral, se você tiver uma estratégia de comunicar isso bem e também não deixar isso ir para um caminho caótico da coisa, onde você não tem alguns atratores para auto-organização de trajetória, se você conseguir fazer isso bem, comunicar isso bem, eu acredito que a gente tenha um caminho, igual o Schuster falou no início de um jeito mais direto, como se fosse um plano de carreira ágil.
M: O principal objetivo é permitir de maneira organizada que as pessoas busquem o que desejam, e o fato de permitir que as pessoas experimentem e busquem mentorias e, fomentar isso gera mais um aprendizado nessa rede e essa busca das pessoas se desenvolverem no que elas gostam mais, no que tem mais afinidade, é algo muito positivo, tanto para a empresa quando para a pessoa em si então, é realmente um ganha-ganha aí muito interessante.
M1: Beleza. Indo para o próximo item, só lembrando sempre, acho super importante o vínculo que a gente quer fazer aqui com aquilo que eu falei na introdução desse episódio, a gente quer ter uma estrutura orgânica, uma estrutura livre, nós estamos falando disso, nós temos que criar vários símbolos que deixem claro onde a gente quer chegar, é uma declaração explícita, não prescritiva, mas explícita de onde a gente quer chegar, que seja inspiradora, e ao mesmo tempo gere ação para você saber o que é importante, onde a gente vai chegar aqui. A próxima coisa muito importante para a gente aqui é uma rede capaz de mobilizar rapidamente as suas capacidades distribuídas para atender necessidades locais, isso aqui eu acho super importante porque é uma declaração que a gente faz para a gente mesmo de que o que a gente provê para os nossos clientes é uma geração de valor que vem da rede como um todo, uma das coisas poderosas que uma rede tem é justamente isso, “Poxa, eu preciso de um conhecimento específico de uma determinada coisa, eu tenho ali a rede e como é uma rede de colaboração, eu consigo acionar localmente, consigo gerar mais valor ali naquele local e consigo mudar o jogo naquele local”. Eu acho que isso é uma das coisas mais poderosas de uma rede que seja realmente bem conectada e que aqueles valores de colaboração, etc., estejam realmente acontecendo porque aí você consegue fazer com que esses conhecimentos não fiquem dentro de fields e que sejam acionados quando eles são necessários, e causa inclusive o enriquecimento de todo mundo porque todo mundo está sempre se sorvendo de mais conhecimento, por isso que a rede é uma rede de aprendizado também. Quem quer comentar?
M2: É interessante, Schuster, porque até a própria visão tem gerado algumas influências, por exemplo, em mim, até para a gente ir sofisticando cada vez mais a forma de fazer esse tipo de mobilização, igual o que a gente está falando, não é porque a gente não tem prescrição, não é porque a gente não tem algumas coisas mais bem definidas que a gente não pode ter alguns atratores que são mais fáceis de imaginar como fazer determinada coisa então, eu cada vez mais acredito em ter um conjunto abstrato de coisas, visões, pilares, princípios, algumas coisas assim, e ter o que a gente tem chamado cada vez mais da DTI de arsenal, que seria uma coleção de como executar determinadas coisas, isso vai fazendo com que a gente consiga acionar um pouco mais rapidamente determinadas coisas, por exemplo, a gente tem na parte de operações centralizadas, uma série de ritos e de itens de arsenal …
M1: Vinição, desculpa, só um negócio, já aproveita e emenda. Isso que você está falando também tem muito a ver exatamente com a próxima linha, que a gente fala que é uma rede de estruturas auto-organizadas coerentes com o todo, mas com espaço para experimentação.
M2: … então, a gente tem um conjunto de estruturas, de práticas que a gente tem chamado cada vez mais de arsenal, de forma que a gente consiga ter alguma orientação mínima para as pessoas de que já teve experiências passadas que foram bem-sucedidas e aí o ser humano está no meio ali, os times estão no meio ali para juntar esses pilares e princípios com esse arsenal e decidir qual a melhor ferramenta naquela situação. Cada vez mais, eu venho percebendo que a gente vem (inint) na nossa estrutura para fomentar, o próprio movimento de criação, por exemplo, das alianças foi super importante nesse sentido, exatamente nesse item da visão, de ter estruturas que orientam mais a mobilização. Vou dar uns exemplos para não ficar uma coisa muito abstrata, mas se você tem uma situação de crise, por exemplo, na estrutura que a gente estava antes que era basicamente de tribos, não tinha essa estrutura de aliança, você precisava de uma coordenação um pouco mais forte e centralizada para fazer com que determinadas coisas acontecessem, agora, com a estrutura de aliança, determinadas estruturas das alianças, dos chapters, já conseguem perceber mais rapidamente que uma ajuda é necessária, de ser mobilizada nesse sentido. Isso tem muito a ver com o próximo item da nossa visão que é uma rede estrutural auto-organizada coerente com o todo, mas com espaço para experimentação então, vários ritos da DTI ainda são totalmente orientados as tribos, por exemplo, que são estruturas até pequenas hoje em dia no nosso todo, as tribos ainda têm muita autonomia, muito espaço para experimentação, mas tem uma série de ferramentas, de outras estruturas que facilitam e fazem com que haja mais coerência no todo.
M1: Continuando aqui, a gente também declara isso: uma rede que não teme incerteza e mudança, ao contrário, se fortalece com elas. Isso é uma declaração que a gente faz, justamente porque a gente quer mostrar para todo mundo aquilo que a gente fala para o cliente o tempo todo. A gente vive em um mundo, seja VUCA, seja BANI, a sigla que estiver na moda, o fato é que elas são muito reais ao refletirem o mundo, que é um mundo de muita incerteza então, é muito importante, isso estar na visão significa que a gente tem que o tempo todo ter atitudes e condutas que nos levem a lidar bem com isso.
M2: Schuster, isso aí é praticamente a definição de anti-fragilidade, eu gosto muito dessa frase exatamente por isso, e eu sou muito conhecido por ser um gerador de, igual o Nassim Taleb fala, pequenos incêndios que evitam grandes incêndios nas tribos, exatamente por provocar algumas mini crises que, na verdade, fortalecem muito a nossa operação e que muitas vezes a gente observa no mercado que é o comportamento que muitas empresas seguem ao contrário, elas ficam tentando buscar uma estabilidade o tempo todo e começam a gostar demais daquela estabilidade ali, o que gera um potencial de um grande incêndio mais para a frente.
