PARTICIPANTES
Vozes masculinas identificadas: M1, M2
Vozes masculinas não identificadas: M
TEMPO DE GRAVAÇÃO
41 minutos e 42 segundos
MODALIDADE DE TRANSCRIÇÃO
Padrão
LEGENDA
… → pausa ou interrupção.
(inint) → palavra ou trecho ininteligível.
(palavra) → incerteza da palavra transcrita / ouvida.
____________________________________________________________
(INÍCIO)
[00:00:00]
M: O analfabeto do século XXI, não será aquele que não sabe ler e escrever, mas todo aquele que não souber aprender a desaprender.
M1: Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio dos Agilistas. Hoje, nós estamos com um tema aqui muito interessante. A gente fala muito de como as empresas tem que se organizar, como elas tem que mudar a cultura para poder enfrentar essa nova economia, esses novos tempos, mas, é óbvio, a empresa é formada de pessoas e a gente pode, imediatamente, em seguida, fazer o quê? Mas esse novo profissional, esse profissional que lida com essa nova economia, o que que ele tem que fazer nesses novos tempos? Obviamente que se a empresa vai mudar, vai ser fruto de uma mudança que vai acontecer nas pessoas e, para trazer esse assunto, a gente trouxe um especialista nesse assunto, que vai se apresentar agora, que é o Endel Favarim, tudo bem Endel?
M2: Prazerzaço estar aqui com vocês, muito obrigado pelo convite. Estou
super a disposição e super empolgado para falar sobre essa temática que
eu gosto tanto.
M1: Então, Endel, conta um pouquinho sobre o seu background, para o
pessoal te conhecer melhor?
M2: Claro, maravilha. Bom, meu nome é Endel, como você já muito bem
me apresentou. Sou cofundador da escola Conquer. A Conquer é uma
escola de negócios da nova economia que nasceu para revolucionar a
educação. A gente nasceu justamente da nossa insatisfação com o ensino
tradicional por não preparar o profissional para a realidade do mercado de
trabalho, por não preparar o profissional para a nova economia e, assim, a
gente nasceu um pouco na contramão do ensino tradicional e a gente tem
aqui alguns cursos desde formações, especializações, cursos gravados que
ensinam de uma forma diferente como também ensinam habilidades da
nova economia. São habilidades que todo profissional deveria ter
aprendido, mas não aprendeu.
M1: O que seria essa forma diferente?
M2: Legal. A gente tem três pilares principais que fazem a Conquer ser a
Conquer. Eu diria que é o conteúdo direto ao ponto, sem enrolação,
contextualizado com o mercado de trabalho que o aluno aprende um dia e
já sai aplicando. O segundo pilar são os professores, professores de
mercado que vivem de dia o que ensinam na Conquer e o terceiro pilar,
metodologia, eu diria que a melhor forma de explicar o que que é a
metodologia Conquer é com base nos feedbacks dos nossos alunos que eles
dizem que aqui na Conquer ninguém precisa tomar café para assistir uma
aula. Então essa é a nossa maneira, esse é o nosso mantra e eu acredito
muito que é isso que fez a gente crescer tanto em tão pouco tempo. São
mais de quatro anos de vida e mais de um milhão de alunos impactados,
não só no Brasil, mas em todo mundo e as principais empresas, também,
atendidas através dos nossos cursos e treinamentos. A gente tem muito
orgulho do impacto, do boca a boca da avaliação da Conquer.
M1: Interessante, ou seja, é uma tentativa. A coisa mais comum quando a
gente sai da faculdade é falar que está muito longe da prática, que está
desvinculado da realidade do mercado. É uma tentativa, realmente, de
aproximar e a pessoa sentir que aquilo a evolui na carreira, que ela já
consegue pegar aquele conhecimento e usar no dia a dia.
M2: Totalmente. Totalmente. Foi justamente esse gap que vocês falaram
que a gente nasceu para preencher, essa não preparação. O ensino
tradicional se propõe a preparar o profissional para a realidade do mercado,
para a vida, enquanto a gente tem empresas que dizem que os profissionais
não estão preparados, então a gente preenche esse gap trazendo o
profissional para a realidade do mercado, preparando ele para os desafios
do dia a dia e fazendo toda a diferença no crescimento profissional, no
crescimento da carreira dele. A gente tem muito orgulho. Inclusive, a gente
tem um aplicativo, uma curiosidade, em toda aula a gente tem um
aplicativo no modelo Uber, no modelo Airbnb. Não é o professor que avalia
o aluno. É o aluno que avalia o professor de forma 100% anônima e nossa
avaliação média é 9.7. É realmente muito alta. Tem toda uma metodologia,
uma experiência focada no nosso cliente, no nosso aluno e isso que faz toda
a diferença no final do dia para que a gente tenha todo esse crescimento
da escola, apesar de quatro anos de vida.
M1: Vou te falar, viu, cara, é um desafio porque, hoje em dia, com tanto
conteúdo que existe, o professor tem que realmente, o cara tem que ser
bom porque as pessoas são impacientes e tem muitas opções de conteúdo.
Então, se a pessoa não se virar, for criativo e não souber prender a atenção
e sei lá, ter desafios, o negócio é difícil mesmo.
M2: Totalmente. O ensino, o grande problema que eu diria do ensino
tradicional é que ele não foi criado ou é desenvolvido pensando no cliente,
no aluno, na realidade dele, na realidade digital dele, na realidade que as
coisas estão mudando tudo muito rápido e eu diria que esse é o grande
diferencial. Tudo que a gente construiu, a gente não construiu para o aluno,
a gente construiu com o aluno. É com o cliente, com o aluno no centro que
é um dos pilares da inovação. Isso que fez toda a diferença e, para você ter
uma ideia porque tem muitas escolas por aí, mas em 2020 a Conquer foi
uma das 100 marcas mais lembradas pelos brasileiros no ano de 2020. E
dessas 100 marcas lembradas pelos brasileiros, a gente foi a única marca de
educação a entrar para essa lista e a marca mais jovem, na época a gente
tinha dois anos e meio de vida e duas posições atrás da Apple. Então é isso,
é uma metodologia tão forte, tão focada na experiência do aluno,
procurando o real aprendizado dele que faz a gente ter esse boca a boca e
faz as pessoas quererem e sonharem estudar aqui com a gente, aqui na
Conquer. Isso é muito especial.
M1: Interessante, Endel, porque essas palavras suas já conecta com o
próximo assunto que seria essa nova economia. Eu acho interessante
porque você acabou de mostrar muito claramente que vocês vivem o que,
provavelmente, vocês pregam para a nova economia porque (inint)
[00:05:41]. A necessidade de pensar na experiência é parte integrante da
nova economia e educação é curioso. É muito isso que você fala. Você tem
um professor que ele pensa, eu sou um, eu sei muito isso e, aí, é o
suficiente. O pessoal do profissional já pensa assim, eu sei isso e pronto.
Não é assim, vem aqui absorver o conhecimento.
M2: Exatamente.
M1: Eu sou foda, tipo.
M2: Não, exatamente. Eu cito um exemplo que quem nunca estudou numa
faculdade, numa pós-graduação, tinha, caiu com um professor,
infelizmente, ruim, sem didática que até virava tiração de sarro. Poxa, você
caiu na turma tal, com professor tal, e a gente ficava tão amarrado que a
gente ficava seis meses há um ano, ou até mesmo dois anos, sei lá, três
semestres com aquele professor naquela matéria e se a gente fosse na
diretoria reclamar ou pedir para alterar de turma, a gente jamais seria ou
jamais é ouvido. Você caiu, caiu e ponto final e isso é muito triste porque a
educação, ela tem que ser focada no cliente como todo negócio inovador.
Todo negócio inovador, que está despontando, seja qual for o segmento,
seja de hotelaria, seja de locomoção, enfim, todas as startups, fintechs,
todas as startups que a gente vê despontando são startups que nasceram e
desenvolvem todo o seu negócio com o cliente no centro e é muito triste
ver o ensino tradicional desprezando, literalmente, o cliente, na prática
mesmo, o cliente, o seu consumidor. E a Conquer nasceu para ir na
contramão mesmo, desde o primeiro momento, desde a primeira aula
quando a gente não tinha o aplicativo, hoje a gente tem o aplicativo que é
o Rocket que a gente chama. Aliás, até uma curiosidade, Rocket é foguete
em inglês e por que a gente chamou de Rocket o nosso aplicativo de
avaliação? Porque o foguete muda de direção, ele ajusta a sua rota a cada
2.3 segundos e o objetivo de ouvir o consumidor é para, o tempo todo,
constantemente, estar ajustando o que é necessário para que o aluno tenha
a melhor experiência possível. Então, o aluno está no nosso centro. Então,
esse aplicativo, esse modelo que a gente tem que no início era papel, que a
gente fazia uma avaliação simples via papel, mas desde o day one da
Conquer, desde o primeiro momento da Conquer o cliente, o nosso
consumidor é ouvido. Sempre foi ouvido e por isso os nossos índices de
avaliação aqui da Conquer, o nosso boca a boca são tão grandes e a gente
cresceu tanto, não só com as pessoas, vindo até as nossas formações,
especializações, aos nossos cursos gravados, mas também as empresas.
Hoje, a gente atende as 300 principais empresas do país e do mundo. A
gente atende desde Ambev, Google, Stone, Loreal, os principais bancos do
país, enfim, as principais empresas startups do país a gente atende levando
os nossos treinamentos porque a gente realmente faz a diferença. A gente
realmente leva, não só conhecimento, que é informação disponível como
você falou no início, mas acima do conhecimento, a gente procura levar o
aprendizado que é o conhecimento colocado em prática, que realmente
impacta, transforma vidas, carreiras e traz resultado para o mundo.
M1: Bacana de mais. É interessante, não é, cara? Porque todo negócio,
acaba que vai se curvando ao consumidor, é quase que inexorável. Eu ainda
vejo presente, os médicos ainda vão virar essa ficha um dia. Médico que
ainda pouco (inint) digamos assim. Tem uma posição de
especialista ali. É claro que eu entendo, existe um contínuo ali, mas o
médico ainda é muito assim, você marca uma consulta ali, nem o seu
horário você consegue, normalmente, você não consegue garantir nem o
horário que você vai chegar. O médico tem esse, na cabeça dele, você está
lá você pode esperar por ele, ele não liga muito para isso. E aí, então,
pensando assim, em torno desse mundo mais customer centered onde a
experiência é vital, onde a empresa tem que ser extremamente adaptativa
como você comentou. Achei muito legal essa metáfora do foguete que você
tem, não pode ter sossego, tem que ajustar a rota o tempo todo. Não pode
dar nada por certo. É claro que isso aí traz, como a gente falou aqui na
introdução, traz mudança no profissional, como que ele passa a se
enxergar, como é que ele passa a enxergar a carreira dele, como é que ele
se enxerga nesse novo mundo. Quais são esses princípios que vocês
colocariam? Quais são os principais princípios que mudam esse
posicionamento, desse profissional, nessa nova economia.
M2: Legal, ótima pergunta. Eu diria que são três princípios ou três pilares
desse profissional dessa nova economia. Eu não vou dar spoiler do segundo
e terceiro, a gente só entra no primeiro para o pessoal ficar aqui com a
gente até o final, mas eu digo que o primeiro, ele vem do contexto que a
gente está vivendo hoje. O que eu gosto de trazer de paralelo? A gente vive
esse mundo VULCA, volátil, incerto, complexo e ágil. A gente já ouvi várias
vezes essa expressão. Inclusive, tem novas expressões para dizer a mesma
coisa sobre o mundo volátil, incerto, complexo e ágil que a gente está
vivendo, mas eu gosto de trazer um paralelo até correlacionado à educação
que a gente aprendeu, que a gente foi educado pela lógica industrial e a
gente vive, hoje, a lógica digital e porque é perigoso, porque é curioso essa
lógica industrial versus a lógica digital? Porque o nosso mundo é dividido
em três grandes eras, a era agrícola, depois veio a era industrial e, por fim
a era digital ou era da informação, era da tecnologia que a gente está
vivendo e o grande perigo disso, dessa divisão Szuster é porque a gente só
teve dois grandes momentos da história da humanidade que a gente viveu
esses períodos de transição. Então teve um período que viveu a transição
da era agrícola para a era industrial e o segundo momento de transição que
é o momento que a gente está vivendo e, por isso, todo o cuidado que a
gente precisa ter é porque, hoje, a gente vive a transição da era industrial
para a era digital. Aliás, a gente está muito mais na era digital do que na era
industrial, inclusive, e por que o perigo e por que a tensão? Porque a gente
foi educado, como eu falei, na era industrial, porque as escolas e a
educação, no modelo que a gente vive até hoje, elas nasceram para
alimentar esse sistema da era industrial, da lógica industrial, então a gente
via essa lógica industrial com algumas características que a gente via nas
escolas, a gente via nas indústrias que é aquela característica da
linearidade, repetitivo, segmentado e previsível. Toda educação nossa
seguia essa mesma lógica. O problema é que a gente vive, na prática, a era
digital. Ou seja, a gente aprendeu por uma lógica, mas vive uma outra era,
uma outra lógica, a era digital que não é nada linear, que é multidisciplinar,
que é extremamente conectado e, também, exponencialmente
imprevisível. Ou seja, não tem nada da previsibilidade da lógica industrial
que remete aquele processo fabril. Então, a gente vive um mundo de muitas
incertezas, de muitos desafios, um mundo volátil, é o mundo que tudo
muda muito rápido. As empresas estão tendo que se adaptar e mudar
muito rápido. Inclusive, tem uma pesquisa da Fortune 500, uma pesquisa,
um relatório, de uma revista que é a Fortune 500 que ela sempre emite as
principais empresas, as maiores empresas americanas e é bem interessante
essa pesquisa, Szuster, que ela demonstrou que as 500 maiores empresas,
ou seja, superpotências globais, que as 500 maiores empresas que foram
listadas por essa revista no ano de 1955, 70% delas já não existem mais.
M1: Mudou tudo, não é?
M2: Mudou tudo, e das que foram listadas no ano 2000, ou seja, super
recente, vinte e poucos anos atrás, 30% dessas empresas, dessas 500
maiores empresas do mundo, eu estou falando das superpotências.
M1: E as novas a gente nem sabem quais são. É aquela história. Está
aparecendo agora.
M2: Totalmente, então assim, um terço praticamente já não existe mais. É
muito sério o quanto o mundo tem mudado e quanto as coisas tem mudado
e a importância do profissional se tornar um profissional adaptável. Um
profissional que está disposto a aprender, a reaprender. Inclusive, tem uma
frase do Alvin Toffler que é um futurista americano que diz que o analfabeto
do século XXI não será aquele que não sabe ler e escrever, mas todo aquele
que não souber aprender a desaprender porque o mundo que a gente vive
hoje, exige essa adaptabilidade. Então, se eu pudesse dizer a primeira,
assim, o primeiro pilar, a primeira característica do profissional da nova
economia, sem sobra de dúvidas, é a adaptabilidade. Se o profissional não
estiver antenado à essas mudanças, ele não vai se tornar um profissional
competitivo. Ele não vai conseguir ser um profissional que se destaca e,
inclusive, o segundo pilar, o segundo princípio do profissional da nova
economia está completamente conectado com esse primeiro que é a
adaptabilidade, eu diria que é um pouco do remédio para a gente se tornar
um profissional adaptável, mas, enfim, não vou dar spoilers ainda. Szuster
se você tem alguma curiosidade
M1: Não, eu achei muito interessante isso que você falou da transição. É
um período desafiador, eu nunca tinha pensado por esse ponto de vista,
mas, assim, você pega um cara que nasceu em uma era e joga na outra. O
mundo já mudou, mas o cara não mudou ainda porque, daqui há alguns
anos, isso vai estar superado e as pessoas já vão ter sido criadas, assim, não
vão nem entender. Mas como assim, você não era, eu achava que você teria
um futuro em uma empresa e que as coisas iriam mudar e não sei o que,
mas, a gente que está nesse período de transição, realmente é interessante,
mas, assim, o ser adaptável. O que significa, na prática, o ser adaptável? É
essa capacidade de aprender continuamente, mas como é que um cara, de
forma prática, faz para lidar com isso? Porque o que a gente percebe,
pensando nessa questão de transição que você disse, as pessoas têm muito
medo dessa questão de desaprender porque a pessoa gosta de operar na
zona de conforto. Eu acho que uma coisa marcante dessas eras é muito isso.
