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os agilistas

#160 – Desenvolvendo a inteligência emocional com Flavio Couto e Fernando Cascais

#160 – Desenvolvendo a inteligência emocional com Flavio Couto e Fernando Cascais

os agilistas
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M: (Um ponto que a gente tem sempre que pensar é que)
quando eu tento ter essa empatia com a pessoa, quando eu pratico essa
empatia, eu estou, no final das contas, virtualizando o que de fato
aconteceu para aquela pessoa. Ou até mesmo a transmissão dela para mim
não é 100% fidedigna ao momento, porque tem a interpretação dela.
Marcelo: Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio
Os Agilistas. Estou aqui, como sempre, com o Vinição. E aí, Vinição.
Vinícius: E aí, tudo bem pessoal? Vamos lá.
Marcelo: Beleza. (Então, hoje nós vamos) .
Vinícius: Ainda bem que você não me chamou do que você me chamou em
off aqui.
Marcelo: Eu estava explicando para os convidados aqui que eu ia
apresentar: “Estamos com o Vinição, (aquele chato) ”. Então,
pessoal, hoje a gente está querendo, hoje nós vamos retomar o tema de
inteligência emocional, a gente já falou, no passado, um pouquinho sobre
isso aqui no podcast, mas a gente quer voltar esse tema, porque esse tema
já é importante há anos, eu lembro de ter lido livro de inteligência
emocional há muitos anos, então é algo que sempre foi muito importante,
porque durante uma época aí mais antiga se falava muito em QI, não é? E
se valorizava muito essa parte mais lógica e matemática da inteligência, só
que eu digo que esse tema é cada vez mais relevante porque cada vez mais
a gente trabalha com criatividade, cada vez mais trabalha com colaboração,
cada vez mais trabalha com diversidade e cada vez mais é importante saber
se relacionar bem, ter soft skills, saber compreender os diversos pontos de
vista, saber empatizar, não é? Então é como se isso sempre foi importante,
e a tendência, a gente vai falar com os convidados aqui, eu acho que a
tendência é só ficar cada vez mais importante, os profissionais mais
completos sempre terão que, de uma forma ou de outra, desenvolver esses
soft skills. Você vê, até a gente aqui no âmbito da criação de produtos
digitais, um time (ágil)  de verdade tem que conversar muito com
o cliente, tem que interagir muito, etc, então, ou seja, são habilidades que
são necessárias em maior ou menor intensidade dentro de um time. Nós
estamos com dois convidados, da própria DTI, para falar sobre isso. Queria,
primeiro, apresentar o Flávio Couto, e como sempre, pedir para ele se
apresentar. Tudo bom, Flávio?
Flávio: Tudo ótimo, Szuster. Boa noite. Boa noite, Vinícius. Boa noite,
Fernando. Sou o Flávio, estou aqui na DTI já tem uns dois anos, atuo aqui
como (SM. E sim, como SM) , acho que a inteligência emocional
(está bem dentro)  do nosso contexto mesmo. Então obrigado
pelo convite, vai ser legal poder participar.
Marcelo: Beleza. (SM master) , certo?
Flávio: Isso, isso.
Marcelo: Estamos aqui também com o Fernando Cascais. E aí, Fernando,
tudo bom? Se apresente aí, por favor.
Fernando:  . Tudo joia, Szuster, Vinição, Flávio? Estou aqui
na DTI já tem uns três anos, eu acho que eu sou contemporâneo do Flávio
aqui, de DTI, estou atuando como (Tech Manager) , um
pouquinho como consultoria de gestão ágil.
Marcelo: Beleza. Então, começar com uma pergunta (para o)
Flávio. Acho difícil não começar com conceito, a gente começar explorando
um pouquinho conceito, só para a gente estabelecer as bases sobre o que
nós vamos conversar aqui. O que é, afinal, inteligência emocional? De uma
forma simples, assim. Flávio, como é que você definiria isso?
Flávio: De uma forma simples, inteligência emocional seria o conjunto de
competências relacionados a lidar com a emoção. Então muito mais, assim,
do que o conceito de competência, eu acho que é mais difícil a gente definir
a emoção mesmo (que é. Basicamente, acho que)  um conceito
simples seria esse.
Marcelo: O que é emoção então?
Flávio: Aí é um dilema. Até pesquisando sobre o assunto, assim, não existe
hoje um consenso sobre o que é emoção, propriamente dito, nem qual é a
quantidade de emoções que a gente experimenta, o que existem são
teorias, são abordagens, (que)  tem uma abordagem mais
limitada, que fala que existe um conjunto de emoções que são ligadas, por
exemplo, ao nosso instinto, à nossa sobrevivência, raiva, medo, felicidade,
que (são responsáveis por dinâmicas sociais mesmo) , que foram
responsáveis pela nossa sobrevivência, evolução da nossa espécie, etc, e
tem umas abordagens que são mais complexas, que à medida que essas
emoções vão se combinando elas vão ficando cada vez mais complexas, e
cada vez até mais difíceis de a gente entender, interpretar e lidar também,
no nosso contexto. Mas essa parte seria interessante, pensando na
competência de lidar com a emoção, (porque você pega esse nicho)
, que é melhor definido, já ligado aí com a parte do instinto, da
nossa sobrevivência, a gente já consegue desenvolver algumas
competências a nível de tentar identificar, interagir mesmo com a emoção,
(e até elencar ações mesmo) , uma vez que você entende você
consegue fazer uma leitura, por exemplo: “Opa, estou tendo aqui alguns
sintomas, algumas coisas (que identifico, por exemplo, que estou com raiva
aqui”, mas)  o porquê eu fiquei com raiva, sabe, o que causou
isso, aí você consegue desenvolver mesmo essa competência a partir do
momento que você consegue ter uma definição
Marcelo: (Pena. Quebrei meu monitor aqui, acho que eu estou com raiva.
Parece que eu estou com raiva) . Eu achei interessante, eu gosto
muito dessa parte evolutiva, certamente tem umas emoções aí que eram o
que nos fazia agir e que era importante para a sobrevivência, (o tema
sempre é esse) , e o que era importante para sobrevivência na
selva, ou no ambiente hostil, não é necessariamente o que vai ser
importante. Porque não é nem questão, as pessoas às vezes não percebem
isso, que seleção natural é a seleção para sobrevivência, ela não seleciona
para você ser um bom colega de trabalho  .
Flávio:  .
Marcelo: Você ser feliz, não é, cara? A única coisa que ela seleciona é o que
era necessário para que você sobrevivesse, e se a agressividade e status
social é importante, você vai buscar status social e vai ser agressivo, não é?
Porque, os nossos antepassados, nós somos filhos de pessoas que eram
assim. Só mais uma última pergunta para você, antes de botar o resto do
pessoal no jogo. Então, eu sei que essas competências emocionais existe
uma divisão, na teoria da inteligência emocional, justamente para ficar mais
fácil de tratar cada grupinho desse. Quais são essas (divisões) ?
Flávio: (Talvez as)  competências pessoas, interpessoais, e as
competências sociais, que é uma competência relacionada a lidar com as
emoções quando elas se manifestam em você. As competências
relacionadas às emoções quando elas se manifestam nos outros. Então com
si próprio, quando você (tem esse próprio te)  permite
justamente desenvolver a competência para ter esse autocontrole. Então
se alguma coisa aconteceu, sei lá: “Não estou me sentindo muito bem
hoje”, então se eu consigo chegar a essa conclusão de que eu não estou me
sentindo bem, seja qualquer a emoção que esteja ali aparente, eu consigo
decidir como que eu vou tocar o meu dia, se eu tenho coisas difíceis para
resolver ou não, eu posso gerenciar isso. Ok. Se eu não estou bem hoje eu
não estou com a melhor capacidade de tomar uma decisão aqui, então eu
vou tentar envolver uma outra pessoa, eu vou tentar desmarcar alguma
reunião, vou tentar fazer alguma coisa assim. E a competência social tem
mais a ver com lidar com o outro, então se eu consigo fazer essa leitura em
mim mesmo, eu consigo fazer também essa leitura no outro. A gente chama
de empatia, você olhar para a pessoa e ver que a pessoa não está bem, (eu
vou moderar ali) , se tem alguma coisa para poder passar eu vou
tentar trabalhar essa mensagem, ou vou desmarcar também, eu vou tentar
até ser mais compassivo mesmo, com a situação dela, também a fim de a
gente se comunicar melhor, enfim, de criar um laço melhor, um vínculo
melhor.
Marcelo: Entendi. Ou seja, uma parte tem muito a ver com
autoconhecimento e a outra parte com o conhecimento do outro, não é?
M: (Você diria) , eu estava pensando aqui, estou tentando
lembrar. Não sei quantos anos faz, mas me parece que teve uma época aí
da sociedade que se falava muito em (QI) , e aí começou a virar
quase que, tipo assim, é um indicador, (um KPI ali)  quase te
define como pessoa, principalmente no ponto de vista profissional. E aí eu
lembro, tipo assim, que na sequência, uns lugares, sei lá, Fantástico,
programa de televisão, começaram a meio que ter um contraponto em
relação a isso, mas me parece que começaram a usar esses termos para até
fazer um balanceamento disso, poque a gente via muitas pessoas que eram
extremamente inteligentes, mas não necessariamente aquela pessoa
deveria, assim, de forma absoluta, ser uma excelente profissional ou então
ser a pessoa com mais destaque, então começou existir, na minha visão, o
pessoal começou colocar esses contrapontos, isso só aconteceu mesmo, foi
a partir daí que foi cunhado esse termo, não tem nada a ver o surgimento,
assim, de ser muito mencionado esse tipo de termo, teve outras origens.
Como é que foram as origens (disso aí) ?
Flávio: Então, eu confesso (que isso aí)  eu não sei, qual que é a
origem mesmo do tema inteligência emocional, mas eu conheço um (pouco
da história que você contou, é que antes de fato era o QI) . Mais
recentemente até tinha lido também uma teoria (que não só prende mais,
só o QI, ele representa)  nove tipos de inteligência. No QI é
inteligência lógica matemática. Aí, por exemplo, inteligência emocional fica
ali dentro das competências da inteligência interpessoal e intrapessoal. E aí
tem as outras, artísticas, musical, linguística, (outras coisas assim também)
.
Marcelo: Vinição tem inteligência esportiva, não é, Vinição? Joga futebol.
M: (Mais ou menos) .
M: Mais ou menos.
M: Eu queria só puxar um ponto que o Flávio tocou agora pouco, sobre a
empatia, porque a gente normalmente está falando da empatia, tentando
puxar o ouvinte para o que a gente está trazendo aqui, é que a empatia não
é simplesmente você tentar compreender a tristeza ou a felicidade da
pessoa naquele momento, mas sim de se colocar, talvez, no local dela, e a
partir de se colocar no local dela você consegue pensar melhor no como
agir com aquela pessoa, seja com tristeza ou felicidade, que eu acho que é
mais comum, ou seja até de uma pessoa que tem um perfil (completamente
do seu) , um desenvolvedor que talvez seja mais introspectivo,
você pensar melhor estratégia que você vai ter para poder trazer o melhor
desempenho para o seu time, (tendo aquela pessoa) .
Marcelo: Empatia (é bem colocar no sapato dos outros, não é cara)
?
M: Sim.
Marcelo: Sabe que eu li um negócio, assim, (vou trazer uma polenta aqui)
, tem uns caras que falam que existe um risco na empatia, sabe?
Porque, como se fosse assim, se você tiver muita empatia você vai sentir o
que o cara sente e não vaisaber talvez dar uma orientação que seria melhor
dar à distância, entendeu? Entende? Sabe, assim?
M: (Não vai ser tão neutro, assim) .
Marcelo: A gente fez até um episódio sobre o estoicismo, eu e o Vinição, a
gente prometeu passar por um checklist de algumas lições que os caras
falam, é engraçado que uma coisa que o cara fala (é isso, para você ter por)
 você mesmo mais a simpatia do que a empatia, entendeu?
M: (Sei) .
