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os agilistas

#215 – Tendências em tecnologia: novos caminhos para o desenvolvimento de software

#215 – Tendências em tecnologia: novos caminhos para o desenvolvimento de software

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PEDRO RANGEL: Bom dia, boa tarde, boa noite. Esse é mais um episódio Agilistas, temporada de verão. Estou aqui com a minha colega Diulia.

DIULIA ALMADA: E aí, pessoal. Tudo bem?

PEDRO RANGEL: Bom, vocês devem ter acompanhado aí nas últimas semanas que nós lançamos um episódio sobre tendências na área de produto de design. Nós não podemos esquecer de um dos grandes pilares daqui da DTI, que é o pilar de engenharia. É um grande responsável pelo desafio de fazer Certo Produto. Então, hoje nós estamos aqui com convidados que não são bem convidados; são hosts também. Só que de um outro podcast nosso que é o Entre Chaves. Vou deixar se apresentarem aí um pouquinho. Fala aí, Fernandinha.

FERNANDA VIEIRA: E aí, gente. E aí, Pedro. E aí, Diu. E aí, galera. Então, pois é, eu e o Champz que está aqui comigo, a gente é host do Entre Chaves, que é o nosso podcast de desenvolvimento de software. A gente fala muito sobre prática, sobre desenvolvimento na prática. Bora falar sobre isso, aqui. Essas tendências de engenharia para 2023. Eu sou Fernanda, sou liderança da engenharia aqui da DTI. E é isso. Bora lá.

PEDRO RANGEL: Fala aí, Lucas; conta para a gente um pouquinho também.

LUCAS: E aí, Pedro. E aí, Diulia. Na verdade, o pessoal me chama mais de Champz. Pode ficar à vontade também. Champanhe, Champz.

PEDRO RANGEL: Hoje não tem isso aí.

DIULIA ALMADA: É. Inclusive eu fiquei com medo de ter que falar seu sobrenome, porque para mim é champanhe mesmo.

LUCAS: Sim, mas é assim que se pronuncia. Bom, prazer está

no Agiliza. Já participei de alguns episódios aqui para trazer essa visão do desenvolvedor, em alguns assuntos. Mas vai ser legal a gente falar sobre essas tendências de engenharia até porque a gente que está nesse dia a dia fica bem empolgado com essas possibilidades.

PEDRO RANGEL: Chique demais. Fernandinha, você falou aí que você (head) [00:01:36] de engenharia da DTI, essa humilde missão.

FERNANDA VIEIRA: Simples; tem pouca gente que trabalha com engenharia na DTI.

PEDRO RANGEL: Sim, pouca gente, pouca gente. Eu saio da rota de vez em quando, um pouquinho, mas vou fazer uma pergunta: como que você explica para a gente qual que é a missão do pilar de engenharia hoje?

FERNANDA VIEIRA: Beleza. Então, você usou o termo head aí. Não gosto muito desse termo, mas é por isso que eu me apresento muito mais como liderança da engenharia para ter uma visão um pouco menos hierarquizada e tudo o mais. Enfim, o pilar de engenharia aqui na DTI é responsável pela qualidade das nossas entregas, pela formação dos crafters da engenharia, pela execução da nossa metodologia de trabalho, que a gente chama aqui de DTI flow. É um pilar que está ali para que a gente projete arquiteturas adequadas para cada desafio, que a gente consiga escrever códigos mais limpos. Então, realmente é um pilar que olha para isso; olha para a qualidade, principalmente, e todas as coisas que vêm no entorno de uma qualidade de uma entrega. Que aí a gente pode entrar um pouquinho mais porque com certeza a gente vai falar aqui de confiabilidade, de escalabilidade, de segurança, enfim, de DevOps, e de todas essas disciplinas-barra-ferramentas, estratégias, que fazem parte de uma qualidade de software bem-feito.

DIULIA ALMADA: Legal demais. Eu acho que é legal que a gente tem buscado nesses episódios de tendência, falar muito mais sobre evolução da disciplina do que exclusivamente sobre novas tecnologias, no amplo. Mas aqui eu acho que a gente vai acabar falando um pouco misturado, porque acaba influenciando no fazer do dia a dia, dependendo da tecnologia que a gente está comentando. Então, nos outros episódios a gente já comentou um pouco sobre o cenário de 2023 – que a gente sabe que vai ser um pouco diferente, porque tem um pouco mais de restrição – restrição de investimento, as pessoas estão um pouco mais, posso dizer, até um pouco mais temerosas, no sentido de “aqui eu vou ter, de fato, um retorno. Aqui de fato está fazendo sentido fazer esse investimento”. Então, para a gente não ficar tão repetitivo, vamos partir daí.

PEDRO RANGEL: E escutem lá o episódio que começa no 211.

DIULIA ALMADA: Exatamente. Então, eu queria saber, Fernandinha, já que você já estava comentando sobre um pouquinho das preocupações de engenharia dentro da DTI, sobre essa visão para esse cenário que pode vir com mais restrição, que pode vir com mais pressão para talvez um escopo mais fechado, ou para um controle um pouco maior. Como que vocês têm visto esse cenário que está se desenhando para 2023?

FERNANDA VIEIRA: Eu acredito que a gente – como você falou -, acredito que o contexto vocês já contaram. A gente experenciou um boom do mercado de tecnologia nos últimos anos, e realmente em 2022, e agora para 2023, a gente está experenciando uma desaceleração, na verdade, do mercado. E isso fez com que a gente visse algumas demissões em massa de várias empresas e tudo o mais. Mas eu acho que a gente vai chegar, então, em uma era um pouco mais sustentável. Um mercado um pouco mais sustentável da tecnologia. E isso significa, realmente, em uma busca – na minha percepção – por uma qualidade maior. Ou seja, o que a gente faz, a gente tem que fazer muito bem-feito. E também uma busca por uma produtividade maior. Como eu falei, acredito que é um momento de olhar e estabilizar um pouco mais esse mercado. Então, é a hora realmente de cobrar um pouco mais de produtividade, de a gente (atender) [00:04:48], aumentar a velocidade das nossas entregas. Aumentar – de novo – a qualidade das nossas entregas. Gerar mais valor do que está sendo feito, porque realmente os custos estão sendo questionados. Coisas que talvez a gente, no passado, foi pouco questionado. E aconteceu esse boom todo. Mas o que eu acredito muito é nisso; nesse caminho muito grande para qualidade, produtividade e, claro, inovação. As empresas vão continuar inovando? Acredito que sim. Mas acredito que com muito mais parcimônia no sentido de “poxa, agora eu tenho que alocar melhor os meus custos, eu tenho que me preocupar melhor com o que está acontecendo para que eu fique sustentável por este ano e pelos próximos”.

PEDRO RANGEL: É. Isso que eu ia comentar. Apesar do desaquecimento do mercado, desaceleração, a impressão que eu tenho é que a inovação tecnológica continua avançando. Isso pode ser difícil de acompanhar.

FERNANDA VIEIRA: É. A gente com certeza vai falar aqui sobre várias coisas de inovação, mas, claro, a inovação com dados e estar cada vez mais orientada a dados – as empresas cada vez mais orientadas a dados conseguem inovar mais. E isso, com certeza, também driva, orienta elas para um futuro, porque afinal não dá só para ficar no presente; tem que pensar no futuro.

LUCAS: É. A Fernandinha vai ter uma visão de mercado melhor do que eu, mas pensando em desenvolvimento e nessas inovações todas, eu acredito fortemente que é muito importante estar antenado a tudo que está acontecendo, porque no geral tem muitas dessas tecnologias que vão nos ajudar com produtividade mesmo. A gente produzir mais, a gente produzir melhor, a gente ter menos falhas de segurança por exemplo, e conseguir construir um produto melhor.

PEDRO RANGEL: Show, vamos entrar nessa linha então, de inovação. Conversar um pouquinho mais sobre, no sentido de estar antenado a tudo isso que está rolando. Em outros episódios a gente até falou sobre o papel da inteligência artificial e outras soluções que já nem posso dizer que são inovadoras mais, já estão aí a tanto tempo. Mas vamos comentar um pouquinho sobre o quê que deve estar mais difundido aí ao longo de 2023. Dar um panorama. Um contato com aplicações que envolvem inteligência artificial, na verdade a gente já tem todo dia. Quando você abre o Netflix e vê as recomendações de séries baseadas no que você tem visto; quando o Uber te recomenda uma rota. Na verdade, isso já está no dia a dia. Mas a gente vai ver isso mais ainda, agora, ao longo desse ano? Bom, soluções de machine learning e por aí?

LUCAS: É. Com certeza a inteligência artificial, o aprendizado de máquinas, estão se tornando mais acessíveis, digamos assim. A gente está com a disponibilidade do uso de ferramentas tanto para desenvolvedores quanto para designers, quanto para artistas, que facilitam às vezes a produção de um trabalho que seria muito manual, muito braçal, ou ajudam ali no próprio episódio hoje – na construção da pauta. Elas conseguem automatizar processos, que é a base para você aumentar a produtividade em muita coisa; pegar processos que ali eram maçantes, manuais, e automatizar eles. No dia a dia do desenvolvedor – eu e muitos outros desenvolvedores já estamos ficando acostumados a usar esse tipo de ferramenta. E até aplicando em produtos mesmo, a gente recentemente fez um episódio no Entre Chaves com um time que construiu chatbox, e eles já se utilizavam de inteligência artificial, de aprendizado de máquina, para aprimorar as respostas dos chatbox. Então, eu acho que ficando de olho nessas tecnologias as empresas têm muito a ganhar; ficando antenadas com isso.