M1: Para quem não conhece, tem esse caso famoso nas florestas, os caras estavam impedindo as queimadas, você faz o terreno ficar mais denso, e de repente aumenta a permeabilidade para o incêndio, pega o incêndio, ele espalha de uma forma avassaladora na floresta inteira, o Vinição é muito bom em promover esses pequenos incêndios.
M3: Esse aspecto para mim é até um pouco complicado comentá-lo porque eu geralmente, sou a força que puxa para o outro lado, o Vinição sempre foi muito forte, realmente, em tentar promover a anti-fragilidade através da criação de algumas pequenas crises para que o time de fortaleça e quando o time está já no maior incêndio, o momento anterior não foi possível, eu entro puxando para o outro lado, tentando criar mais um estado de estabilidade, mas de toda forma eu acredito realmente, igual o Vinição falou, que é uma cultura muito importante de fato, que a gente não tenha medo de estar pisando no incerto, porque só assim a gente vai conseguir realmente atingir os outros patamares da nossa visão, é um aprendizado contínuo, a melhoria, a experimentação, isso é pautado pela agilidade em si.
M1: Isso, na prática, para quem está nos ouvindo, significa muito fortemente que a gente fomenta que os times estejam sempre preparados para lidar com esse tipo de adversidade porque o mundo é assim, igual o Vinição falou anteriormente, é claro que tem que ter um equilíbrio contínuo entre forças estabilizadoras e essas forças aí que são desestabilizadoras, mas que permitem que a gente reaja e se fortaleça. Isso aí tem um vínculo muito forte com o que a gente fala muito aqui de que o jogo é infinito, uma coisa que a gente tenta sempre mostrar, a gente tenta criar operações que sejam sustentáveis em longo prazo então, você não está vencendo um jogo finito, hoje em dia, na medida em que as empresas se apoiam em artigos digitais durante anos e anos e anos e tem que melhorar aqueles artigos o tempo todo, e a nossa missão é ajudar nisso, você não está ganhando um jogo de seis meses onde você pode botar uma estrutura ali que funciona exatamente para aquilo, você contata exatamente as pessoas que precisa, você bota ali porque aquelas pessoas vão querer sucessão, vão querer outros desafios, vão querer mudar porque o mundo agora é assim. O que nós estamos declarando agora é o seguinte: o mundo é assim então, nós temos que saber criar operações sustentáveis que tenham essa estabilidade operacional, que o Felipão apontou, mas que ao mesmo tempo estejam preparadas para jogar esse jogo infinito, eu acho que isso é tão importante porque, a gente tem pensamentos muito de curto prazo, mas o problema não é de curto prazo, o problema é de longo prazo e a solução então tem que ser de longo prazo.
M3: Eu acabei de comentar dizendo que geralmente eu procuro puxar para o lado da força estabilizadora operacional, mas eu sempre tento pautar a minha participação aqui no podcast exemplificando como eu vivo no dia a dia e me veio uma memória recente que durante uma daily com o squad, quando eu venho com o discurso de a gente estabilizar a operação, de tentar não engessar a forma, mas entender dado o contexto do squad, o que traria uma maior estabilidade operacional para aquele time, eu acho super legal porque o time, geralmente, compra essa ideia, começa a seguir um determinado formato, uma determinada forma de operação sente que a estabilidade chegou e isso traz um acalento muito grande para o squad, só que a incerteza está sempre ali, as mudanças estão sempre batendo na porta, nesse exemplo que eu queria citar a gente estava em véspera de fazer um (planning) e mudou tudo, o time falou assim: “Espera aí, não podemos mudar porque a gente tem que ser agora a estabilidade operacional que a gente alcançou”, eu falei assim: “Pois é, gente, não. Não porque a necessidade mudou de forma genuína, nós temos que aceitar essa mudança sim”, o pessoal ficou assim: “Felipão, mas você chegou aqui, colocou a bola no chão, algumas coisas você até enrijeceu um pouquinho para a gente conseguir sair da lama e agora pode mudar?”, eu falei: “Pois é, gente, porque é ambíguo para caramba, inclusive, vai ter uma situação que vai acontecer daqui a algumas semanas”, projetando, “que a resposta vai ser não, nesse nós não vamos mudar tudo então, de vez em quando nós vamos abraçar a mudança, se a origem, a razão pela qual ela está sendo proposta é genuína, ela busca realmente o valor do cliente”, então, é um trabalho que é de fato muito ambíguo e, mesmo nesse papel de buscar uma estabilidade operacional, de vez em quando sou surpreendido por essa ambiguidade e tenho que tomar uma decisão que é contra o meu modus operandi natural.
M1: A gente já falou sobre isso no passado é quase um problema existencial. Um dos motivos de ser difícil praticar o agilismo é isso porque você não consegue se apegar a uma regra fixa e seguir, você tem que estar sempre refletindo porque o contexto é muito importante. Avançando aqui. Uma rede que se estende para dentro de nossos clientes e nos torna naturalmente centrados em suas necessidades. Isso aqui, gente, eu acho super legal porque é uma declaração muito forte de que a gente quer ser customer centric, uma coisa que a gente fala muito no podcast, como é importante ser customer centric e quando a gente fala que a rede se estende, existe uma mensagem aqui que a gente quer borrar essas fronteiras entre a gente e os nossos clientes, a gente quer ganhar mais conexões entre a gente, os nossos times, etc., justamente para que essa nossa estrutura que é orgânica comece a influenciar e ficar orgânica junto com a estrutura do cliente, aí você começa a ter estruturas mais adaptativas dos dois lados.
M2: Realmente a gente foi criando, talvez até pela característica dos sócios que foram puxando a operação, já tem um DNA muito forte de prestação de serviço então, a gente sabe muito bem a quase se acoplar na estrutura do cliente e realmente quase que seguir por osmose o que seria o propósito dele misturado com o nosso propósito de maestria nos quesitos de agilidade, engenharia, produtos digitais e afins. Algo que a gente traz de diferencial muito grande que tem a ver com os outros itens que a gente falou, mas misturado com esse daqui, é que a gente traz uma riqueza de diversidade absurda para o cliente, nisso eu estou muito influenciado pelas minhas leituras recentes, Social Physics, um livro muito interessante, (inint) assim: a criatividade vem de redes conectadas dos mais variados elementos, se você tem uma rede que tem poucas conexões externas, você tem uma rede que normalmente não é muito criativa então, a DTI pela sua própria estrutura é naturalmente muito criativa, ela tem estímulos das mais diversas tecnologias, contextos, situações, propósitos de negócios e isso pode servir como um benefício enorme para quem está conectado nela, como, por exemplo, os nossos clientes.