Eu falo para o pessoal, eu lembro, eu tenho 47 anos, eu lembro, e eu até,
curiosamente, eu sou bem adaptado à essa nova era. Eu fico brincando. Eu
sou meio, por natureza, despreocupado e vivo muito o presente, gosto
muito de estudar então eu diria que sou bem adaptado, mas eu falo isso
muito na DTI. Eu lembro, claramente, da minha época, as pessoas sabiam
alguma coisa e ao saberem aquilo, por si só, era o suficiente para mantê-las
bem. Então imagina, eu desenvolvia software. O cara que sabia um detalhe,
uma picuinha ali, era o rei, sabe? Por quê? Porque não tinha internet. Se o
cara sabia aquilo ali. E hoje, aquilo ali se esvai muito rápido, entendeu?
Então, o que, na prática.
M2: Bem interessante o que você falou. Deixa eu só trazer uma informação.
M1: Claro.
M2: Que tem uma, segundo economista da escola austríaca de economia,
acho que é Fritz Machlup, não sei se é assim que se pronuncia o nome dele,
mas ele disse, 1920, ele mostrou que um diploma de um engenheiro, aqui
pegando engenharia como exemplo, ele tinha meia vida de 35 anos. Isso
em 1920. Em 1960, ele mostrou que a durabilidade do diploma do
engenheiro, ele caiu para dez anos e, esse mesmo economista, segundo
esses estudos, diz que hoje em dia o diploma torna-se obsoleto em apenas
12 a 18 meses. Ou seja, a durabilidade da habilidade técnica, dado esse
contexto que a gente acabou de falar, do mundo volátil, complexo, ágil, com
constante mudanças, o desafio aqui do diploma técnico e puramente
técnico é enorme. Enorme porque o mundo está mudando muito rápido e
o tempo todo a gente tem novas formas de trabalhar, novas técnicas, novas
metodologias e a metodologia vem aí para isso, para trazer muita novidade
o tempo todo. Então é justamente isso que você falou e o desafio do
diploma tem sido cada vez mais duro.
M1: Interessante, ou seja, esse conceito de meio vida é legal. Rapidamente,
o seu conhecimento se esvai, vai ficando desatualizado e você tem que se
adaptar. Então, qual seria o segundo princípio que você comentou. Seria
algo que emenda e ajuda esse cara a fica, de fato, adaptável, não é?
M2: Excelente. O primeiro pilar, adaptabilidade, que a gente falou e, para
se tornar adaptável, nesse mundo desafiador que a gente está vivendo, eu
diria que a melhor forma é o aprendizado contínuo e o aprendizado
contínuo tem se levantado muito uma bandeira que muitos chamam de life
on learning, ou seja, a gente nasce aprendendo e vai morrer aprendendo.
Esse é, hoje, o nosso papel como profissional e está em constante
desenvolvimento. Inclusive, tem uma pesquisa, Szuster, da Korn Ferry, que
é uma consultoria de gestão global, que diz que profissionais com
capacidade de aprendizagem, o learn agility como também se chama, eles
são promovidos duas vezes mais rápidos que os seus pares e empresas que
contam com esse perfil de executivos são 25% mais lucrativas que os seus
concorrentes ou seja, aquele profissional que está sempre aprendendo,
está sempre antenado, ele tem tudo para ser um profissional mais
competitivo, com muito mais resultado que seus pares, enfim, que as
empresas concorrentes. E esse é o grande desafio, Szuster. Pensando no
mercado de trabalho, tem uma pesquisa da Dell que demonstrou que 85%
das funções com trabalho que existirão em 2030 ainda não existem. É
impressionante isso. Quase que não dá para acreditar nessa pesquisa, mas
isso é a prova viva que o mundo está mudando muito rápido e nós,
profissionais, vamos ter que manter aceso o nosso conhecimento. O que a
gente aprendeu há dois, três anos talvez já não se aplica mais. A gente tem
que estar em constante processo de desenvolvimento e essa é a grande
chave para a gente se tornar um profissional adaptável, aquele profissional
que está em constante aprendizado.
M1: É engraçado, Endres, sabe por quê? Isso conecta muito com um
episódio do podcast, está até saindo essa semana, onde a gente fala sobre
trajetórias porque lá na DTI, a gente até brinca, nesse mundo volátil,
incerto, ambíguo e etecetera, como é que você vai ter um plano de carreira
detalhadinho? Nesse mundo, e a gente vai mais além, a gente até falou isso
em um episódio, que tem muito a ver com o que você fala, como é que
pode lá na faculdade alguém já ter definido o que um engenheiro faz, o que
não sei quem faz se você não sabe nem o que vai ser feito em um ano igual
você disse, não sabe nem qual profissão.
M2: Total.
M1: A gente, nesse episódio, falou muito sobre isso. A gente até prefere
chamar de trajetórias e dar um tom mais soft a isso e a pessoa ficar o tempo
todo revendo a trajetória dela, sabe? O tempo todo. Você não acha que as
empresas, as pessoas têm que mudar, mas as estruturas das empresas
ainda sendo muito mecanicista? Elas mesmo são um impedimento a esse
tipo de mudança porque colocam o sujeito em uma caixinha e alguém já faz
o plano de treinamento dele, o RH já fala qual é o plano de treinamento
dele. Não é nem individualizado, você já pega aquela função, ou seja, as
funções já são definidas, as caixinhas já são definidas e o plano de carreira
do cara é definido, o plano de treinamento dele é definido. Como é que
você enxerga isso face a necessidade de ser adaptável e,
consequentemente, a necessidade de procurar aprendizado
continuamente?
M2: Perfeito. Ótima pergunta. Eu gosto de dizer que a nossa carreira está
muito mais para um GPS, hoje em dia, a gente está recalculando a rota o
tempo todo. Inclusive, tem pesquisas que dizem que a gente vai ter de
quatro a seis profissões ao longo da nossa vida. Não é porque você é
advogado que você é o advogado, você está advogando nesse momento,
manhã, você pode estar empreendendo, no dia seguinte, você pode virar
um fotógrafo, no outro dia você pode ser um designer, no outro dia você
pode trabalhar com SEO, enfim, com tecnologias do Google e essa é a nova
economia. Essa é a beleza da nova economia e, pensando em mercado de
trabalho, eu vejo dois lados. Ou as empresas que não estão se adaptando a
essa realidade, elas estão caindo, caindo nos seus resultados, perdendo
competitividade e o segundo ponto, e está completamente atrelado ao
primeiro, é porque se as empresas não vivem essa nova economia e
entendem a realidade de mercado, elas não estão proporcionando um
ambiente de trabalho interessante que atraia bons profissionais e que
retenha bons profissionais. A gente tem aqui uma formação e uma
especialização, são dois públicos distintos de liderança e eu riria que são,
acho que, um dos mais buscados e virou uma referência no país em
desenvolvimento de liderança e a gente leva muito para dentro das
empresas porque a cultura ou a empresa reflete o perfil dos líderes e as
empresas estão preocupadas em desenvolver líderes para a nova
economia. Líderes que entendam essa nova realidade de mercado. Para
você ter uma ideia, 70% do nível de engajamento de um liderado ou dos
colaboradores é atribuída à qualidade do chefe e liderados engajados, por
que é importante ter um time engajado? Eles são duas vezes mais
produtivos, entregam 46% mais resultados e falam abertamente dos seus
desafios, dificuldades e falhas que é essencial para um ambiente inovador.
Consequentemente, competitivo e que traz resultados para a companhia.
Então, Szuster eu vejo sim as empresas ou quem não está se mexendo,
quem não está evoluindo, está ficando para traz, não só em resultados,
aliás, é um efeito causa e consequência. Por que está perdendo os melhores
profissionais? Os melhores profissionais buscam e querem empresas onde
eles se sintam desafiados, engajados, com autonomia, com
responsabilidade para fazer acontecer. Os bons profissionais não estão
aceitando mais aquela caixinha tradicional, quadrada, onde só tinha que
acabar batendo o martelo e sendo quase que um trabalho robotizado.
M1: Sim.
M2: Sem pensamento crítico, sem criatividade, sem inovação que hoje é a
bola da vez.
M1: Eu fico brincando muito com os clientes nossos, porque assim, você
tem que ter, pelo menos, o que eu chamo de coerência estratégica. Se você
define que o mundo é incerto, volátil e etecetera, mas você se comporta de
forma totalmente oposta a isso, é igual ao que você falou, por exemplo,
como que um time será capaz de inovar sem engajamento. O problema é
muito pior, cara, assim, tem pesquisas que mostram que, além de não ter
engajamento, você tem o desengajamento. Você tem gente atuando
contra.
M2: Total.
M1: Você tem gente cumprindo tabela e você tem um pouquinho de gente
engajada. É uma coisa, assim, é um cenário terrível se você pensa que está
em um mundo hipercompetitivo e de inovação porque, se você tem pouca
gente engajada, cara, a maior parte cumpre tabela ou joga contra, aonde é
que você vai chegar?
M2: total.
M1: Mas isso me remete ao terceiro ponto, aí, que você vai falar, cara, que
é assim, beleza, você vê então o seguinte, o cara não deve mais esperar pela
empresa treiná-lo, mostrar o caminho para ele, ele está no ambiente onde
ele tem que se desenvolver, claro, a empresa vai facilitar as coisas, a
empresa vai criar condições. A gente recria demais isso no DTI, assim, que
os líderes são como se fossem, ali, jardineiros que cuidam do ambiente.
M2: Perfeito.
M1: Mas a pessoa tem que assumir um protagonismo, ou seja, cabe a ela
perseguir. Porque assim, se a pessoa ficar esperando emanar de uma
autoridade central ou de alguém o futuro dela, mesmo ela sendo adaptável
e querendo aprender, ela vai ficar para trás, não vai?
M2: Totalmente. O protagonismo é essencial no pilar da nova economia.
Sem protagonismo não existe o primeiro ponto que é a questão da
adaptabilidade, não existe o segundo ponto que é o pilar do life on learning,
o aprendizado contínuo, e sem o protagonismo não existe o terceiro pilar
que eu chamo de humanidade. É pessoas. E aqui, porque pessoas? A gente
vive em um mundo de muita tecnologia. Até tem uma frase, Szuster, que
eu gosto muito do Head do LinkedIn Learning que ele diz que a ascensão da
inteligência artificial está tornando as soft skills cada vez mais importantes
já que são as competências que os robôs não podem automatizar. Então,
nesse mundo completamente competitivo, digital, que a inteligência
artificial vira um grande aliado, o que nos torna competitivos como uma
profissional? É a gente entender sobre pessoas, é a parte da humanidade,
tem uma frase.
M1: Pelo menos assim esperamos.
M2: Total, totalmente.
M1: Tem uns pessimistas que acham que não vai dar nada.
M2: Com toda a certeza. Inclusive, a gente vê muitas estatísticas mostrando
que, muitos postos de trabalho, eles são instintos para a tecnologia, mas
muitos outros nascem, também, da mesma ou até em maior proporção
graças à tecnologia e eu gosto muito de uma frase do Simon Sinek, um dos
principais pensadores e referência hoje, no mercado de trabalho do mundo,
ele diz que 5% dos seus clientes são pessoas, 100% dos seus colaboradores
são pessoas, se você não entende de pessoas, você não entende de
negócios. Isso já era uma verdade lá atrás e eu digo que, nessa nova
economia, se torna uma verdade ainda mais latente porque você precisa
ter o teu cliente no centro, como a gente falou logo no início, tudo sobre
pessoas. A gente precisa entender a dor do nosso cliente, então a gente não
tem que focar em nosso produto, em nossa solução, a gente tem que
entender a dor do nosso cliente. Quando a gente entende a dor, quando a
gente escuta o nosso consumidor, a gente constrói não para ele, mas com
ele. Isso faz toda a diferença para o resultado. E aqui é clientes, mas
também é os colaboradores, são as pessoas, o nosso time. A gente precisa
entender sobre pessoas, a gente precisa, sim, entender como humano,
como pessoa também e aqui dou um exemplo, falando de soft skills e a
importância dessas habilidades que tem tudo a ver com a humanidade,
dessas habilidades que são só nossas desde inteligência emocional,
liderança, produtividade, negociação, vendas. Eu trago uma aqui, por
exemplo, que é a inteligência emocional, tem tudo a ver com humanidade.
Inteligência emocional, para você ter uma ideia, tem pesquisas que
mostram que 58% da nossa performance profissional está atrelada à
inteligência emocional, 58%. E o que é inteligência emocional? É saber lidar
com pressão, o estresse do dia a dia. É saber lidar com desafios. É saber ser
um profissional adaptável que tenha resiliência ou antifragilidade, que
encare os momentos de incertezas com otimismo, sabendo que ele pode
falhar e a falha trazer aprendizado para ele. É saber se relacionar, trabalhar
em equipe, enfim, inteligência emocional é uma habilidade essencial que
nos torna muito mais preparados e capazes para enfrentar essa vida que a
gente está vivendo hoje, essa vida da nova economia. Tem uma outra
pesquisa que eu acho interessante, que hoje 71% dos RH’s, eles preferem
mais a inteligência emocional, é o QE, do que o próprio QI que é a
inteligência tradicional porque eles sabem que quando o profissional tem
inteligência emocional é um profissional muito pronto e capaz de se
desenvolver, de aprender, se tornar adaptável. É um profissional que
consegue lidar com todas as incertezas e as mudanças porque a gente não
vive mais naquela carreira ou naqueles desafios profissionais que a gente
senta, planeja para seis meses, um ano. É o planejamento dos próximos três
anos. Isso não existe mais. A gente se planeja para três, seis meses e em 30
dias as coisas já estão mudando, então a gente tem que ser um profissional
adaptável e aberto às mudanças. Inteligência emocional, eu diria que é um
desses exemplos da gente ser humano, da gente entender sobre pessoas e
aqui dá para conectar até com liderança que a gente acabou de falar. A
gente precisa se conhecer e precisa saber conhecer, entender e se conectar
com nosso time porque é um time. O líder, liderado, naquele modelo mais
tradicional e hierarquizado, ele caiu muito. Hoje, o líder e o bom líder que
engaja é o líder que põe todo mundo no mesmo barco, que escuta os seus
liderados, que tem uma liderança lado a lado com seu time. Então,
entender sobre pessoas nesse mundo que a gente está vivendo, já era
importante e está sendo cada vez mais importante se não a gente não vira
um profissional competitivo e preparado para essa nova realidade.