Marcelo: Veja, eu sei que isso é polêmico, porque todo mundo fala muito
em empatia, mas quando ele fala simpatia é porque é assim, imagina que
alguém tem um problema com a esposa, você vai dar um conselho para
alguém, você vai olhar (aquilo com um certo distanciamento, uma simpatia)
 que você vai entender a situação dele, mas você não vai se
colocar (no sapato dele, entendeu) ? E aí você vai ser capaz de
dar um conselho ali, para aquela situação, tipo assim: “Cara, é comum que
haja problema”, não sei o que, não sei o que. se você realmente for sentir
igual o cara sente. E acho engraçado o estoicismo porque eles tentam fazer
com que você tenha estratégia para você mesmo, porque, assim, em vez de
você ficar tendo excesso de dó de você mesmo, entendeu?
M: Sei.
Marcelo: (Em uma situação, você também tem um distanciamento)
.
M: Como bom engenheiro, (é como se fosse) , a medição não
pode interferir no que está medindo. (É meio que isso) .
Marcelo: Porque, imagina, o cara pode estar triste mesmo, você tem que
ter empatia para entender que ele está em uma situação que ele está triste,
(mas ainda assim ele pode estar)  totalmente errado, por
exemplo.
M: (Sim) .
Marcelo: E aí você ficar com tanta empatia, ficar triste igual a ele e não ter
(coragem de falar quem está errado) . Eu já li uns artigos sobre
isso, (falando que existe um limite, às vezes você não consegue) .
O que vocês pensam disso?
M: Eu acho que tem que tomar o cuidado, que um ponto que a gente tem
sempre que pensar é que quando eu tento ter essa empatia com a pessoa,
quando eu pratico essa empatia, eu estou, no final das contas, virtualizando
o que de fato aconteceu para aquela pessoa. Ou até mesmo a transmissão
dela para mim não é 100% fidedigna ao momento, porque tem a
interpretação dela, então se eu não levar isso em consideração (e me
colocar)  nu e cru na posição dela, eu vou de fato trazer essas
dores para mim e possivelmente eu não vou conseguir ter as reações
necessárias, assim como a própria pessoa não as tem, normalmente. Então
colocando na equação esse ponto de que eu estou virtualizando o
sentimento, ou a situação que aquela pessoa está, acho que eu consigo
distanciamento mínimo necessário para eu poder (começar tomar ação)
. Mas eu concordo plenamente contigo, se colocar demais na
posição da pessoa, ou que nem você usa a expressão, se colocar no sapato
dela vai possivelmente me levar a tomar as mesmas ações que a pessoa
tomou.
Marcelo: E eu acho que o Vinição faz isso bem, de não ter tanta empatia
assim. Eu fico brincando, que eu sou mais assim, sabe? Eu fico tão, assim,
envolvido emocionalmente, que eu começo a compreender demais
determinadas situações, e tem situações que exigem um pouco mais de
dureza, entendeu?
M: Sim.
Marcelo: (De dureza, para mostrar a realidade. Você não acha, não,
Vinição? Você que está mais desse lado aí) .
Vinícius: Não sei se é por causa da minha natureza, mas realmente, até para
tentar ser um pouco mais racional. Mas, assim, até dando um passo a trás,
eu não sei se dá para responder isso, não, mas por que é importante
conhecer sobre inteligência emocional? Por quê? Qual benefício que isso
traz? (Por que isso é uma pauta importante) ?
Flávio:   (falar da empatia mesmo, se eu pensasse da sua
lógica da comunicação) , tem teorias de comunicação que fala
assim, que o que a gente fala, a fala mesmo, a verbalização, ela representa
um percentual muito pequeno. A maior parte da comunicação, mais de
90%, é não verbal, isso acontece principalmente por causa da sua emoção.
M: Por isso que eu sou tão chato pedindo para ligar (a câmera, no remoto.
Eu acredito demais nisso aí. Nem tem que acreditar, não, hoje em dia tem
quase que orientação a dados, dá para provar isso aí)
Flávio:  . Maior parte da mensagem é passada dessa forma,
não verbal, aí que entra a questão da empatia e da inteligência emocional,
porque se você não sabe, não tem essa inteligência emocional,
naturalmente a pessoa que você está conversando está te dando sinais ali,
não verbais, e inconscientemente você está recebendo e respondendo
esses sinais também, então é muito fácil, sabe, você ter uma resposta
emocional igual. Se a pessoa está com raiva, não está legal, e você está
conversando, ela começa a te conduzir, sabe, para esse estado emocional
também. Então quando você tem essa consciência, você fala: “Opa, estou
vendo aqui que a pessoa (não está bem, está assim) , estou vendo
também que eu estou empatizando demais”, sabe? Aí você dá alguns sinais
também, fala: “Olha, eu entendo seu ponto, eu sei como que você está”, e
conduz uma conversa de uma forma, assim, que seja até mais racional, mais
clara e mais eficiente, porque senão você começa a entrar no mesmo pique
da pessoa, (fala: “Caramba, eu entendo. Eu estou bolado) , eu
também fico bolado desse jeito”, sabe? Você acaba sendo conduzido
também, a inteligência emocional te ajuda a fazer esse filtro, sabe? Fala:
“Opa, estou entendendo aqui que a pessoa está assim, então eu vou tentar,
vou entrar assim, vou mostrar que eu tenho empatia, que eu entendo a
situação dela, mas vou tentar manter a conversa em um nível assim que eu
consiga, que seja produtivo para (os dois também, sabe, seja benéfico para
os dois) .
Vinícius: Então, isso que você falou é muito engraçado, porque, assim, é
extremamente paradoxal, você tem que aprender inteligência emocional
para ser mais racional.
Marcelo: (Cara, mas para você ver) , a gente fica até chato que a
gente fica falando demais de estoicismo, eu fico brincando, minha filha
(toda vez fala: “Lá vem o papai falar de estoicismo”, ela não está
aguentando) . Mas, assim, eu acho interessante, porque eu não
sei nem se os estoicos falavam exatamente assim, porque tem estoicos
modernos e já estão na posição de usar os avanços da psicologia e tudo,
mas os caras, (aquele William Irvine pelo menos fala muito assim)
, a gente, se não tomar cuidado, vive no automático e esse
automático é muito regido pelas emoções.
M: (Sim, sim) .
Marcelo: Daí esse aparente paradoxo, que o Vinição falou, assim, as
emoções vão nublar a gente, não é? Tipo assim, vai deixar, se você não sabe
se autoexaminar, que são as duas dimensões, e também não sabe
compreender o outro, você deixa as emoções dominarem a situação
completamente.
M: (Exatamente) .
Marcelo: E a gente falou muito, no outro episódio, sobre isso, você talvez
perca a clareza do que fazer (ou do que você está agindo) , de
uma forma ou de outra, então é interessante. Agora, quando você fala de
autoconhecimento, (isso ainda é quebrado algumas disciplinas, não é?
Quais são essas? Nós estamos tipo fazendo uma prova aí com você.
Enumere) .
Flávio:  . Por exemplo, o que te deixa com raiva?
, não existe uma definição para emoção, não tem nada claro,
assim, de ter uma definição que você possa ler e fala: “Ok, entendi. Então
se eu atender todos esses checklists aqui quer dizer que eu tenho uma
emoção”, então você precisa de fato fazer essa reflexão, sabe? Em algum
momento você falar: “Cara, hoje eu não estou legal mesmo, não estou bem,
estou me sentindo mal, ou bem demais, enfim, tem alguma coisa aqui
afetando”, (então você parar) , fazer essa reflexão, entender o
que você está sentindo, de fato.
Marcelo:   você sempre está falando assim: “Hoje eu não
estou”, mas e no momento que as coisas acontecem? Porque às vezes você
chega até bem. (Hoje eu estou bem. Hoje eu não estou bem) .
M:  .
M: (Tem que ser rápido, tem hora que não vai dar para fazer a reflexão)
.
Flávio: Sim, tem vez que não dá. Porque, assim, quando você está em um
estado emocional elevado, (de fato você não pensa com)  clareza,
a emoção toma ali, dispara seu instinto, seu corpo é tomado ali por um
monte de (químicas e você age totalmente por impulso, totalmente às
cegas, igual quem)  compra por desejo, dá uma briga com alguém
ali porque está com raiva, sabe? Então isso acontece. Nesse pico, você não
consegue, de fato, tomar nenhuma decisão com clareza, mas em algum
momento você vai fazer uma reflexão sobre isso, aí nesse momento você
começa fazer essa relação, sabe? Entre (dois fatores) .
Marcelo: (Então, o Cascais) , por exemplo, nunca vi ele nervoso.
Você já nasceu assim ou você pratica (isso) ?
Fernando: (Não, eu me)  escondo no quartinho quando eu estou
nervoso, aí ninguém me vê, passa, (eu volto) .
Marcelo: Mas, sério, você tem uma disciplina? Eu vejo que você, na maior
parte das situações, consegue tratá-las com uma serenidade, não é? Sem
perder o controle.
Fernando: (Sim) .
Marcelo: (Porque uma)  coisa que eu brinco, às vezes a gente fala
assim: “Seja estoico”, mas às vezes tem cara que tem genética boa para ser
estoico, sabe? (E o outro fala: “Você está doido, cara) ”.
M: (É o ovo e a galinha) .
Marcelo: (É, não vou conseguir, sabe) . Então, por exemplo, você
tem essa serenidade porque você sempre foi assim?
Fernando: Não, não, isso foi trabalhado.
Marcelo: Você foi trabalhando isso? (E dá um depoimento) ,
como é que você trabalha isso, normalmente, para ficar assim? (Entendeu)
? Porque é uma prática, não é?
M: (Sim) .
Marcelo: Eu estava vendo ontem, eu gosto de ver uns vídeos sobre tênis, aí
tinha um cara falando muito assim: “Você tem que ter uma atitude
agressiva na quadra de tênis, de atacar a bola, só que é muito fácil você
parar de fazer isso e recuar, sabe? E se colocar na atitude defensiva. Isso
acontece até com profissional, e o difícil é o cara dosar, não perder
agressividade, porque tênis é um esporte que, claro, você não pode atacar
igual maluco, mas normalmente quem é (agressivo que)  ganha,
entendeu? Aí o cara falando sobre o mindset, falou assim: “Mas como é que
você fica? Você sempre tem que treinar, ter a intenção de ser agressivo (de
ir, de ir, de ir) , que aí você vai internalizando aquilo, igual um
músculo, vai fortalecendo, sabe? É igual isso, você tem que treinar, não é?
Fernando: (Sim, sim. Pode ser, trouxe um exemplo) , o tênis eu
acho que é legal, para quem gosta de tênis, e ver o que foi a trajetória do
Djokovic, por exemplo. Você via em torneios anteriores que o Djokovic era
uma pessoa que chegava em certo nível que ele quebrava a raquete, que
ele não era tão gentil com as pessoas que estavam ali em volta, e ele foi
trabalhando isso, hoje praticamente não se vê esse tipo de coisa, então
acredito sim que dá para trabalhar. No meu caso, foi mais estudando um
pouco sobre inteligência emocional, mas principalmente sobre organismos
complexos, a partir do momento que eu vi que nem tudo que estava
acontecendo, eu tinha um determinado domínio e eu conseguir tomar uma
ação direta sobre aquilo, eu comecei a abster mais dessas situações, (ou
dessas questões individuais) , então acho que isso
particularmente me ajudou. (Se perguntar aos meus pais)  eles
vão falar que foi a terapia ou qualquer coisa nesse sentido, (mas acho que
esse momento)  de refletir de que eu não vou poder tomar ação
para tudo, isso me ajudou bastante a ter mais esse controle. Mas eu não
sou 100% tranquilo também  .
Marcelo: Que interessante, você fez um depoimento altamente estoico.
Fernando: Sim.
Marcelo: Você fala, assim, que talvez suas reações fossem para acreditar
que controlava as coisas.
Fernando: Sim.
Marcelo: Aí você ficava tenso.
Fernando: Sim.
Marcelo: E aí na medida que você percebeu que o mundo é muito mais
complexo,  , você se tranquilizou. É isso que você disse?
Fernando: Sim, justamente.