FERNANDA VIEIRA: É, justamente. O Champz mencionou o episódio de chatbox que a gente tem no Entre Chaves, mas a gente também gravou um episódio recentemente – dois episódios recentemente – sobre o ChatGPT, que é uma ferramenta que promete revolucionar mesmo o mundo do desenvolvimento. Mas falando agora sobre a velocidade de desenvolvimento mesmo. Tem até um termo que foi, acho que em 2020, enfim, que foi (cunhado) [00:08:42] que é o developer velocity. Que é a velocidade do desenvolvimento e como isso pode aumentar a produtividade, e como isso está diretamente ligado em resultados de negócio; como que um desenvolvimento mais rápido, mais produtivo, está diretamente ligado a resultados de negócio, porque eu entrego mais rapidamente, eu gero valor mais rapidamente. Enfim, e então a gente fez alguns episódios sobre o ChatGPT que eu acho que vale muito a pena a gente falar aqui. Que basicamente é uma ferramenta, mesmo, de inteligência artificial. Eu até coloquei aqui no próprio ChatGPT para ele me falar o que era o ChatGPT. E ele se define como um modelo de linguagem treinado pelo OpenAI. E ele foi treinado usando um grande conjunto de dados de texto da internet e é capaz de gerar texto de forma semelhante a como um humano faria. E ele pode ser usado para várias tarefas, como geração automática de texto, resposta às perguntas, tradução automática e muito mais. Então, é uma ferramenta que promete muito. Se vocês puderem ouvir, quiserem ouvir, o episódio que a gente fez no Entre Chaves, vocês vão ver o tanto que os devs estão se beneficiando com essa ferramenta em relação à produtividade.

PEDRO RANGEL: Ele é incrível, não é? Eu vou até contar o caso de por que a gente trouxe o assunto do ChatGPT, que eu li hoje de manhã uma notícia de que uma pessoa submeteu uma aplicação para um processo seletivo de emprego usando texto produzido pelo ChatGPT, e ele foi selecionado para a fase de entrevista. Então, chega a ser incrível e preocupante ao mesmo tempo a extensão que ele consegue chegar nessas dimensões. Não sendo suficiente, um pouco depois que eu li a notícia, o ChatGPT, o perfil dele no Instagram pediu para me seguir. E eu estou lá vendo as dicas, eu já me sinto um amigo próximo do ChatGPT.

FERNANDA VIEIRA: É. Quem realmente não conhece, não ouviu falar, vale muito a pena; não só o ChatGPT, mas tem outras inteligências artificiais que prometem muita coisa mesmo. Como, sei lá, você produzir uma apresentação de PowerPoint em que você dá o tema e ele faz a apresentação para você. Uma imagem, em que você descreve o que você quer e ele gera a imagem. Então tem muita coisa que dá para aproveitar. E eu li uma notícia hoje, também sobre o ChatGPT, que a Microsoft está incluindo o ChatGPT no kit dela do Azure AI.

PEDRO RANGEL: Nossa.

FERNANDA VIEIRA: E basicamente vai passar a fornecer a inteligência do ChatGPT para as pessoas que assinam o serviço a criarem produtos de inteligência artificial. Então, eu li essa notícia hoje. Acho que isso é extremamente incrível e pode realmente mudar a forma que a gente lida com a inteligência artificial, inclusive, no nosso dia a dia mesmo.

LUCAS: É. E falando tecnicamente, as prospecções, as perspectivas do ChatGPT para o futuro são assustadoras, porque a tendência é que a capacidade dessa inteligência artificial aumente em níveis exponenciais mesmo, mais do que ela já é capaz. Então, eu realmente acredito que é uma tendência forte, não só para esse ano mas para guiar muito da nossa vida no geral, no futuro.

FERNANDA VIEIRA: É. Acho que de fato uma coisa que a gente vai ter que aprender para 2023 é equilibrar esse receio que em parte se tem com relação a otimizar custos e às vezes até isso significar jogar no seguro, com o entendimento de que a inovação continua acontecendo e as coisas vão continuar mudando, e que se a gente for jogar no seguro sempre, corre um risco grande de a gente ficar para trás porque a gente não vai estar olhando para as possibilidades. A gente pode estar olhando para o que já existe, e nisso a gente pode perder o fio da meada ali. Agora, uma outra coisa que eu acho que a gente precisa também conversar sobre, é porque muitas empresas vieram trabalhando a sua digitalização. Trouxeram muitos dos seus fluxos para o meio digital, automatizaram, e trouxeram muitos dados também para o cenário digital. E com isso, em alguns casos pode ser que elas tenham ficado mais vulneráveis a ciberataques também. Então, diante disso, de uma digitalização que tem que equilibrar velocidade com otimização de como a gente dá conta da segurança do que a gente está fazendo, para que a gente não se coloque em risco e não coloque as pessoas que confiam na nossa marca em risco também.

LUCAS: Assim, a preocupação com segurança, privacidade de dados, foi um tópico muito em alta nos últimos anos – 2022 principalmente – e acredito que vai continuar sendo. A própria LGPD trouxe algumas medidas. Apesar de ser um pouco genérica, um pouco ampla, a gente ainda tem alguns campos meio nebulosos sobre auditoria, sobre multa, sobre como que isso vai funcionar ao certo, mas ela trouxe algumas regulações muito interessantes, que eu acho que vale a pena a gente investir. Na própria DTI a gente teve alguns processos que foram orientados à Lei Geral de Proteção de Dados. A gente fez alguns checklists para adequar projetos que a gente está construindo a isso.

FERNANDA VIEIRA: É, concordo. Aqui na DTI a gente tem realmente olhado bastante para isso, para essa parte da segurança, em realmente criar mais processos, em estar mais dentro da área, em conseguir criar novas ferramentas ou, enfim, utilizar e colocar no nosso fluxo de trabalho ferramentas mesmo, para nos auxiliar em testes de segurança; em manter mais a segurança das nossas aplicações. Mas um negócio muito importante que eu acho de falar aqui nesse tópico de segurança, é que realmente, eu estava olhando uma pesquisa da Check Point Research que fala que em 2022 os ataques de cibersegurança aumentaram em 38% no mundo inteiro. Então, realmente a gente ouviu muito mais falar sobre ataques de segurança em 2022. A gente viu lá o caso da Americanas, do Submarino. A gente viu o próprio Ministério da Saúde.

PEDRO RANGEL: As grandes também não escapam, como Netflix. Todas já passaram.

FERNANDA VIEIRA: É. Uber, Twitter com vazamento de dados, o Ministério da Saúde.

PEDRO RANGEL: No início da pandemia, não é? Chave Pix – cadastramento de Chave Pix.

FERNANDA VIEIRA: Exatamente, chave Pix. Então, tivemos muitos e muitos casos de ataques de segurança em 2022. E acredito que esse tema continua em alta mesmo para 2023, exatamente porque cada vez mais estamos disponibilizando mais dados. E a tendência é de só aumentar. A gente está vendo ChatGPT. A gente está vendo outras formas em que a gente só está disponibilizando nossos dados. A gente está investindo em metaverso. Imagina quando chegar lá no metaverso, o tanto de dados que a gente vai disponibilizar. A gente vai disponibilizar, assim, dados da nossa feição, nossa emoção, uma coisa que a gente, sei lá, ainda não disponibiliza. Enfim, a tendência é só aumentar. Então, cada vez mais faz sentido que a gente invista mais em segurança. E investir em segurança significa realmente em ter processos, como o Champanhe mencionou, que a gente está na DTI, profissionais que têm essa expertise em levar segurança mais para a esquerda do processo. Quando a gente fala de levar para a esquerda significa que às vezes a gente passa a se preocupar com a segurança só, poxa, quando entrou em produção. “não, vamos trazer lá para a hora que a gente está refinando uma feature. O que essa feature pode trazer. O que a gente precisa se preocupar com segurança quando a gente está refinando uma feature”. Não é? Então, acho que tem todo esse processo.

LUCAS: É. E outra coisa que eu ia colocar de a gente falar sobre aplicar a segurança na prática, é de a gente buscar usar soluções em nuvem, que facilitam também a gente ter esse controle da segurança nos nossos recursos. E também da importância mesmo de a gente, enquanto projeto, enquanto empresa, transparecer a nossa preocupação e a nossa eficiência – digamos assim – com privacidade da dados. Isso é um valor para o usuário final. Se o usuário do seu sistema vê que você está se preocupando com isso e que você consegue dar uma segurança para ele de que os dados que ele está fornecendo para você estão seguros, é um valor muito grande para ele. E eu acredito que tende a ser algo cada vez mais importante na hora de a gente avaliar o que importa para os usuários e qual o valor que a gente quer gerar.

FERNANDA VIEIRA: Sim, e vale mencionar também que a gente fez uma série sobre segurança no Entre Chaves em 2022.

LUCAS: A Fernandinha não perde uma oportunidade de fazer um jabá.

FERNANDA VIEIRA: É importante, gente.

LUCAS: Tem que fazer.

FERNANDA VIEIRA: Gente, vamos ouvir. Porque a gente fez uma série bem legal sobre segurança em 2022. Acho que foram cinco episódios em que a gente fala desde detalhes simples sobre segurança até coisas mais complexas. Então vale a pena ouvir para entender onde que a gente está indo em relação à segurança por aqui.

DIULIA ALMADA: É. Até um comentário um pouco aleatório, mas para poder ilustrar como é que esse vazamento de dados vai para um pouco além do uso das soluções digitais mesmo, como experiência minha, recentemente eu tive que contratar internet. E eu tive problema com a primeira operadora que eu queria, porque ela não estava disponível. Então ela falou: “eu posso passar o seu contato – os dados que você já me passou – para outras operadoras entrarem em contato com você”. E aí começou o meu pesadelo. Porque uma outra operadora entrou em contato comigo, e de certa forma parece que essa operadora já sabia que ela estava muito sujeita à fraude; que ela já estava tendo algumas fraudes ligadas à falta de segurança de dados. Então eu passei minhas informações, e no final a pessoa que estava conversando comigo falou: “a gente vai precisar confirmar os seus dados, mas você só vai confirmar com a fulana”. E eu fique assim: “tá bom, tudo certo, é isso”. Dali para frente, eu dei graças a Deus que eu não tinha passado o meu dado de cartão, porque ele pediu. Mas começou gente no WhatsApp, gente por telefone, entrar em contato e realmente pessoas aleatórias. Uma pessoa chegou a ser agressiva porque eu não queria confirmar. E eu fui confirmar com a pessoa: “está tudo certo com o agendamento?”; ele falou: “não, isso daí é fraude mesmo”. E assim, tranquilo, como se fosse uma coisa comum, do dia a dia. Então, para além do transtorno que se pode ter de um vazamento de dados, de uma base de dados mesmo, no sentido de a sua informação ficar exposta na internet, o desenrolar disso para o transtorno ali da pessoa que é cliente – o potencial cliente – pode ser muito grande, para a pessoa final. Então, no final das contas eu acabei não fazendo o contrato depois, na sequência. Eu falei: “já começou assim?”.