M1: Vou te falar, também tenho estudado muito sobre rede, os fenômenos são muito explicados pelo que acontece na rede, muito mais do que a gente tentando achar uma causa, às vezes, uma relação de causa e efeito simplista, a gente pode até fazer um episódio só sobre isso, é muito interessante, a gente fala muito disso aqui porque tudo isso vai moldando o modelo mental de como você vê o mundo e consequentemente, como você se organiza para lidar com aquele mundo então, você começa a entender que eu não vou ter criatividade suficiente sozinho para saber o que fazer, mas uma rede poderosa vai, você começa a trabalhar para habilitar aquela rede, e o seu papel como líder é habilitar aquela rede, só que as histórias que a gente adora ouvir é dos gênios, Steve Jobs criou o iPhone, claro que ele não criou o iPhone, imagina o que envolveu a criação disso tudo, mas é muito legal ouvir uma história dessa e imaginar o fodão ali criando.
M2: É claro que o Einstein não inventou a teoria da relatividade por um estalo ali.
M1: É o conhecimento de toda uma era, de tanta interação, de tanto trabalho científico, de repente o cara sintetiza muito bem aquilo, e até por uma questão de redes, ele fica famoso, talvez ele fique famoso porque ele botou a língua para fora, vai ter gente que vai ficar horrorizado, mas sabe-se lá o que deixou ele mais famoso. Enfim, viagens à parte, voltemos aqui para ir finalizando. Uma rede que, o Vinícius acabou falando um pouquinho sobre isso, tem contato com as mais variadas tecnologias e experiências que são usadas como provocações e estímulos em contextos diferentes, eu acho isso muito importante nessa nossa visão que é uma declaração de que a gente é agnóstico, do ponto de vista de tecnologia, acho que já deu para perceber que eu o Vinição gostamos de exercer o desapego, o próprio Vinição já estava querendo desapegar dos métodos ágeis há um tempo, (inint) de alguma forma. A gente pensa muito nisso, (inint) tecnologia está a serviço do negócio e continua sendo assim, a tecnologia tem que ser um habilitador, acho que isso aqui nem demanda muito comentário adicional. E a gente finaliza aqui falando isso, que nós não temos uma forma específica, não temos prescrições, mas quem faz parte da nossa rede nos reconhece, sente, somos true agile, somo DTI, que é a vontade dessa visão ficar inspiradora. (inint) fecha a nossa visão, queria só fazer um fechamento aqui, gente , a gente fala aqui muito sobre transformação organizacional, eu espero que a gente tenha conseguido passar para o pessoal como é importante você, de alguma forma, criar também símbolos que sirvam de referência para as pessoas, eu acho que é vital quem está ouvindo aqui entender que obviamente esses símbolos são importantes, mas mais importante do que tudo isso é a coerência com aquilo e que aquilo esteja acontecendo na prática, não é porque alguém cria uma visão que ele vira aquilo, a gente não tem nenhuma pretensão com essa nossa visão, essa visão é uma declaração e um convite para que todo mundo da empresa no ajude a alcançar essa visão. Algum comentário adicional, galera?
M3: Eu acho que uma declaração mais explícita disso pode virar um atrator muito interessante para a gente, agora reforçando a minha influência que eu falei antes, a gente utilizar todo o arsenal do estudo de redes, nas redes sociais, ferramentas…
M1: Só explica o que é um atrator, você já mencionou atrator várias vezes.
M3: São elementos, estruturas ou princípio e coisas do tipo que fazem com que um determinado comportamento acabe acontecendo mesmo sem você ter feito aquilo ali de uma forma tão ordenadinha, tão prescritiva então, se você cria um símbolo que faz com que as pessoas, por exemplo, naturalmente criem tribos quando é necessário criar tribos, elas vão acabar criando tribos. Não sei se esse foi o melhor exemplo, mas se vocês conseguiram imaginar.
M1: Eu só acho interessante porque quando fala em atrator, é muito mais ima influência que vai causar uma movimentação daquilo porque você sabe que manter uma relação de causa e efeito tão direta, se eu quero fazer tal coisa, eu não tenho uma ação que me faz ter aquela coisa imediatamente então, começa a criar estímulos no ambiente que vão me levar aquilo e vão me permitir aprender no caminho se eu estou chegando ali, e a visão é uma dessas coisas, é uma visão atrator, ela declara esses princípios nossos, ela serve de inspiração para todo mundo, para a gente poder chegar aonde a gente quer chegar. Certo, Felipão?
M3: Certíssimo. Concluindo, depois de termos passado por toda a nossa visão, eu acredito de verdade que ela é um norteador e tem que ter coerência, igual você citou, eu acho que ela talvez trace uma visão baseada em toda a nossa experiência, em todo o tempo em que a DTI existe, baseada muito em estatística, em o que a gente aprendeu nesse tempo e, acredito pela minha proximidade com o negócio, minha proximidade com a operação que traduzir essa visão em ação, em ações mirando esse estado da arte, talvez, que a visão projeta pode acontecer com maior ou menor velocidade dependendo do terreno que a gente está trilhando junto com o cliente, mas o fato é que é muito importante a gente externalizar essa visão porque ela é que vai ser a nossa crença para que a gente se apegue a ela e possa de fato transformar os terrenos que a gente está trilhando junto com o cliente. Como eu disse: alguns casos com maior ou menor velocidade, mas é o que pauta a nossa colaboração, a transformação dos nossos clientes que é o mais importante.
M1: É isso, pessoal. Um abraço.
M: Até a próxima, pessoal.
M1: Até o próximo episódio.
M2: Até o próximo episódio, valeu, pessoal.
M3: Valeu, pessoal, grande abraço.
M1: Bom dia, boa tarde, boa noite, vamos começar mais um episódio do Agilistas. Como a gente vem discutindo aqui em vários episódios, a gente sempre tentou mostrar um pouquinho da nossa jornada para ser uma organização realmente ágil, o que a gente chama de true agile e a gente fala muito em auto-organização, a gente fala muito que não dá para ser prescritivo, também tem que ter algumas restrições habilitadoras que vão fazer com que as pessoas possam exercer autonomia, mas dentro de certas exceções e a gente achou que seria interessante compartilhar nesse episódio um tipo de símbolo que a gente criou recentemente, que está lançando muito forte na empresa agora, que é a nossa visão, só que como vocês vão perceber aqui, a nossa visão não é uma visão no sentido de que queremos ser a maior empresa, esse tipo de visão, é uma visão que tenta declarar muitas das coisas que são importantes para a gente e aonde a gente quer estar em relação a essas coisas. É uma reafirmação do que a gente quer ser e a gente achou interessante compartilhar porque eu tenho certeza que quando a gente discutir a visão vai ter uma discussão bastante rica em torno da visão, porque ela expressa justamente onde esse ser orgânico que a gente quer chegar, enxergar o que a gente quer sofisticar e melhorar então, eu acredito que vai ser um daqueles episódios interessantes para trazer esse tipo de reflexão. Para isso, estamos aqui com Vinição para variar. E aí, Vinição.