M1: Perfeito. Acho que isso nunca foi tão necessário, cara, igual você diz, já
era. Eu gosto do conceito do Simum de jogo infinito. Ele joga um jogo
infinito e é curioso porque assim, você imagina, para mim, a visão da
empresa como máquina, ela é muito prejudicial a isso tudo, sabe? Aquele
que vê a empresa como uma máquina, mesmo, ainda, por mais que a
pessoa admita que o mundo mudou, mas ainda enxerga a empresa como
uma máquina, ele dá pouca importância, por exemplo, às conexões entre
as pessoas. Ele dá pouca importância a como esse entendimento humano
faz, de fato, que esse time se engaje, porque para ele é tudo pecinha de
uma máquina então, o cara vai falar isso, vai ouvir isso, mas vai chegar lá,
vai tratar aquilo como uma máquina cheia de pecinhas, com metas bem
definidas e como se tudo fosse acontecer precisamente como um reloginho
e não como se no dia a dia, o que vai fazer a diferença, é esse olhar humano
que aproxima as pessoas, que aumenta a confiança e que faz emergir coisas
fantásticas, não é cara? De um time. Eu queria só emendar uma coisa, não
sei se estou filosofando aqui, muito, mas achei uma coisa que me veio à
cabeça, cara, que é assim, a gente tem falado muito no podcast
ultimamente sobre estoicismo, sabe? Sobre essa filosofia estoica como uma
forma de encarar melhor o mundo que a gente vive, sendo cada vez mais
necessária por quê? Porque eu falo assim, atitude estoica, digamos assim,
é uma atitude em que você reenquadra a forma como vê os obstáculos,
como você encara perante a vida e entende até que aqueles obstáculos te
fortalecem, sabe? Então é como se você, inclusive, exercesse um pouco de
desapego sobre as coisas e estivesse preparado para uma realidade um
pouco mais instável. Você acha que isso faz sentido, cara? Você enxerga
também esse caminho meio estoico? Porque eu achei engraçado, eu li um
livro, recentemente, que achei legal o jeito que o cara coloca, é um filósofo,
ele fala assim, cara, encare a vida como um jogo e encare que os deuses
estoicos estão te provocando o tempo todo. Quando eles colocam os set
backs, que ele chama em inglês, os obstáculos, só que esses obstáculos, na
medida que você faz com que eles não o incomodem, mas sejam
aprendizados, você vai ficando antifrágil, vai ficando mais forte. Eu acho
que a jornada, agora, é muito mais essa. Por um lado, você não tem mais
sossego, mas esse é um jogo muito prazeroso de aprendizado, de
protagonismo aonde você pode chegar muito mais longe, pessoalmente,
também.
M2: Totalmente. Eu gostei muito desse paralelo que você fez porque, para
mim, eu vou dizer que o motor desses três pilares que a gente falou hoje,
ou seja, adaptabilidade, o life on learning e a própria humanidade. Para
mim, o que faz essa roda girar de forma eficiente, é uma característica, uma
habilidade pouco falada no mercado de trabalho, mas para mim é uma
característica que eu valorizo de mais como profissional. Aquelas pessoas
que a gente traz para dentro do nosso barco, para mim é um dos pilares
que mais fazem a diferença para ele conseguir se adaptar continuamente,
aprender, e ser um profissional humano. E que habilidade é essa? A
habilidade da humildade. Por que humildade? Parece estranho. A gente
pouco ouve falar de humildade no mercado de trabalho. Humildade,
contando um pouquinho da minha história, o meu pai ele é de origem bem
simples do interior de São Paulo e graças ao contexto que ele vivia, ele
começou a trabalhar aos nove anos de idade. Ele vendeu frutas na rua,
vendeu pipoca, foi alfaiate, enfim, fez de tudo um pouco e aos 14 anos de
idade, ele começou a trabalhar de carteira assinada. Foi um grande orgulho,
conquista para a família, como office boy da indústria que o meu avô era
peão de fábrica. Isso, acho que na década de 60, início da década de 70 e o
mais surpreendente dessa história é que 45 anos depois ele virou diretor
geral da América Latina, dessa empresa, ele cresceu muito
profissionalmente, foi um profissional que eu, particularmente, mais
admiro, que gosto muito de ouvir falar palavras dele de sabedoria e,
durante toda a minha vida, acho que eu ouvi dele toda a minha vida,
quando era pequeno mal entendia as palavras, ele sempre falou, sempre
pregou dentro de casa, a importância para mim e para meus irmãos, a
importância da gente ser humilde e ele trazia uma palavra do rei Salomão,
na bíblia, que diz que com os humildes está a sabedoria e aquela palavra,
sendo bem sincero, não entendi muito bem. Meu pai estava falando sobre
humildade e conectava com sabedoria. E quando eu cresci, um dos
primeiros livros que eu li foi o Empresas Feitas para Vencer, do Jammes
Collins. E o Jammes Collins fez um estudo. O que as empresas que mais
cresciam, acho que cresciam o triplo da média dos seus concorrentes ao
longo de dez, quinze anos que ele estudou tinha em comum. E o que ele
descobriu? Um perfil em comum dos líderes por trás daquelas empresas
que mais cresciam. E qual era o perfil, qual era a característica, qual era a
competência? Era a humildade. Quando eu vi aquilo fiquei, caramba, não
acredito. Eu sempre ouvi dentro de cada e eu achei que era algo do meu pai
ou algo, talvez, para a vida pessoal. Ela tem tudo a ver e é completamente
conectada com o mercado de trabalho e por que mercado de trabalho?
Porque as pessoas humildes estão abertas ao novo. Elas sabem escutar. Elas
reconhecem as suas falhas. Elas sabem da importância do aprendizado
contínuo. Eu posso saber tudo hoje, eu posso saber muita coisa hoje, mas
amanhã eu posso aprender tudo de novo. Eu posso aprender mais coisas.
Eu sei que quando eu escuto quem está ao meu redor eu vou aprender, eu
vou me tornar um profissional mais forte. Aqui eu trago a frase do Albert
Einstein que ele fala que quanto maior o conhecimento, menor o ego e
quanto maior o ego, menor o conhecimento e, para o mundo que a gente
vive hoje, a gente precisa ter o ego lá em baixo e, assim, a gente vai
conseguir se tornar um profissional adaptável que sempre está
aprendendo. E assim a gente vai conseguir ser um líder eficiente para a
realidade de mercado, hoje, que é aquele líder que escuta, que engaja, que
ouve, que põe todo mundo no mesmo barco e aqui, quando eu falo
humildade, Szuster, só para finalizar, eu gosto de distinguir. Não é você se
encolher, ser alguém fraco, humildade não tem nada a ver com isso. Existe
o ego forte e o ego grande. O ego forte é aquele profissional que tem tanta
confiança e sabe que ele não tem todas as respostas, que ele não tem
aquela síndrome de sabe tudo, que ele sabe que no coletivo ele é muito
mais forte quando ele escuta as pessoas, mesmo os que são os liderados ou
que estão hierarquicamente abaixo, eles são muito mais fortes. Então,
aquele que tem o ego forte é aquele profissional que tem tanta confiança
que escuta a todos, que é o último a falar, que não quer impor a sua opinião,
que quer e sabe que as suas ideias e os seus pensamentos podem sempre
estar melhorando e que ele pode sempre estar aprendendo. Isso é o ego
forte e ele é muito bom. Quem é humilde, ele tem o ego forte porque ele
não tem aquele medo de opa, eu tenho que dar a palavra, eu tenho que ter
todas as respostas, eu tenho que falar porque eu sou o líder. Não, ele tem
o ego forte a ponto de, inclusive aquele Simon Sinek que tem o livro que
chama Os Líderes Comem por Último, ele fala muito sobre essa temática da
gente ter a confiança e o ego forte e a humildade para ser o último a
contribuir, o último a falar. Já, quem tem o ego grande, aí sim tem aquele
ego inflado.
M1: Vaidade, sim.
M2: Aí sim entra a vaidade, não tem nada a ver com humildade, entra a
arrogância. E o ego é tão grande que ele se infla em toda a sala. Ninguém
mais do time fala, a opinião dele é a única que importa, ele que tem todas
as respostas, apesar de estarem erradas, mas ele tem todas as respostas.
Então, para mim isso tem tudo a ver com essa filosofia. É humildade para o
novo, humildade através do novo, humildade para estar continuamente
aprendendo, humildade para encarar as falas com o aprendizado e a gente
sempre estar evoluindo. Para mim é o motor desses três pilares que a gente
falou hoje.
M1: Que legal cara. Muito legal, assim, nós estamos chegando no final e eu
acho, assim, quando a pessoa tem uma compreensão do mundo sendo
complexo e de como as coisas acontecem, também, ela deveria ser humilde
quase que por consequência disso.
M2: Total.
M1: Você vê que as coisas estão, definitivamente, sob seu controle. Cara,
muito legal, viu, achei assim, eu gosto quando as coisas têm uma coesão,
ou seja, o que a gente falou aqui é que o cara, a gente tem que ser
adaptável, para ser adaptável a gente tem que procurar continuamente
aprender, tem que ser protagonista disso. A gente tem que entender as
humanidades para poder saber se relacionar, saber se engajar e fazer as
coisas acontecerem. E sob tudo isso, está essa filosofia de humildade, de
saber que o aprendizado é contínuo. Eu só queria terminar, também,
fazendo um convite. Eu sei que a gente está com uma promoção, digamos
assim, com vocês. O ouvinte do Agilista tem um desconto na compra, é isso?
M2: É isso aí. A gente está combinado com um desconto especial em um
produto nosso que é uma novidade e está voando, está crescendo muito
que é o stream da Conquer. É o produto de assinatura da Conquer que você
que está ouvindo a gente pode ter acesso a mais de 25 cursos da Conquer
com uma mensalidade super acessível e eu digo 25 cursos, seja da área de
marketing digital, seja de liderança, gestão de pessoas, educação
financeira, a parte de data análises, Excel, soft skills, ou seja, oratória,
inteligência emocional, PML, produtividade, vendas, enfim, tudo que você
precisa aprender, desenvolver e dominar para se manter um profissional
competitivo nessa nova economia que a gente está com uma promoção,
com um preço bem especial para todo mundo que segue, que escuta aqui
o canal e assinar o Conquer Plus.
M1: Excelente, muito obrigado, cara, gostei de mais desse episódio. Eu,
particularmente, adoro falar sobre pessoas, sobre humanidade igual a
gente falou aqui. Então, foi muito gratificante. Um grande abraço para você.
M2: Muito obrigado. Um grande prazer estar aqui com vocês, conte sempre
comigo.
M1: Beleza.
[00:41:27]
PARTICIPANTES
Vozes masculinas identificadas: M1, M2
Vozes masculinas não identificadas: M
TEMPO DE GRAVAÇÃO
41 minutos e 42 segundos
MODALIDADE DE TRANSCRIÇÃO
Padrão
LEGENDA
… → pausa ou interrupção.
(inint) → palavra ou trecho ininteligível.
(palavra) → incerteza da palavra transcrita / ouvida.
____________________________________________________________
(INÍCIO)
[00:00:00]
M: O analfabeto do século XXI, não será aquele que não sabe ler e escrever, mas todo aquele que não souber aprender a desaprender.
M1: Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio dos Agilistas. Hoje, nós estamos com um tema aqui muito interessante. A gente fala muito de como as empresas tem que se organizar, como elas tem que mudar a cultura para poder enfrentar essa nova economia, esses novos tempos, mas, é óbvio, a empresa é formada de pessoas e a gente pode, imediatamente, em seguida, fazer o quê? Mas esse novo profissional, esse profissional que lida com essa nova economia, o que que ele tem que fazer nesses novos tempos? Obviamente que se a empresa vai mudar, vai ser fruto de uma mudança que vai acontecer nas pessoas e, para trazer esse assunto, a gente trouxe um especialista nesse assunto, que vai se apresentar agora, que é o Endel Favarim, tudo bem Endel?
M2: Prazerzaço estar aqui com vocês, muito obrigado pelo convite. Estou
super a disposição e super empolgado para falar sobre essa temática que
eu gosto tanto.
M1: Então, Endel, conta um pouquinho sobre o seu background, para o
pessoal te conhecer melhor?
M2: Claro, maravilha. Bom, meu nome é Endel, como você já muito bem
me apresentou. Sou cofundador da escola Conquer. A Conquer é uma
escola de negócios da nova economia que nasceu para revolucionar a
educação. A gente nasceu justamente da nossa insatisfação com o ensino
tradicional por não preparar o profissional para a realidade do mercado de
trabalho, por não preparar o profissional para a nova economia e, assim, a
gente nasceu um pouco na contramão do ensino tradicional e a gente tem
aqui alguns cursos desde formações, especializações, cursos gravados que
ensinam de uma forma diferente como também ensinam habilidades da
nova economia. São habilidades que todo profissional deveria ter
aprendido, mas não aprendeu.
M1: O que seria essa forma diferente?
M2: Legal. A gente tem três pilares principais que fazem a Conquer ser a
Conquer. Eu diria que é o conteúdo direto ao ponto, sem enrolação,
contextualizado com o mercado de trabalho que o aluno aprende um dia e
já sai aplicando. O segundo pilar são os professores, professores de
mercado que vivem de dia o que ensinam na Conquer e o terceiro pilar,
metodologia, eu diria que a melhor forma de explicar o que que é a
metodologia Conquer é com base nos feedbacks dos nossos alunos que eles
dizem que aqui na Conquer ninguém precisa tomar café para assistir uma
aula. Então essa é a nossa maneira, esse é o nosso mantra e eu acredito
muito que é isso que fez a gente crescer tanto em tão pouco tempo. São
mais de quatro anos de vida e mais de um milhão de alunos impactados,
não só no Brasil, mas em todo mundo e as principais empresas, também,
atendidas através dos nossos cursos e treinamentos. A gente tem muito
orgulho do impacto, do boca a boca da avaliação da Conquer.
M1: Interessante, ou seja, é uma tentativa. A coisa mais comum quando a
gente sai da faculdade é falar que está muito longe da prática, que está
desvinculado da realidade do mercado. É uma tentativa, realmente, de
aproximar e a pessoa sentir que aquilo a evolui na carreira, que ela já
consegue pegar aquele conhecimento e usar no dia a dia.
M2: Totalmente. Totalmente. Foi justamente esse gap que vocês falaram
que a gente nasceu para preencher, essa não preparação. O ensino
tradicional se propõe a preparar o profissional para a realidade do mercado,
para a vida, enquanto a gente tem empresas que dizem que os profissionais
não estão preparados, então a gente preenche esse gap trazendo o
profissional para a realidade do mercado, preparando ele para os desafios
do dia a dia e fazendo toda a diferença no crescimento profissional, no
crescimento da carreira dele. A gente tem muito orgulho. Inclusive, a gente
tem um aplicativo, uma curiosidade, em toda aula a gente tem um
aplicativo no modelo Uber, no modelo Airbnb. Não é o professor que avalia
o aluno. É o aluno que avalia o professor de forma 100% anônima e nossa
avaliação média é 9.7. É realmente muito alta. Tem toda uma metodologia,
uma experiência focada no nosso cliente, no nosso aluno e isso que faz toda
a diferença no final do dia para que a gente tenha todo esse crescimento
da escola, apesar de quatro anos de vida.
M1: Vou te falar, viu, cara, é um desafio porque, hoje em dia, com tanto
conteúdo que existe, o professor tem que realmente, o cara tem que ser
bom porque as pessoas são impacientes e tem muitas opções de conteúdo.
Então, se a pessoa não se virar, for criativo e não souber prender a atenção
e sei lá, ter desafios, o negócio é difícil mesmo.