LUCAS: Diulia está sem internet até hoje.

FERNANDA VIEIRA: É, total. Você perde a (curiosidade) [00:18:41]. Justamente o que o Champz estava falando. É, perdeu a credibilidade.

DIULIA ALMADA: Exatamente. Com certeza.

LUCAS: É. E você falou de uma coisa que me lembrou um conceito interessante que eu particularmente sou bastante entusiasta. Talvez diga mais respeito a processo, operação – não tanto à engenharia -, mas que é o Privacy by Design. Vale a pena dar uma olhada também para conhecer mais; que é aplicar mais essa preocupação com privacidade de dados na construção dos nossos projetos mesmo. Assim como a Fernandinha falou de dar o Shift-left para segurança, também dar um shift-left para a preocupação com privacidade de dados, que é muito comum nos nossos projetos de só depois que acontece um problemão, a gente fala: “acho que eu tinha que ter investido em segurança. Deixa eu corrigir esse problema de segurança aqui, dessas falhas nossas”.

FERNANDA VIEIRA: E até, só reiterando, que além de levar a segurança para a esquerda, existem várias ferramentas de testes de segurança que também nos auxiliam. Assim, talvez, como o sonar foi por muito tempo – e é, com certeza – um grande parceiro em relação à qualidade de código, a gente tem várias ferramentas para fazer teste dinâmico, estático, de segurança, para a gente encontrar as vulnerabilidades dos nossos códigos. O que faz com que a gente não coloque coisas em produção que estão vulneráveis. Ou, enfim, não que a gente não coloque porque essa parte de vulnerabilidade, inclusive, é bem dinâmica. Então, vulnerabilidades novas são encontradas todo dia. Então, assim, que a gente não coloque e que a gente não permaneça com vulnerabilidades.

PEDRO RANGEL: A Diulia contou essa experiência dela, eu lembrei de uma minha – infelizmente recente – em que eu recebi um e-mail. Eu morei cinco anos em São Paulo, então eu usava o bilhete único lá. Eu recebi o e-mail do SPTrans falando que meus dados foram vazados junto com mais milhares – uma porrada de gente. E o e-mail é aquele padrãozinho, comunicando que aconteceu e falando das providências com relação à segurança já estão sendo tomadas. Não fala exatamente o que é. Então, a pergunta que fica no ar para mim é: aconteceu o vazamento; qual que é, normalmente, a primeira coisa por onde a empresa começa a lidar com essa situação? A primeira análise que tem que fazer, descobrir onde foi a vulnerabilidade.

LUCAS: E, assim, as providências deveriam ter sido tomadas um pouco antes.

PEDRO RANGEL: Antes, é.

LUCAS: Então, qualquer coisa que eles tentem fazer ali para evitar problemas futuros, talvez investir melhor na segurança desses dados que já foram vazados para evitar que aconteça de novo. Mas uma vez que caiu na rede, digamos assim, esses dados, aí infelizmente não tem como voltar atrás, perseguindo e prender os dados de volta – eles já estão disseminados.

PEDRO RANGEL: Vão chegar abrindo contas no meu nome agora.

FERNANDA VIEIRA: Agora que você sabe que não tem jeito – que os seus dados estão abertos e expostos.

LUCAS: Um colega meu me procurou recentemente também por conta disso. Ele recebeu um e-mail, um WhatsApp – não sei -, de um ataque – um phishing, digamos assim – que falava o CPF dele, o e-mail, o nome, falando que conseguiram hackear os dados dele. E entre todos os arquivos do computador pegaram imagens da webcam, e que eles vão vazar tudo que eles viram. E um texto praticamente pronto, sabe? Um copia e cola que eles mandam para todo mundo. Só que o que eu falei para ele – que eu acho que é interessante e triste talvez – é que CPF, e-mail e nome, são os nossos dados mais comuns na rede. E a gente consegue encontrar e identificar pessoas por isso com muito pouco esforço. E, além disso, a gente tem já na internet os data brokers que tem por CPF, por pessoa, um perfil mesmo das pessoas. E as empresas consomem dados desses brokers com muita facilidade. Então, os nossos dados, a nossa privacidade de dados já foi muito ferida. Há muito tempo a gente está constantemente vulnerável.

PEDRO RANGEL: É a realidade triste.

FERNANDA VIEIRA: Você dá seu CPF na farmácia? Ou não?

PEDRO RANGEL: Sim, já dei mais de uma vez.

FERNANDA VIEIRA: Eu dou também. Estou falando, mas eu dou também. Mas é porque a gente, nos episódios de segurança, falamos muito sobre isso; o quanto que – é isso – os nossos dados, esses dados básicos de CPF, nome e tal, eles já estão na internet. Eles já estão disponíveis e, enfim, é bem difícil de a gente recuperar. Mas vou continuar dando meu CPF na farmácia.

DIULIA ALMADA: Dá desconto.

PEDRO RANGEL: Dá desconto.

FERNANDA VIEIRA: Dá desconto; quanto que eu economizei em 2022? Entendeu?

DIULIA ALMADA: Mudando um pouquinho a rota do que a gente vinha conversando, também têm crescido as soluções no-code, low-code. E como é que vocês veem o papel desse tipo de solução para poder facilitar cenários hoje?

LUCAS: Eu queria dar um exemplo para esse caso, que muita gente me procura – às vezes muita gente que não conhece muito de desenvolvimento – falando assim: “eu quero fazer um site, eu quero fazer uma solução tal, um marketplace” e são soluções, geralmente, que são muito comuns já. Já têm várias soluções iguais, parecidas, na internet, e que não vale a pena de repente você pelo menos iniciar com um grande projeto de um novo site, uma equipe de desenvolvimento fazendo, dando manutenção. E as soluções no-code, low-code, facilitam em muito o acesso das pessoas que não têm tanto contato com o desenvolvimento, para criar esse tipo de solução. Então, para um primeiro contato de pessoas que não são da área de desenvolvimento, ou mesmo para um projeto mais complexo em que se quer fazer um MVP inicial, eu acho que o low-code, o no-code são ferramentas fantásticas.

FERNANDA VIEIRA: Eu concordo. Acredito que para as pessoas que não têm muito contato, mas também até com desenvolvedores experientes que querem desenvolver produtos que não são o core da empresa, que não são o principal produto da empresa e tudo o mais, mas que querem desenvolver, sei lá, uma plataforma interna ou alguma coisa assim; low-code e no-code podem acelerar bastante o desenvolvimento. E como a gente está falando de um cenário de produtividade, de qualidade, isso faz bastante sentido; de utilizar esse tipo de de ferramenta, porque realmente acelera. A gente consegue até fazendo uns drag and drop, umas coisas assim. E construir coisas bem mais facilmente. O Power Apps, por exemplo, da Microsoft, ele tem uma inteligência junto com as listas. Se você tiver listas no SharePoint, por exemplo, e um Power Apps, dentro da Microsoft, você consegue com um clique criar um CRUD básico de criação, edição, deleção, de dados na sua lista do SharePoint. Então, é um negócio legal que você fala: “nossa, eu não precisei desenvolver nada; eu simplesmente cliquei e apareceu um programinha para mim aqui”. Isso é bem legal. E eu estava vendo uma pesquisa da McKinsey sobre o developer velocity que eu mencionei antes, e o low-code e no-code é mencionado lá como um dos fatores de aumentar velocidade do desenvolvimento. E lá eles falam que as empresas que investem – as top empresas que investem – em low-code e no-code tendem a ser 33% mais inovadoras do que as empresas que menos investem em low-code e no-code. Então isso é uma estatística legal para a gente ver que, realmente, essas plataformas funcionam como um suporte – vamos falar assim – para um desenvolvimento mais rápido.

PEDRO RANGEL: A gente observa que os próprios desenvolvedores – mas os clientes também – se encantam muito facilmente quando veem na prática uma forte low-code e no-code, por conta da questão da rapidez. Mas existe alguma pegadinha? A gente fica mais restrito?

FERNANDA VIEIRA: É. Com certeza essas ferramentas são muito menos flexíveis do que um desenvolvimento web, do que um desenvolvimento mobile nativo. Enfim, com certeza são muito menos flexíveis. Mas, como eu falei, se você vai usar para um negócio que não é o seu core business, que você quer fazer uma solução rapidamente, que não te importa tanto ser um negócio talvez não muito customizado e tudo o mais, poxa, parece valer bastante a pena.

LUCAS: É. Eu concordo plenamente. Não é nenhuma pegadinha, é só o preço que se paga: ser menos flexível.

FERNANDA VIEIRA: É. Justamente.

LUCAS: Então, acho que vai mais de contexto. Depende da situação se você vai ou não aplicar isso do low-code e no-code.

PEDRO RANGEL: Vale a pena conhecer.

DIULIA ALMADA: A gente tem falado sobre essa restrição para poder ter grandes gastos com situações ou soluções que a gente vê que tem um grande risco atrelado e que talvez não seja necessariamente um momento mais confortável para a gente poder ir para esse lado de inovação, mas talvez começar pelo menos validando, que seja uma MVP, como uma solução dessa forma já ajuda a gente a mitigar risco rapidamente, e aí sim a gente conseguir tanto manter a inovação quanto a otimização desse custo.