M2: E aí, pessoal, tudo bom? Joia?
M1: Felipão está de volta. Felipão estava sumido, nas trincheiras.
M3: E aí, pessoal? Estava na trincheira, estou saindo da trincheira hoje.
M2: Alguém tem que trabalhar.
M3: Alguém tem que trabalhar para a gente poder fazer episódios de podcast com assuntos interessantes.
M1: E Raoni, tudo bom, Raoni?
M: Olá, pessoal, de volta aqui.
M1: Para poder falar sobre a visão obviamente quem está vindo tem que conhecer a visão então, nós vamos ler aqui aos pouquinhos e vamos discutindo. A nossa visão começa com as seguintes linhas, a gente fala assim: “Somos e seremos cada vez mais uma incrível rede de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado”, eu já faço a primeira pergunta aqui para o nosso catedrático em complexidade que é o Vinição. Vinição, o que é a tal da rede, afinal de contas? O primeiro conceito que eu acho importante é esse, por que a gente se declara como sendo uma rede? O que significa ser uma rede? Eu faço muito aquela apresentação de (inint), a gente sempre mostra que as empresas têm que sair de uma estrutura mais tradicional para uma mais orgânica mesmo que haja uma convivência, alguma coisa aí, e que essa estrutura orgânica é uma estrutura mais em rede. O que é essa rede afinal?
M2: Essa é uma boa pergunta, inclusive, eu vos convoco ajudar a responder, mas eu vou tentar não fazer uma definição porque eu não acho que eu tenho uma descrição tão precisa assim, mas é uma estrutura que tende a ter certa flexibilidade para adaptação que é composta por algumas estruturas, no nosso caso aqui, são as nossas estruturas que compõe esses (squads), tribos, das alianças, estruturas com guildas e outros chapters e, também uma parte mais centralizada que tem um volume bastante grande de conexões, de vários nós, com outros nós, eu acho que, até fazendo uma comparação do que seria uma estrutura tradicional de uma empresa mais tradicional, que seria uma espécie também que poderia até se chamar de rede, porém mais hierarquizada, com uma característica mais top down, com poucas comunicações laterais, de muitas estruturas menores, umas conectadas com as outras sem muitas restrições fortes de como essas conexões podem acontecer. Eu acho que talvez essa seja uma das características mais importantes de uma rede da forma que se organiza. Se vocês quiserem complementar e me ajudar a responder aí.
M1: Uma questão é que a rede (a traço) que é um contraponto enorme as estruturas tradicionais, é justamente que é super tradicional, alguém desenha uma estrutura ali, ela tem um desenho de uma estrutura meio pré-concebida, uma estrutura em rede é muito mais flexível e aberta a conexões das mais diversas naturezas e a riqueza daquela organização emerge justamente dessas conexões, do que transita nessas conexões, nessas diversas conexões então, não tem uma forma tão definida se você olha de fora, porque, claro, a gente tem um desenho da periferia, dos squads, das tribos, das alianças, mas ao invés de ser uma forma muito bem definida de uma pirâmide, tipo as caixinhas com as ligações certinhas, comunicação aqui só sobe, aqui não tem comunicação lateral, você tem muito mais conexões e muito mais maleabilidade. Acho que a primeira coisa quando a gente declara uma estrutura em rede é uma estrutura muito mais maleável, vai mudar continuamente, para não ter nenhum tipo de predefinição, nenhum tipo de forma muito rígida.
M3: Uma palavra muito importante que o Schuster citou aí é conexão, que acho que o que define mais a nossa incrível rede é a capacidade, inclusive, de criar essas conexões, que se fizer o paralelo com uma estrutura tradicional, igual o Schuster falou, as linhas estão definidas então, se você quiser chegar a algum nó, você tem já os caminhos predefinidos e você tem que passar por aqueles pontos, eu acho que na visão que a gente tem de rede, as conexões podem ser criadas mediante a necessidade que elas sejam então, você reduz bastante a fricção para poder caminhar dentro dessa estrutura. Se um nó não se comunicava com o outro, mas em algum momento se tornou necessário, essa conexão é criada organicamente. Isso é uma coisa bem legal na DTI.
M: Exato, eu ia reforçar isso, isso aí permite a evolução, a rede, por não ser tão prescritiva, vai permitir aprendizado, adaptabilidade e a evolução então, a estrutura em rede vai evoluindo, criando conexões, extinguindo outras então, é muito interessante a gente ver isso acontecendo no dia a dia, na prática.
M3: Então, eu queria só, nesse assunto ainda, dar um exemplo que me veio à cabeça, é uma coisa recente, mesmo isso fazendo parte da nossa visão e fazendo parte do nosso dia a dia, com o nosso crescimento nos últimos anos, principalmente, a gente trouxe bastante talento do mercado e, em alguns momentos, é curioso porque não é trivial você navegar em uma rede porque, eu acho que, o mercado detém uma visão tradicionalista então, eu me pego de vez em quando, aconteceu anteontem, há pouco tempo, de eu estar no squad acompanhando e como eu faço parte da nossa estrutura centralizada, que é um dos nós dessa rede, não é tão claro, às vezes, para uma pessoa que não está tão letrada nessa ideia de uma rede sem limitações de conexão que alguns pontos da empresa possam ser alcançados sem nenhum tipo de fricção, sem nenhuma pompa e circunstância, me perguntou assim: “Mas então quando eu precisar, eu posso acessar a estrutura de operações centralizadas?”, “Isso é óbvio, só precisa você precisar, a conexão já foi criada, (inint) a conexão foi criada, pode acessar, não precisa passar por nenhuma hierarquia, ela não existe”.