Marcelo:  . Qual é o caminho sugerido, normalmente, pelos
estudiosos? Beleza, você faz uma reflexão, mas é isso, só isso?
Flávio: (Bom, eu acho que, assim) , são diversos, mas no meu
caso, por exemplo, o meu primeiro contato que eu tive, assim, pelo menos
que me vem à mente, foi através de PNL, lá trás, eu estava com problema
para estudar mesmo, aí achei lá alguma coisa de PNL, e PNL aborda muito
isso, comportamento, dessa parte da sua comunicação não verbal.
M:  .
Marcelo: PNL é Programação Neurolinguística.
M: Programação Neurolinguística.
Flávio: Programação Neurolinguística. Então ele faz essa parte dessa
comunicação não verbal, como que as coisas se manifestam te ajuda a
identificar, então, assim, foi o meu primeiro contato com isso, a partir disso
eu fui aprendendo outras coisas. E acho que um livro mais recente que eu
li, que foi A Arte de Ler Mentes, que talvez me deu um pouco mais de
clareza, (fez juntar essas pontas) , sabe? Mas várias coisas, assim,
de autoconhecimento, inteligência financeira, a própria parte de PNL,
contexto, por exemplo, de comunicação, ferramentas de comunicação
mesmo, muitas vezes te ajuda, por exemplo, controlar a ansiedade, a ter
uma comunicação mais calma, se conectar mais com o seu ouvinte, então
tudo isso (assim acaba que te dá)  algumas ferramentas para ter
uma inteligência emocional.
Fernando: Eu vou voltar um pouquinho na pergunta do Vinição também,
porque o Flávio falando de PNL, me trouxe muito isso à memória. Para
quem trabalha muito com público, PNL é extremamente utilizado
.
Marcelo: Explica aí o que é PNL. Não sei se todo mundo…
Fernando: (Sim) . PNL, a Programação Neurolinguística, seria
você fazer a melhor leitura possível de determinados padrões que já são
conhecidos, do posicionamento ou da linguagem não verbal, que é trazida
de uma determinada pessoa. Por exemplo, as pessoas quando demonstram
muito interesse sobre um determinado tema, e ela está dentro de uma
plateia, ela tende   o corpo para frente, então quem está
fazendo uma apresentação começa a pegar esses pequenos ganchos e com
isso vai guiando mais a sua oratória para o que ele vê que está gerando mais
motivação ou não. Por exemplo, tem algumas técnicas que são mais visuais,
que se analisa a expressão facial olhando muito a sobrancelha da pessoa,
quando ela está um pouco caída para as laterais mostra que a pessoa já está
fadigada, você tem que puxar a pessoa, de novo, para poder falar sobre.
Quando você trabalha muito com público, isso pode te direcionar o que
falar (e o que não falar) , em qual tema você vai direcionar
melhor, como você vai chamar de volta a atenção das pessoas. E outro
ponto é que o mercado está cada vez mais aquecido, você não vai
conseguir, em algum momento, ter um controle aceitável de todas as
situações emocionais  , então saber trabalhar a inteligência
emocional vai te permitir trazer profissionais que talvez você não traria
antes porque você não sabia como lidar com eles. Acho que esse é um outro
ponto que é bem importante, do porquê se estudar e entender da
inteligência emocional.
M: Então, assim, seria quase que, fazendo a leitura que a gente fez antes,
seria quase que a arte de saber medir emoções, principalmente nos outros.
Seria isso?
Flávio: Sim, via a linguagem não verbal.
Fernando: (E também funciona em uma via oposta, da mesma forma que
você pode fazer isso) . Ela também propõe que mente e corpo
são ligados, (a fisiologia (assim. Então, ou seja) , da mesma forma
que uma emoção gera uma linguagem não verbal, se você mudar sua
postura e seu comportamento você também consegue mudar o seu estado
mental.  .
M: (Bidirecional) .
Fernando: Exatamente. (Então, assim, se você não está bem) .
M: (Vamos supor, você começa a ficar com o corpo mais aberto) .
Marcelo: (Andar com o peito estufado) .
M: (Isso) .
M:  00:22:52].
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M: (Vira a posição do herói, não é? Você fica lá olhando para cima)
.
Marcelo: (Coluna ereta) .
M: Isso é potente demais mesmo.
Marcelo: É famoso isso em call center, que bota um espelho e a pessoa fica
sorrindo ali.
M: (Justamente) .
M: (Esses dias eu e o Szuster estava conversando) , por exemplo,
(se você começa a ficar meio) , você acorda meio mal, aí você
começa ficar meio deitado demais, você vai ficando pior ainda.
M: (Exatamente) .
M: (O negócio vai se realimentando) .
Fernando: Exatamente. Então, assim, através dos próprios hábitos você
pode melhorar a maneira que você se comunica, você fica mais animado ou
não. Você tem um dia difícil? Começa fazer um exercício, sabe? Aumenta a
produção de serotonina, dopamina, automaticamente isso já te dá um
pouco mais de ânimo, de alegria, assim, então você vai ter um dia melhor
porque você fez alguma coisa que gerou esse estado fisiológico em você,
então a sua mente também vai responder a isso. (Mesma forma o oposto)
, igual você falou, se você está em uma bad, está meio triste ali,
sua tendência é ficar mais (cabisbaixo) .
Marcelo: Sabe que eu gosto muito dessa conexão, vamos dizer, da parte
física, da parte biológica mesmo, da parte, sabe, assim? Porque a gente,
para quem acredita em evolução, a gente é um (organismo que evoluiu e
que solta um tanto de hormônio aí, depende de atividades, e aí às vezes a
pessoa quer, uma coisa que eu acredito muito é o que, cara) ,
você às vezes acorda passando mal por algum motivo, e esse passando mal
te deixa mais encurvado, (mais não sei o que) , aí seu cérebro
começa produzir historinhas para explicar o porquê você está passando
mal, sabe? (Não estou falando da minha cabeça, já li vários livros sobre isso.
Seu cérebro é um, tem um cara que chama até de, tem uma parte do
cérebro que ele fala que é o interpreted) , ele pega os vários
sinais e cria uma narrativa ali. Então, assim, às vezes você está passando
mal porque você acordou meio mal, dormiu mal, não sei o que, aí você
realimenta aquilo com uma narrativa de algum problema que te incomoda,
e aí você fica pior ainda, entendeu? Um negócio muito, assim, aí você
quebra às vezes um ciclo vicioso de uma narrativa dessa, (sem tendo antes
feito um exercício, entendeu? Tendo antes. Eu gosto muito dessa)
, eu vejo quanto que é bom para mim começar o dia com
atividade física, sabe? E aí pode ser, às vezes, uma caminhada (se não der
tempo) .
M: Eu também.
Marcelo: Mas é impressionante, faz muita diferença, (sabe? Você fala,
assim, cara) , eu preciso começar o dia, eu fico melhor, sabe?
Assim, eu fico mais bem-humorado, e se eu vou ficando na cama, por
exemplo, (fim de semana é uma desgraça) .
M: Assim, só mudando um pouquinho de assunto, querendo fazer uma
pergunta meio capciosa aqui. Talvez, eu não sei nem se o que eu vou falar
aqui faz 100% sentido, não, mas uma leitura que eu tive aí da conversa é
tipo assim, talvez desse para falar que desenvolvendo inteligência
emocional é uma arte de não entrar nas pegadinhas emocionais, vamos
falar assim, tanto sua, quanto dos outros, quanto de um time, alguma coisa
assim, para que você se mantenha, mais ou menos, no estado racional, que
inclusive eu acho que tem muito a ver com estoicismo mesmo, não é? E aí
eu ouço muito falar, tipo assim: “Siga o seu coração. Siga a intuição”, não
sei o que, isso não é meio controverso, não? O que vocês acham disso?
Marcelo: Tipo, muita gente quando ouve sobre o estoicismo também pensa
assim. Não está em voga justamente a gente entender que a gente é uma
soma de (emoção e racionalismo) , então como é que você, de
repente, despreza a emoção? (Só que a verdade é você desprezar na
emoção. Assim, eu estou dando resposta estoica, não é? É você desprezar
a emoção. E quando)  fala em intuição, por exemplo, a intuição
não é uma coisa mágica, não, sabe? Esse raciocínio intuitivo é fruto de
algum padrão que você reconhece e alguma coisa que você sente que tem
que fazer, ainda que você não saiba talvez explicar tão bem o porquê, não
é uma coisa mística, é talvez um reconhecimento de padrão de uma
situação similar que você viu. É pode dar errado, não é?
M: (Sim, sim, sim) .
Marcelo: Parece também que toda intuição é certa, não é?
M: Sim.
Marcelo: Mas ainda assim, o fato de você acreditar que se pode tomar
decisões assim não quer dizer que as más emoções poderão estar te
nublando totalmente ali a sua decisão. Dificilmente, assim, a ira é muito boa
realmente, que você está irado, o cara está querendo te matar, aí você vai
lá e mata o cara, assim, fora isso é difícil de achar uma situação (onde é bom
ser, sabe? Assim, ser)  tão agressivo, que a ira te traz uma
agressividade muito grande. É nesse sentido, não é?
Flávio: (Sim, sim. Inclusive o que o Vinição falou, eu vejo)  da
seguinte forma, a inteligência emocional te permite ser mais protagonista
da sua própria vida mesmo, sabe? Porque as coisas acontecem, faz parte, o
mundo é assim, as coisas acontecem, e tudo isso te dá input ali que vão
causar alguma emoção em você, alguma reação a essas coisas do mundo,
então se você tem essa clareza, essa inteligência emocional, você se torna
mais protagonista, você começa a reagir um pouco melhor. E o que você
comentou, Szuster, tem um livro, (inclusive, chama acho que Rápido e
Devagar, não sei se já viram) .
M: (Sim) .
Flávio: Ele fala justamente essas duas tomadas de decisão ali.
.
M: Modo 1, modo 1.
Flávio: Modo 1, modo 2. (Exato) . Então, assim, se você toma pelo
feeling, você toma totalmente na emoção, pelo que você está sentindo,
pela experiência que você tem, e tudo mais, não necessariamente a decisão
nem mais errada e nem a mais certa, mas, naturalmente, se você parar,
refletir e tal, você vai enxergar as variáveis de maneira mais clara, e aí talvez
a decisão seja um pouco melhor.
Marcelo: O exemplo clássico desse modo 1, modo 2, cara, assim, claro,
imagina na nossa sobrevivência, entendeu? Você está andando na floresta,
você viu uma sombra, você fica pensando o que é,  , o urso
já te comeu ali.
M: (Sim, sim) .
Marcelo: Na savana, o leão já te comeu, entendeu?
M: Exatamente.
Marcelo: Então seu modo 1 fez você sair correndo com medo. Então, assim,
ou seja, e era melhor você se enganar, se era uma sombra só, não é, cara?
Você pelo menos sobreviveu.
M: (É, então) .
Marcelo: O tranquilão que ficou lá avaliando, ele morreu.
M: Exatamente.
Marcelo: Só que é aquela história, qual situação que é similar na nossa vida?
São muito poucas. Você pode falar que você está com esse tipo de ameaça,
por exemplo, porque você deveria tomar uma decisão instantaneamente
ali e pronto. A gente está falando muito sobre esse autocontrole. E sobre o
relacionamento com os outros? O que vocês me dizem?
M: Quer falar?
M: Sim.
M: Eu acho que principalmente quando você começa a entender melhor
que você vai ter que ter uma resposta a uma determinada emoção, e que,
que nem a gente falou, da empatia, você não vai necessariamente estar na
exata mesma posição daquela pessoa, você vai começar a pensar o como
que eu vou fazer para poder trabalhar da melhor forma possível com esse
determinado grupo de pessoas que tem emoções diferentes e obter o
melhor resultado. Eu sei que tem uma pessoa que vai reagir muito mal, se
eu for para ela buscando um resultado direto, ou se eu for muito objetivo
com ela, mas eu sei que tem outra pessoa que vai reagir extremamente
bem. Então quando eu começo a ter mais essa noção e trabalhar melhor
com as pessoas do meu time, como que cada um reage e qual que é a
emoção envolvida ali, acho que eu consigo traçar um caminho de melhores
resultados. Acho que, no coletivo, a principal utilização, principalmente no
nosso meio, assim, mais de tecnologia, como ter o maior grupo diverso de
pessoas e chegar no melhor resultado possível, tentando diminuir esses
problemas (dadas as emoções (e as relações diferentes que cada um tem
com ela) .