PEDRO RANGEL: Legal. Bom, a gente está falando de várias dimensões de qualidade, escalabilidade e segurança, que compõem o nosso fazer certo o produto. Um grande aliado que a gente em fazer certo o produto é a operação. Então, a gente está falando muito de engenharia aqui, mas acho que a gente precisa da operação de mãos dadas para que a coisa realmente saia legal. E eu queria só trazer um pouquinho desse tema também; que boas práticas a gente pode trazer nesse sentido para prosperar mais nesse cenário em que a gente vai ter mais pressão por resultados e tudo o mais? Então, nesse sentido, Fernandinha, Champz, qual que é a dimensão que vocês acham que a gente tem que estar mais de olho agora, nesse sentido de fazer certo o produto.

FERNANDA VIEIRA: Em relação à operação, eu acredito bastante – como essa parte de produtividade vem bem forte – em uma gestão mais clara, mais transparente, na utilização de ferramentas de gestão que nos possibilitem ter uma operação mais consistente, mais clara – novamente. Então, toda essa metodologia em torno do desenvolvimento parece que tende a ficar mais forte. Claro que a metodologia sempre existe. Aqui na DTI a gente prega muito a nossa metodologia de trabalho. Mas a garantia da qualidade é muito aliada à metodologia. E a produtividade, saber a velocidade por exemplo de um time, ou entender como que são as entregas de um time e tudo o mais, a metodologia está ali muito presente. Então, acredito que fortalecer essa metodologia de trabalho junto com a própria cultura da empresa é um negócio que continua forte em 2023.

LUCAS: Eu acho que falar sobre ágil nos Agilistas pode soar até como um pleonasmo, mas pensando em tendências de engenharia, a gente até já está acostumado, mas acho que não tem como deixar de falar do ágil também. Operações ágeis são tendência nos últimos anos. Após a pandemia principalmente, acho que se tornou uma tendência ainda mais forte. E acho que buscar ter operações cada vez mais ágeis, seguir os princípios ágeis na operação, na engenharia, é fundamental, com certeza.

PEDRO RANGEL: Tanto é que quando perguntamos – preparando para o episódio do ChatGPT – sobre tendências em engenharia de software para 2023, ele falou de tecnologia. Mas o que foi que ele falou também, Champz?

LUCAS: Sobre o ágil.

PEDRO RANGEL: Metodologia ágil. (inint) [00:29:13]. [00:29:14]

LUCAS: Ele falou assim: “escute os Agilistas”, o melhor podcast de agilismo do Brasil.

FERNANDA VIEIRA: Ele não falou do Entre-Chaves não?

LUCAS: Não. Não chegou a falar.

FERNANDA VIEIRA: Poxa, Champz.

PEDRO RANGEL: Está faltando treinamento no Entre-Chaves.

LUCAS: Eu vou ensinar para ele.

FERNANDA VIEIRA: Tem jeito mesmo, não é? A gente já viu outro dia.

LUCAS: É. Ele criou um bordão para o Entre-Chaves, inclusive.

FERNANDA VIEIRA: É. Ele criou.

DIULIA ALMADA: Caramba.

FERNANDA VIEIRA: Criou mesmo.

DIULIA ALMADA: Gente.

LUCAS: Uma despedida, não é? Fique entre chaves.

FERNANDA VIEIRA: Fique entre chaves.

PEDRO RANGEL: Gente, ele é inteligentíssimo.

DIULIA ALMADA: Pior que é legal. É muito legal.

LUCAS: É. A gente voltou nesse assunto.

FERNANDA VIEIRA: É que a gente está impactado de verdade.

LUCAS: Acaba que daqui a pouco ele está gravando o podcast no nosso lugar. Não ironicamente, porque na prática ele responde o que você quer ouvir, digamos assim. Então, é possível criar ali às vezes algumas personas para servirem de personalidades streamers, apresentadores, sabe?

DIULIA ALMADA: Olha aí.

PEDRO RANGEL: A gente mal chegou, Diulia.

DIULIA ALMADA: É.

PEDRO RANGEL: Estamos ameaçados por chatbot.

DIULIA ALMADA: É. Tem essa parte, mas eu ia falar que a gente podia convidar o chat, então, para poder fazer um episódio com a gente.

FERNANDA VIEIRA: (inint) [00:30:17] fazer um episódio desse – só o chat.

DIULIA ALMADA: É. A gente vai jogando, vai ser um episódio mais lento, gravado. Vai.

FERNANDA VIEIRA: É. Mas voltando na parte de metodologia, nessa parte de agilidade, com certeza é bastante importante. Com a pandemia a gente viu o quanto que as empresas precisaram tomar decisões mais rápidas. Aquele orçamento feito para o ano todo caiu por terra. Não que caiu por terra porque as empresas não fazem mais isso – elas continuam fazendo – mas caiu por terra no sentido de as empresas verem que “poxa, um evento igual a uma pandemia muda completamente o que eu penso para daqui um ano. Eu preciso começara a pensar o que eu preciso fazer para daqui um mês, uma semana”.

LUCAS: Exatamente.

FERNANDA VIEIRA: Então, realmente essa parte muda muito. Mas uma outra tendência que eu queria falar sobre operação, organização de times, que o próprio Gartner traz, é a parte dos times de plataforma. Claro, a gente já tem ouvido muito falar sobre esse termo; time de plataforma, times habilitadores. São realmente formas diferentes de nos organizarmos como times, o que o próprio o Team Topology prega; fala sobre esses times que habilitam, que criam componentização, que criam facilidades para que o time de features, o time de entrega, de delivery, tenha menos carga cognitiva em relação a certos assuntos, certas arquiteturas complexas, certas features muito complexas. Então acaba diminuindo a carga cognitiva mesma, a complexidade para o time de features, o que faz voltar na velocidade de produção, na produtividade. Então, tudo isso, acredito que essa tendência de times de plataformas, times habilitadores e novas formas de nos organizar como times, também pode ser um assunto aprofundado em 2023.

LUCAS: É. E para um produto que tem várias vertentes, por exemplo, várias aplicações web, aplicativo, APIs, enfim, é muito bom também para alinhar e direcionar o resultado de todo mundo para o mesmo objetivo. E agora é a minha vez de fazer o jabá: a gente fez um episódio recentemente no Entre-Chaves entrevistando um time de plataforma, por assim dizer. Então, vale a pena conferir lá também, para saber como isso é feito na prática.

PEDRO RANGEL: A gente pode fazer o caminho inverso também; se vocês quiserem uma pessoa que fica perguntando, curiosa, eu não sou especialista em nada, mas eu posso ir lá no Entre-Chaves. Diferente da Diulia. A Diulia é especialista em design, várias coisas.

DIULIA ALMADA: Não, mas no Entre-Chaves eu iria só bem juninha.

PEDRO RANGEL: Não, que isso, com certeza eles vão achar uma utilidade para a gente lá.

DIULIA ALMADA: Com certeza.

PEDRO RANGEL: Se não, podem sempre colocar o ChatGPT também para fazer o nosso roteiro.

DIULIA ALMADA: Pode fazer o episódio só lendo as coisas do ChatGPT.

Diulia Almada: A gente interpreta texto bem, então se vocês quiserem a gente pode traduzir – traduzir não, dublar o ChatGPT no episódio. Mas para a gente poder fechar; a gente falou sobre muitas tendências, a gente falou sobre muitas considerações que a gente precisa ter para esse ano. Para quem está ouvindo e ouviu esse tanto de coisa, o que vocês indicariam como um primeiro passo. “beleza, estou aqui em janeiro de 2023, tem um time de desenvolvimento em que eu trabalho em conjunto, que eu ajudo a acompanhar; o que precisa ter em mente?”.

PEDRO RANGEL: Posso completar a pergunta antes de os nossos convidados responderem? Correndo o risco de repetir um pouco a pergunta, mas para a gente não diferenciar um pouco dos episódios anteriores em que a gente está tentando fazer o fechamento sempre com isso, por onde começar, mas partindo do princípio de que a gente está no trilho do Produto Certo. Então, a nossa solução está direcionada para necessidades reais e que vão realmente ajudar o negócio. Então, para estar mais preparado em termos do Certo Produto – engenharia e operação; por onde seria uma boa começar?

FERNANDA VIEIRA: Eu acredito que tecnologia por tecnologia, em eu falar assim: “gente, olha, agora vocês têm que ir para a cloud.” ou, “não, vocês têm que usar a tecnologia a, b ou c”. Tecnologia por tecnologia não faz muito sentido. O que a gente precisa realmente é converter tecnologia em resultado de negócio. Então, o que é importante entender? Como que a aplicação de certa tecnologia vai me orientar a atingir certos resultados de negócio. Então, se eu estou falando assim: “por que eu tenho que investir em segurança? Porque eu vou realmente entregar para o meu usuário final uma aplicação com maior confiança, eu vou aumentar a confiança da minha própria empresa – a confiabilidade da minha própria empresa. Por que eu tenho que investir em DevOps? Em criar pipelines automatizados, investir em testes automatizados – para que eu tenho fazer isso?”; “bom, porque eu quero aumentar a velocidade da minha entrega, a confiança da minha entrega”. E aumentar a velocidade da minha entrega faz com que eu entregue mais rápido, claro, e gere mais valor para o meu negócio. Então a gente tem sempre que entender o que aquele investimento de tecnologia vai resultar, em resultado de negócio. Então, isso para mim é o elo que a gente faz com esse episódio. Beleza, a gente falou um tanto de coisa aqui que pode melhorar, mas e aí? O que isso aqui vai levar para o meu negócio? E fazendo esse link, a gente consegue ver um tanto de resultado de negócio que a empresa pode investir. E para mim é: focar. Foco. Beleza. Dados esses resultados de negócio, qual que é o primeiro que eu quero alcançar? Qual é o meu objetivo como empresa para melhorar em 2023? “É esse aqui”, então beleza, vamos lá seguir esse objetivo e ir fundo nessa trilha de tecnologia que vai me habilitar a chegar nesse objetivo.