M1: Isso é interessante porque (inint) fala sempre em top down, não por uma questão de ser politicamente correto, é para tentar mostrar que quem está na periferia está mais próximo do cliente, quem está no centro está tendo uma visão diferente, mas não tem essa posição. Está certo. Passamos dessa primeira parte da rede, uma coisa que a rede remete muito para mim, além dessa flexibilidade, de mais possibilidades de interação, de comunicação, ela mostra onde as coisas acontecem, a gente fala isso muito na DTI, tudo é abstração, a empresa é abstração, o que tem é gente fazendo as coisas acontecerem, gente conhecendo gente, gente se relacionando e gente mudando de comportamento pelo que observa na rede a qual ele está conectado. A gente coloca aqui, é uma rede de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado, por que a gente bota isso? Quando a gente fala que é uma visão porque a gente sabe que isso acontece com maior ou menor intensidade em vários lugares da empresa e a gente tem que ter essa luta contínua para fazer isso realmente ser verdadeiro então, aqui a gente declara bem os nossos valores, as pessoas estão colaborando, estão aprendendo continuamente, estão tendo oportunidade de exercer a sua criatividade, a sua maestria e tem uma coisa que a gente acha fundamental: as pessoas se cuidam, ou seja, você não está em um lugar implacável onde você é tratado como um recurso e o contexto sob o qual as coisas acontecem não importa. Eu sempre falei, todo mundo gosta de estar em um lugar onde você sabe que as pessoas cuidam de você, cuidar de você é diferente de mimar, mas cuidar é importante. Alguma coisa que vocês gostariam de acrescentar nessa parte desses quatro pilares de colaboração, aprendizado, criatividade e cuidado?
M2: Eu acho que a gente pode, talvez, começar a explorar um pouco cada uma dessas partes, por exemplo, essa característica de colaboração nossa é muito forte e a gente usa vários mecanismos para fazer com que isso aconteça, desde desses formatos de conexão que a gente falou da rede não serem formatos tão hard, que tenham que seguir uma hierarquia então, isso facilita bastante a colaboração, além dos exemplos diários que a gente tem em relação às lideranças e coisas desse tipo.
M1: Beleza, acho que a gente falou um pouquinho sobre colaboração, são pilares tão importantes, tão ricos, e como o Vinição colocou aí, você não consegue uma coisa dessas por uma ação única, o tanto de coisa que tem que ser feito, que a gente pretende fazer alguns episódios onde a gente traga experiências que a gente tem na empresa, não é nem a gente falando, é trazer experiências da empresa sobre como isso se manifesta no dia a dia, como eu comentei antes, o que importa é o que acontece no dia a dia para cada um, não importa se você criou uma caixinha em algum lugar, ou que você fale uma coisa, etc., o que importa é o que acontece. E aí a gente continua essa visão falando que é uma rede que potencializa a alavanca dos mais diferentes tipos de trajetórias para seus participantes, aqui, eu acho que a gente fala muito sobre isso no podcast, sobre a importância de ter uma trajetória, de ter como se fosse um plano de carreira ágil, queria que vocês comentassem sobre isso, por que essa estrutura em rede contribui tanto para potencializar esse tipo de trajetória?
M3: Tem uma coisa muito emblemática para mim, eu acho que a estrutura potencializa trajetórias principalmente, por conta dos pontos de contato, eu acho que pessoas estão sempre em contato com nós diferentes de frentes e especialidades então, a possibilidade (inint) coisas diferente, conceitos diferentes, especialidades diferentes e não à toa, a gente vê algumas mudanças de trajetórias super interessantes na DTI, tem as clássicas que seriam, vamos dizer assim, óbvias que é assim: um desenvolvedor que se transforma em um tech lead e eventualmente em um arquiteto, isso seria o mais óbvio, mas eu acho super curioso porque a gente tem desde designers que enveredaram um pouco para a trajetória de desenvolvimento em algum momento, designers que foram para uma trajetória de negócios, como PO, outras mais peculiares, pessoas do nosso RH foram para uma trajetória de gestão, Scrum Master, ou PO orientado a negócio então, realmente a gente percebe que a rede reduz todas as amarras, se você pensar assim: “Mas alguém que trabalhava com RH, com gestão de recrutamento, de repente começa a atuar como Scrum Master, como isso se dá?”, é difícil até de explicar, em algum momento o ponto de contato se fez, a conexão criou e isso fez sentido para aquela pessoa e a trajetória se fundiu.
M1: Interessante, porque tem aquela frase velha de que isso tudo é (inint) comportamento, e a verdade é que você estando em um lugar naturalmente mais flexível, isso te influencia diretamente no seu jeito de agir e aumenta a quantidade até de possíveis encontros, a palavra serendipidade, aqueles encontros fortuitos que podem mudar alguma coisa na sua vida então, o cara um dia está em uma guilda, no outro dia ele está tendo contato no (check), ou ele então está em um learning loop de um livro, e a partir daquele learning loop dá um estalo nele ali e ele muda a trajetória, mas pensando no que eu falei no começo, como é importante ter isso como um símbolo na empresa, a gente declara isso aqui porque isso para a gente é uma das coisas mais importantes como símbolo da auto-organização, da mesma forma que a gente acredita no ágil, a gente acredita que a gente tem que ter um ambiente que fomente que as pessoas possam descobrir suas trajetórias e dentro desse ambiente, testar se é isso que elas querem mesmo e, se for, seguir esse caminho, se não for, mudar esse caminho. É muito compatível com a forma que a gente enxerga o mundo em geral, certo, Vinição?
M2: Está tão certo que eu falei falar quase que exatamente isso, só complementar, eu ia falar exatamente isso que o Schuster falou, sou até meio suspeito para falar porque eu fico até meio preocupado de eu estar acreditando nisso mais do que eu deveria, que a gente sempre se questiona muito, não é, Schuster, quando você começa a acreditar demais em uma coisa, você fala assim: “Deixa eu ver outros modelos mentais aqui”, mas o que eu acho que é fantástico nessa incrível rede, que seria a DTI, a gente tem essa visão de ser cada vez mais incrível, é exatamente uma emulação que é razoavelmente próxima da vida como ela é, a vida com ela é não tem tanto (inint), desenvolvedor não sei o que um, a vida não é tão bem definida assim, de repente…
M1: Uma falsa ordem.