Marcelo: Pessoal, queria lembrar a todos que estão nos ouvindo que os
episódios de Os Agilistas também estão disponíveis no Youtube, lá você
assiste esse e outros episódios, além de ter acesso ao conteúdo de nosso
podcast de forma visual, além de nos ouvir, agora você pode nos assistir, é
só procurar Os Agilistas, se inscrever e ativar as notificações para receber
nosso conteúdo em primeira mão. Então, sabe o que eu acho curioso? A
gente sempre fala para os céticos aqui, não é, Vinição? Isso é importante
para quem enxerga a empresa em um modelo diferente do mecanicista,
sabe?
M: (Sei) .
Marcelo: Porque se você enxerga, e isso é um grande tema que permeia o
podcast sempre.
M: No modelo (mecanicista não tem nem emoção, na verdade. Tipo assim,
é uma variável que não é) .
Marcelo: Não, porque no modelo mecanicista você já subdividiu a máquina,
você é uma pecinha de uma engrenagem que tem uma meta (desdobrada,
você tem que cumprir a meta. Que emoção que nada, o que eu tenho que
te entender) ? É meio ridículo, estou exagerando, mas é quase
que isso.
M: Porque esse menino está feliz, por exemplo.
Marcelo: (É. Não interessa se eu tenho que te entender)  ou se
você gosta de objetividade, você sabe qual que é sua meta?
M:  .
Marcelo: (Cumpre sua meta lá e pronto) .
M: (Vamos começar na discussão básica) .
Marcelo:  .
M: Você entendeu sua meta? Sim ou não? (Se não, volta o looping para a
posição inicial, vamos explicar a meta novamente) .
Marcelo: Sabe por que eu gosto de trazer muito esse assunto à tona?
Porque realmente muitas organizações são tão imersas nesse modelo
mecanicista, que isso vai (soar, aos)  olhos deu uma gestão
tradicional, bobeira, desperdício, sabe? Desnecessário mesmo. Isso é até
uma compreensão de que certos problemas, e a maior parte dos problemas
que as organizações lidam exigem um tipo de interação diferente.
M: (Certo) .
Marcelo: Exige as melhores contribuições de todo mundo, exige que eles
criem lá o fluxo de ideias, que a gente fala (tanto a expressão Idea Flow)
, que a gente já falou em tantos episódios, sabe? Que torna os
times mais inteligentes.
M: (Alex Pentlen) .
Marcelo: Você tem que criar engajamento violento entre os times, os times
têm que conseguir se engajar muito fortemente, tem muita confiança. Cara,
quando você fala assim, fica absolutamente óbvio e evidente que você tem
que ter esse tipo de (skill)  no time, entende? Como é que você
vai falar para um time que ele tem que ter altíssimo nível de engajamento,
se todo mundo simplesmente não se preocupa com o outro, não está nem
ligando, entende? É quase que óbvio para uma organização. Por isso que,
assim, eu diria, aqui na DTI isso é completamente muito óbvio.
M: (Sim) .
Marcelo: Eu falo assim, é uma preocupação de toda liderança, concorda?
M: Sim. O próprio ambiente vai estimulando isso.
Flávio: (Uma outra variável que eu colocaria, até que)  hoje o
mercado é uma rede tão bem conectada, não é? Hoje você não precisa
morar perto do local que você vai trabalhar. Então se o seu profissional cada
vez está mais preocupado e coloca isso como um peso maior na vida dele,
ele não tem só o estímulo financeiro, (a partir do momento que isso não é
trabalhado)  é muito fácil para ele ter uma outra conexão, uma
outra empresa que vai reconhecer melhor isso.
M: Sim.
Flávio: Então além do estímulo, você também tem que pensar que existe
(todo um capital humano ali que tem que ser)  trabalhado e
cultivado.
M: Sim.
Flávio: Para poder evoluir junto contigo  .
M:  .
M: Assim, até um negócio que me veio à cabeça aqui, imagina um time,
assim, pensar um time não muito grande assim, de cinco a dez pessoas,
vamos supor que você é o líder, está muito preocupado com essa questão
da inteligência emocional, é suficiente você se desenvolver muito para isso,
para que você faça mediação nas coisas, os momentos mais difíceis ali, ou
vocês acham que seria melhor investir para que todo mundo conheça sobre
inteligência emocional? Entendeu? Na minha visão, eu acho que, assim, se
você tem uma liderança que tem uma base boa de inteligência emocional,
ela já pode fazer uma diferença brutal só de estar presente em situações
complicadas, difíceis, (para não deixar, para botar isso em prática,
entendeu? Se já)  tem um certo efeito, mas eu não sei, será que
tem um efeito maior ainda e eu tentar catequisar a galera, entendeu?
M: Eu respondo que sim, pensando em dois fatores, assim, bem claros, um
que nós não somos (onipresentes) , então mesmo no time de
cinco pessoas ali você não vai ter interação simultânea com todo mundo ao
mesmo tempo. E outro, que tempo é escasso, então você não vai poder ter
uma dedicação absurda para poder estar sempre mediando, então a partir
do momento que as pessoas do time estão mais capazes de fazer essa
leitura emocional, elas também estão trabalhando isso e passando para as
novas pessoas (que sejam entrantes) , então é sim extremamente
importante, pensando até na saúde emocional do próprio líder que está
puxando isso, porque vai ter todo um desgaste, como também para poder
aumentar o desempenho do time.
M: E outra coisa legal também, que isso mantém até a congruência da
comunicação (que você está falando aí) . Se você fala: “O time é
legal, a gente é engajado, e tudo mais, aí você tem uma energia alta, (um
pique alto ali, aí a pessoa)  quando vai falar com outra pessoa que
está no seu time, a pessoa desmotivada, desengajada, (toda sua mensagem
caiu por terra, sabe) ?
Vinícius: (E como que vocês diriam que está aí? Vamos supor) ,
vamos dizer assim, isso vocês entendem que hoje em dia já é algo que está
consolidado? Tem próximos passos? Os próximos passos, na verdade, é a
consolidação em si da sociedade meio que aceitar e entender que
realmente isso aí é algo que é quase que uma, igual talvez no passado era a
importância que tinha (o QI) ? Como é que está isso? Tem
próximos passos? Os próximos passos é exatamente a consolidação disso?
Fernando: Particularmente, eu acho (que isso é)  subestimado.
(Todo mundo) : “Você sabe como que eu sou no trânsito, eu fico
nervoso mesmo. Você sabe como que eu sou nisso aqui, eu fico assim
mesmo”, a gente subestima a importância (de se ter isso, sabe? O quanto
que isso é bom) , você tomar decisão na família, em casa, no
trabalho, o quanto que é bom, por exemplo, no negócio, sabe? Então esse
(autoconhecimento)  te dá tranquilidade, te ajuda até a sofrer
menos mesmo, com as coisas que acontecem em volta. (Porque, vai, igual
falaram um pouco antes também) , você aceita que as coisas são
assim, sabe?
Marcelo: (Sabe o porquê eu estou rindo? Sabe o porquê) ? Isso
que você fala é muito verdade, não é? Esses defeitos emocionais muita
gente pensa: “Eu sou assim mesmo”, não é? (Para o QI não ia ser válido,
não: “Sabe como é que eu sou, eu sou burro mesmo”) .
M: É verdade.
Marcelo: “Eu sou assim mesmo”.
M:  .
Marcelo: “Eu sou burro mesmo”. Mas é engraçado (que realmente, nossa,
isso que você fala é muito verdade, não é, cara) ? O cara se
convence, vamos supor: “Eu sou nervoso mesmo. (Eu não sei. Eu não tenho
paciência com as pessoas mesmo. Eu não tenho”, e vai vivendo assim, não
é, cara) ?
M: Sim, sim.
Marcelo: É muito interessante. Eu vou te falar que isso é bem comum
mesmo.
M: (Exatamente) . Trânsito, por exemplo, é exemplo disso aí.
Estava no trânsito ali, talvez no Uber, ou alguma coisa assim, daí você vê a
pessoa, buzina, xinga, (apela, faz gestos lá, isso é)  desnecessário,
às vezes porque só porque a pessoa freio um pouco antes ou um pouco
depois, isso é ruim, estraga todo o clima, estraga o dia da pessoa, assim,
pode causar um acidente, que a pessoa perde a compostura: “Vou acelerar
forte, vou dar um susto na pessoa”, e por causa disso assim pode causar
uma batida, sabe? (Às vezes você perde)  totalmente o controle,
totalmente a capacidade de ser racional ali, então inteligência emocional
(te retorna de novo esse controle: “Não, entrou de cara, está ok. Valeu,
amigão) . Bom dia. Segue bem aí”.
M: E respondendo ao próximo passo que o Vinição puxou, aí queria deixar
claro que eu nunca li sobre esse próximo passo, que é mais uma percepção
minha, é que eu acho que a gente vai saber lidar melhor coma.
complexidade a cada vez que a gente também souber lidar melhor com a
emoção. Porque, que nem o Szuster trouxe, a imagem de uma sombra, você
virtualizou aquilo e ficou pensando em inúmeras possibilidades, e aquilo te
trouxe desgaste ou te fez tomar alguma ação indesejada. A partir do
momento que a gente vai evoluindo nesse sentido, (e não)  deixa
de virtualizar tanto e se preocupar com pontos que você não tem mais tanto
controle, eu acredito que a gente vai saber lidar mais com organismos cada
vez mais complexos.
Vinícius: É, eu acho, assim, respondendo minha própria pergunta.
Marcelo: O que você acha, Vinição? Quer que eu te faça a pergunta?
Vinícius: Eu acho que tem muito a ver com as coisas que o Cascais colocou,
tipo, eu acho assim, à medida que a gente vai tendo um maior nível de
educação das pessoas, de conhecer, entendendo a complexidade das
coisas, eu acho que é uma consequência quase que orgânica em relação a
isso, mas tem um outro fator também, que é o que você citou antes, que é
infelizmente ainda para uma parcela limitada da população, mas eu espero
e eu tendo a ser mais otimista em relação a isso aí, (embora leia os livros do
Rarrarê) , eu não sou tão pessimista igual ele, não. (Mas eu acho
que tem um ponto que você colocou, porque à medida em que)
você vai tendo opções você vai migrando para condições que tem um maior
nível de inteligência emocional. Então essa questão do próprio trabalho
remoto acho que é um fator que pode ser que contribua, de certa forma,
com isso, entendeu? Mas, por outro lado, é uma coisa também que tem os
efeitos negativos, igual eu brinquei anteriormente.
M: (Exato) .
Vinícius: Da pessoa não querer ligar a câmera. Então vai se tornando um
desafio bastante grande (você ter essa leitura) . A leitura vem
dessa capacidade que a gente tem de fazer a medição, igual eu brinquei
antes,  . Se você não consegue fazer   fica
mais difícil também de fazer determinadas leituras e ter interação social,
não é?
Marcelo: Beleza, pessoal. Já estamos chegando ao final, já passamos dos 40
minutos. Queria agradecer, acho que foi uma conversa bem bacana. E acho
que foi mais um tema que ele é válido tanto para a vida pessoal, para gente
poder viver com mais leveza, com mais clareza, se relacionar melhor com
as pessoas e ficar mais tranquilo consigo mesmo, e obviamente no
ambiente de trabalho, que é onde a gente passa uma parte enorme da
nossa vida e tem que ser prazeroso também, e tem que ser leve também,
não é? Então, Flávio e Fernando, obrigado pela presença.
Fernando: Obrigado vocês pelo convite.
Flávio: Obrigado vocês pelo convite também.
Marcelo: (Vinição, até a próxima) .
Vinícius: Valeu, pessoal.
Flávio: Valeu, gente. .