LUCAS: É. Complementando o que a Fernandinha falou, eu acho que o que eu defenderia como primeiro passo é entender que a tecnologia muda o tempo todo. Tecnologia evolui muito rápido. O que está emergente agora, o que está daqui a seis meses, pode ser diferente. Então, a gente falou sobre várias coisas, sobre low-code, no-code, IA. Acho que estar aberto a usar novas tecnologias é muito importante. Para a gente aproveitar ao máximo do que a tecnologia pode oferecer. E também pensar em construir soluções digamos que substituíveis, porque a gente sabe que pode ser que daqui a dois anos o que a gente fez hoje não faz mais sentido; então a gente construir um produto que seja fácil de a gente substituir componentes, arquiteturas mais modernas de micro serviços, por exemplo. Coisas que sejam menos rígidas, digamos assim. Mais maleáveis.

PEDRO RANGEL: Não criar, assim, uma dependência muito forte de determinadas coisas muitas específicas.

LUCAS: Exatamente. Porque a gente está falando hoje de IA, de low-code, no-code, por exemplo. E daqui a um ano quando a gente for gravar esse episódio de novo a gente pode falar de um outro assunto que a gente nem tocou hoje, porque a tecnologia evolui muito rápido.

Fernanda: É que a gente nem conhece hoje se pá assim.

LUCAS: Então se você construir uma solução, um produto, que é muito rígido digamos assim, e que a gente não consegue abrir ele para as novas tecnologias, ou não consegue substituir as partes e evoluir com o tempo, a gente tende a ficar estagnado.

FERNANDA VIEIRA: E claro, acho que essa mensagem do Champz é bem importante, de estarmos abertos a novas tecnologias, mas claro, a gente também entende que migrar por migrar também não leva a lugar nenhum. Ou seja, se eu tenho um sistema legado lá que, enfim, está em uma tecnologia já um pouco ultrapassada, migrar por migrar também não leva a lugar nenhum. “mas por que eu quero migrar? Eu quero migrar porque eu preciso ter mais escalabilidade no meu sistema. Eu preciso que ele tenha mais confiança. Eu preciso que ele seja mais resiliente”. Poxa, beleza, então dito isso, precisamos criar estratégias de utilizar novas tecnologias, novas plataformas, novas ferramentas. Acho que tudo isso é importante pensar também.

DIULIA ALMADA: Bom demais.

PEDRO RANGEL: Adorei o fechamento. Adorei os convidados do Entre-Chaves. Vamos fazer mais crossovers ao longo do ano, quem sabe.

LUCAS: Vocês são sempre bem-vindos lá no Entre Chaves também.

DIULIA ALMADA: Bom, bom.

FERNANDA VIEIRA: É. É importante falar que esse episódio também vai sair no Entre-Chaves. Então, claro, aqui a gente está falando com o público dos Agilistas, mas também estamos falando com o público do Entre-Chaves. Então é legal falar sobre isso, e vocês também são muito bem-vindos no Entre-Chaves.

PEDRO RANGEL: Muito obrigado. Não esqueçam do ouvir os episódios que a gente citou aqui no Entre-Chaves – a série sobre segurança e tem um só sobre o ChatGPT também.

FERNANDA VIEIRA: Tem. Tem sobre (inint) [00:38:13] plataformas, tem sobre Dora, tem sobre tanta coisa, sobre DevOps, que são coisas que estão muito aliadas à nossa evolução tecnológica.

LUCAS: A gente fez tanto jabá que vai demorar um pouco para ouvir todos.

FERNANDA VIEIRA: A gente pode fazer uma playlist, Champz.

LUCAS: Com certeza.

FERNANDA VIEIRA: Com todos os episódios que a gente mencionou aqui de tendência. É uma boa.

PEDRO RANGEL: E avalie os nossos dois programas. Nada menos do que cinco estrelinhas – mentira, podem ser sinceros na avaliação. E sigam no instagram, arroba, entre, ponto, chaves. E arroba, os agilistas.

DIULIA ALMADA: Isso aí. Exato.

PEDRO RANGEL: Muito obrigado, gente.

LUCAS: Obrigado vocês pelo convite.

FERNANDA VIEIRA: Valeu, galera. Obrigado pelo convite.

LUCAS: Valeu.

DIULIA ALMADA: Obrigado, gente. Até mais. Tchau, tchau.