M2: … é, não tem essa ordem toda, de repente brota um novo tag, um novo nome para determinada coisa que alguém faz, se você for analisar, inclusive, os próprios nomes da área de software são extremamente recentes e são copiados de outras áreas, engenheiro de software, arquiteto de software, uma coisa copiada simplesmente porque não tinha nome para isso, de repente agora tem e cada vez tem mais nomes, o Schuster sempre brinca que antigamente ele fazia tudo, ele era engenheiro de dados, agora tem nome para essas coisas todas e a gente acha que a gente dá mais oportunidade para todo mundo, a gente é mais criativo e a gente é mais efetivo na rede como um todo se a gente tem certo nível de ambiguidade em relação a essas coisas para dar um grau de liberdade para que as coisas aconteçam, e que as pessoas também não fiquem tão aprisionadas em uma caixinha que seria aquela profissão, aquela carreira dele. Às vezes eu fico um pouco triste porque vira e mexe você vê uma experiência que alguém fala “Mas eu queria estar em um lugar que fosse mais ordenado”, é claro que tem perfis de pessoas que demandam um mundo um pouco mais ordenado, mas eu acredito que no geral, se você tiver uma estratégia de comunicar isso bem e também não deixar isso ir para um caminho caótico da coisa, onde você não tem alguns atratores para auto-organização de trajetória, se você conseguir fazer isso bem, comunicar isso bem, eu acredito que a gente tenha um caminho, igual o Schuster falou no início de um jeito mais direto, como se fosse um plano de carreira ágil.
M: O principal objetivo é permitir de maneira organizada que as pessoas busquem o que desejam, e o fato de permitir que as pessoas experimentem e busquem mentorias e, fomentar isso gera mais um aprendizado nessa rede e essa busca das pessoas se desenvolverem no que elas gostam mais, no que tem mais afinidade, é algo muito positivo, tanto para a empresa quando para a pessoa em si então, é realmente um ganha-ganha aí muito interessante.
M1: Beleza. Indo para o próximo item, só lembrando sempre, acho super importante o vínculo que a gente quer fazer aqui com aquilo que eu falei na introdução desse episódio, a gente quer ter uma estrutura orgânica, uma estrutura livre, nós estamos falando disso, nós temos que criar vários símbolos que deixem claro onde a gente quer chegar, é uma declaração explícita, não prescritiva, mas explícita de onde a gente quer chegar, que seja inspiradora, e ao mesmo tempo gere ação para você saber o que é importante, onde a gente vai chegar aqui. A próxima coisa muito importante para a gente aqui é uma rede capaz de mobilizar rapidamente as suas capacidades distribuídas para atender necessidades locais, isso aqui eu acho super importante porque é uma declaração que a gente faz para a gente mesmo de que o que a gente provê para os nossos clientes é uma geração de valor que vem da rede como um todo, uma das coisas poderosas que uma rede tem é justamente isso, “Poxa, eu preciso de um conhecimento específico de uma determinada coisa, eu tenho ali a rede e como é uma rede de colaboração, eu consigo acionar localmente, consigo gerar mais valor ali naquele local e consigo mudar o jogo naquele local”. Eu acho que isso é uma das coisas mais poderosas de uma rede que seja realmente bem conectada e que aqueles valores de colaboração, etc., estejam realmente acontecendo porque aí você consegue fazer com que esses conhecimentos não fiquem dentro de fields e que sejam acionados quando eles são necessários, e causa inclusive o enriquecimento de todo mundo porque todo mundo está sempre se sorvendo de mais conhecimento, por isso que a rede é uma rede de aprendizado também. Quem quer comentar?
M2: É interessante, Schuster, porque até a própria visão tem gerado algumas influências, por exemplo, em mim, até para a gente ir sofisticando cada vez mais a forma de fazer esse tipo de mobilização, igual o que a gente está falando, não é porque a gente não tem prescrição, não é porque a gente não tem algumas coisas mais bem definidas que a gente não pode ter alguns atratores que são mais fáceis de imaginar como fazer determinada coisa então, eu cada vez mais acredito em ter um conjunto abstrato de coisas, visões, pilares, princípios, algumas coisas assim, e ter o que a gente tem chamado cada vez mais da DTI de arsenal, que seria uma coleção de como executar determinadas coisas, isso vai fazendo com que a gente consiga acionar um pouco mais rapidamente determinadas coisas, por exemplo, a gente tem na parte de operações centralizadas, uma série de ritos e de itens de arsenal …
M1: Vinição, desculpa, só um negócio, já aproveita e emenda. Isso que você está falando também tem muito a ver exatamente com a próxima linha, que a gente fala que é uma rede de estruturas auto-organizadas coerentes com o todo, mas com espaço para experimentação.
M2: … então, a gente tem um conjunto de estruturas, de práticas que a gente tem chamado cada vez mais de arsenal, de forma que a gente consiga ter alguma orientação mínima para as pessoas de que já teve experiências passadas que foram bem-sucedidas e aí o ser humano está no meio ali, os times estão no meio ali para juntar esses pilares e princípios com esse arsenal e decidir qual a melhor ferramenta naquela situação. Cada vez mais, eu venho percebendo que a gente vem (inint) na nossa estrutura para fomentar, o próprio movimento de criação, por exemplo, das alianças foi super importante nesse sentido, exatamente nesse item da visão, de ter estruturas que orientam mais a mobilização. Vou dar uns exemplos para não ficar uma coisa muito abstrata, mas se você tem uma situação de crise, por exemplo, na estrutura que a gente estava antes que era basicamente de tribos, não tinha essa estrutura de aliança, você precisava de uma coordenação um pouco mais forte e centralizada para fazer com que determinadas coisas acontecessem, agora, com a estrutura de aliança, determinadas estruturas das alianças, dos chapters, já conseguem perceber mais rapidamente que uma ajuda é necessária, de ser mobilizada nesse sentido. Isso tem muito a ver com o próximo item da nossa visão que é uma rede estrutural auto-organizada coerente com o todo, mas com espaço para experimentação então, vários ritos da DTI ainda são totalmente orientados as tribos, por exemplo, que são estruturas até pequenas hoje em dia no nosso todo, as tribos ainda têm muita autonomia, muito espaço para experimentação, mas tem uma série de ferramentas, de outras estruturas que facilitam e fazem com que haja mais coerência no todo.
M1: Continuando aqui, a gente também declara isso: uma rede que não teme incerteza e mudança, ao contrário, se fortalece com elas. Isso é uma declaração que a gente faz, justamente porque a gente quer mostrar para todo mundo aquilo que a gente fala para o cliente o tempo todo. A gente vive em um mundo, seja VUCA, seja BANI, a sigla que estiver na moda, o fato é que elas são muito reais ao refletirem o mundo, que é um mundo de muita incerteza então, é muito importante, isso estar na visão significa que a gente tem que o tempo todo ter atitudes e condutas que nos levem a lidar bem com isso.