M2: Totalmente. O ensino, o grande problema que eu diria do ensino
tradicional é que ele não foi criado ou é desenvolvido pensando no cliente,
no aluno, na realidade dele, na realidade digital dele, na realidade que as
coisas estão mudando tudo muito rápido e eu diria que esse é o grande
diferencial. Tudo que a gente construiu, a gente não construiu para o aluno,
a gente construiu com o aluno. É com o cliente, com o aluno no centro que
é um dos pilares da inovação. Isso que fez toda a diferença e, para você ter
uma ideia porque tem muitas escolas por aí, mas em 2020 a Conquer foi
uma das 100 marcas mais lembradas pelos brasileiros no ano de 2020. E
dessas 100 marcas lembradas pelos brasileiros, a gente foi a única marca de
educação a entrar para essa lista e a marca mais jovem, na época a gente
tinha dois anos e meio de vida e duas posições atrás da Apple. Então é isso,
é uma metodologia tão forte, tão focada na experiência do aluno,
procurando o real aprendizado dele que faz a gente ter esse boca a boca e
faz as pessoas quererem e sonharem estudar aqui com a gente, aqui na
Conquer. Isso é muito especial.
M1: Interessante, Endel, porque essas palavras suas já conecta com o
próximo assunto que seria essa nova economia. Eu acho interessante
porque você acabou de mostrar muito claramente que vocês vivem o que,
provavelmente, vocês pregam para a nova economia porque (inint)
[00:05:41]. A necessidade de pensar na experiência é parte integrante da
nova economia e educação é curioso. É muito isso que você fala. Você tem
um professor que ele pensa, eu sou um, eu sei muito isso e, aí, é o
suficiente. O pessoal do profissional já pensa assim, eu sei isso e pronto.
Não é assim, vem aqui absorver o conhecimento.
M2: Exatamente.
M1: Eu sou foda, tipo.
M2: Não, exatamente. Eu cito um exemplo que quem nunca estudou numa
faculdade, numa pós-graduação, tinha, caiu com um professor,
infelizmente, ruim, sem didática que até virava tiração de sarro. Poxa, você
caiu na turma tal, com professor tal, e a gente ficava tão amarrado que a
gente ficava seis meses há um ano, ou até mesmo dois anos, sei lá, três
semestres com aquele professor naquela matéria e se a gente fosse na
diretoria reclamar ou pedir para alterar de turma, a gente jamais seria ou
jamais é ouvido. Você caiu, caiu e ponto final e isso é muito triste porque a
educação, ela tem que ser focada no cliente como todo negócio inovador.
Todo negócio inovador, que está despontando, seja qual for o segmento,
seja de hotelaria, seja de locomoção, enfim, todas as startups, fintechs,
todas as startups que a gente vê despontando são startups que nasceram e
desenvolvem todo o seu negócio com o cliente no centro e é muito triste
ver o ensino tradicional desprezando, literalmente, o cliente, na prática
mesmo, o cliente, o seu consumidor. E a Conquer nasceu para ir na
contramão mesmo, desde o primeiro momento, desde a primeira aula
quando a gente não tinha o aplicativo, hoje a gente tem o aplicativo que é
o Rocket que a gente chama. Aliás, até uma curiosidade, Rocket é foguete
em inglês e por que a gente chamou de Rocket o nosso aplicativo de
avaliação? Porque o foguete muda de direção, ele ajusta a sua rota a cada
2.3 segundos e o objetivo de ouvir o consumidor é para, o tempo todo,
constantemente, estar ajustando o que é necessário para que o aluno tenha
a melhor experiência possível. Então, o aluno está no nosso centro. Então,
esse aplicativo, esse modelo que a gente tem que no início era papel, que a
gente fazia uma avaliação simples via papel, mas desde o day one da
Conquer, desde o primeiro momento da Conquer o cliente, o nosso
consumidor é ouvido. Sempre foi ouvido e por isso os nossos índices de
avaliação aqui da Conquer, o nosso boca a boca são tão grandes e a gente
cresceu tanto, não só com as pessoas, vindo até as nossas formações,
especializações, aos nossos cursos gravados, mas também as empresas.
Hoje, a gente atende as 300 principais empresas do país e do mundo. A
gente atende desde Ambev, Google, Stone, Loreal, os principais bancos do
país, enfim, as principais empresas startups do país a gente atende levando
os nossos treinamentos porque a gente realmente faz a diferença. A gente
realmente leva, não só conhecimento, que é informação disponível como
você falou no início, mas acima do conhecimento, a gente procura levar o
aprendizado que é o conhecimento colocado em prática, que realmente
impacta, transforma vidas, carreiras e traz resultado para o mundo.
M1: Bacana de mais. É interessante, não é, cara? Porque todo negócio,
acaba que vai se curvando ao consumidor, é quase que inexorável. Eu ainda
vejo presente, os médicos ainda vão virar essa ficha um dia. Médico que
ainda pouco (inint) digamos assim. Tem uma posição de
especialista ali. É claro que eu entendo, existe um contínuo ali, mas o
médico ainda é muito assim, você marca uma consulta ali, nem o seu
horário você consegue, normalmente, você não consegue garantir nem o
horário que você vai chegar. O médico tem esse, na cabeça dele, você está
lá você pode esperar por ele, ele não liga muito para isso. E aí, então,
pensando assim, em torno desse mundo mais customer centered onde a
experiência é vital, onde a empresa tem que ser extremamente adaptativa
como você comentou. Achei muito legal essa metáfora do foguete que você
tem, não pode ter sossego, tem que ajustar a rota o tempo todo. Não pode
dar nada por certo. É claro que isso aí traz, como a gente falou aqui na
introdução, traz mudança no profissional, como que ele passa a se
enxergar, como é que ele passa a enxergar a carreira dele, como é que ele
se enxerga nesse novo mundo. Quais são esses princípios que vocês
colocariam? Quais são os principais princípios que mudam esse
posicionamento, desse profissional, nessa nova economia.
M2: Legal, ótima pergunta. Eu diria que são três princípios ou três pilares
desse profissional dessa nova economia. Eu não vou dar spoiler do segundo
e terceiro, a gente só entra no primeiro para o pessoal ficar aqui com a
gente até o final, mas eu digo que o primeiro, ele vem do contexto que a
gente está vivendo hoje. O que eu gosto de trazer de paralelo? A gente vive
esse mundo VULCA, volátil, incerto, complexo e ágil. A gente já ouvi várias
vezes essa expressão. Inclusive, tem novas expressões para dizer a mesma
coisa sobre o mundo volátil, incerto, complexo e ágil que a gente está
vivendo, mas eu gosto de trazer um paralelo até correlacionado à educação
que a gente aprendeu, que a gente foi educado pela lógica industrial e a
gente vive, hoje, a lógica digital e porque é perigoso, porque é curioso essa
lógica industrial versus a lógica digital? Porque o nosso mundo é dividido
em três grandes eras, a era agrícola, depois veio a era industrial e, por fim
a era digital ou era da informação, era da tecnologia que a gente está
vivendo e o grande perigo disso, dessa divisão Szuster é porque a gente só
teve dois grandes momentos da história da humanidade que a gente viveu
esses períodos de transição. Então teve um período que viveu a transição
da era agrícola para a era industrial e o segundo momento de transição que
é o momento que a gente está vivendo e, por isso, todo o cuidado que a
gente precisa ter é porque, hoje, a gente vive a transição da era industrial
para a era digital. Aliás, a gente está muito mais na era digital do que na era
industrial, inclusive, e por que o perigo e por que a tensão? Porque a gente
foi educado, como eu falei, na era industrial, porque as escolas e a
educação, no modelo que a gente vive até hoje, elas nasceram para
alimentar esse sistema da era industrial, da lógica industrial, então a gente
via essa lógica industrial com algumas características que a gente via nas
escolas, a gente via nas indústrias que é aquela característica da
linearidade, repetitivo, segmentado e previsível. Toda educação nossa
seguia essa mesma lógica. O problema é que a gente vive, na prática, a era
digital. Ou seja, a gente aprendeu por uma lógica, mas vive uma outra era,
uma outra lógica, a era digital que não é nada linear, que é multidisciplinar,
que é extremamente conectado e, também, exponencialmente
imprevisível. Ou seja, não tem nada da previsibilidade da lógica industrial
que remete aquele processo fabril. Então, a gente vive um mundo de muitas
incertezas, de muitos desafios, um mundo volátil, é o mundo que tudo
muda muito rápido. As empresas estão tendo que se adaptar e mudar
muito rápido. Inclusive, tem uma pesquisa da Fortune 500, uma pesquisa,
um relatório, de uma revista que é a Fortune 500 que ela sempre emite as
principais empresas, as maiores empresas americanas e é bem interessante
essa pesquisa, Szuster, que ela demonstrou que as 500 maiores empresas,
ou seja, superpotências globais, que as 500 maiores empresas que foram
listadas por essa revista no ano de 1955, 70% delas já não existem mais.
M1: Mudou tudo, não é?
M2: Mudou tudo, e das que foram listadas no ano 2000, ou seja, super
recente, vinte e poucos anos atrás, 30% dessas empresas, dessas 500
maiores empresas do mundo, eu estou falando das superpotências.
M1: E as novas a gente nem sabem quais são. É aquela história. Está
aparecendo agora.
M2: Totalmente, então assim, um terço praticamente já não existe mais. É
muito sério o quanto o mundo tem mudado e quanto as coisas tem mudado
e a importância do profissional se tornar um profissional adaptável. Um
profissional que está disposto a aprender, a reaprender. Inclusive, tem uma
frase do Alvin Toffler que é um futurista americano que diz que o analfabeto
do século XXI não será aquele que não sabe ler e escrever, mas todo aquele
que não souber aprender a desaprender porque o mundo que a gente vive
hoje, exige essa adaptabilidade. Então, se eu pudesse dizer a primeira,
assim, o primeiro pilar, a primeira característica do profissional da nova
economia, sem sobra de dúvidas, é a adaptabilidade. Se o profissional não
estiver antenado à essas mudanças, ele não vai se tornar um profissional
competitivo. Ele não vai conseguir ser um profissional que se destaca e,
inclusive, o segundo pilar, o segundo princípio do profissional da nova
economia está completamente conectado com esse primeiro que é a
adaptabilidade, eu diria que é um pouco do remédio para a gente se tornar
um profissional adaptável, mas, enfim, não vou dar spoilers ainda. Szuster
se você tem alguma curiosidade
M1: Não, eu achei muito interessante isso que você falou da transição. É
um período desafiador, eu nunca tinha pensado por esse ponto de vista,
mas, assim, você pega um cara que nasceu em uma era e joga na outra. O
mundo já mudou, mas o cara não mudou ainda porque, daqui há alguns
anos, isso vai estar superado e as pessoas já vão ter sido criadas, assim, não
vão nem entender. Mas como assim, você não era, eu achava que você teria
um futuro em uma empresa e que as coisas iriam mudar e não sei o que,
mas, a gente que está nesse período de transição, realmente é interessante,
mas, assim, o ser adaptável. O que significa, na prática, o ser adaptável? É
essa capacidade de aprender continuamente, mas como é que um cara, de
forma prática, faz para lidar com isso? Porque o que a gente percebe,
pensando nessa questão de transição que você disse, as pessoas têm muito
medo dessa questão de desaprender porque a pessoa gosta de operar na
zona de conforto. Eu acho que uma coisa marcante dessas eras é muito isso.
Eu falo para o pessoal, eu lembro, eu tenho 47 anos, eu lembro, e eu até,
curiosamente, eu sou bem adaptado à essa nova era. Eu fico brincando. Eu
sou meio, por natureza, despreocupado e vivo muito o presente, gosto
muito de estudar então eu diria que sou bem adaptado, mas eu falo isso
muito na DTI. Eu lembro, claramente, da minha época, as pessoas sabiam
alguma coisa e ao saberem aquilo, por si só, era o suficiente para mantê-las
bem. Então imagina, eu desenvolvia software. O cara que sabia um detalhe,
uma picuinha ali, era o rei, sabe? Por quê? Porque não tinha internet. Se o
cara sabia aquilo ali. E hoje, aquilo ali se esvai muito rápido, entendeu?
Então, o que, na prática.
M2: Bem interessante o que você falou. Deixa eu só trazer uma informação.
M1: Claro.
M2: Que tem uma, segundo economista da escola austríaca de economia,
acho que é Fritz Machlup, não sei se é assim que se pronuncia o nome dele,
mas ele disse, 1920, ele mostrou que um diploma de um engenheiro, aqui
pegando engenharia como exemplo, ele tinha meia vida de 35 anos. Isso
em 1920. Em 1960, ele mostrou que a durabilidade do diploma do
engenheiro, ele caiu para dez anos e, esse mesmo economista, segundo
esses estudos, diz que hoje em dia o diploma torna-se obsoleto em apenas
12 a 18 meses. Ou seja, a durabilidade da habilidade técnica, dado esse
contexto que a gente acabou de falar, do mundo volátil, complexo, ágil, com
constante mudanças, o desafio aqui do diploma técnico e puramente
técnico é enorme. Enorme porque o mundo está mudando muito rápido e
o tempo todo a gente tem novas formas de trabalhar, novas técnicas, novas
metodologias e a metodologia vem aí para isso, para trazer muita novidade
o tempo todo. Então é justamente isso que você falou e o desafio do
diploma tem sido cada vez mais duro.
M1: Interessante, ou seja, esse conceito de meio vida é legal. Rapidamente,
o seu conhecimento se esvai, vai ficando desatualizado e você tem que se
adaptar. Então, qual seria o segundo princípio que você comentou. Seria
algo que emenda e ajuda esse cara a fica, de fato, adaptável, não é?
M2: Excelente. O primeiro pilar, adaptabilidade, que a gente falou e, para
se tornar adaptável, nesse mundo desafiador que a gente está vivendo, eu
diria que a melhor forma é o aprendizado contínuo e o aprendizado
contínuo tem se levantado muito uma bandeira que muitos chamam de life
on learning, ou seja, a gente nasce aprendendo e vai morrer aprendendo.
Esse é, hoje, o nosso papel como profissional e está em constante
desenvolvimento. Inclusive, tem uma pesquisa, Szuster, da Korn Ferry, que
é uma consultoria de gestão global, que diz que profissionais com
capacidade de aprendizagem, o learn agility como também se chama, eles
são promovidos duas vezes mais rápidos que os seus pares e empresas que
contam com esse perfil de executivos são 25% mais lucrativas que os seus
concorrentes ou seja, aquele profissional que está sempre aprendendo,
está sempre antenado, ele tem tudo para ser um profissional mais
competitivo, com muito mais resultado que seus pares, enfim, que as
empresas concorrentes. E esse é o grande desafio, Szuster. Pensando no
mercado de trabalho, tem uma pesquisa da Dell que demonstrou que 85%
das funções com trabalho que existirão em 2030 ainda não existem. É
impressionante isso. Quase que não dá para acreditar nessa pesquisa, mas
isso é a prova viva que o mundo está mudando muito rápido e nós,
profissionais, vamos ter que manter aceso o nosso conhecimento. O que a
gente aprendeu há dois, três anos talvez já não se aplica mais. A gente tem
que estar em constante processo de desenvolvimento e essa é a grande
chave para a gente se tornar um profissional adaptável, aquele profissional
que está em constante aprendizado.
M1: É engraçado, Endres, sabe por quê? Isso conecta muito com um
episódio do podcast, está até saindo essa semana, onde a gente fala sobre
trajetórias porque lá na DTI, a gente até brinca, nesse mundo volátil,
incerto, ambíguo e etecetera, como é que você vai ter um plano de carreira
detalhadinho? Nesse mundo, e a gente vai mais além, a gente até falou isso
em um episódio, que tem muito a ver com o que você fala, como é que
pode lá na faculdade alguém já ter definido o que um engenheiro faz, o que
não sei quem faz se você não sabe nem o que vai ser feito em um ano igual
você disse, não sabe nem qual profissão.