M: (Um ponto que a gente tem sempre que pensar é que)
quando eu tento ter essa empatia com a pessoa, quando eu pratico essa
empatia, eu estou, no final das contas, virtualizando o que de fato
aconteceu para aquela pessoa. Ou até mesmo a transmissão dela para mim
não é 100% fidedigna ao momento, porque tem a interpretação dela.
Marcelo: Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio
Os Agilistas. Estou aqui, como sempre, com o Vinição. E aí, Vinição.
Vinícius: E aí, tudo bem pessoal? Vamos lá.
Marcelo: Beleza. (Então, hoje nós vamos) .
Vinícius: Ainda bem que você não me chamou do que você me chamou em
off aqui.
Marcelo: Eu estava explicando para os convidados aqui que eu ia
apresentar: “Estamos com o Vinição, (aquele chato) ”. Então,
pessoal, hoje a gente está querendo, hoje nós vamos retomar o tema de
inteligência emocional, a gente já falou, no passado, um pouquinho sobre
isso aqui no podcast, mas a gente quer voltar esse tema, porque esse tema
já é importante há anos, eu lembro de ter lido livro de inteligência
emocional há muitos anos, então é algo que sempre foi muito importante,
porque durante uma época aí mais antiga se falava muito em QI, não é? E
se valorizava muito essa parte mais lógica e matemática da inteligência, só
que eu digo que esse tema é cada vez mais relevante porque cada vez mais
a gente trabalha com criatividade, cada vez mais trabalha com colaboração,
cada vez mais trabalha com diversidade e cada vez mais é importante saber
se relacionar bem, ter soft skills, saber compreender os diversos pontos de
vista, saber empatizar, não é? Então é como se isso sempre foi importante,
e a tendência, a gente vai falar com os convidados aqui, eu acho que a
tendência é só ficar cada vez mais importante, os profissionais mais
completos sempre terão que, de uma forma ou de outra, desenvolver esses
soft skills. Você vê, até a gente aqui no âmbito da criação de produtos
digitais, um time (ágil)  de verdade tem que conversar muito com
o cliente, tem que interagir muito, etc, então, ou seja, são habilidades que
são necessárias em maior ou menor intensidade dentro de um time. Nós
estamos com dois convidados, da própria DTI, para falar sobre isso. Queria,
primeiro, apresentar o Flávio Couto, e como sempre, pedir para ele se
apresentar. Tudo bom, Flávio?
Flávio: Tudo ótimo, Szuster. Boa noite. Boa noite, Vinícius. Boa noite,
Fernando. Sou o Flávio, estou aqui na DTI já tem uns dois anos, atuo aqui
como (SM. E sim, como SM) , acho que a inteligência emocional
(está bem dentro)  do nosso contexto mesmo. Então obrigado
pelo convite, vai ser legal poder participar.
Marcelo: Beleza. (SM master) , certo?
Flávio: Isso, isso.
Marcelo: Estamos aqui também com o Fernando Cascais. E aí, Fernando,
tudo bom? Se apresente aí, por favor.
Fernando:  . Tudo joia, Szuster, Vinição, Flávio? Estou aqui
na DTI já tem uns três anos, eu acho que eu sou contemporâneo do Flávio
aqui, de DTI, estou atuando como (Tech Manager) , um
pouquinho como consultoria de gestão ágil.
Marcelo: Beleza. Então, começar com uma pergunta (para o)
Flávio. Acho difícil não começar com conceito, a gente começar explorando
um pouquinho conceito, só para a gente estabelecer as bases sobre o que
nós vamos conversar aqui. O que é, afinal, inteligência emocional? De uma
forma simples, assim. Flávio, como é que você definiria isso?
Flávio: De uma forma simples, inteligência emocional seria o conjunto de
competências relacionados a lidar com a emoção. Então muito mais, assim,
do que o conceito de competência, eu acho que é mais difícil a gente definir
a emoção mesmo (que é. Basicamente, acho que)  um conceito
simples seria esse.
Marcelo: O que é emoção então?
Flávio: Aí é um dilema. Até pesquisando sobre o assunto, assim, não existe
hoje um consenso sobre o que é emoção, propriamente dito, nem qual é a
quantidade de emoções que a gente experimenta, o que existem são
teorias, são abordagens, (que)  tem uma abordagem mais
limitada, que fala que existe um conjunto de emoções que são ligadas, por
exemplo, ao nosso instinto, à nossa sobrevivência, raiva, medo, felicidade,
que (são responsáveis por dinâmicas sociais mesmo) , que foram
responsáveis pela nossa sobrevivência, evolução da nossa espécie, etc, e
tem umas abordagens que são mais complexas, que à medida que essas
emoções vão se combinando elas vão ficando cada vez mais complexas, e
cada vez até mais difíceis de a gente entender, interpretar e lidar também,
no nosso contexto. Mas essa parte seria interessante, pensando na
competência de lidar com a emoção, (porque você pega esse nicho)
, que é melhor definido, já ligado aí com a parte do instinto, da
nossa sobrevivência, a gente já consegue desenvolver algumas
competências a nível de tentar identificar, interagir mesmo com a emoção,
(e até elencar ações mesmo) , uma vez que você entende você
consegue fazer uma leitura, por exemplo: “Opa, estou tendo aqui alguns
sintomas, algumas coisas (que identifico, por exemplo, que estou com raiva
aqui”, mas)  o porquê eu fiquei com raiva, sabe, o que causou
isso, aí você consegue desenvolver mesmo essa competência a partir do
momento que você consegue ter uma definição
Marcelo: (Pena. Quebrei meu monitor aqui, acho que eu estou com raiva.
Parece que eu estou com raiva) . Eu achei interessante, eu gosto
muito dessa parte evolutiva, certamente tem umas emoções aí que eram o
que nos fazia agir e que era importante para a sobrevivência, (o tema
sempre é esse) , e o que era importante para sobrevivência na
selva, ou no ambiente hostil, não é necessariamente o que vai ser
importante. Porque não é nem questão, as pessoas às vezes não percebem
isso, que seleção natural é a seleção para sobrevivência, ela não seleciona
para você ser um bom colega de trabalho  .
Flávio:  .
Marcelo: Você ser feliz, não é, cara? A única coisa que ela seleciona é o que
era necessário para que você sobrevivesse, e se a agressividade e status
social é importante, você vai buscar status social e vai ser agressivo, não é?
Porque, os nossos antepassados, nós somos filhos de pessoas que eram
assim. Só mais uma última pergunta para você, antes de botar o resto do
pessoal no jogo. Então, eu sei que essas competências emocionais existe
uma divisão, na teoria da inteligência emocional, justamente para ficar mais
fácil de tratar cada grupinho desse. Quais são essas (divisões) ?
Flávio: (Talvez as)  competências pessoas, interpessoais, e as
competências sociais, que é uma competência relacionada a lidar com as
emoções quando elas se manifestam em você. As competências
relacionadas às emoções quando elas se manifestam nos outros. Então com
si próprio, quando você (tem esse próprio te)  permite
justamente desenvolver a competência para ter esse autocontrole. Então
se alguma coisa aconteceu, sei lá: “Não estou me sentindo muito bem
hoje”, então se eu consigo chegar a essa conclusão de que eu não estou me
sentindo bem, seja qualquer a emoção que esteja ali aparente, eu consigo
decidir como que eu vou tocar o meu dia, se eu tenho coisas difíceis para
resolver ou não, eu posso gerenciar isso. Ok. Se eu não estou bem hoje eu
não estou com a melhor capacidade de tomar uma decisão aqui, então eu
vou tentar envolver uma outra pessoa, eu vou tentar desmarcar alguma
reunião, vou tentar fazer alguma coisa assim. E a competência social tem
mais a ver com lidar com o outro, então se eu consigo fazer essa leitura em
mim mesmo, eu consigo fazer também essa leitura no outro. A gente chama
de empatia, você olhar para a pessoa e ver que a pessoa não está bem, (eu
vou moderar ali) , se tem alguma coisa para poder passar eu vou
tentar trabalhar essa mensagem, ou vou desmarcar também, eu vou tentar
até ser mais compassivo mesmo, com a situação dela, também a fim de a
gente se comunicar melhor, enfim, de criar um laço melhor, um vínculo
melhor.
Marcelo: Entendi. Ou seja, uma parte tem muito a ver com
autoconhecimento e a outra parte com o conhecimento do outro, não é?
M: (Você diria) , eu estava pensando aqui, estou tentando
lembrar. Não sei quantos anos faz, mas me parece que teve uma época aí
da sociedade que se falava muito em (QI) , e aí começou a virar
quase que, tipo assim, é um indicador, (um KPI ali)  quase te
define como pessoa, principalmente no ponto de vista profissional. E aí eu
lembro, tipo assim, que na sequência, uns lugares, sei lá, Fantástico,
programa de televisão, começaram a meio que ter um contraponto em
relação a isso, mas me parece que começaram a usar esses termos para até
fazer um balanceamento disso, poque a gente via muitas pessoas que eram
extremamente inteligentes, mas não necessariamente aquela pessoa
deveria, assim, de forma absoluta, ser uma excelente profissional ou então
ser a pessoa com mais destaque, então começou existir, na minha visão, o
pessoal começou colocar esses contrapontos, isso só aconteceu mesmo, foi
a partir daí que foi cunhado esse termo, não tem nada a ver o surgimento,
assim, de ser muito mencionado esse tipo de termo, teve outras origens.
Como é que foram as origens (disso aí) ?
Flávio: Então, eu confesso (que isso aí)  eu não sei, qual que é a
origem mesmo do tema inteligência emocional, mas eu conheço um (pouco
da história que você contou, é que antes de fato era o QI) . Mais
recentemente até tinha lido também uma teoria (que não só prende mais,
só o QI, ele representa)  nove tipos de inteligência. No QI é
inteligência lógica matemática. Aí, por exemplo, inteligência emocional fica
ali dentro das competências da inteligência interpessoal e intrapessoal. E aí
tem as outras, artísticas, musical, linguística, (outras coisas assim também)
.
Marcelo: Vinição tem inteligência esportiva, não é, Vinição? Joga futebol.
M: (Mais ou menos) .
M: Mais ou menos.
M: Eu queria só puxar um ponto que o Flávio tocou agora pouco, sobre a
empatia, porque a gente normalmente está falando da empatia, tentando
puxar o ouvinte para o que a gente está trazendo aqui, é que a empatia não
é simplesmente você tentar compreender a tristeza ou a felicidade da
pessoa naquele momento, mas sim de se colocar, talvez, no local dela, e a
partir de se colocar no local dela você consegue pensar melhor no como
agir com aquela pessoa, seja com tristeza ou felicidade, que eu acho que é
mais comum, ou seja até de uma pessoa que tem um perfil (completamente
do seu) , um desenvolvedor que talvez seja mais introspectivo,
você pensar melhor estratégia que você vai ter para poder trazer o melhor
desempenho para o seu time, (tendo aquela pessoa) .
Marcelo: Empatia (é bem colocar no sapato dos outros, não é cara)
?
M: Sim.
Marcelo: Sabe que eu li um negócio, assim, (vou trazer uma polenta aqui)
, tem uns caras que falam que existe um risco na empatia, sabe?
Porque, como se fosse assim, se você tiver muita empatia você vai sentir o
que o cara sente e não vaisaber talvez dar uma orientação que seria melhor
dar à distância, entendeu? Entende? Sabe, assim?
M: (Não vai ser tão neutro, assim) .
Marcelo: A gente fez até um episódio sobre o estoicismo, eu e o Vinição, a
gente prometeu passar por um checklist de algumas lições que os caras
falam, é engraçado que uma coisa que o cara fala (é isso, para você ter por)
 você mesmo mais a simpatia do que a empatia, entendeu?
M: (Sei) .
Marcelo: Veja, eu sei que isso é polêmico, porque todo mundo fala muito
em empatia, mas quando ele fala simpatia é porque é assim, imagina que
alguém tem um problema com a esposa, você vai dar um conselho para
alguém, você vai olhar (aquilo com um certo distanciamento, uma simpatia)
 que você vai entender a situação dele, mas você não vai se
colocar (no sapato dele, entendeu) ? E aí você vai ser capaz de
dar um conselho ali, para aquela situação, tipo assim: “Cara, é comum que
haja problema”, não sei o que, não sei o que. se você realmente for sentir
igual o cara sente. E acho engraçado o estoicismo porque eles tentam fazer
com que você tenha estratégia para você mesmo, porque, assim, em vez de
você ficar tendo excesso de dó de você mesmo, entendeu?