M2: Schuster, isso aí é praticamente a definição de anti-fragilidade, eu gosto muito dessa frase exatamente por isso, e eu sou muito conhecido por ser um gerador de, igual o Nassim Taleb fala, pequenos incêndios que evitam grandes incêndios nas tribos, exatamente por provocar algumas mini crises que, na verdade, fortalecem muito a nossa operação e que muitas vezes a gente observa no mercado que é o comportamento que muitas empresas seguem ao contrário, elas ficam tentando buscar uma estabilidade o tempo todo e começam a gostar demais daquela estabilidade ali, o que gera um potencial de um grande incêndio mais para a frente.
M1: Para quem não conhece, tem esse caso famoso nas florestas, os caras estavam impedindo as queimadas, você faz o terreno ficar mais denso, e de repente aumenta a permeabilidade para o incêndio, pega o incêndio, ele espalha de uma forma avassaladora na floresta inteira, o Vinição é muito bom em promover esses pequenos incêndios.
M3: Esse aspecto para mim é até um pouco complicado comentá-lo porque eu geralmente, sou a força que puxa para o outro lado, o Vinição sempre foi muito forte, realmente, em tentar promover a anti-fragilidade através da criação de algumas pequenas crises para que o time de fortaleça e quando o time está já no maior incêndio, o momento anterior não foi possível, eu entro puxando para o outro lado, tentando criar mais um estado de estabilidade, mas de toda forma eu acredito realmente, igual o Vinição falou, que é uma cultura muito importante de fato, que a gente não tenha medo de estar pisando no incerto, porque só assim a gente vai conseguir realmente atingir os outros patamares da nossa visão, é um aprendizado contínuo, a melhoria, a experimentação, isso é pautado pela agilidade em si.
M1: Isso, na prática, para quem está nos ouvindo, significa muito fortemente que a gente fomenta que os times estejam sempre preparados para lidar com esse tipo de adversidade porque o mundo é assim, igual o Vinição falou anteriormente, é claro que tem que ter um equilíbrio contínuo entre forças estabilizadoras e essas forças aí que são desestabilizadoras, mas que permitem que a gente reaja e se fortaleça. Isso aí tem um vínculo muito forte com o que a gente fala muito aqui de que o jogo é infinito, uma coisa que a gente tenta sempre mostrar, a gente tenta criar operações que sejam sustentáveis em longo prazo então, você não está vencendo um jogo finito, hoje em dia, na medida em que as empresas se apoiam em artigos digitais durante anos e anos e anos e tem que melhorar aqueles artigos o tempo todo, e a nossa missão é ajudar nisso, você não está ganhando um jogo de seis meses onde você pode botar uma estrutura ali que funciona exatamente para aquilo, você contata exatamente as pessoas que precisa, você bota ali porque aquelas pessoas vão querer sucessão, vão querer outros desafios, vão querer mudar porque o mundo agora é assim. O que nós estamos declarando agora é o seguinte: o mundo é assim então, nós temos que saber criar operações sustentáveis que tenham essa estabilidade operacional, que o Felipão apontou, mas que ao mesmo tempo estejam preparadas para jogar esse jogo infinito, eu acho que isso é tão importante porque, a gente tem pensamentos muito de curto prazo, mas o problema não é de curto prazo, o problema é de longo prazo e a solução então tem que ser de longo prazo.
M3: Eu acabei de comentar dizendo que geralmente eu procuro puxar para o lado da força estabilizadora operacional, mas eu sempre tento pautar a minha participação aqui no podcast exemplificando como eu vivo no dia a dia e me veio uma memória recente que durante uma daily com o squad, quando eu venho com o discurso de a gente estabilizar a operação, de tentar não engessar a forma, mas entender dado o contexto do squad, o que traria uma maior estabilidade operacional para aquele time, eu acho super legal porque o time, geralmente, compra essa ideia, começa a seguir um determinado formato, uma determinada forma de operação sente que a estabilidade chegou e isso traz um acalento muito grande para o squad, só que a incerteza está sempre ali, as mudanças estão sempre batendo na porta, nesse exemplo que eu queria citar a gente estava em véspera de fazer um (planning) e mudou tudo, o time falou assim: “Espera aí, não podemos mudar porque a gente tem que ser agora a estabilidade operacional que a gente alcançou”, eu falei assim: “Pois é, gente, não. Não porque a necessidade mudou de forma genuína, nós temos que aceitar essa mudança sim”, o pessoal ficou assim: “Felipão, mas você chegou aqui, colocou a bola no chão, algumas coisas você até enrijeceu um pouquinho para a gente conseguir sair da lama e agora pode mudar?”, eu falei: “Pois é, gente, porque é ambíguo para caramba, inclusive, vai ter uma situação que vai acontecer daqui a algumas semanas”, projetando, “que a resposta vai ser não, nesse nós não vamos mudar tudo então, de vez em quando nós vamos abraçar a mudança, se a origem, a razão pela qual ela está sendo proposta é genuína, ela busca realmente o valor do cliente”, então, é um trabalho que é de fato muito ambíguo e, mesmo nesse papel de buscar uma estabilidade operacional, de vez em quando sou surpreendido por essa ambiguidade e tenho que tomar uma decisão que é contra o meu modus operandi natural.
M1: A gente já falou sobre isso no passado é quase um problema existencial. Um dos motivos de ser difícil praticar o agilismo é isso porque você não consegue se apegar a uma regra fixa e seguir, você tem que estar sempre refletindo porque o contexto é muito importante. Avançando aqui. Uma rede que se estende para dentro de nossos clientes e nos torna naturalmente centrados em suas necessidades. Isso aqui, gente, eu acho super legal porque é uma declaração muito forte de que a gente quer ser customer centric, uma coisa que a gente fala muito no podcast, como é importante ser customer centric e quando a gente fala que a rede se estende, existe uma mensagem aqui que a gente quer borrar essas fronteiras entre a gente e os nossos clientes, a gente quer ganhar mais conexões entre a gente, os nossos times, etc., justamente para que essa nossa estrutura que é orgânica comece a influenciar e ficar orgânica junto com a estrutura do cliente, aí você começa a ter estruturas mais adaptativas dos dois lados.