M2: Total.
M1: A gente, nesse episódio, falou muito sobre isso. A gente até prefere
chamar de trajetórias e dar um tom mais soft a isso e a pessoa ficar o tempo
todo revendo a trajetória dela, sabe? O tempo todo. Você não acha que as
empresas, as pessoas têm que mudar, mas as estruturas das empresas
ainda sendo muito mecanicista? Elas mesmo são um impedimento a esse
tipo de mudança porque colocam o sujeito em uma caixinha e alguém já faz
o plano de treinamento dele, o RH já fala qual é o plano de treinamento
dele. Não é nem individualizado, você já pega aquela função, ou seja, as
funções já são definidas, as caixinhas já são definidas e o plano de carreira
do cara é definido, o plano de treinamento dele é definido. Como é que
você enxerga isso face a necessidade de ser adaptável e,
consequentemente, a necessidade de procurar aprendizado
continuamente?
M2: Perfeito. Ótima pergunta. Eu gosto de dizer que a nossa carreira está
muito mais para um GPS, hoje em dia, a gente está recalculando a rota o
tempo todo. Inclusive, tem pesquisas que dizem que a gente vai ter de
quatro a seis profissões ao longo da nossa vida. Não é porque você é
advogado que você é o advogado, você está advogando nesse momento,
manhã, você pode estar empreendendo, no dia seguinte, você pode virar
um fotógrafo, no outro dia você pode ser um designer, no outro dia você
pode trabalhar com SEO, enfim, com tecnologias do Google e essa é a nova
economia. Essa é a beleza da nova economia e, pensando em mercado de
trabalho, eu vejo dois lados. Ou as empresas que não estão se adaptando a
essa realidade, elas estão caindo, caindo nos seus resultados, perdendo
competitividade e o segundo ponto, e está completamente atrelado ao
primeiro, é porque se as empresas não vivem essa nova economia e
entendem a realidade de mercado, elas não estão proporcionando um
ambiente de trabalho interessante que atraia bons profissionais e que
retenha bons profissionais. A gente tem aqui uma formação e uma
especialização, são dois públicos distintos de liderança e eu riria que são,
acho que, um dos mais buscados e virou uma referência no país em
desenvolvimento de liderança e a gente leva muito para dentro das
empresas porque a cultura ou a empresa reflete o perfil dos líderes e as
empresas estão preocupadas em desenvolver líderes para a nova
economia. Líderes que entendam essa nova realidade de mercado. Para
você ter uma ideia, 70% do nível de engajamento de um liderado ou dos
colaboradores é atribuída à qualidade do chefe e liderados engajados, por
que é importante ter um time engajado? Eles são duas vezes mais
produtivos, entregam 46% mais resultados e falam abertamente dos seus
desafios, dificuldades e falhas que é essencial para um ambiente inovador.
Consequentemente, competitivo e que traz resultados para a companhia.
Então, Szuster eu vejo sim as empresas ou quem não está se mexendo,
quem não está evoluindo, está ficando para traz, não só em resultados,
aliás, é um efeito causa e consequência. Por que está perdendo os melhores
profissionais? Os melhores profissionais buscam e querem empresas onde
eles se sintam desafiados, engajados, com autonomia, com
responsabilidade para fazer acontecer. Os bons profissionais não estão
aceitando mais aquela caixinha tradicional, quadrada, onde só tinha que
acabar batendo o martelo e sendo quase que um trabalho robotizado.
M1: Sim.
M2: Sem pensamento crítico, sem criatividade, sem inovação que hoje é a
bola da vez.
M1: Eu fico brincando muito com os clientes nossos, porque assim, você
tem que ter, pelo menos, o que eu chamo de coerência estratégica. Se você
define que o mundo é incerto, volátil e etecetera, mas você se comporta de
forma totalmente oposta a isso, é igual ao que você falou, por exemplo,
como que um time será capaz de inovar sem engajamento. O problema é
muito pior, cara, assim, tem pesquisas que mostram que, além de não ter
engajamento, você tem o desengajamento. Você tem gente atuando
contra.
M2: Total.
M1: Você tem gente cumprindo tabela e você tem um pouquinho de gente
engajada. É uma coisa, assim, é um cenário terrível se você pensa que está
em um mundo hipercompetitivo e de inovação porque, se você tem pouca
gente engajada, cara, a maior parte cumpre tabela ou joga contra, aonde é
que você vai chegar?
M2: total.
M1: Mas isso me remete ao terceiro ponto, aí, que você vai falar, cara, que
é assim, beleza, você vê então o seguinte, o cara não deve mais esperar pela
empresa treiná-lo, mostrar o caminho para ele, ele está no ambiente onde
ele tem que se desenvolver, claro, a empresa vai facilitar as coisas, a
empresa vai criar condições. A gente recria demais isso no DTI, assim, que
os líderes são como se fossem, ali, jardineiros que cuidam do ambiente.
M2: Perfeito.
M1: Mas a pessoa tem que assumir um protagonismo, ou seja, cabe a ela
perseguir. Porque assim, se a pessoa ficar esperando emanar de uma
autoridade central ou de alguém o futuro dela, mesmo ela sendo adaptável
e querendo aprender, ela vai ficar para trás, não vai?
M2: Totalmente. O protagonismo é essencial no pilar da nova economia.
Sem protagonismo não existe o primeiro ponto que é a questão da
adaptabilidade, não existe o segundo ponto que é o pilar do life on learning,
o aprendizado contínuo, e sem o protagonismo não existe o terceiro pilar
que eu chamo de humanidade. É pessoas. E aqui, porque pessoas? A gente
vive em um mundo de muita tecnologia. Até tem uma frase, Szuster, que
eu gosto muito do Head do LinkedIn Learning que ele diz que a ascensão da
inteligência artificial está tornando as soft skills cada vez mais importantes
já que são as competências que os robôs não podem automatizar. Então,
nesse mundo completamente competitivo, digital, que a inteligência
artificial vira um grande aliado, o que nos torna competitivos como uma
profissional? É a gente entender sobre pessoas, é a parte da humanidade,
tem uma frase.
M1: Pelo menos assim esperamos.
M2: Total, totalmente.
M1: Tem uns pessimistas que acham que não vai dar nada.
M2: Com toda a certeza. Inclusive, a gente vê muitas estatísticas mostrando
que, muitos postos de trabalho, eles são instintos para a tecnologia, mas
muitos outros nascem, também, da mesma ou até em maior proporção
graças à tecnologia e eu gosto muito de uma frase do Simon Sinek, um dos
principais pensadores e referência hoje, no mercado de trabalho do mundo,
ele diz que 5% dos seus clientes são pessoas, 100% dos seus colaboradores
são pessoas, se você não entende de pessoas, você não entende de
negócios. Isso já era uma verdade lá atrás e eu digo que, nessa nova
economia, se torna uma verdade ainda mais latente porque você precisa
ter o teu cliente no centro, como a gente falou logo no início, tudo sobre
pessoas. A gente precisa entender a dor do nosso cliente, então a gente não
tem que focar em nosso produto, em nossa solução, a gente tem que
entender a dor do nosso cliente. Quando a gente entende a dor, quando a
gente escuta o nosso consumidor, a gente constrói não para ele, mas com
ele. Isso faz toda a diferença para o resultado. E aqui é clientes, mas
também é os colaboradores, são as pessoas, o nosso time. A gente precisa
entender sobre pessoas, a gente precisa, sim, entender como humano,
como pessoa também e aqui dou um exemplo, falando de soft skills e a
importância dessas habilidades que tem tudo a ver com a humanidade,
dessas habilidades que são só nossas desde inteligência emocional,
liderança, produtividade, negociação, vendas. Eu trago uma aqui, por
exemplo, que é a inteligência emocional, tem tudo a ver com humanidade.
Inteligência emocional, para você ter uma ideia, tem pesquisas que
mostram que 58% da nossa performance profissional está atrelada à
inteligência emocional, 58%. E o que é inteligência emocional? É saber lidar
com pressão, o estresse do dia a dia. É saber lidar com desafios. É saber ser
um profissional adaptável que tenha resiliência ou antifragilidade, que
encare os momentos de incertezas com otimismo, sabendo que ele pode
falhar e a falha trazer aprendizado para ele. É saber se relacionar, trabalhar
em equipe, enfim, inteligência emocional é uma habilidade essencial que
nos torna muito mais preparados e capazes para enfrentar essa vida que a
gente está vivendo hoje, essa vida da nova economia. Tem uma outra
pesquisa que eu acho interessante, que hoje 71% dos RH’s, eles preferem
mais a inteligência emocional, é o QE, do que o próprio QI que é a
inteligência tradicional porque eles sabem que quando o profissional tem
inteligência emocional é um profissional muito pronto e capaz de se
desenvolver, de aprender, se tornar adaptável. É um profissional que
consegue lidar com todas as incertezas e as mudanças porque a gente não
vive mais naquela carreira ou naqueles desafios profissionais que a gente
senta, planeja para seis meses, um ano. É o planejamento dos próximos três
anos. Isso não existe mais. A gente se planeja para três, seis meses e em 30
dias as coisas já estão mudando, então a gente tem que ser um profissional
adaptável e aberto às mudanças. Inteligência emocional, eu diria que é um
desses exemplos da gente ser humano, da gente entender sobre pessoas e
aqui dá para conectar até com liderança que a gente acabou de falar. A
gente precisa se conhecer e precisa saber conhecer, entender e se conectar
com nosso time porque é um time. O líder, liderado, naquele modelo mais
tradicional e hierarquizado, ele caiu muito. Hoje, o líder e o bom líder que
engaja é o líder que põe todo mundo no mesmo barco, que escuta os seus
liderados, que tem uma liderança lado a lado com seu time. Então,
entender sobre pessoas nesse mundo que a gente está vivendo, já era
importante e está sendo cada vez mais importante se não a gente não vira
um profissional competitivo e preparado para essa nova realidade.
M1: Perfeito. Acho que isso nunca foi tão necessário, cara, igual você diz, já
era. Eu gosto do conceito do Simum de jogo infinito. Ele joga um jogo
infinito e é curioso porque assim, você imagina, para mim, a visão da
empresa como máquina, ela é muito prejudicial a isso tudo, sabe? Aquele
que vê a empresa como uma máquina, mesmo, ainda, por mais que a
pessoa admita que o mundo mudou, mas ainda enxerga a empresa como
uma máquina, ele dá pouca importância, por exemplo, às conexões entre
as pessoas. Ele dá pouca importância a como esse entendimento humano
faz, de fato, que esse time se engaje, porque para ele é tudo pecinha de
uma máquina então, o cara vai falar isso, vai ouvir isso, mas vai chegar lá,
vai tratar aquilo como uma máquina cheia de pecinhas, com metas bem
definidas e como se tudo fosse acontecer precisamente como um reloginho
e não como se no dia a dia, o que vai fazer a diferença, é esse olhar humano
que aproxima as pessoas, que aumenta a confiança e que faz emergir coisas
fantásticas, não é cara? De um time. Eu queria só emendar uma coisa, não
sei se estou filosofando aqui, muito, mas achei uma coisa que me veio à
cabeça, cara, que é assim, a gente tem falado muito no podcast
ultimamente sobre estoicismo, sabe? Sobre essa filosofia estoica como uma
forma de encarar melhor o mundo que a gente vive, sendo cada vez mais
necessária por quê? Porque eu falo assim, atitude estoica, digamos assim,
é uma atitude em que você reenquadra a forma como vê os obstáculos,
como você encara perante a vida e entende até que aqueles obstáculos te
fortalecem, sabe? Então é como se você, inclusive, exercesse um pouco de
desapego sobre as coisas e estivesse preparado para uma realidade um
pouco mais instável. Você acha que isso faz sentido, cara? Você enxerga
também esse caminho meio estoico? Porque eu achei engraçado, eu li um
livro, recentemente, que achei legal o jeito que o cara coloca, é um filósofo,
ele fala assim, cara, encare a vida como um jogo e encare que os deuses
estoicos estão te provocando o tempo todo. Quando eles colocam os set
backs, que ele chama em inglês, os obstáculos, só que esses obstáculos, na
medida que você faz com que eles não o incomodem, mas sejam
aprendizados, você vai ficando antifrágil, vai ficando mais forte. Eu acho
que a jornada, agora, é muito mais essa. Por um lado, você não tem mais
sossego, mas esse é um jogo muito prazeroso de aprendizado, de
protagonismo aonde você pode chegar muito mais longe, pessoalmente,
também.
M2: Totalmente. Eu gostei muito desse paralelo que você fez porque, para
mim, eu vou dizer que o motor desses três pilares que a gente falou hoje,
ou seja, adaptabilidade, o life on learning e a própria humanidade. Para
mim, o que faz essa roda girar de forma eficiente, é uma característica, uma
habilidade pouco falada no mercado de trabalho, mas para mim é uma
característica que eu valorizo de mais como profissional. Aquelas pessoas
que a gente traz para dentro do nosso barco, para mim é um dos pilares
que mais fazem a diferença para ele conseguir se adaptar continuamente,
aprender, e ser um profissional humano. E que habilidade é essa? A
habilidade da humildade. Por que humildade? Parece estranho. A gente
pouco ouve falar de humildade no mercado de trabalho. Humildade,
contando um pouquinho da minha história, o meu pai ele é de origem bem
simples do interior de São Paulo e graças ao contexto que ele vivia, ele
começou a trabalhar aos nove anos de idade. Ele vendeu frutas na rua,
vendeu pipoca, foi alfaiate, enfim, fez de tudo um pouco e aos 14 anos de
idade, ele começou a trabalhar de carteira assinada. Foi um grande orgulho,
conquista para a família, como office boy da indústria que o meu avô era
peão de fábrica. Isso, acho que na década de 60, início da década de 70 e o
mais surpreendente dessa história é que 45 anos depois ele virou diretor
geral da América Latina, dessa empresa, ele cresceu muito
profissionalmente, foi um profissional que eu, particularmente, mais
admiro, que gosto muito de ouvir falar palavras dele de sabedoria e,
durante toda a minha vida, acho que eu ouvi dele toda a minha vida,
quando era pequeno mal entendia as palavras, ele sempre falou, sempre
pregou dentro de casa, a importância para mim e para meus irmãos, a
importância da gente ser humilde e ele trazia uma palavra do rei Salomão,
na bíblia, que diz que com os humildes está a sabedoria e aquela palavra,
sendo bem sincero, não entendi muito bem. Meu pai estava falando sobre
humildade e conectava com sabedoria. E quando eu cresci, um dos
primeiros livros que eu li foi o Empresas Feitas para Vencer, do Jammes
Collins. E o Jammes Collins fez um estudo. O que as empresas que mais
cresciam, acho que cresciam o triplo da média dos seus concorrentes ao
longo de dez, quinze anos que ele estudou tinha em comum. E o que ele
descobriu? Um perfil em comum dos líderes por trás daquelas empresas
que mais cresciam. E qual era o perfil, qual era a característica, qual era a
competência? Era a humildade. Quando eu vi aquilo fiquei, caramba, não
acredito. Eu sempre ouvi dentro de cada e eu achei que era algo do meu pai
ou algo, talvez, para a vida pessoal. Ela tem tudo a ver e é completamente
conectada com o mercado de trabalho e por que mercado de trabalho?