M: Sei.
Marcelo: (Em uma situação, você também tem um distanciamento)
.
M: Como bom engenheiro, (é como se fosse) , a medição não
pode interferir no que está medindo. (É meio que isso) .
Marcelo: Porque, imagina, o cara pode estar triste mesmo, você tem que
ter empatia para entender que ele está em uma situação que ele está triste,
(mas ainda assim ele pode estar)  totalmente errado, por
exemplo.
M: (Sim) .
Marcelo: E aí você ficar com tanta empatia, ficar triste igual a ele e não ter
(coragem de falar quem está errado) . Eu já li uns artigos sobre
isso, (falando que existe um limite, às vezes você não consegue) .
O que vocês pensam disso?
M: Eu acho que tem que tomar o cuidado, que um ponto que a gente tem
sempre que pensar é que quando eu tento ter essa empatia com a pessoa,
quando eu pratico essa empatia, eu estou, no final das contas, virtualizando
o que de fato aconteceu para aquela pessoa. Ou até mesmo a transmissão
dela para mim não é 100% fidedigna ao momento, porque tem a
interpretação dela, então se eu não levar isso em consideração (e me
colocar)  nu e cru na posição dela, eu vou de fato trazer essas
dores para mim e possivelmente eu não vou conseguir ter as reações
necessárias, assim como a própria pessoa não as tem, normalmente. Então
colocando na equação esse ponto de que eu estou virtualizando o
sentimento, ou a situação que aquela pessoa está, acho que eu consigo
distanciamento mínimo necessário para eu poder (começar tomar ação)
. Mas eu concordo plenamente contigo, se colocar demais na
posição da pessoa, ou que nem você usa a expressão, se colocar no sapato
dela vai possivelmente me levar a tomar as mesmas ações que a pessoa
tomou.
Marcelo: E eu acho que o Vinição faz isso bem, de não ter tanta empatia
assim. Eu fico brincando, que eu sou mais assim, sabe? Eu fico tão, assim,
envolvido emocionalmente, que eu começo a compreender demais
determinadas situações, e tem situações que exigem um pouco mais de
dureza, entendeu?
M: Sim.
Marcelo: (De dureza, para mostrar a realidade. Você não acha, não,
Vinição? Você que está mais desse lado aí) .
Vinícius: Não sei se é por causa da minha natureza, mas realmente, até para
tentar ser um pouco mais racional. Mas, assim, até dando um passo a trás,
eu não sei se dá para responder isso, não, mas por que é importante
conhecer sobre inteligência emocional? Por quê? Qual benefício que isso
traz? (Por que isso é uma pauta importante) ?
Flávio:   (falar da empatia mesmo, se eu pensasse da sua
lógica da comunicação) , tem teorias de comunicação que fala
assim, que o que a gente fala, a fala mesmo, a verbalização, ela representa
um percentual muito pequeno. A maior parte da comunicação, mais de
90%, é não verbal, isso acontece principalmente por causa da sua emoção.
M: Por isso que eu sou tão chato pedindo para ligar (a câmera, no remoto.
Eu acredito demais nisso aí. Nem tem que acreditar, não, hoje em dia tem
quase que orientação a dados, dá para provar isso aí)
Flávio:  . Maior parte da mensagem é passada dessa forma,
não verbal, aí que entra a questão da empatia e da inteligência emocional,
porque se você não sabe, não tem essa inteligência emocional,
naturalmente a pessoa que você está conversando está te dando sinais ali,
não verbais, e inconscientemente você está recebendo e respondendo
esses sinais também, então é muito fácil, sabe, você ter uma resposta
emocional igual. Se a pessoa está com raiva, não está legal, e você está
conversando, ela começa a te conduzir, sabe, para esse estado emocional
também. Então quando você tem essa consciência, você fala: “Opa, estou
vendo aqui que a pessoa (não está bem, está assim) , estou vendo
também que eu estou empatizando demais”, sabe? Aí você dá alguns sinais
também, fala: “Olha, eu entendo seu ponto, eu sei como que você está”, e
conduz uma conversa de uma forma, assim, que seja até mais racional, mais
clara e mais eficiente, porque senão você começa a entrar no mesmo pique
da pessoa, (fala: “Caramba, eu entendo. Eu estou bolado) , eu
também fico bolado desse jeito”, sabe? Você acaba sendo conduzido
também, a inteligência emocional te ajuda a fazer esse filtro, sabe? Fala:
“Opa, estou entendendo aqui que a pessoa está assim, então eu vou tentar,
vou entrar assim, vou mostrar que eu tenho empatia, que eu entendo a
situação dela, mas vou tentar manter a conversa em um nível assim que eu
consiga, que seja produtivo para (os dois também, sabe, seja benéfico para
os dois) .
Vinícius: Então, isso que você falou é muito engraçado, porque, assim, é
extremamente paradoxal, você tem que aprender inteligência emocional
para ser mais racional.
Marcelo: (Cara, mas para você ver) , a gente fica até chato que a
gente fica falando demais de estoicismo, eu fico brincando, minha filha
(toda vez fala: “Lá vem o papai falar de estoicismo”, ela não está
aguentando) . Mas, assim, eu acho interessante, porque eu não
sei nem se os estoicos falavam exatamente assim, porque tem estoicos
modernos e já estão na posição de usar os avanços da psicologia e tudo,
mas os caras, (aquele William Irvine pelo menos fala muito assim)
, a gente, se não tomar cuidado, vive no automático e esse
automático é muito regido pelas emoções.
M: (Sim, sim) .
Marcelo: Daí esse aparente paradoxo, que o Vinição falou, assim, as
emoções vão nublar a gente, não é? Tipo assim, vai deixar, se você não sabe
se autoexaminar, que são as duas dimensões, e também não sabe
compreender o outro, você deixa as emoções dominarem a situação
completamente.
M: (Exatamente) .
Marcelo: E a gente falou muito, no outro episódio, sobre isso, você talvez
perca a clareza do que fazer (ou do que você está agindo) , de
uma forma ou de outra, então é interessante. Agora, quando você fala de
autoconhecimento, (isso ainda é quebrado algumas disciplinas, não é?
Quais são essas? Nós estamos tipo fazendo uma prova aí com você.
Enumere) .
Flávio:  . Por exemplo, o que te deixa com raiva?
, não existe uma definição para emoção, não tem nada claro,
assim, de ter uma definição que você possa ler e fala: “Ok, entendi. Então
se eu atender todos esses checklists aqui quer dizer que eu tenho uma
emoção”, então você precisa de fato fazer essa reflexão, sabe? Em algum
momento você falar: “Cara, hoje eu não estou legal mesmo, não estou bem,
estou me sentindo mal, ou bem demais, enfim, tem alguma coisa aqui
afetando”, (então você parar) , fazer essa reflexão, entender o
que você está sentindo, de fato.
Marcelo:   você sempre está falando assim: “Hoje eu não
estou”, mas e no momento que as coisas acontecem? Porque às vezes você
chega até bem. (Hoje eu estou bem. Hoje eu não estou bem) .
M:  .
M: (Tem que ser rápido, tem hora que não vai dar para fazer a reflexão)
.
Flávio: Sim, tem vez que não dá. Porque, assim, quando você está em um
estado emocional elevado, (de fato você não pensa com)  clareza,
a emoção toma ali, dispara seu instinto, seu corpo é tomado ali por um
monte de (químicas e você age totalmente por impulso, totalmente às
cegas, igual quem)  compra por desejo, dá uma briga com alguém
ali porque está com raiva, sabe? Então isso acontece. Nesse pico, você não
consegue, de fato, tomar nenhuma decisão com clareza, mas em algum
momento você vai fazer uma reflexão sobre isso, aí nesse momento você
começa fazer essa relação, sabe? Entre (dois fatores) .
Marcelo: (Então, o Cascais) , por exemplo, nunca vi ele nervoso.
Você já nasceu assim ou você pratica (isso) ?
Fernando: (Não, eu me)  escondo no quartinho quando eu estou
nervoso, aí ninguém me vê, passa, (eu volto) .
Marcelo: Mas, sério, você tem uma disciplina? Eu vejo que você, na maior
parte das situações, consegue tratá-las com uma serenidade, não é? Sem
perder o controle.
Fernando: (Sim) .
Marcelo: (Porque uma)  coisa que eu brinco, às vezes a gente fala
assim: “Seja estoico”, mas às vezes tem cara que tem genética boa para ser
estoico, sabe? (E o outro fala: “Você está doido, cara) ”.
M: (É o ovo e a galinha) .
Marcelo: (É, não vou conseguir, sabe) . Então, por exemplo, você
tem essa serenidade porque você sempre foi assim?
Fernando: Não, não, isso foi trabalhado.
Marcelo: Você foi trabalhando isso? (E dá um depoimento) ,
como é que você trabalha isso, normalmente, para ficar assim? (Entendeu)
? Porque é uma prática, não é?
M: (Sim) .
Marcelo: Eu estava vendo ontem, eu gosto de ver uns vídeos sobre tênis, aí
tinha um cara falando muito assim: “Você tem que ter uma atitude
agressiva na quadra de tênis, de atacar a bola, só que é muito fácil você
parar de fazer isso e recuar, sabe? E se colocar na atitude defensiva. Isso
acontece até com profissional, e o difícil é o cara dosar, não perder
agressividade, porque tênis é um esporte que, claro, você não pode atacar
igual maluco, mas normalmente quem é (agressivo que)  ganha,
entendeu? Aí o cara falando sobre o mindset, falou assim: “Mas como é que
você fica? Você sempre tem que treinar, ter a intenção de ser agressivo (de
ir, de ir, de ir) , que aí você vai internalizando aquilo, igual um
músculo, vai fortalecendo, sabe? É igual isso, você tem que treinar, não é?
Fernando: (Sim, sim. Pode ser, trouxe um exemplo) , o tênis eu
acho que é legal, para quem gosta de tênis, e ver o que foi a trajetória do
Djokovic, por exemplo. Você via em torneios anteriores que o Djokovic era
uma pessoa que chegava em certo nível que ele quebrava a raquete, que
ele não era tão gentil com as pessoas que estavam ali em volta, e ele foi
trabalhando isso, hoje praticamente não se vê esse tipo de coisa, então
acredito sim que dá para trabalhar. No meu caso, foi mais estudando um
pouco sobre inteligência emocional, mas principalmente sobre organismos
complexos, a partir do momento que eu vi que nem tudo que estava
acontecendo, eu tinha um determinado domínio e eu conseguir tomar uma
ação direta sobre aquilo, eu comecei a abster mais dessas situações, (ou
dessas questões individuais) , então acho que isso
particularmente me ajudou. (Se perguntar aos meus pais)  eles
vão falar que foi a terapia ou qualquer coisa nesse sentido, (mas acho que
esse momento)  de refletir de que eu não vou poder tomar ação
para tudo, isso me ajudou bastante a ter mais esse controle. Mas eu não
sou 100% tranquilo também  .
Marcelo: Que interessante, você fez um depoimento altamente estoico.
Fernando: Sim.
Marcelo: Você fala, assim, que talvez suas reações fossem para acreditar
que controlava as coisas.
Fernando: Sim.
Marcelo: Aí você ficava tenso.
Fernando: Sim.
Marcelo: E aí na medida que você percebeu que o mundo é muito mais
complexo,  , você se tranquilizou. É isso que você disse?
Fernando: Sim, justamente.
Marcelo:  . Qual é o caminho sugerido, normalmente, pelos
estudiosos? Beleza, você faz uma reflexão, mas é isso, só isso?
Flávio: (Bom, eu acho que, assim) , são diversos, mas no meu
caso, por exemplo, o meu primeiro contato que eu tive, assim, pelo menos
que me vem à mente, foi através de PNL, lá trás, eu estava com problema
para estudar mesmo, aí achei lá alguma coisa de PNL, e PNL aborda muito
isso, comportamento, dessa parte da sua comunicação não verbal.