M2: Realmente a gente foi criando, talvez até pela característica dos sócios que foram puxando a operação, já tem um DNA muito forte de prestação de serviço então, a gente sabe muito bem a quase se acoplar na estrutura do cliente e realmente quase que seguir por osmose o que seria o propósito dele misturado com o nosso propósito de maestria nos quesitos de agilidade, engenharia, produtos digitais e afins. Algo que a gente traz de diferencial muito grande que tem a ver com os outros itens que a gente falou, mas misturado com esse daqui, é que a gente traz uma riqueza de diversidade absurda para o cliente, nisso eu estou muito influenciado pelas minhas leituras recentes, Social Physics, um livro muito interessante, (inint) assim: a criatividade vem de redes conectadas dos mais variados elementos, se você tem uma rede que tem poucas conexões externas, você tem uma rede que normalmente não é muito criativa então, a DTI pela sua própria estrutura é naturalmente muito criativa, ela tem estímulos das mais diversas tecnologias, contextos, situações, propósitos de negócios e isso pode servir como um benefício enorme para quem está conectado nela, como, por exemplo, os nossos clientes.
M1: Vou te falar, também tenho estudado muito sobre rede, os fenômenos são muito explicados pelo que acontece na rede, muito mais do que a gente tentando achar uma causa, às vezes, uma relação de causa e efeito simplista, a gente pode até fazer um episódio só sobre isso, é muito interessante, a gente fala muito disso aqui porque tudo isso vai moldando o modelo mental de como você vê o mundo e consequentemente, como você se organiza para lidar com aquele mundo então, você começa a entender que eu não vou ter criatividade suficiente sozinho para saber o que fazer, mas uma rede poderosa vai, você começa a trabalhar para habilitar aquela rede, e o seu papel como líder é habilitar aquela rede, só que as histórias que a gente adora ouvir é dos gênios, Steve Jobs criou o iPhone, claro que ele não criou o iPhone, imagina o que envolveu a criação disso tudo, mas é muito legal ouvir uma história dessa e imaginar o fodão ali criando.
M2: É claro que o Einstein não inventou a teoria da relatividade por um estalo ali.
M1: É o conhecimento de toda uma era, de tanta interação, de tanto trabalho científico, de repente o cara sintetiza muito bem aquilo, e até por uma questão de redes, ele fica famoso, talvez ele fique famoso porque ele botou a língua para fora, vai ter gente que vai ficar horrorizado, mas sabe-se lá o que deixou ele mais famoso. Enfim, viagens à parte, voltemos aqui para ir finalizando. Uma rede que, o Vinícius acabou falando um pouquinho sobre isso, tem contato com as mais variadas tecnologias e experiências que são usadas como provocações e estímulos em contextos diferentes, eu acho isso muito importante nessa nossa visão que é uma declaração de que a gente é agnóstico, do ponto de vista de tecnologia, acho que já deu para perceber que eu o Vinição gostamos de exercer o desapego, o próprio Vinição já estava querendo desapegar dos métodos ágeis há um tempo, (inint) de alguma forma. A gente pensa muito nisso, (inint) tecnologia está a serviço do negócio e continua sendo assim, a tecnologia tem que ser um habilitador, acho que isso aqui nem demanda muito comentário adicional. E a gente finaliza aqui falando isso, que nós não temos uma forma específica, não temos prescrições, mas quem faz parte da nossa rede nos reconhece, sente, somos true agile, somo DTI, que é a vontade dessa visão ficar inspiradora. (inint) fecha a nossa visão, queria só fazer um fechamento aqui, gente , a gente fala aqui muito sobre transformação organizacional, eu espero que a gente tenha conseguido passar para o pessoal como é importante você, de alguma forma, criar também símbolos que sirvam de referência para as pessoas, eu acho que é vital quem está ouvindo aqui entender que obviamente esses símbolos são importantes, mas mais importante do que tudo isso é a coerência com aquilo e que aquilo esteja acontecendo na prática, não é porque alguém cria uma visão que ele vira aquilo, a gente não tem nenhuma pretensão com essa nossa visão, essa visão é uma declaração e um convite para que todo mundo da empresa no ajude a alcançar essa visão. Algum comentário adicional, galera?
M3: Eu acho que uma declaração mais explícita disso pode virar um atrator muito interessante para a gente, agora reforçando a minha influência que eu falei antes, a gente utilizar todo o arsenal do estudo de redes, nas redes sociais, ferramentas…
M1: Só explica o que é um atrator, você já mencionou atrator várias vezes.
M3: São elementos, estruturas ou princípio e coisas do tipo que fazem com que um determinado comportamento acabe acontecendo mesmo sem você ter feito aquilo ali de uma forma tão ordenadinha, tão prescritiva então, se você cria um símbolo que faz com que as pessoas, por exemplo, naturalmente criem tribos quando é necessário criar tribos, elas vão acabar criando tribos. Não sei se esse foi o melhor exemplo, mas se vocês conseguiram imaginar.
M1: Eu só acho interessante porque quando fala em atrator, é muito mais ima influência que vai causar uma movimentação daquilo porque você sabe que manter uma relação de causa e efeito tão direta, se eu quero fazer tal coisa, eu não tenho uma ação que me faz ter aquela coisa imediatamente então, começa a criar estímulos no ambiente que vão me levar aquilo e vão me permitir aprender no caminho se eu estou chegando ali, e a visão é uma dessas coisas, é uma visão atrator, ela declara esses princípios nossos, ela serve de inspiração para todo mundo, para a gente poder chegar aonde a gente quer chegar. Certo, Felipão?
M3: Certíssimo. Concluindo, depois de termos passado por toda a nossa visão, eu acredito de verdade que ela é um norteador e tem que ter coerência, igual você citou, eu acho que ela talvez trace uma visão baseada em toda a nossa experiência, em todo o tempo em que a DTI existe, baseada muito em estatística, em o que a gente aprendeu nesse tempo e, acredito pela minha proximidade com o negócio, minha proximidade com a operação que traduzir essa visão em ação, em ações mirando esse estado da arte, talvez, que a visão projeta pode acontecer com maior ou menor velocidade dependendo do terreno que a gente está trilhando junto com o cliente, mas o fato é que é muito importante a gente externalizar essa visão porque ela é que vai ser a nossa crença para que a gente se apegue a ela e possa de fato transformar os terrenos que a gente está trilhando junto com o cliente. Como eu disse: alguns casos com maior ou menor velocidade, mas é o que pauta a nossa colaboração, a transformação dos nossos clientes que é o mais importante.
M1: É isso, pessoal. Um abraço.
M: Até a próxima, pessoal.
M1: Até o próximo episódio.
M2: Até o próximo episódio, valeu, pessoal.
M3: Valeu, pessoal, grande abraço.