Porque as pessoas humildes estão abertas ao novo. Elas sabem escutar. Elas
reconhecem as suas falhas. Elas sabem da importância do aprendizado
contínuo. Eu posso saber tudo hoje, eu posso saber muita coisa hoje, mas
amanhã eu posso aprender tudo de novo. Eu posso aprender mais coisas.
Eu sei que quando eu escuto quem está ao meu redor eu vou aprender, eu
vou me tornar um profissional mais forte. Aqui eu trago a frase do Albert
Einstein que ele fala que quanto maior o conhecimento, menor o ego e
quanto maior o ego, menor o conhecimento e, para o mundo que a gente
vive hoje, a gente precisa ter o ego lá em baixo e, assim, a gente vai
conseguir se tornar um profissional adaptável que sempre está
aprendendo. E assim a gente vai conseguir ser um líder eficiente para a
realidade de mercado, hoje, que é aquele líder que escuta, que engaja, que
ouve, que põe todo mundo no mesmo barco e aqui, quando eu falo
humildade, Szuster, só para finalizar, eu gosto de distinguir. Não é você se
encolher, ser alguém fraco, humildade não tem nada a ver com isso. Existe
o ego forte e o ego grande. O ego forte é aquele profissional que tem tanta
confiança e sabe que ele não tem todas as respostas, que ele não tem
aquela síndrome de sabe tudo, que ele sabe que no coletivo ele é muito
mais forte quando ele escuta as pessoas, mesmo os que são os liderados ou
que estão hierarquicamente abaixo, eles são muito mais fortes. Então,
aquele que tem o ego forte é aquele profissional que tem tanta confiança
que escuta a todos, que é o último a falar, que não quer impor a sua opinião,
que quer e sabe que as suas ideias e os seus pensamentos podem sempre
estar melhorando e que ele pode sempre estar aprendendo. Isso é o ego
forte e ele é muito bom. Quem é humilde, ele tem o ego forte porque ele
não tem aquele medo de opa, eu tenho que dar a palavra, eu tenho que ter
todas as respostas, eu tenho que falar porque eu sou o líder. Não, ele tem
o ego forte a ponto de, inclusive aquele Simon Sinek que tem o livro que
chama Os Líderes Comem por Último, ele fala muito sobre essa temática da
gente ter a confiança e o ego forte e a humildade para ser o último a
contribuir, o último a falar. Já, quem tem o ego grande, aí sim tem aquele
ego inflado.
M1: Vaidade, sim.
M2: Aí sim entra a vaidade, não tem nada a ver com humildade, entra a
arrogância. E o ego é tão grande que ele se infla em toda a sala. Ninguém
mais do time fala, a opinião dele é a única que importa, ele que tem todas
as respostas, apesar de estarem erradas, mas ele tem todas as respostas.
Então, para mim isso tem tudo a ver com essa filosofia. É humildade para o
novo, humildade através do novo, humildade para estar continuamente
aprendendo, humildade para encarar as falas com o aprendizado e a gente
sempre estar evoluindo. Para mim é o motor desses três pilares que a gente
falou hoje.
M1: Que legal cara. Muito legal, assim, nós estamos chegando no final e eu
acho, assim, quando a pessoa tem uma compreensão do mundo sendo
complexo e de como as coisas acontecem, também, ela deveria ser humilde
quase que por consequência disso.
M2: Total.
M1: Você vê que as coisas estão, definitivamente, sob seu controle. Cara,
muito legal, viu, achei assim, eu gosto quando as coisas têm uma coesão,
ou seja, o que a gente falou aqui é que o cara, a gente tem que ser
adaptável, para ser adaptável a gente tem que procurar continuamente
aprender, tem que ser protagonista disso. A gente tem que entender as
humanidades para poder saber se relacionar, saber se engajar e fazer as
coisas acontecerem. E sob tudo isso, está essa filosofia de humildade, de
saber que o aprendizado é contínuo. Eu só queria terminar, também,
fazendo um convite. Eu sei que a gente está com uma promoção, digamos
assim, com vocês. O ouvinte do Agilista tem um desconto na compra, é isso?
M2: É isso aí. A gente está combinado com um desconto especial em um
produto nosso que é uma novidade e está voando, está crescendo muito
que é o stream da Conquer. É o produto de assinatura da Conquer que você
que está ouvindo a gente pode ter acesso a mais de 25 cursos da Conquer
com uma mensalidade super acessível e eu digo 25 cursos, seja da área de
marketing digital, seja de liderança, gestão de pessoas, educação
financeira, a parte de data análises, Excel, soft skills, ou seja, oratória,
inteligência emocional, PML, produtividade, vendas, enfim, tudo que você
precisa aprender, desenvolver e dominar para se manter um profissional
competitivo nessa nova economia que a gente está com uma promoção,
com um preço bem especial para todo mundo que segue, que escuta aqui
o canal e assinar o Conquer Plus.
M1: Excelente, muito obrigado, cara, gostei de mais desse episódio. Eu,
particularmente, adoro falar sobre pessoas, sobre humanidade igual a
gente falou aqui. Então, foi muito gratificante. Um grande abraço para você.
M2: Muito obrigado. Um grande prazer estar aqui com vocês, conte sempre
comigo.
M1: Beleza.
[00:41:27]
PARTICIPANTES
Vozes masculinas identificadas: M1, M2
Vozes masculinas não identificadas: M
TEMPO DE GRAVAÇÃO
41 minutos e 42 segundos
MODALIDADE DE TRANSCRIÇÃO
Padrão
LEGENDA
… → pausa ou interrupção.
(inint) → palavra ou trecho ininteligível.
(palavra) → incerteza da palavra transcrita / ouvida.
____________________________________________________________
(INÍCIO)
[00:00:00]
M: O analfabeto do século XXI, não será aquele que não sabe ler e escrever, mas todo aquele que não souber aprender a desaprender.
M1: Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio dos Agilistas. Hoje, nós estamos com um tema aqui muito interessante. A gente fala muito de como as empresas tem que se organizar, como elas tem que mudar a cultura para poder enfrentar essa nova economia, esses novos tempos, mas, é óbvio, a empresa é formada de pessoas e a gente pode, imediatamente, em seguida, fazer o quê? Mas esse novo profissional, esse profissional que lida com essa nova economia, o que que ele tem que fazer nesses novos tempos? Obviamente que se a empresa vai mudar, vai ser fruto de uma mudança que vai acontecer nas pessoas e, para trazer esse assunto, a gente trouxe um especialista nesse assunto, que vai se apresentar agora, que é o Endel Favarim, tudo bem Endel?
M2: Prazerzaço estar aqui com vocês, muito obrigado pelo convite. Estou
super a disposição e super empolgado para falar sobre essa temática que
eu gosto tanto.
M1: Então, Endel, conta um pouquinho sobre o seu background, para o
pessoal te conhecer melhor?
M2: Claro, maravilha. Bom, meu nome é Endel, como você já muito bem
me apresentou. Sou cofundador da escola Conquer. A Conquer é uma
escola de negócios da nova economia que nasceu para revolucionar a
educação. A gente nasceu justamente da nossa insatisfação com o ensino
tradicional por não preparar o profissional para a realidade do mercado de
trabalho, por não preparar o profissional para a nova economia e, assim, a
gente nasceu um pouco na contramão do ensino tradicional e a gente tem
aqui alguns cursos desde formações, especializações, cursos gravados que
ensinam de uma forma diferente como também ensinam habilidades da
nova economia. São habilidades que todo profissional deveria ter
aprendido, mas não aprendeu.
M1: O que seria essa forma diferente?
M2: Legal. A gente tem três pilares principais que fazem a Conquer ser a
Conquer. Eu diria que é o conteúdo direto ao ponto, sem enrolação,
contextualizado com o mercado de trabalho que o aluno aprende um dia e
já sai aplicando. O segundo pilar são os professores, professores de
mercado que vivem de dia o que ensinam na Conquer e o terceiro pilar,
metodologia, eu diria que a melhor forma de explicar o que que é a
metodologia Conquer é com base nos feedbacks dos nossos alunos que eles
dizem que aqui na Conquer ninguém precisa tomar café para assistir uma
aula. Então essa é a nossa maneira, esse é o nosso mantra e eu acredito
muito que é isso que fez a gente crescer tanto em tão pouco tempo. São
mais de quatro anos de vida e mais de um milhão de alunos impactados,
não só no Brasil, mas em todo mundo e as principais empresas, também,
atendidas através dos nossos cursos e treinamentos. A gente tem muito
orgulho do impacto, do boca a boca da avaliação da Conquer.
M1: Interessante, ou seja, é uma tentativa. A coisa mais comum quando a
gente sai da faculdade é falar que está muito longe da prática, que está
desvinculado da realidade do mercado. É uma tentativa, realmente, de
aproximar e a pessoa sentir que aquilo a evolui na carreira, que ela já
consegue pegar aquele conhecimento e usar no dia a dia.
M2: Totalmente. Totalmente. Foi justamente esse gap que vocês falaram
que a gente nasceu para preencher, essa não preparação. O ensino
tradicional se propõe a preparar o profissional para a realidade do mercado,
para a vida, enquanto a gente tem empresas que dizem que os profissionais
não estão preparados, então a gente preenche esse gap trazendo o
profissional para a realidade do mercado, preparando ele para os desafios
do dia a dia e fazendo toda a diferença no crescimento profissional, no
crescimento da carreira dele. A gente tem muito orgulho. Inclusive, a gente
tem um aplicativo, uma curiosidade, em toda aula a gente tem um
aplicativo no modelo Uber, no modelo Airbnb. Não é o professor que avalia
o aluno. É o aluno que avalia o professor de forma 100% anônima e nossa
avaliação média é 9.7. É realmente muito alta. Tem toda uma metodologia,
uma experiência focada no nosso cliente, no nosso aluno e isso que faz toda
a diferença no final do dia para que a gente tenha todo esse crescimento
da escola, apesar de quatro anos de vida.
M1: Vou te falar, viu, cara, é um desafio porque, hoje em dia, com tanto
conteúdo que existe, o professor tem que realmente, o cara tem que ser
bom porque as pessoas são impacientes e tem muitas opções de conteúdo.
Então, se a pessoa não se virar, for criativo e não souber prender a atenção
e sei lá, ter desafios, o negócio é difícil mesmo.
M2: Totalmente. O ensino, o grande problema que eu diria do ensino
tradicional é que ele não foi criado ou é desenvolvido pensando no cliente,
no aluno, na realidade dele, na realidade digital dele, na realidade que as
coisas estão mudando tudo muito rápido e eu diria que esse é o grande
diferencial. Tudo que a gente construiu, a gente não construiu para o aluno,
a gente construiu com o aluno. É com o cliente, com o aluno no centro que
é um dos pilares da inovação. Isso que fez toda a diferença e, para você ter
uma ideia porque tem muitas escolas por aí, mas em 2020 a Conquer foi
uma das 100 marcas mais lembradas pelos brasileiros no ano de 2020. E
dessas 100 marcas lembradas pelos brasileiros, a gente foi a única marca de
educação a entrar para essa lista e a marca mais jovem, na época a gente
tinha dois anos e meio de vida e duas posições atrás da Apple. Então é isso,
é uma metodologia tão forte, tão focada na experiência do aluno,
procurando o real aprendizado dele que faz a gente ter esse boca a boca e
faz as pessoas quererem e sonharem estudar aqui com a gente, aqui na
Conquer. Isso é muito especial.
M1: Interessante, Endel, porque essas palavras suas já conecta com o
próximo assunto que seria essa nova economia. Eu acho interessante
porque você acabou de mostrar muito claramente que vocês vivem o que,
provavelmente, vocês pregam para a nova economia porque (inint)
[00:05:41]. A necessidade de pensar na experiência é parte integrante da
nova economia e educação é curioso. É muito isso que você fala. Você tem
um professor que ele pensa, eu sou um, eu sei muito isso e, aí, é o
suficiente. O pessoal do profissional já pensa assim, eu sei isso e pronto.
Não é assim, vem aqui absorver o conhecimento.
M2: Exatamente.
M1: Eu sou foda, tipo.
M2: Não, exatamente. Eu cito um exemplo que quem nunca estudou numa
faculdade, numa pós-graduação, tinha, caiu com um professor,
infelizmente, ruim, sem didática que até virava tiração de sarro. Poxa, você
caiu na turma tal, com professor tal, e a gente ficava tão amarrado que a
gente ficava seis meses há um ano, ou até mesmo dois anos, sei lá, três
semestres com aquele professor naquela matéria e se a gente fosse na
diretoria reclamar ou pedir para alterar de turma, a gente jamais seria ou
jamais é ouvido. Você caiu, caiu e ponto final e isso é muito triste porque a
educação, ela tem que ser focada no cliente como todo negócio inovador.
Todo negócio inovador, que está despontando, seja qual for o segmento,
seja de hotelaria, seja de locomoção, enfim, todas as startups, fintechs,
todas as startups que a gente vê despontando são startups que nasceram e
desenvolvem todo o seu negócio com o cliente no centro e é muito triste
ver o ensino tradicional desprezando, literalmente, o cliente, na prática
mesmo, o cliente, o seu consumidor. E a Conquer nasceu para ir na
contramão mesmo, desde o primeiro momento, desde a primeira aula
quando a gente não tinha o aplicativo, hoje a gente tem o aplicativo que é
o Rocket que a gente chama. Aliás, até uma curiosidade, Rocket é foguete
em inglês e por que a gente chamou de Rocket o nosso aplicativo de
avaliação? Porque o foguete muda de direção, ele ajusta a sua rota a cada
2.3 segundos e o objetivo de ouvir o consumidor é para, o tempo todo,
constantemente, estar ajustando o que é necessário para que o aluno tenha
a melhor experiência possível. Então, o aluno está no nosso centro. Então,
esse aplicativo, esse modelo que a gente tem que no início era papel, que a
gente fazia uma avaliação simples via papel, mas desde o day one da
Conquer, desde o primeiro momento da Conquer o cliente, o nosso
consumidor é ouvido. Sempre foi ouvido e por isso os nossos índices de
avaliação aqui da Conquer, o nosso boca a boca são tão grandes e a gente
cresceu tanto, não só com as pessoas, vindo até as nossas formações,
especializações, aos nossos cursos gravados, mas também as empresas.
Hoje, a gente atende as 300 principais empresas do país e do mundo. A
gente atende desde Ambev, Google, Stone, Loreal, os principais bancos do
país, enfim, as principais empresas startups do país a gente atende levando
os nossos treinamentos porque a gente realmente faz a diferença. A gente
realmente leva, não só conhecimento, que é informação disponível como
você falou no início, mas acima do conhecimento, a gente procura levar o
aprendizado que é o conhecimento colocado em prática, que realmente
impacta, transforma vidas, carreiras e traz resultado para o mundo.
M1: Bacana de mais. É interessante, não é, cara? Porque todo negócio,
acaba que vai se curvando ao consumidor, é quase que inexorável. Eu ainda
vejo presente, os médicos ainda vão virar essa ficha um dia. Médico que
ainda pouco (inint) digamos assim. Tem uma posição de
especialista ali. É claro que eu entendo, existe um contínuo ali, mas o
médico ainda é muito assim, você marca uma consulta ali, nem o seu
horário você consegue, normalmente, você não consegue garantir nem o
horário que você vai chegar. O médico tem esse, na cabeça dele, você está
lá você pode esperar por ele, ele não liga muito para isso. E aí, então,
pensando assim, em torno desse mundo mais customer centered onde a
experiência é vital, onde a empresa tem que ser extremamente adaptativa
como você comentou. Achei muito legal essa metáfora do foguete que você
tem, não pode ter sossego, tem que ajustar a rota o tempo todo. Não pode
dar nada por certo. É claro que isso aí traz, como a gente falou aqui na
introdução, traz mudança no profissional, como que ele passa a se
enxergar, como é que ele passa a enxergar a carreira dele, como é que ele
se enxerga nesse novo mundo. Quais são esses princípios que vocês
colocariam? Quais são os principais princípios que mudam esse
posicionamento, desse profissional, nessa nova economia.