PEDRO RANGEL: Bom dia, boa tarde, boa noite. Esse é mais um episódio Agilistas, temporada de verão. Estou aqui com a minha colega Diulia. DIULIA ALMADA: E aí, pessoal. Tudo bem? PEDRO RANGEL: Bom, vocês devem ter acompanhado aí nas últimas semanas que nós lançamos um episódio sobre tendências na área de produto de design. Nós não podemos esquecer de um dos grandes pilares daqui da DTI, que é o pilar de engenharia. É um grande responsável pelo desafio de fazer Certo Produto. Então, hoje nós estamos aqui com convidados que não são bem convidados; são hosts também. Só que de um outro podcast nosso que é o Entre Chaves. Vou deixar se apresentarem aí um pouquinho. Fala aí, Fernandinha. FERNANDA VIEIRA: E aí, gente. E aí, Pedro. E aí, Diu. E aí, galera. Então, pois é, eu e o Champz que está aqui comigo, a gente é host do Entre Chaves, que é o nosso podcast de desenvolvimento de software. A gente fala muito sobre prática, sobre desenvolvimento na prática. Bora falar sobre isso, aqui. Essas tendências de engenharia para 2023. Eu sou Fernanda, sou liderança da engenharia aqui da DTI. E é isso. Bora lá. PEDRO RANGEL: Fala aí, Lucas; conta para a gente um pouquinho também. LUCAS: E aí, Pedro. E aí, Diulia. Na verdade, o pessoal me chama mais de Champz. Pode ficar à vontade também. Champanhe, Champz. PEDRO RANGEL: Hoje não tem isso aí. DIULIA ALMADA: É. Inclusive eu fiquei com medo de ter que falar seu sobrenome, porque para mim é champanhe mesmo. LUCAS: Sim, mas é assim que se pronuncia. Bom, prazer está no Agiliza. Já participei de alguns episódios aqui para trazer essa visão do desenvolvedor, em alguns assuntos. Mas vai ser legal a gente falar sobre essas tendências de engenharia até porque a gente que está nesse dia a dia fica bem empolgado com essas possibilidades. PEDRO RANGEL: Chique demais. Fernandinha, você falou aí que você (head) [00:01:36] de engenharia da DTI, essa humilde missão. FERNANDA VIEIRA: Simples; tem pouca gente que trabalha com engenharia na DTI. PEDRO RANGEL: Sim, pouca gente, pouca gente. Eu saio da rota de vez em quando, um pouquinho, mas vou fazer uma pergunta: como que você explica para a gente qual que é a missão do pilar de engenharia hoje? FERNANDA VIEIRA: Beleza. Então, você usou o termo head aí. Não gosto muito desse termo, mas é por isso que eu me apresento muito mais como liderança da engenharia para ter uma visão um pouco menos hierarquizada e tudo o mais. Enfim, o pilar de engenharia aqui na DTI é responsável pela qualidade das nossas entregas, pela formação dos crafters da engenharia, pela execução da nossa metodologia de trabalho, que a gente chama aqui de DTI flow. É um pilar que está ali para que a gente projete arquiteturas adequadas para cada desafio, que a gente consiga escrever códigos mais limpos. Então, realmente é um pilar que olha para isso; olha para a qualidade, principalmente, e todas as coisas que vêm no entorno de uma qualidade de uma entrega. Que aí a gente pode entrar um pouquinho mais porque com certeza a gente vai falar aqui de confiabilidade, de escalabilidade, de segurança, enfim, de DevOps, e de todas essas disciplinas-barra-ferramentas, estratégias, que fazem parte de uma qualidade de software bem-feito. DIULIA ALMADA: Legal demais. Eu acho que é legal que a gente tem buscado nesses episódios de tendência, falar muito mais sobre evolução da disciplina do que exclusivamente sobre novas tecnologias, no amplo. Mas aqui eu acho que a gente vai acabar falando um pouco misturado, porque acaba influenciando no fazer do dia a dia, dependendo da tecnologia que a gente está comentando. Então, nos outros episódios a gente já comentou um pouco sobre o cenário de 2023 – que a gente sabe que vai ser um pouco diferente, porque tem um pouco mais de restrição – restrição de investimento, as pessoas estão um pouco mais, posso dizer, até um pouco mais temerosas, no sentido de “aqui eu vou ter, de fato, um retorno. Aqui de fato está fazendo sentido fazer esse investimento”. Então, para a gente não ficar tão repetitivo, vamos partir daí. PEDRO RANGEL: E escutem lá o episódio que começa no 211. DIULIA ALMADA: Exatamente. Então, eu queria saber, Fernandinha, já que você já estava comentando sobre um pouquinho das preocupações de engenharia dentro da DTI, sobre essa visão para esse cenário que pode vir com mais restrição, que pode vir com mais pressão para talvez um escopo mais fechado, ou para um controle um pouco maior. Como que vocês têm visto esse cenário que está se desenhando para 2023? FERNANDA VIEIRA: Eu acredito que a gente – como você falou -, acredito que o contexto vocês já contaram. A gente experenciou um boom do mercado de tecnologia nos últimos anos, e realmente em 2022, e agora para 2023, a gente está experenciando uma desaceleração, na verdade, do mercado. E isso fez com que a gente visse algumas demissões em massa de várias empresas e tudo o mais. Mas eu acho que a gente vai chegar, então, em uma era um pouco mais sustentável. Um mercado um pouco mais sustentável da tecnologia. E isso significa, realmente, em uma busca – na minha percepção – por uma qualidade maior. Ou seja, o que a gente faz, a gente tem que fazer muito bem-feito. E também uma busca por uma produtividade maior. Como eu falei, acredito que é um momento de olhar e estabilizar um pouco mais esse mercado. Então, é a hora realmente de cobrar um pouco mais de produtividade, de a gente (atender) [00:04:48], aumentar a velocidade das nossas entregas. Aumentar – de novo – a qualidade das nossas entregas. Gerar mais valor do que está sendo feito, porque realmente os custos estão sendo questionados. Coisas que talvez a gente, no passado, foi pouco questionado. E aconteceu esse boom todo. Mas o que eu acredito muito é nisso; nesse caminho muito grande para qualidade, produtividade e, claro, inovação. As empresas vão continuar inovando? Acredito que sim. Mas acredito que com muito mais parcimônia no sentido de “poxa, agora eu tenho que alocar melhor os meus custos, eu tenho que me preocupar melhor com o que está acontecendo para que eu fique sustentável por este ano e pelos próximos”. PEDRO RANGEL: É. Isso que eu ia comentar. Apesar do desaquecimento do mercado, desaceleração, a impressão que eu tenho é que a inovação tecnológica continua avançando. Isso pode ser difícil de acompanhar. FERNANDA VIEIRA: É. A gente com certeza vai falar aqui sobre várias coisas de inovação, mas, claro, a inovação com dados e estar cada vez mais orientada a dados – as empresas cada vez mais orientadas a dados conseguem inovar mais. E isso, com certeza, também driva, orienta elas para um futuro, porque afinal não dá só para ficar no presente; tem que pensar no futuro. LUCAS: É. A Fernandinha vai ter uma visão de mercado melhor do que eu, mas pensando em desenvolvimento e nessas inovações todas, eu acredito fortemente que é muito importante estar antenado a tudo que está acontecendo, porque no geral tem muitas dessas tecnologias que vão nos ajudar com produtividade mesmo. A gente produzir mais, a gente produzir melhor, a gente ter menos falhas de segurança por exemplo, e conseguir construir um produto melhor. PEDRO RANGEL: Show, vamos entrar nessa linha então, de inovação. Conversar um pouquinho mais sobre, no sentido de estar antenado a tudo isso que está rolando. Em outros episódios a gente até falou sobre o papel da inteligência artificial e outras soluções que já nem posso dizer que são inovadoras mais, já estão aí a tanto tempo. Mas vamos comentar um pouquinho sobre o quê que deve estar mais difundido aí ao longo de 2023. Dar um panorama. Um contato com aplicações que envolvem inteligência artificial, na verdade a gente já tem todo dia. Quando você abre o Netflix e vê as recomendações de séries baseadas no que você tem visto; quando o Uber te recomenda uma rota. Na verdade, isso já está no dia a dia. Mas a gente vai ver isso mais ainda, agora, ao longo desse ano? Bom, soluções de machine learning e por aí? LUCAS: É. Com certeza a inteligência artificial, o aprendizado de máquinas, estão se tornando mais acessíveis, digamos assim. A gente está com a disponibilidade do uso de ferramentas tanto para desenvolvedores quanto para designers, quanto para artistas, que facilitam às vezes a produção de um trabalho que seria muito manual, muito braçal, ou ajudam ali no próprio episódio hoje – na construção da pauta. Elas conseguem automatizar processos, que é a base para você aumentar a produtividade em muita coisa; pegar processos que ali eram maçantes, manuais, e automatizar eles. No dia a dia do desenvolvedor – eu e muitos outros desenvolvedores já estamos ficando acostumados a usar esse tipo de ferramenta. E até aplicando em produtos mesmo, a gente recentemente fez um episódio no Entre Chaves com um time que construiu chatbox, e eles já se utilizavam de inteligência artificial, de aprendizado de máquina, para aprimorar as respostas dos chatbox. Então, eu acho que ficando de olho nessas tecnologias as empresas têm muito a ganhar; ficando antenadas com isso. FERNANDA VIEIRA: É, justamente. O Champz mencionou o episódio de chatbox que a gente tem no Entre Chaves, mas a gente também gravou um episódio recentemente – dois episódios recentemente – sobre o ChatGPT, que é uma ferramenta que promete revolucionar mesmo o mundo do desenvolvimento. Mas falando agora sobre a velocidade de desenvolvimento mesmo. Tem até um termo que foi, acho que em 2020, enfim, que foi (cunhado) [00:08:42] que é o developer velocity. Que é a velocidade do desenvolvimento e como isso pode aumentar a produtividade, e como isso está diretamente ligado em resultados de negócio; como que um desenvolvimento mais rápido, mais produtivo, está diretamente ligado a resultados de negócio, porque eu entrego mais rapidamente, eu gero valor mais rapidamente. Enfim, e então a gente fez alguns episódios sobre o ChatGPT que eu acho que vale muito a pena a gente falar aqui. Que basicamente é uma ferramenta, mesmo, de inteligência artificial. Eu até coloquei aqui no próprio ChatGPT para ele me falar o que era o ChatGPT. E ele se define como um modelo de linguagem treinado pelo OpenAI. E ele foi treinado usando um grande conjunto de dados de texto da internet e é capaz de gerar texto de forma semelhante a como um humano faria. E ele pode ser usado para várias tarefas, como geração automática de texto, resposta às perguntas, tradução automática e muito mais. Então, é uma ferramenta que promete muito. Se vocês puderem ouvir, quiserem ouvir, o episódio que a gente fez no Entre Chaves, vocês vão ver o tanto que os devs estão se beneficiando com essa ferramenta em relação à produtividade. PEDRO RANGEL: Ele é incrível, não é? Eu vou até contar o caso de por que a gente trouxe o assunto do ChatGPT, que eu li hoje de manhã uma notícia de que uma pessoa submeteu uma aplicação para um processo seletivo de emprego usando texto produzido pelo ChatGPT, e ele foi selecionado para a fase de entrevista. Então, chega a ser incrível e preocupante ao mesmo tempo a extensão que ele consegue chegar nessas dimensões. Não sendo suficiente, um pouco depois que eu li a notícia, o ChatGPT, o perfil dele no Instagram pediu para me seguir. E eu estou lá vendo as dicas, eu já me sinto um amigo próximo do ChatGPT. FERNANDA VIEIRA: É. Quem realmente não conhece, não ouviu falar, vale muito a pena; não só o ChatGPT, mas tem outras inteligências artificiais que prometem muita coisa mesmo. Como, sei lá, você produzir uma apresentação de PowerPoint em que você dá o tema e ele faz a apresentação para você. Uma imagem, em que você descreve o que você quer e ele gera a imagem. Então tem muita coisa que dá para aproveitar. E eu li uma notícia hoje, também sobre o ChatGPT, que a Microsoft