M:  .
Marcelo: PNL é Programação Neurolinguística.
M: Programação Neurolinguística.
Flávio: Programação Neurolinguística. Então ele faz essa parte dessa
comunicação não verbal, como que as coisas se manifestam te ajuda a
identificar, então, assim, foi o meu primeiro contato com isso, a partir disso
eu fui aprendendo outras coisas. E acho que um livro mais recente que eu
li, que foi A Arte de Ler Mentes, que talvez me deu um pouco mais de
clareza, (fez juntar essas pontas) , sabe? Mas várias coisas, assim,
de autoconhecimento, inteligência financeira, a própria parte de PNL,
contexto, por exemplo, de comunicação, ferramentas de comunicação
mesmo, muitas vezes te ajuda, por exemplo, controlar a ansiedade, a ter
uma comunicação mais calma, se conectar mais com o seu ouvinte, então
tudo isso (assim acaba que te dá)  algumas ferramentas para ter
uma inteligência emocional.
Fernando: Eu vou voltar um pouquinho na pergunta do Vinição também,
porque o Flávio falando de PNL, me trouxe muito isso à memória. Para
quem trabalha muito com público, PNL é extremamente utilizado
.
Marcelo: Explica aí o que é PNL. Não sei se todo mundo…
Fernando: (Sim) . PNL, a Programação Neurolinguística, seria
você fazer a melhor leitura possível de determinados padrões que já são
conhecidos, do posicionamento ou da linguagem não verbal, que é trazida
de uma determinada pessoa. Por exemplo, as pessoas quando demonstram
muito interesse sobre um determinado tema, e ela está dentro de uma
plateia, ela tende   o corpo para frente, então quem está
fazendo uma apresentação começa a pegar esses pequenos ganchos e com
isso vai guiando mais a sua oratória para o que ele vê que está gerando mais
motivação ou não. Por exemplo, tem algumas técnicas que são mais visuais,
que se analisa a expressão facial olhando muito a sobrancelha da pessoa,
quando ela está um pouco caída para as laterais mostra que a pessoa já está
fadigada, você tem que puxar a pessoa, de novo, para poder falar sobre.
Quando você trabalha muito com público, isso pode te direcionar o que
falar (e o que não falar) , em qual tema você vai direcionar
melhor, como você vai chamar de volta a atenção das pessoas. E outro
ponto é que o mercado está cada vez mais aquecido, você não vai
conseguir, em algum momento, ter um controle aceitável de todas as
situações emocionais  , então saber trabalhar a inteligência
emocional vai te permitir trazer profissionais que talvez você não traria
antes porque você não sabia como lidar com eles. Acho que esse é um outro
ponto que é bem importante, do porquê se estudar e entender da
inteligência emocional.
M: Então, assim, seria quase que, fazendo a leitura que a gente fez antes,
seria quase que a arte de saber medir emoções, principalmente nos outros.
Seria isso?
Flávio: Sim, via a linguagem não verbal.
Fernando: (E também funciona em uma via oposta, da mesma forma que
você pode fazer isso) . Ela também propõe que mente e corpo
são ligados, (a fisiologia (assim. Então, ou seja) , da mesma forma
que uma emoção gera uma linguagem não verbal, se você mudar sua
postura e seu comportamento você também consegue mudar o seu estado
mental.  .
M: (Bidirecional) .
Fernando: Exatamente. (Então, assim, se você não está bem) .
M: (Vamos supor, você começa a ficar com o corpo mais aberto) .
Marcelo: (Andar com o peito estufado) .
M: (Isso) .
M:  00:22:52].
19
M: (Vira a posição do herói, não é? Você fica lá olhando para cima)
.
Marcelo: (Coluna ereta) .
M: Isso é potente demais mesmo.
Marcelo: É famoso isso em call center, que bota um espelho e a pessoa fica
sorrindo ali.
M: (Justamente) .
M: (Esses dias eu e o Szuster estava conversando) , por exemplo,
(se você começa a ficar meio) , você acorda meio mal, aí você
começa ficar meio deitado demais, você vai ficando pior ainda.
M: (Exatamente) .
M: (O negócio vai se realimentando) .
Fernando: Exatamente. Então, assim, através dos próprios hábitos você
pode melhorar a maneira que você se comunica, você fica mais animado ou
não. Você tem um dia difícil? Começa fazer um exercício, sabe? Aumenta a
produção de serotonina, dopamina, automaticamente isso já te dá um
pouco mais de ânimo, de alegria, assim, então você vai ter um dia melhor
porque você fez alguma coisa que gerou esse estado fisiológico em você,
então a sua mente também vai responder a isso. (Mesma forma o oposto)
, igual você falou, se você está em uma bad, está meio triste ali,
sua tendência é ficar mais (cabisbaixo) .
Marcelo: Sabe que eu gosto muito dessa conexão, vamos dizer, da parte
física, da parte biológica mesmo, da parte, sabe, assim? Porque a gente,
para quem acredita em evolução, a gente é um (organismo que evoluiu e
que solta um tanto de hormônio aí, depende de atividades, e aí às vezes a
pessoa quer, uma coisa que eu acredito muito é o que, cara) ,
você às vezes acorda passando mal por algum motivo, e esse passando mal
te deixa mais encurvado, (mais não sei o que) , aí seu cérebro
começa produzir historinhas para explicar o porquê você está passando
mal, sabe? (Não estou falando da minha cabeça, já li vários livros sobre isso.
Seu cérebro é um, tem um cara que chama até de, tem uma parte do
cérebro que ele fala que é o interpreted) , ele pega os vários
sinais e cria uma narrativa ali. Então, assim, às vezes você está passando
mal porque você acordou meio mal, dormiu mal, não sei o que, aí você
realimenta aquilo com uma narrativa de algum problema que te incomoda,
e aí você fica pior ainda, entendeu? Um negócio muito, assim, aí você
quebra às vezes um ciclo vicioso de uma narrativa dessa, (sem tendo antes
feito um exercício, entendeu? Tendo antes. Eu gosto muito dessa)
, eu vejo quanto que é bom para mim começar o dia com
atividade física, sabe? E aí pode ser, às vezes, uma caminhada (se não der
tempo) .
M: Eu também.
Marcelo: Mas é impressionante, faz muita diferença, (sabe? Você fala,
assim, cara) , eu preciso começar o dia, eu fico melhor, sabe?
Assim, eu fico mais bem-humorado, e se eu vou ficando na cama, por
exemplo, (fim de semana é uma desgraça) .
M: Assim, só mudando um pouquinho de assunto, querendo fazer uma
pergunta meio capciosa aqui. Talvez, eu não sei nem se o que eu vou falar
aqui faz 100% sentido, não, mas uma leitura que eu tive aí da conversa é
tipo assim, talvez desse para falar que desenvolvendo inteligência
emocional é uma arte de não entrar nas pegadinhas emocionais, vamos
falar assim, tanto sua, quanto dos outros, quanto de um time, alguma coisa
assim, para que você se mantenha, mais ou menos, no estado racional, que
inclusive eu acho que tem muito a ver com estoicismo mesmo, não é? E aí
eu ouço muito falar, tipo assim: “Siga o seu coração. Siga a intuição”, não
sei o que, isso não é meio controverso, não? O que vocês acham disso?
Marcelo: Tipo, muita gente quando ouve sobre o estoicismo também pensa
assim. Não está em voga justamente a gente entender que a gente é uma
soma de (emoção e racionalismo) , então como é que você, de
repente, despreza a emoção? (Só que a verdade é você desprezar na
emoção. Assim, eu estou dando resposta estoica, não é? É você desprezar
a emoção. E quando)  fala em intuição, por exemplo, a intuição
não é uma coisa mágica, não, sabe? Esse raciocínio intuitivo é fruto de
algum padrão que você reconhece e alguma coisa que você sente que tem
que fazer, ainda que você não saiba talvez explicar tão bem o porquê, não
é uma coisa mística, é talvez um reconhecimento de padrão de uma
situação similar que você viu. É pode dar errado, não é?
M: (Sim, sim, sim) .
Marcelo: Parece também que toda intuição é certa, não é?
M: Sim.
Marcelo: Mas ainda assim, o fato de você acreditar que se pode tomar
decisões assim não quer dizer que as más emoções poderão estar te
nublando totalmente ali a sua decisão. Dificilmente, assim, a ira é muito boa
realmente, que você está irado, o cara está querendo te matar, aí você vai
lá e mata o cara, assim, fora isso é difícil de achar uma situação (onde é bom
ser, sabe? Assim, ser)  tão agressivo, que a ira te traz uma
agressividade muito grande. É nesse sentido, não é?
Flávio: (Sim, sim. Inclusive o que o Vinição falou, eu vejo)  da
seguinte forma, a inteligência emocional te permite ser mais protagonista
da sua própria vida mesmo, sabe? Porque as coisas acontecem, faz parte, o
mundo é assim, as coisas acontecem, e tudo isso te dá input ali que vão
causar alguma emoção em você, alguma reação a essas coisas do mundo,
então se você tem essa clareza, essa inteligência emocional, você se torna
mais protagonista, você começa a reagir um pouco melhor. E o que você
comentou, Szuster, tem um livro, (inclusive, chama acho que Rápido e
Devagar, não sei se já viram) .
M: (Sim) .
Flávio: Ele fala justamente essas duas tomadas de decisão ali.
.
M: Modo 1, modo 1.
Flávio: Modo 1, modo 2. (Exato) . Então, assim, se você toma pelo
feeling, você toma totalmente na emoção, pelo que você está sentindo,
pela experiência que você tem, e tudo mais, não necessariamente a decisão
nem mais errada e nem a mais certa, mas, naturalmente, se você parar,
refletir e tal, você vai enxergar as variáveis de maneira mais clara, e aí talvez
a decisão seja um pouco melhor.
Marcelo: O exemplo clássico desse modo 1, modo 2, cara, assim, claro,
imagina na nossa sobrevivência, entendeu? Você está andando na floresta,
você viu uma sombra, você fica pensando o que é,  , o urso
já te comeu ali.
M: (Sim, sim) .
Marcelo: Na savana, o leão já te comeu, entendeu?
M: Exatamente.
Marcelo: Então seu modo 1 fez você sair correndo com medo. Então, assim,
ou seja, e era melhor você se enganar, se era uma sombra só, não é, cara?
Você pelo menos sobreviveu.
M: (É, então) .
Marcelo: O tranquilão que ficou lá avaliando, ele morreu.
M: Exatamente.
Marcelo: Só que é aquela história, qual situação que é similar na nossa vida?
São muito poucas. Você pode falar que você está com esse tipo de ameaça,
por exemplo, porque você deveria tomar uma decisão instantaneamente
ali e pronto. A gente está falando muito sobre esse autocontrole. E sobre o
relacionamento com os outros? O que vocês me dizem?
M: Quer falar?
M: Sim.
M: Eu acho que principalmente quando você começa a entender melhor
que você vai ter que ter uma resposta a uma determinada emoção, e que,
que nem a gente falou, da empatia, você não vai necessariamente estar na
exata mesma posição daquela pessoa, você vai começar a pensar o como
que eu vou fazer para poder trabalhar da melhor forma possível com esse
determinado grupo de pessoas que tem emoções diferentes e obter o
melhor resultado. Eu sei que tem uma pessoa que vai reagir muito mal, se
eu for para ela buscando um resultado direto, ou se eu for muito objetivo
com ela, mas eu sei que tem outra pessoa que vai reagir extremamente
bem. Então quando eu começo a ter mais essa noção e trabalhar melhor
com as pessoas do meu time, como que cada um reage e qual que é a
emoção envolvida ali, acho que eu consigo traçar um caminho de melhores
resultados. Acho que, no coletivo, a principal utilização, principalmente no
nosso meio, assim, mais de tecnologia, como ter o maior grupo diverso de
pessoas e chegar no melhor resultado possível, tentando diminuir esses
problemas (dadas as emoções (e as relações diferentes que cada um tem
com ela) .