M2: Legal, ótima pergunta. Eu diria que são três princípios ou três pilares
desse profissional dessa nova economia. Eu não vou dar spoiler do segundo
e terceiro, a gente só entra no primeiro para o pessoal ficar aqui com a
gente até o final, mas eu digo que o primeiro, ele vem do contexto que a
gente está vivendo hoje. O que eu gosto de trazer de paralelo? A gente vive
esse mundo VULCA, volátil, incerto, complexo e ágil. A gente já ouvi várias
vezes essa expressão. Inclusive, tem novas expressões para dizer a mesma
coisa sobre o mundo volátil, incerto, complexo e ágil que a gente está
vivendo, mas eu gosto de trazer um paralelo até correlacionado à educação
que a gente aprendeu, que a gente foi educado pela lógica industrial e a
gente vive, hoje, a lógica digital e porque é perigoso, porque é curioso essa
lógica industrial versus a lógica digital? Porque o nosso mundo é dividido
em três grandes eras, a era agrícola, depois veio a era industrial e, por fim
a era digital ou era da informação, era da tecnologia que a gente está
vivendo e o grande perigo disso, dessa divisão Szuster é porque a gente só
teve dois grandes momentos da história da humanidade que a gente viveu
esses períodos de transição. Então teve um período que viveu a transição
da era agrícola para a era industrial e o segundo momento de transição que
é o momento que a gente está vivendo e, por isso, todo o cuidado que a
gente precisa ter é porque, hoje, a gente vive a transição da era industrial
para a era digital. Aliás, a gente está muito mais na era digital do que na era
industrial, inclusive, e por que o perigo e por que a tensão? Porque a gente
foi educado, como eu falei, na era industrial, porque as escolas e a
educação, no modelo que a gente vive até hoje, elas nasceram para
alimentar esse sistema da era industrial, da lógica industrial, então a gente
via essa lógica industrial com algumas características que a gente via nas
escolas, a gente via nas indústrias que é aquela característica da
linearidade, repetitivo, segmentado e previsível. Toda educação nossa
seguia essa mesma lógica. O problema é que a gente vive, na prática, a era
digital. Ou seja, a gente aprendeu por uma lógica, mas vive uma outra era,
uma outra lógica, a era digital que não é nada linear, que é multidisciplinar,
que é extremamente conectado e, também, exponencialmente
imprevisível. Ou seja, não tem nada da previsibilidade da lógica industrial
que remete aquele processo fabril. Então, a gente vive um mundo de muitas
incertezas, de muitos desafios, um mundo volátil, é o mundo que tudo
muda muito rápido. As empresas estão tendo que se adaptar e mudar
muito rápido. Inclusive, tem uma pesquisa da Fortune 500, uma pesquisa,
um relatório, de uma revista que é a Fortune 500 que ela sempre emite as
principais empresas, as maiores empresas americanas e é bem interessante
essa pesquisa, Szuster, que ela demonstrou que as 500 maiores empresas,
ou seja, superpotências globais, que as 500 maiores empresas que foram
listadas por essa revista no ano de 1955, 70% delas já não existem mais.
M1: Mudou tudo, não é?
M2: Mudou tudo, e das que foram listadas no ano 2000, ou seja, super
recente, vinte e poucos anos atrás, 30% dessas empresas, dessas 500
maiores empresas do mundo, eu estou falando das superpotências.
M1: E as novas a gente nem sabem quais são. É aquela história. Está
aparecendo agora.
M2: Totalmente, então assim, um terço praticamente já não existe mais. É
muito sério o quanto o mundo tem mudado e quanto as coisas tem mudado
e a importância do profissional se tornar um profissional adaptável. Um
profissional que está disposto a aprender, a reaprender. Inclusive, tem uma
frase do Alvin Toffler que é um futurista americano que diz que o analfabeto
do século XXI não será aquele que não sabe ler e escrever, mas todo aquele
que não souber aprender a desaprender porque o mundo que a gente vive
hoje, exige essa adaptabilidade. Então, se eu pudesse dizer a primeira,
assim, o primeiro pilar, a primeira característica do profissional da nova
economia, sem sobra de dúvidas, é a adaptabilidade. Se o profissional não
estiver antenado à essas mudanças, ele não vai se tornar um profissional
competitivo. Ele não vai conseguir ser um profissional que se destaca e,
inclusive, o segundo pilar, o segundo princípio do profissional da nova
economia está completamente conectado com esse primeiro que é a
adaptabilidade, eu diria que é um pouco do remédio para a gente se tornar
um profissional adaptável, mas, enfim, não vou dar spoilers ainda. Szuster
se você tem alguma curiosidade
M1: Não, eu achei muito interessante isso que você falou da transição. É
um período desafiador, eu nunca tinha pensado por esse ponto de vista,
mas, assim, você pega um cara que nasceu em uma era e joga na outra. O
mundo já mudou, mas o cara não mudou ainda porque, daqui há alguns
anos, isso vai estar superado e as pessoas já vão ter sido criadas, assim, não
vão nem entender. Mas como assim, você não era, eu achava que você teria
um futuro em uma empresa e que as coisas iriam mudar e não sei o que,
mas, a gente que está nesse período de transição, realmente é interessante,
mas, assim, o ser adaptável. O que significa, na prática, o ser adaptável? É
essa capacidade de aprender continuamente, mas como é que um cara, de
forma prática, faz para lidar com isso? Porque o que a gente percebe,
pensando nessa questão de transição que você disse, as pessoas têm muito
medo dessa questão de desaprender porque a pessoa gosta de operar na
zona de conforto. Eu acho que uma coisa marcante dessas eras é muito isso.
Eu falo para o pessoal, eu lembro, eu tenho 47 anos, eu lembro, e eu até,
curiosamente, eu sou bem adaptado à essa nova era. Eu fico brincando. Eu
sou meio, por natureza, despreocupado e vivo muito o presente, gosto
muito de estudar então eu diria que sou bem adaptado, mas eu falo isso
muito na DTI. Eu lembro, claramente, da minha época, as pessoas sabiam
alguma coisa e ao saberem aquilo, por si só, era o suficiente para mantê-las
bem. Então imagina, eu desenvolvia software. O cara que sabia um detalhe,
uma picuinha ali, era o rei, sabe? Por quê? Porque não tinha internet. Se o
cara sabia aquilo ali. E hoje, aquilo ali se esvai muito rápido, entendeu?
Então, o que, na prática.
M2: Bem interessante o que você falou. Deixa eu só trazer uma informação.
M1: Claro.
M2: Que tem uma, segundo economista da escola austríaca de economia,
acho que é Fritz Machlup, não sei se é assim que se pronuncia o nome dele,
mas ele disse, 1920, ele mostrou que um diploma de um engenheiro, aqui
pegando engenharia como exemplo, ele tinha meia vida de 35 anos. Isso
em 1920. Em 1960, ele mostrou que a durabilidade do diploma do
engenheiro, ele caiu para dez anos e, esse mesmo economista, segundo
esses estudos, diz que hoje em dia o diploma torna-se obsoleto em apenas
12 a 18 meses. Ou seja, a durabilidade da habilidade técnica, dado esse
contexto que a gente acabou de falar, do mundo volátil, complexo, ágil, com
constante mudanças, o desafio aqui do diploma técnico e puramente
técnico é enorme. Enorme porque o mundo está mudando muito rápido e
o tempo todo a gente tem novas formas de trabalhar, novas técnicas, novas
metodologias e a metodologia vem aí para isso, para trazer muita novidade
o tempo todo. Então é justamente isso que você falou e o desafio do
diploma tem sido cada vez mais duro.
M1: Interessante, ou seja, esse conceito de meio vida é legal. Rapidamente,
o seu conhecimento se esvai, vai ficando desatualizado e você tem que se
adaptar. Então, qual seria o segundo princípio que você comentou. Seria
algo que emenda e ajuda esse cara a fica, de fato, adaptável, não é?
M2: Excelente. O primeiro pilar, adaptabilidade, que a gente falou e, para
se tornar adaptável, nesse mundo desafiador que a gente está vivendo, eu
diria que a melhor forma é o aprendizado contínuo e o aprendizado
contínuo tem se levantado muito uma bandeira que muitos chamam de life
on learning, ou seja, a gente nasce aprendendo e vai morrer aprendendo.
Esse é, hoje, o nosso papel como profissional e está em constante
desenvolvimento. Inclusive, tem uma pesquisa, Szuster, da Korn Ferry, que
é uma consultoria de gestão global, que diz que profissionais com
capacidade de aprendizagem, o learn agility como também se chama, eles
são promovidos duas vezes mais rápidos que os seus pares e empresas que
contam com esse perfil de executivos são 25% mais lucrativas que os seus
concorrentes ou seja, aquele profissional que está sempre aprendendo,
está sempre antenado, ele tem tudo para ser um profissional mais
competitivo, com muito mais resultado que seus pares, enfim, que as
empresas concorrentes. E esse é o grande desafio, Szuster. Pensando no
mercado de trabalho, tem uma pesquisa da Dell que demonstrou que 85%
das funções com trabalho que existirão em 2030 ainda não existem. É
impressionante isso. Quase que não dá para acreditar nessa pesquisa, mas
isso é a prova viva que o mundo está mudando muito rápido e nós,
profissionais, vamos ter que manter aceso o nosso conhecimento. O que a
gente aprendeu há dois, três anos talvez já não se aplica mais. A gente tem
que estar em constante processo de desenvolvimento e essa é a grande
chave para a gente se tornar um profissional adaptável, aquele profissional
que está em constante aprendizado.
M1: É engraçado, Endres, sabe por quê? Isso conecta muito com um
episódio do podcast, está até saindo essa semana, onde a gente fala sobre
trajetórias porque lá na DTI, a gente até brinca, nesse mundo volátil,
incerto, ambíguo e etecetera, como é que você vai ter um plano de carreira
detalhadinho? Nesse mundo, e a gente vai mais além, a gente até falou isso
em um episódio, que tem muito a ver com o que você fala, como é que
pode lá na faculdade alguém já ter definido o que um engenheiro faz, o que
não sei quem faz se você não sabe nem o que vai ser feito em um ano igual
você disse, não sabe nem qual profissão.
M2: Total.
M1: A gente, nesse episódio, falou muito sobre isso. A gente até prefere
chamar de trajetórias e dar um tom mais soft a isso e a pessoa ficar o tempo
todo revendo a trajetória dela, sabe? O tempo todo. Você não acha que as
empresas, as pessoas têm que mudar, mas as estruturas das empresas
ainda sendo muito mecanicista? Elas mesmo são um impedimento a esse
tipo de mudança porque colocam o sujeito em uma caixinha e alguém já faz
o plano de treinamento dele, o RH já fala qual é o plano de treinamento
dele. Não é nem individualizado, você já pega aquela função, ou seja, as
funções já são definidas, as caixinhas já são definidas e o plano de carreira
do cara é definido, o plano de treinamento dele é definido. Como é que
você enxerga isso face a necessidade de ser adaptável e,
consequentemente, a necessidade de procurar aprendizado
continuamente?
M2: Perfeito. Ótima pergunta. Eu gosto de dizer que a nossa carreira está
muito mais para um GPS, hoje em dia, a gente está recalculando a rota o
tempo todo. Inclusive, tem pesquisas que dizem que a gente vai ter de
quatro a seis profissões ao longo da nossa vida. Não é porque você é
advogado que você é o advogado, você está advogando nesse momento,
manhã, você pode estar empreendendo, no dia seguinte, você pode virar
um fotógrafo, no outro dia você pode ser um designer, no outro dia você
pode trabalhar com SEO, enfim, com tecnologias do Google e essa é a nova
economia. Essa é a beleza da nova economia e, pensando em mercado de
trabalho, eu vejo dois lados. Ou as empresas que não estão se adaptando a
essa realidade, elas estão caindo, caindo nos seus resultados, perdendo
competitividade e o segundo ponto, e está completamente atrelado ao
primeiro, é porque se as empresas não vivem essa nova economia e
entendem a realidade de mercado, elas não estão proporcionando um
ambiente de trabalho interessante que atraia bons profissionais e que
retenha bons profissionais. A gente tem aqui uma formação e uma
especialização, são dois públicos distintos de liderança e eu riria que são,
acho que, um dos mais buscados e virou uma referência no país em
desenvolvimento de liderança e a gente leva muito para dentro das
empresas porque a cultura ou a empresa reflete o perfil dos líderes e as
empresas estão preocupadas em desenvolver líderes para a nova
economia. Líderes que entendam essa nova realidade de mercado. Para
você ter uma ideia, 70% do nível de engajamento de um liderado ou dos
colaboradores é atribuída à qualidade do chefe e liderados engajados, por
que é importante ter um time engajado? Eles são duas vezes mais
produtivos, entregam 46% mais resultados e falam abertamente dos seus
desafios, dificuldades e falhas que é essencial para um ambiente inovador.
Consequentemente, competitivo e que traz resultados para a companhia.
Então, Szuster eu vejo sim as empresas ou quem não está se mexendo,
quem não está evoluindo, está ficando para traz, não só em resultados,
aliás, é um efeito causa e consequência. Por que está perdendo os melhores
profissionais? Os melhores profissionais buscam e querem empresas onde
eles se sintam desafiados, engajados, com autonomia, com
responsabilidade para fazer acontecer. Os bons profissionais não estão
aceitando mais aquela caixinha tradicional, quadrada, onde só tinha que
acabar batendo o martelo e sendo quase que um trabalho robotizado.
M1: Sim.
M2: Sem pensamento crítico, sem criatividade, sem inovação que hoje é a
bola da vez.
M1: Eu fico brincando muito com os clientes nossos, porque assim, você
tem que ter, pelo menos, o que eu chamo de coerência estratégica. Se você
define que o mundo é incerto, volátil e etecetera, mas você se comporta de
forma totalmente oposta a isso, é igual ao que você falou, por exemplo,
como que um time será capaz de inovar sem engajamento. O problema é
muito pior, cara, assim, tem pesquisas que mostram que, além de não ter
engajamento, você tem o desengajamento. Você tem gente atuando
contra.
M2: Total.
M1: Você tem gente cumprindo tabela e você tem um pouquinho de gente
engajada. É uma coisa, assim, é um cenário terrível se você pensa que está
em um mundo hipercompetitivo e de inovação porque, se você tem pouca
gente engajada, cara, a maior parte cumpre tabela ou joga contra, aonde é
que você vai chegar?
M2: total.
M1: Mas isso me remete ao terceiro ponto, aí, que você vai falar, cara, que
é assim, beleza, você vê então o seguinte, o cara não deve mais esperar pela
empresa treiná-lo, mostrar o caminho para ele, ele está no ambiente onde
ele tem que se desenvolver, claro, a empresa vai facilitar as coisas, a
empresa vai criar condições. A gente recria demais isso no DTI, assim, que
os líderes são como se fossem, ali, jardineiros que cuidam do ambiente.
M2: Perfeito.