está incluindo o ChatGPT no kit dela do Azure AI. PEDRO RANGEL: Nossa. FERNANDA VIEIRA: E basicamente vai passar a fornecer a inteligência do ChatGPT para as pessoas que assinam o serviço a criarem produtos de inteligência artificial. Então, eu li essa notícia hoje. Acho que isso é extremamente incrível e pode realmente mudar a forma que a gente lida com a inteligência artificial, inclusive, no nosso dia a dia mesmo. LUCAS: É. E falando tecnicamente, as prospecções, as perspectivas do ChatGPT para o futuro são assustadoras, porque a tendência é que a capacidade dessa inteligência artificial aumente em níveis exponenciais mesmo, mais do que ela já é capaz. Então, eu realmente acredito que é uma tendência forte, não só para esse ano mas para guiar muito da nossa vida no geral, no futuro. FERNANDA VIEIRA: É. Acho que de fato uma coisa que a gente vai ter que aprender para 2023 é equilibrar esse receio que em parte se tem com relação a otimizar custos e às vezes até isso significar jogar no seguro, com o entendimento de que a inovação continua acontecendo e as coisas vão continuar mudando, e que se a gente for jogar no seguro sempre, corre um risco grande de a gente ficar para trás porque a gente não vai estar olhando para as possibilidades. A gente pode estar olhando para o que já existe, e nisso a gente pode perder o fio da meada ali. Agora, uma outra coisa que eu acho que a gente precisa também conversar sobre, é porque muitas empresas vieram trabalhando a sua digitalização. Trouxeram muitos dos seus fluxos para o meio digital, automatizaram, e trouxeram muitos dados também para o cenário digital. E com isso, em alguns casos pode ser que elas tenham ficado mais vulneráveis a ciberataques também. Então, diante disso, de uma digitalização que tem que equilibrar velocidade com otimização de como a gente dá conta da segurança do que a gente está fazendo, para que a gente não se coloque em risco e não coloque as pessoas que confiam na nossa marca em risco também. LUCAS: Assim, a preocupação com segurança, privacidade de dados, foi um tópico muito em alta nos últimos anos – 2022 principalmente – e acredito que vai continuar sendo. A própria LGPD trouxe algumas medidas. Apesar de ser um pouco genérica, um pouco ampla, a gente ainda tem alguns campos meio nebulosos sobre auditoria, sobre multa, sobre como que isso vai funcionar ao certo, mas ela trouxe algumas regulações muito interessantes, que eu acho que vale a pena a gente investir. Na própria DTI a gente teve alguns processos que foram orientados à Lei Geral de Proteção de Dados. A gente fez alguns checklists para adequar projetos que a gente está construindo a isso. FERNANDA VIEIRA: É, concordo. Aqui na DTI a gente tem realmente olhado bastante para isso, para essa parte da segurança, em realmente criar mais processos, em estar mais dentro da área, em conseguir criar novas ferramentas ou, enfim, utilizar e colocar no nosso fluxo de trabalho ferramentas mesmo, para nos auxiliar em testes de segurança; em manter mais a segurança das nossas aplicações. Mas um negócio muito importante que eu acho de falar aqui nesse tópico de segurança, é que realmente, eu estava olhando uma pesquisa da Check Point Research que fala que em 2022 os ataques de cibersegurança aumentaram em 38% no mundo inteiro. Então, realmente a gente ouviu muito mais falar sobre ataques de segurança em 2022. A gente viu lá o caso da Americanas, do Submarino. A gente viu o próprio Ministério da Saúde. PEDRO RANGEL: As grandes também não escapam, como Netflix. Todas já passaram. FERNANDA VIEIRA: É. Uber, Twitter com vazamento de dados, o Ministério da Saúde. PEDRO RANGEL: No início da pandemia, não é? Chave Pix – cadastramento de Chave Pix. FERNANDA VIEIRA: Exatamente, chave Pix. Então, tivemos muitos e muitos casos de ataques de segurança em 2022. E acredito que esse tema continua em alta mesmo para 2023, exatamente porque cada vez mais estamos disponibilizando mais dados. E a tendência é de só aumentar. A gente está vendo ChatGPT. A gente está vendo outras formas em que a gente só está disponibilizando nossos dados. A gente está investindo em metaverso. Imagina quando chegar lá no metaverso, o tanto de dados que a gente vai disponibilizar. A gente vai disponibilizar, assim, dados da nossa feição, nossa emoção, uma coisa que a gente, sei lá, ainda não disponibiliza. Enfim, a tendência é só aumentar. Então, cada vez mais faz sentido que a gente invista mais em segurança. E investir em segurança significa realmente em ter processos, como o Champanhe mencionou, que a gente está na DTI, profissionais que têm essa expertise em levar segurança mais para a esquerda do processo. Quando a gente fala de levar para a esquerda significa que às vezes a gente passa a se preocupar com a segurança só, poxa, quando entrou em produção. “não, vamos trazer lá para a hora que a gente está refinando uma feature. O que essa feature pode trazer. O que a gente precisa se preocupar com segurança quando a gente está refinando uma feature”. Não é? Então, acho que tem todo esse processo. LUCAS: É. E outra coisa que eu ia colocar de a gente falar sobre aplicar a segurança na prática, é de a gente buscar usar soluções em nuvem, que facilitam também a gente ter esse controle da segurança nos nossos recursos. E também da importância mesmo de a gente, enquanto projeto, enquanto empresa, transparecer a nossa preocupação e a nossa eficiência – digamos assim – com privacidade da dados. Isso é um valor para o usuário final. Se o usuário do seu sistema vê que você está se preocupando com isso e que você consegue dar uma segurança para ele de que os dados que ele está fornecendo para você estão seguros, é um valor muito grande para ele. E eu acredito que tende a ser algo cada vez mais importante na hora de a gente avaliar o que importa para os usuários e qual o valor que a gente quer gerar. FERNANDA VIEIRA: Sim, e vale mencionar também que a gente fez uma série sobre segurança no Entre Chaves em 2022. LUCAS: A Fernandinha não perde uma oportunidade de fazer um jabá. FERNANDA VIEIRA: É importante, gente. LUCAS: Tem que fazer. FERNANDA VIEIRA: Gente, vamos ouvir. Porque a gente fez uma série bem legal sobre segurança em 2022. Acho que foram cinco episódios em que a gente fala desde detalhes simples sobre segurança até coisas mais complexas. Então vale a pena ouvir para entender onde que a gente está indo em relação à segurança por aqui. DIULIA ALMADA: É. Até um comentário um pouco aleatório, mas para poder ilustrar como é que esse vazamento de dados vai para um pouco além do uso das soluções digitais mesmo, como experiência minha, recentemente eu tive que contratar internet. E eu tive problema com a primeira operadora que eu queria, porque ela não estava disponível. Então ela falou: “eu posso passar o seu contato – os dados que você já me passou – para outras operadoras entrarem em contato com você”. E aí começou o meu pesadelo. Porque uma outra operadora entrou em contato comigo, e de certa forma parece que essa operadora já sabia que ela estava muito sujeita à fraude; que ela já estava tendo algumas fraudes ligadas à falta de segurança de dados. Então eu passei minhas informações, e no final a pessoa que estava conversando comigo falou: “a gente vai precisar confirmar os seus dados, mas você só vai confirmar com a fulana”. E eu fique assim: “tá bom, tudo certo, é isso”. Dali para frente, eu dei graças a Deus que eu não tinha passado o meu dado de cartão, porque ele pediu. Mas começou gente no WhatsApp, gente por telefone, entrar em contato e realmente pessoas aleatórias. Uma pessoa chegou a ser agressiva porque eu não queria confirmar. E eu fui confirmar com a pessoa: “está tudo certo com o agendamento?”; ele falou: “não, isso daí é fraude mesmo”. E assim, tranquilo, como se fosse uma coisa comum, do dia a dia. Então, para além do transtorno que se pode ter de um vazamento de dados, de uma base de dados mesmo, no sentido de a sua informação ficar exposta na internet, o desenrolar disso para o transtorno ali da pessoa que é cliente – o potencial cliente – pode ser muito grande, para a pessoa final. Então, no final das contas eu acabei não fazendo o contrato depois, na sequência. Eu falei: “já começou assim?”. LUCAS: Diulia está sem internet até hoje. FERNANDA VIEIRA: É, total. Você perde a (curiosidade) [00:18:41]. Justamente o que o Champz estava falando. É, perdeu a credibilidade. DIULIA ALMADA: Exatamente. Com certeza. LUCAS: É. E você falou de uma coisa que me lembrou um conceito interessante que eu particularmente sou bastante entusiasta. Talvez diga mais respeito a processo, operação – não tanto à engenharia -, mas que é o Privacy by Design. Vale a pena dar uma olhada também para conhecer mais; que é aplicar mais essa preocupação com privacidade de dados na construção dos nossos projetos mesmo. Assim como a Fernandinha falou de dar o Shift-left para segurança, também dar um shift-left para a preocupação com privacidade de dados, que é muito comum nos nossos projetos de só depois que acontece um problemão, a gente fala: “acho que eu tinha que ter investido em segurança. Deixa eu corrigir esse problema de segurança aqui, dessas falhas nossas”. FERNANDA VIEIRA: E até, só reiterando, que além de levar a segurança para a esquerda, existem várias ferramentas de testes de segurança que também nos auxiliam. Assim, talvez, como o sonar foi por muito tempo – e é, com certeza – um grande parceiro em relação à qualidade de código, a gente tem várias ferramentas para fazer teste dinâmico, estático, de segurança, para a gente encontrar as vulnerabilidades dos nossos códigos. O que faz com que a gente não coloque coisas em produção que estão vulneráveis. Ou, enfim, não que a gente não coloque porque essa parte de vulnerabilidade, inclusive, é bem dinâmica. Então, vulnerabilidades novas são encontradas todo dia. Então, assim, que a gente não coloque e que a gente não permaneça com vulnerabilidades. PEDRO RANGEL: A Diulia contou essa experiência dela, eu lembrei de uma minha – infelizmente recente – em que eu recebi um e-mail. Eu morei cinco anos em São Paulo, então eu usava o bilhete único lá. Eu recebi o e-mail do SPTrans falando que meus dados foram vazados junto com mais milhares – uma porrada de gente. E o e-mail é aquele padrãozinho, comunicando que aconteceu e falando das providências com relação à segurança já estão sendo tomadas. Não fala exatamente o que é. Então, a pergunta que fica no ar para mim é: aconteceu o vazamento; qual que é, normalmente, a primeira coisa por onde a empresa começa a lidar com essa situação? A primeira análise que tem que fazer, descobrir onde foi a vulnerabilidade. LUCAS: E, assim, as providências deveriam ter sido tomadas um pouco antes. PEDRO RANGEL: Antes, é. LUCAS: Então, qualquer coisa que eles tentem fazer ali para evitar problemas futuros, talvez investir melhor na segurança desses dados que já foram vazados para evitar que aconteça de novo. Mas uma vez que caiu na rede, digamos assim, esses dados, aí infelizmente não tem como voltar atrás, perseguindo e prender os dados de volta – eles já estão disseminados. PEDRO RANGEL: Vão chegar abrindo contas no meu nome agora. FERNANDA VIEIRA: Agora que você sabe que não tem jeito – que os seus dados estão abertos e expostos. LUCAS: Um colega meu me procurou recentemente também por conta disso. Ele recebeu um e-mail, um WhatsApp – não sei -, de um ataque – um phishing, digamos assim – que falava o CPF dele, o e-mail, o nome, falando que conseguiram hackear os dados dele. E entre todos os arquivos do computador pegaram imagens da webcam, e que eles vão vazar tudo que eles viram. E um texto praticamente pronto, sabe? Um copia e cola que