Marcelo: Pessoal, queria lembrar a todos que estão nos ouvindo que os
episódios de Os Agilistas também estão disponíveis no Youtube, lá você
assiste esse e outros episódios, além de ter acesso ao conteúdo de nosso
podcast de forma visual, além de nos ouvir, agora você pode nos assistir, é
só procurar Os Agilistas, se inscrever e ativar as notificações para receber
nosso conteúdo em primeira mão. Então, sabe o que eu acho curioso? A
gente sempre fala para os céticos aqui, não é, Vinição? Isso é importante
para quem enxerga a empresa em um modelo diferente do mecanicista,
sabe?
M: (Sei) .
Marcelo: Porque se você enxerga, e isso é um grande tema que permeia o
podcast sempre.
M: No modelo (mecanicista não tem nem emoção, na verdade. Tipo assim,
é uma variável que não é) .
Marcelo: Não, porque no modelo mecanicista você já subdividiu a máquina,
você é uma pecinha de uma engrenagem que tem uma meta (desdobrada,
você tem que cumprir a meta. Que emoção que nada, o que eu tenho que
te entender) ? É meio ridículo, estou exagerando, mas é quase
que isso.
M: Porque esse menino está feliz, por exemplo.
Marcelo: (É. Não interessa se eu tenho que te entender)  ou se
você gosta de objetividade, você sabe qual que é sua meta?
M:  .
Marcelo: (Cumpre sua meta lá e pronto) .
M: (Vamos começar na discussão básica) .
Marcelo:  .
M: Você entendeu sua meta? Sim ou não? (Se não, volta o looping para a
posição inicial, vamos explicar a meta novamente) .
Marcelo: Sabe por que eu gosto de trazer muito esse assunto à tona?
Porque realmente muitas organizações são tão imersas nesse modelo
mecanicista, que isso vai (soar, aos)  olhos deu uma gestão
tradicional, bobeira, desperdício, sabe? Desnecessário mesmo. Isso é até
uma compreensão de que certos problemas, e a maior parte dos problemas
que as organizações lidam exigem um tipo de interação diferente.
M: (Certo) .
Marcelo: Exige as melhores contribuições de todo mundo, exige que eles
criem lá o fluxo de ideias, que a gente fala (tanto a expressão Idea Flow)
, que a gente já falou em tantos episódios, sabe? Que torna os
times mais inteligentes.
M: (Alex Pentlen) .
Marcelo: Você tem que criar engajamento violento entre os times, os times
têm que conseguir se engajar muito fortemente, tem muita confiança. Cara,
quando você fala assim, fica absolutamente óbvio e evidente que você tem
que ter esse tipo de (skill)  no time, entende? Como é que você
vai falar para um time que ele tem que ter altíssimo nível de engajamento,
se todo mundo simplesmente não se preocupa com o outro, não está nem
ligando, entende? É quase que óbvio para uma organização. Por isso que,
assim, eu diria, aqui na DTI isso é completamente muito óbvio.
M: (Sim) .
Marcelo: Eu falo assim, é uma preocupação de toda liderança, concorda?
M: Sim. O próprio ambiente vai estimulando isso.
Flávio: (Uma outra variável que eu colocaria, até que)  hoje o
mercado é uma rede tão bem conectada, não é? Hoje você não precisa
morar perto do local que você vai trabalhar. Então se o seu profissional cada
vez está mais preocupado e coloca isso como um peso maior na vida dele,
ele não tem só o estímulo financeiro, (a partir do momento que isso não é
trabalhado)  é muito fácil para ele ter uma outra conexão, uma
outra empresa que vai reconhecer melhor isso.
M: Sim.
Flávio: Então além do estímulo, você também tem que pensar que existe
(todo um capital humano ali que tem que ser)  trabalhado e
cultivado.
M: Sim.
Flávio: Para poder evoluir junto contigo  .
M:  .
M: Assim, até um negócio que me veio à cabeça aqui, imagina um time,
assim, pensar um time não muito grande assim, de cinco a dez pessoas,
vamos supor que você é o líder, está muito preocupado com essa questão
da inteligência emocional, é suficiente você se desenvolver muito para isso,
para que você faça mediação nas coisas, os momentos mais difíceis ali, ou
vocês acham que seria melhor investir para que todo mundo conheça sobre
inteligência emocional? Entendeu? Na minha visão, eu acho que, assim, se
você tem uma liderança que tem uma base boa de inteligência emocional,
ela já pode fazer uma diferença brutal só de estar presente em situações
complicadas, difíceis, (para não deixar, para botar isso em prática,
entendeu? Se já)  tem um certo efeito, mas eu não sei, será que
tem um efeito maior ainda e eu tentar catequisar a galera, entendeu?
M: Eu respondo que sim, pensando em dois fatores, assim, bem claros, um
que nós não somos (onipresentes) , então mesmo no time de
cinco pessoas ali você não vai ter interação simultânea com todo mundo ao
mesmo tempo. E outro, que tempo é escasso, então você não vai poder ter
uma dedicação absurda para poder estar sempre mediando, então a partir
do momento que as pessoas do time estão mais capazes de fazer essa
leitura emocional, elas também estão trabalhando isso e passando para as
novas pessoas (que sejam entrantes) , então é sim extremamente
importante, pensando até na saúde emocional do próprio líder que está
puxando isso, porque vai ter todo um desgaste, como também para poder
aumentar o desempenho do time.
M: E outra coisa legal também, que isso mantém até a congruência da
comunicação (que você está falando aí) . Se você fala: “O time é
legal, a gente é engajado, e tudo mais, aí você tem uma energia alta, (um
pique alto ali, aí a pessoa)  quando vai falar com outra pessoa que
está no seu time, a pessoa desmotivada, desengajada, (toda sua mensagem
caiu por terra, sabe) ?
Vinícius: (E como que vocês diriam que está aí? Vamos supor) ,
vamos dizer assim, isso vocês entendem que hoje em dia já é algo que está
consolidado? Tem próximos passos? Os próximos passos, na verdade, é a
consolidação em si da sociedade meio que aceitar e entender que
realmente isso aí é algo que é quase que uma, igual talvez no passado era a
importância que tinha (o QI) ? Como é que está isso? Tem
próximos passos? Os próximos passos é exatamente a consolidação disso?
Fernando: Particularmente, eu acho (que isso é)  subestimado.
(Todo mundo) : “Você sabe como que eu sou no trânsito, eu fico
nervoso mesmo. Você sabe como que eu sou nisso aqui, eu fico assim
mesmo”, a gente subestima a importância (de se ter isso, sabe? O quanto
que isso é bom) , você tomar decisão na família, em casa, no
trabalho, o quanto que é bom, por exemplo, no negócio, sabe? Então esse
(autoconhecimento)  te dá tranquilidade, te ajuda até a sofrer
menos mesmo, com as coisas que acontecem em volta. (Porque, vai, igual
falaram um pouco antes também) , você aceita que as coisas são
assim, sabe?
Marcelo: (Sabe o porquê eu estou rindo? Sabe o porquê) ? Isso
que você fala é muito verdade, não é? Esses defeitos emocionais muita
gente pensa: “Eu sou assim mesmo”, não é? (Para o QI não ia ser válido,
não: “Sabe como é que eu sou, eu sou burro mesmo”) .
M: É verdade.
Marcelo: “Eu sou assim mesmo”.
M:  .
Marcelo: “Eu sou burro mesmo”. Mas é engraçado (que realmente, nossa,
isso que você fala é muito verdade, não é, cara) ? O cara se
convence, vamos supor: “Eu sou nervoso mesmo. (Eu não sei. Eu não tenho
paciência com as pessoas mesmo. Eu não tenho”, e vai vivendo assim, não
é, cara) ?
M: Sim, sim.
Marcelo: É muito interessante. Eu vou te falar que isso é bem comum
mesmo.
M: (Exatamente) . Trânsito, por exemplo, é exemplo disso aí.
Estava no trânsito ali, talvez no Uber, ou alguma coisa assim, daí você vê a
pessoa, buzina, xinga, (apela, faz gestos lá, isso é)  desnecessário,
às vezes porque só porque a pessoa freio um pouco antes ou um pouco
depois, isso é ruim, estraga todo o clima, estraga o dia da pessoa, assim,
pode causar um acidente, que a pessoa perde a compostura: “Vou acelerar
forte, vou dar um susto na pessoa”, e por causa disso assim pode causar
uma batida, sabe? (Às vezes você perde)  totalmente o controle,
totalmente a capacidade de ser racional ali, então inteligência emocional
(te retorna de novo esse controle: “Não, entrou de cara, está ok. Valeu,
amigão) . Bom dia. Segue bem aí”.
M: E respondendo ao próximo passo que o Vinição puxou, aí queria deixar
claro que eu nunca li sobre esse próximo passo, que é mais uma percepção
minha, é que eu acho que a gente vai saber lidar melhor coma.
complexidade a cada vez que a gente também souber lidar melhor com a
emoção. Porque, que nem o Szuster trouxe, a imagem de uma sombra, você
virtualizou aquilo e ficou pensando em inúmeras possibilidades, e aquilo te
trouxe desgaste ou te fez tomar alguma ação indesejada. A partir do
momento que a gente vai evoluindo nesse sentido, (e não)  deixa
de virtualizar tanto e se preocupar com pontos que você não tem mais tanto
controle, eu acredito que a gente vai saber lidar mais com organismos cada
vez mais complexos.
Vinícius: É, eu acho, assim, respondendo minha própria pergunta.
Marcelo: O que você acha, Vinição? Quer que eu te faça a pergunta?
Vinícius: Eu acho que tem muito a ver com as coisas que o Cascais colocou,
tipo, eu acho assim, à medida que a gente vai tendo um maior nível de
educação das pessoas, de conhecer, entendendo a complexidade das
coisas, eu acho que é uma consequência quase que orgânica em relação a
isso, mas tem um outro fator também, que é o que você citou antes, que é
infelizmente ainda para uma parcela limitada da população, mas eu espero
e eu tendo a ser mais otimista em relação a isso aí, (embora leia os livros do
Rarrarê) , eu não sou tão pessimista igual ele, não. (Mas eu acho
que tem um ponto que você colocou, porque à medida em que)
você vai tendo opções você vai migrando para condições que tem um maior
nível de inteligência emocional. Então essa questão do próprio trabalho
remoto acho que é um fator que pode ser que contribua, de certa forma,
com isso, entendeu? Mas, por outro lado, é uma coisa também que tem os
efeitos negativos, igual eu brinquei anteriormente.
M: (Exato) .
Vinícius: Da pessoa não querer ligar a câmera. Então vai se tornando um
desafio bastante grande (você ter essa leitura) . A leitura vem
dessa capacidade que a gente tem de fazer a medição, igual eu brinquei
antes,  . Se você não consegue fazer   fica
mais difícil também de fazer determinadas leituras e ter interação social,
não é?
Marcelo: Beleza, pessoal. Já estamos chegando ao final, já passamos dos 40
minutos. Queria agradecer, acho que foi uma conversa bem bacana. E acho
que foi mais um tema que ele é válido tanto para a vida pessoal, para gente
poder viver com mais leveza, com mais clareza, se relacionar melhor com
as pessoas e ficar mais tranquilo consigo mesmo, e obviamente no
ambiente de trabalho, que é onde a gente passa uma parte enorme da
nossa vida e tem que ser prazeroso também, e tem que ser leve também,
não é? Então, Flávio e Fernando, obrigado pela presença.
Fernando: Obrigado vocês pelo convite.
Flávio: Obrigado vocês pelo convite também.
Marcelo: (Vinição, até a próxima) .
Vinícius: Valeu, pessoal.
Flávio: Valeu, gente. .

Descrição

Cada vez mais o mercado de trabalho tem englobado a prática de realizar tarefas em grupos. Com isso, é preciso ter estabilidade emocional para saber se relacionar bem com os outros. Entender os seus próprios sentimentos e dos outros é a chave para garantir resultados positivos. Nesse episódio, Os Agilistas debateram sobre a importância da inteligência emocional com a participação de 2 convidados da dti digital: o scrum master Flávio Couto e o tech manager Fernando Cascais. Instagram: @osagilistas