M1: Mas a pessoa tem que assumir um protagonismo, ou seja, cabe a ela
perseguir. Porque assim, se a pessoa ficar esperando emanar de uma
autoridade central ou de alguém o futuro dela, mesmo ela sendo adaptável
e querendo aprender, ela vai ficar para trás, não vai?
M2: Totalmente. O protagonismo é essencial no pilar da nova economia.
Sem protagonismo não existe o primeiro ponto que é a questão da
adaptabilidade, não existe o segundo ponto que é o pilar do life on learning,
o aprendizado contínuo, e sem o protagonismo não existe o terceiro pilar
que eu chamo de humanidade. É pessoas. E aqui, porque pessoas? A gente
vive em um mundo de muita tecnologia. Até tem uma frase, Szuster, que
eu gosto muito do Head do LinkedIn Learning que ele diz que a ascensão da
inteligência artificial está tornando as soft skills cada vez mais importantes
já que são as competências que os robôs não podem automatizar. Então,
nesse mundo completamente competitivo, digital, que a inteligência
artificial vira um grande aliado, o que nos torna competitivos como uma
profissional? É a gente entender sobre pessoas, é a parte da humanidade,
tem uma frase.
M1: Pelo menos assim esperamos.
M2: Total, totalmente.
M1: Tem uns pessimistas que acham que não vai dar nada.
M2: Com toda a certeza. Inclusive, a gente vê muitas estatísticas mostrando
que, muitos postos de trabalho, eles são instintos para a tecnologia, mas
muitos outros nascem, também, da mesma ou até em maior proporção
graças à tecnologia e eu gosto muito de uma frase do Simon Sinek, um dos
principais pensadores e referência hoje, no mercado de trabalho do mundo,
ele diz que 5% dos seus clientes são pessoas, 100% dos seus colaboradores
são pessoas, se você não entende de pessoas, você não entende de
negócios. Isso já era uma verdade lá atrás e eu digo que, nessa nova
economia, se torna uma verdade ainda mais latente porque você precisa
ter o teu cliente no centro, como a gente falou logo no início, tudo sobre
pessoas. A gente precisa entender a dor do nosso cliente, então a gente não
tem que focar em nosso produto, em nossa solução, a gente tem que
entender a dor do nosso cliente. Quando a gente entende a dor, quando a
gente escuta o nosso consumidor, a gente constrói não para ele, mas com
ele. Isso faz toda a diferença para o resultado. E aqui é clientes, mas
também é os colaboradores, são as pessoas, o nosso time. A gente precisa
entender sobre pessoas, a gente precisa, sim, entender como humano,
como pessoa também e aqui dou um exemplo, falando de soft skills e a
importância dessas habilidades que tem tudo a ver com a humanidade,
dessas habilidades que são só nossas desde inteligência emocional,
liderança, produtividade, negociação, vendas. Eu trago uma aqui, por
exemplo, que é a inteligência emocional, tem tudo a ver com humanidade.
Inteligência emocional, para você ter uma ideia, tem pesquisas que
mostram que 58% da nossa performance profissional está atrelada à
inteligência emocional, 58%. E o que é inteligência emocional? É saber lidar
com pressão, o estresse do dia a dia. É saber lidar com desafios. É saber ser
um profissional adaptável que tenha resiliência ou antifragilidade, que
encare os momentos de incertezas com otimismo, sabendo que ele pode
falhar e a falha trazer aprendizado para ele. É saber se relacionar, trabalhar
em equipe, enfim, inteligência emocional é uma habilidade essencial que
nos torna muito mais preparados e capazes para enfrentar essa vida que a
gente está vivendo hoje, essa vida da nova economia. Tem uma outra
pesquisa que eu acho interessante, que hoje 71% dos RH’s, eles preferem
mais a inteligência emocional, é o QE, do que o próprio QI que é a
inteligência tradicional porque eles sabem que quando o profissional tem
inteligência emocional é um profissional muito pronto e capaz de se
desenvolver, de aprender, se tornar adaptável. É um profissional que
consegue lidar com todas as incertezas e as mudanças porque a gente não
vive mais naquela carreira ou naqueles desafios profissionais que a gente
senta, planeja para seis meses, um ano. É o planejamento dos próximos três
anos. Isso não existe mais. A gente se planeja para três, seis meses e em 30
dias as coisas já estão mudando, então a gente tem que ser um profissional
adaptável e aberto às mudanças. Inteligência emocional, eu diria que é um
desses exemplos da gente ser humano, da gente entender sobre pessoas e
aqui dá para conectar até com liderança que a gente acabou de falar. A
gente precisa se conhecer e precisa saber conhecer, entender e se conectar
com nosso time porque é um time. O líder, liderado, naquele modelo mais
tradicional e hierarquizado, ele caiu muito. Hoje, o líder e o bom líder que
engaja é o líder que põe todo mundo no mesmo barco, que escuta os seus
liderados, que tem uma liderança lado a lado com seu time. Então,
entender sobre pessoas nesse mundo que a gente está vivendo, já era
importante e está sendo cada vez mais importante se não a gente não vira
um profissional competitivo e preparado para essa nova realidade.
M1: Perfeito. Acho que isso nunca foi tão necessário, cara, igual você diz, já
era. Eu gosto do conceito do Simum de jogo infinito. Ele joga um jogo
infinito e é curioso porque assim, você imagina, para mim, a visão da
empresa como máquina, ela é muito prejudicial a isso tudo, sabe? Aquele
que vê a empresa como uma máquina, mesmo, ainda, por mais que a
pessoa admita que o mundo mudou, mas ainda enxerga a empresa como
uma máquina, ele dá pouca importância, por exemplo, às conexões entre
as pessoas. Ele dá pouca importância a como esse entendimento humano
faz, de fato, que esse time se engaje, porque para ele é tudo pecinha de
uma máquina então, o cara vai falar isso, vai ouvir isso, mas vai chegar lá,
vai tratar aquilo como uma máquina cheia de pecinhas, com metas bem
definidas e como se tudo fosse acontecer precisamente como um reloginho
e não como se no dia a dia, o que vai fazer a diferença, é esse olhar humano
que aproxima as pessoas, que aumenta a confiança e que faz emergir coisas
fantásticas, não é cara? De um time. Eu queria só emendar uma coisa, não
sei se estou filosofando aqui, muito, mas achei uma coisa que me veio à
cabeça, cara, que é assim, a gente tem falado muito no podcast
ultimamente sobre estoicismo, sabe? Sobre essa filosofia estoica como uma
forma de encarar melhor o mundo que a gente vive, sendo cada vez mais
necessária por quê? Porque eu falo assim, atitude estoica, digamos assim,
é uma atitude em que você reenquadra a forma como vê os obstáculos,
como você encara perante a vida e entende até que aqueles obstáculos te
fortalecem, sabe? Então é como se você, inclusive, exercesse um pouco de
desapego sobre as coisas e estivesse preparado para uma realidade um
pouco mais instável. Você acha que isso faz sentido, cara? Você enxerga
também esse caminho meio estoico? Porque eu achei engraçado, eu li um
livro, recentemente, que achei legal o jeito que o cara coloca, é um filósofo,
ele fala assim, cara, encare a vida como um jogo e encare que os deuses
estoicos estão te provocando o tempo todo. Quando eles colocam os set
backs, que ele chama em inglês, os obstáculos, só que esses obstáculos, na
medida que você faz com que eles não o incomodem, mas sejam
aprendizados, você vai ficando antifrágil, vai ficando mais forte. Eu acho
que a jornada, agora, é muito mais essa. Por um lado, você não tem mais
sossego, mas esse é um jogo muito prazeroso de aprendizado, de
protagonismo aonde você pode chegar muito mais longe, pessoalmente,
também.
M2: Totalmente. Eu gostei muito desse paralelo que você fez porque, para
mim, eu vou dizer que o motor desses três pilares que a gente falou hoje,
ou seja, adaptabilidade, o life on learning e a própria humanidade. Para
mim, o que faz essa roda girar de forma eficiente, é uma característica, uma
habilidade pouco falada no mercado de trabalho, mas para mim é uma
característica que eu valorizo de mais como profissional. Aquelas pessoas
que a gente traz para dentro do nosso barco, para mim é um dos pilares
que mais fazem a diferença para ele conseguir se adaptar continuamente,
aprender, e ser um profissional humano. E que habilidade é essa? A
habilidade da humildade. Por que humildade? Parece estranho. A gente
pouco ouve falar de humildade no mercado de trabalho. Humildade,
contando um pouquinho da minha história, o meu pai ele é de origem bem
simples do interior de São Paulo e graças ao contexto que ele vivia, ele
começou a trabalhar aos nove anos de idade. Ele vendeu frutas na rua,
vendeu pipoca, foi alfaiate, enfim, fez de tudo um pouco e aos 14 anos de
idade, ele começou a trabalhar de carteira assinada. Foi um grande orgulho,
conquista para a família, como office boy da indústria que o meu avô era
peão de fábrica. Isso, acho que na década de 60, início da década de 70 e o
mais surpreendente dessa história é que 45 anos depois ele virou diretor
geral da América Latina, dessa empresa, ele cresceu muito
profissionalmente, foi um profissional que eu, particularmente, mais
admiro, que gosto muito de ouvir falar palavras dele de sabedoria e,
durante toda a minha vida, acho que eu ouvi dele toda a minha vida,
quando era pequeno mal entendia as palavras, ele sempre falou, sempre
pregou dentro de casa, a importância para mim e para meus irmãos, a
importância da gente ser humilde e ele trazia uma palavra do rei Salomão,
na bíblia, que diz que com os humildes está a sabedoria e aquela palavra,
sendo bem sincero, não entendi muito bem. Meu pai estava falando sobre
humildade e conectava com sabedoria. E quando eu cresci, um dos
primeiros livros que eu li foi o Empresas Feitas para Vencer, do Jammes
Collins. E o Jammes Collins fez um estudo. O que as empresas que mais
cresciam, acho que cresciam o triplo da média dos seus concorrentes ao
longo de dez, quinze anos que ele estudou tinha em comum. E o que ele
descobriu? Um perfil em comum dos líderes por trás daquelas empresas
que mais cresciam. E qual era o perfil, qual era a característica, qual era a
competência? Era a humildade. Quando eu vi aquilo fiquei, caramba, não
acredito. Eu sempre ouvi dentro de cada e eu achei que era algo do meu pai
ou algo, talvez, para a vida pessoal. Ela tem tudo a ver e é completamente
conectada com o mercado de trabalho e por que mercado de trabalho?
Porque as pessoas humildes estão abertas ao novo. Elas sabem escutar. Elas
reconhecem as suas falhas. Elas sabem da importância do aprendizado
contínuo. Eu posso saber tudo hoje, eu posso saber muita coisa hoje, mas
amanhã eu posso aprender tudo de novo. Eu posso aprender mais coisas.
Eu sei que quando eu escuto quem está ao meu redor eu vou aprender, eu
vou me tornar um profissional mais forte. Aqui eu trago a frase do Albert
Einstein que ele fala que quanto maior o conhecimento, menor o ego e
quanto maior o ego, menor o conhecimento e, para o mundo que a gente
vive hoje, a gente precisa ter o ego lá em baixo e, assim, a gente vai
conseguir se tornar um profissional adaptável que sempre está
aprendendo. E assim a gente vai conseguir ser um líder eficiente para a
realidade de mercado, hoje, que é aquele líder que escuta, que engaja, que
ouve, que põe todo mundo no mesmo barco e aqui, quando eu falo
humildade, Szuster, só para finalizar, eu gosto de distinguir. Não é você se
encolher, ser alguém fraco, humildade não tem nada a ver com isso. Existe
o ego forte e o ego grande. O ego forte é aquele profissional que tem tanta
confiança e sabe que ele não tem todas as respostas, que ele não tem
aquela síndrome de sabe tudo, que ele sabe que no coletivo ele é muito
mais forte quando ele escuta as pessoas, mesmo os que são os liderados ou
que estão hierarquicamente abaixo, eles são muito mais fortes. Então,
aquele que tem o ego forte é aquele profissional que tem tanta confiança
que escuta a todos, que é o último a falar, que não quer impor a sua opinião,
que quer e sabe que as suas ideias e os seus pensamentos podem sempre
estar melhorando e que ele pode sempre estar aprendendo. Isso é o ego
forte e ele é muito bom. Quem é humilde, ele tem o ego forte porque ele
não tem aquele medo de opa, eu tenho que dar a palavra, eu tenho que ter
todas as respostas, eu tenho que falar porque eu sou o líder. Não, ele tem
o ego forte a ponto de, inclusive aquele Simon Sinek que tem o livro que
chama Os Líderes Comem por Último, ele fala muito sobre essa temática da
gente ter a confiança e o ego forte e a humildade para ser o último a
contribuir, o último a falar. Já, quem tem o ego grande, aí sim tem aquele
ego inflado.
M1: Vaidade, sim.
M2: Aí sim entra a vaidade, não tem nada a ver com humildade, entra a
arrogância. E o ego é tão grande que ele se infla em toda a sala. Ninguém
mais do time fala, a opinião dele é a única que importa, ele que tem todas
as respostas, apesar de estarem erradas, mas ele tem todas as respostas.
Então, para mim isso tem tudo a ver com essa filosofia. É humildade para o
novo, humildade através do novo, humildade para estar continuamente
aprendendo, humildade para encarar as falas com o aprendizado e a gente
sempre estar evoluindo. Para mim é o motor desses três pilares que a gente
falou hoje.
M1: Que legal cara. Muito legal, assim, nós estamos chegando no final e eu
acho, assim, quando a pessoa tem uma compreensão do mundo sendo
complexo e de como as coisas acontecem, também, ela deveria ser humilde
quase que por consequência disso.
M2: Total.
M1: Você vê que as coisas estão, definitivamente, sob seu controle. Cara,
muito legal, viu, achei assim, eu gosto quando as coisas têm uma coesão,
ou seja, o que a gente falou aqui é que o cara, a gente tem que ser
adaptável, para ser adaptável a gente tem que procurar continuamente
aprender, tem que ser protagonista disso. A gente tem que entender as
humanidades para poder saber se relacionar, saber se engajar e fazer as
coisas acontecerem. E sob tudo isso, está essa filosofia de humildade, de
saber que o aprendizado é contínuo. Eu só queria terminar, também,
fazendo um convite. Eu sei que a gente está com uma promoção, digamos
assim, com vocês. O ouvinte do Agilista tem um desconto na compra, é isso?
M2: É isso aí. A gente está combinado com um desconto especial em um
produto nosso que é uma novidade e está voando, está crescendo muito
que é o stream da Conquer. É o produto de assinatura da Conquer que você
que está ouvindo a gente pode ter acesso a mais de 25 cursos da Conquer
com uma mensalidade super acessível e eu digo 25 cursos, seja da área de
marketing digital, seja de liderança, gestão de pessoas, educação
financeira, a parte de data análises, Excel, soft skills, ou seja, oratória,
inteligência emocional, PML, produtividade, vendas, enfim, tudo que você
precisa aprender, desenvolver e dominar para se manter um profissional
competitivo nessa nova economia que a gente está com uma promoção,
com um preço bem especial para todo mundo que segue, que escuta aqui
o canal e assinar o Conquer Plus.
M1: Excelente, muito obrigado, cara, gostei de mais desse episódio. Eu,
particularmente, adoro falar sobre pessoas, sobre humanidade igual a
gente falou aqui. Então, foi muito gratificante. Um grande abraço para você.
M2: Muito obrigado. Um grande prazer estar aqui com vocês, conte sempre
comigo.
M1: Beleza.
[00:41:27]