eles mandam para todo mundo. Só que o que eu falei para ele – que eu acho que é interessante e triste talvez – é que CPF, e-mail e nome, são os nossos dados mais comuns na rede. E a gente consegue encontrar e identificar pessoas por isso com muito pouco esforço. E, além disso, a gente tem já na internet os data brokers que tem por CPF, por pessoa, um perfil mesmo das pessoas. E as empresas consomem dados desses brokers com muita facilidade. Então, os nossos dados, a nossa privacidade de dados já foi muito ferida. Há muito tempo a gente está constantemente vulnerável. PEDRO RANGEL: É a realidade triste. FERNANDA VIEIRA: Você dá seu CPF na farmácia? Ou não? PEDRO RANGEL: Sim, já dei mais de uma vez. FERNANDA VIEIRA: Eu dou também. Estou falando, mas eu dou também. Mas é porque a gente, nos episódios de segurança, falamos muito sobre isso; o quanto que – é isso – os nossos dados, esses dados básicos de CPF, nome e tal, eles já estão na internet. Eles já estão disponíveis e, enfim, é bem difícil de a gente recuperar. Mas vou continuar dando meu CPF na farmácia. DIULIA ALMADA: Dá desconto. PEDRO RANGEL: Dá desconto. FERNANDA VIEIRA: Dá desconto; quanto que eu economizei em 2022? Entendeu? DIULIA ALMADA: Mudando um pouquinho a rota do que a gente vinha conversando, também têm crescido as soluções no-code, low-code. E como é que vocês veem o papel desse tipo de solução para poder facilitar cenários hoje? LUCAS: Eu queria dar um exemplo para esse caso, que muita gente me procura – às vezes muita gente que não conhece muito de desenvolvimento – falando assim: “eu quero fazer um site, eu quero fazer uma solução tal, um marketplace” e são soluções, geralmente, que são muito comuns já. Já têm várias soluções iguais, parecidas, na internet, e que não vale a pena de repente você pelo menos iniciar com um grande projeto de um novo site, uma equipe de desenvolvimento fazendo, dando manutenção. E as soluções no-code, low-code, facilitam em muito o acesso das pessoas que não têm tanto contato com o desenvolvimento, para criar esse tipo de solução. Então, para um primeiro contato de pessoas que não são da área de desenvolvimento, ou mesmo para um projeto mais complexo em que se quer fazer um MVP inicial, eu acho que o low-code, o no-code são ferramentas fantásticas. FERNANDA VIEIRA: Eu concordo. Acredito que para as pessoas que não têm muito contato, mas também até com desenvolvedores experientes que querem desenvolver produtos que não são o core da empresa, que não são o principal produto da empresa e tudo o mais, mas que querem desenvolver, sei lá, uma plataforma interna ou alguma coisa assim; low-code e no-code podem acelerar bastante o desenvolvimento. E como a gente está falando de um cenário de produtividade, de qualidade, isso faz bastante sentido; de utilizar esse tipo de de ferramenta, porque realmente acelera. A gente consegue até fazendo uns drag and drop, umas coisas assim. E construir coisas bem mais facilmente. O Power Apps, por exemplo, da Microsoft, ele tem uma inteligência junto com as listas. Se você tiver listas no SharePoint, por exemplo, e um Power Apps, dentro da Microsoft, você consegue com um clique criar um CRUD básico de criação, edição, deleção, de dados na sua lista do SharePoint. Então, é um negócio legal que você fala: “nossa, eu não precisei desenvolver nada; eu simplesmente cliquei e apareceu um programinha para mim aqui”. Isso é bem legal. E eu estava vendo uma pesquisa da McKinsey sobre o developer velocity que eu mencionei antes, e o low-code e no-code é mencionado lá como um dos fatores de aumentar velocidade do desenvolvimento. E lá eles falam que as empresas que investem – as top empresas que investem – em low-code e no-code tendem a ser 33% mais inovadoras do que as empresas que menos investem em low-code e no-code. Então isso é uma estatística legal para a gente ver que, realmente, essas plataformas funcionam como um suporte – vamos falar assim – para um desenvolvimento mais rápido. PEDRO RANGEL: A gente observa que os próprios desenvolvedores – mas os clientes também – se encantam muito facilmente quando veem na prática uma forte low-code e no-code, por conta da questão da rapidez. Mas existe alguma pegadinha? A gente fica mais restrito? FERNANDA VIEIRA: É. Com certeza essas ferramentas são muito menos flexíveis do que um desenvolvimento web, do que um desenvolvimento mobile nativo. Enfim, com certeza são muito menos flexíveis. Mas, como eu falei, se você vai usar para um negócio que não é o seu core business, que você quer fazer uma solução rapidamente, que não te importa tanto ser um negócio talvez não muito customizado e tudo o mais, poxa, parece valer bastante a pena. LUCAS: É. Eu concordo plenamente. Não é nenhuma pegadinha, é só o preço que se paga: ser menos flexível. FERNANDA VIEIRA: É. Justamente. LUCAS: Então, acho que vai mais de contexto. Depende da situação se você vai ou não aplicar isso do low-code e no-code. PEDRO RANGEL: Vale a pena conhecer. DIULIA ALMADA: A gente tem falado sobre essa restrição para poder ter grandes gastos com situações ou soluções que a gente vê que tem um grande risco atrelado e que talvez não seja necessariamente um momento mais confortável para a gente poder ir para esse lado de inovação, mas talvez começar pelo menos validando, que seja uma MVP, como uma solução dessa forma já ajuda a gente a mitigar risco rapidamente, e aí sim a gente conseguir tanto manter a inovação quanto a otimização desse custo. PEDRO RANGEL: Legal. Bom, a gente está falando de várias dimensões de qualidade, escalabilidade e segurança, que compõem o nosso fazer certo o produto. Um grande aliado que a gente em fazer certo o produto é a operação. Então, a gente está falando muito de engenharia aqui, mas acho que a gente precisa da operação de mãos dadas para que a coisa realmente saia legal. E eu queria só trazer um pouquinho desse tema também; que boas práticas a gente pode trazer nesse sentido para prosperar mais nesse cenário em que a gente vai ter mais pressão por resultados e tudo o mais? Então, nesse sentido, Fernandinha, Champz, qual que é a dimensão que vocês acham que a gente tem que estar mais de olho agora, nesse sentido de fazer certo o produto. FERNANDA VIEIRA: Em relação à operação, eu acredito bastante – como essa parte de produtividade vem bem forte – em uma gestão mais clara, mais transparente, na utilização de ferramentas de gestão que nos possibilitem ter uma operação mais consistente, mais clara – novamente. Então, toda essa metodologia em torno do desenvolvimento parece que tende a ficar mais forte. Claro que a metodologia sempre existe. Aqui na DTI a gente prega muito a nossa metodologia de trabalho. Mas a garantia da qualidade é muito aliada à metodologia. E a produtividade, saber a velocidade por exemplo de um time, ou entender como que são as entregas de um time e tudo o mais, a metodologia está ali muito presente. Então, acredito que fortalecer essa metodologia de trabalho junto com a própria cultura da empresa é um negócio que continua forte em 2023. LUCAS: Eu acho que falar sobre ágil nos Agilistas pode soar até como um pleonasmo, mas pensando em tendências de engenharia, a gente até já está acostumado, mas acho que não tem como deixar de falar do ágil também. Operações ágeis são tendência nos últimos anos. Após a pandemia principalmente, acho que se tornou uma tendência ainda mais forte. E acho que buscar ter operações cada vez mais ágeis, seguir os princípios ágeis na operação, na engenharia, é fundamental, com certeza. PEDRO RANGEL: Tanto é que quando perguntamos – preparando para o episódio do ChatGPT – sobre tendências em engenharia de software para 2023, ele falou de tecnologia. Mas o que foi que ele falou também, Champz? LUCAS: Sobre o ágil. PEDRO RANGEL: Metodologia ágil. (inint) [00:29:13]. [00:29:14] LUCAS: Ele falou assim: “escute os Agilistas”, o melhor podcast de agilismo do Brasil. FERNANDA VIEIRA: Ele não falou do Entre-Chaves não? LUCAS: Não. Não chegou a falar. FERNANDA VIEIRA: Poxa, Champz. PEDRO RANGEL: Está faltando treinamento no Entre-Chaves. LUCAS: Eu vou ensinar para ele. FERNANDA VIEIRA: Tem jeito mesmo, não é? A gente já viu outro dia. LUCAS: É. Ele criou um bordão para o Entre-Chaves, inclusive. FERNANDA VIEIRA: É. Ele criou. DIULIA ALMADA: Caramba. FERNANDA VIEIRA: Criou mesmo. DIULIA ALMADA: Gente. LUCAS: Uma despedida, não é? Fique entre chaves. FERNANDA VIEIRA: Fique entre chaves. PEDRO RANGEL: Gente, ele é inteligentíssimo. DIULIA ALMADA: Pior que é legal. É muito legal. LUCAS: É. A gente voltou nesse assunto. FERNANDA VIEIRA: É que a gente está impactado de verdade. LUCAS: Acaba que daqui a pouco ele está gravando o podcast no nosso lugar. Não ironicamente, porque na prática ele responde o que você quer ouvir, digamos assim. Então, é possível criar ali às vezes algumas personas para servirem de personalidades streamers, apresentadores, sabe? DIULIA ALMADA: Olha aí. PEDRO RANGEL: A gente mal chegou, Diulia. DIULIA ALMADA: É. PEDRO RANGEL: Estamos ameaçados por chatbot. DIULIA ALMADA: É. Tem essa parte, mas eu ia falar que a gente podia convidar o chat, então, para poder fazer um episódio com a gente. FERNANDA VIEIRA: (inint) [00:30:17] fazer um episódio desse – só o chat. DIULIA ALMADA: É. A gente vai jogando, vai ser um episódio mais lento, gravado. Vai. FERNANDA VIEIRA: É. Mas voltando na parte de metodologia, nessa parte de agilidade, com certeza é bastante importante. Com a pandemia a gente viu o quanto que as empresas precisaram tomar decisões mais rápidas. Aquele orçamento feito para o ano todo caiu por terra. Não que caiu por terra porque as empresas não fazem mais isso – elas continuam fazendo – mas caiu por terra no sentido de as empresas verem que “poxa, um evento igual a uma pandemia muda completamente o que eu penso para daqui um ano. Eu preciso começara a pensar o que eu preciso fazer para daqui um mês, uma semana”. LUCAS: Exatamente. FERNANDA VIEIRA: Então, realmente essa parte muda muito. Mas uma outra tendência que eu queria falar sobre operação, organização de times, que o próprio Gartner traz, é a parte dos times de plataforma. Claro, a gente já tem ouvido muito falar sobre esse termo; time de plataforma, times habilitadores. São realmente formas diferentes de nos organizarmos como times, o que o próprio o Team Topology prega; fala sobre esses times que habilitam, que criam componentização, que criam facilidades para que o time de features, o time de entrega, de delivery, tenha menos carga cognitiva em relação a certos assuntos, certas arquiteturas complexas, certas features muito complexas. Então acaba diminuindo a carga cognitiva mesma, a complexidade para o time de features, o que faz voltar na velocidade de produção, na produtividade. Então, tudo isso, acredito que essa tendência de times de plataformas, times habilitadores e novas formas de nos organizar como times, também pode ser um assunto aprofundado em 2023. LUCAS: É. E para um produto que tem várias vertentes, por exemplo, várias aplicações web, aplicativo, APIs, enfim, é muito bom também para alinhar e direcionar o resultado de todo mundo para o mesmo objetivo. E agora é a minha vez de fazer o jabá: a gente fez um episódio recentemente no Entre-Chaves entrevistando um time de plataforma, por assim dizer. Então, vale a pena conferir lá também, para saber como isso é feito na prática. PEDRO RANGEL: A gente pode fazer o caminho inverso também; se vocês quiserem uma pessoa que fica perguntando, curiosa, eu não sou especialista em nada, mas eu posso ir lá no Entre-Chaves. Diferente da Diulia. A Diulia é especialista em design, várias coisas. DIULIA ALMADA: Não, mas no Entre-Chaves eu iria só bem juninha. PEDRO RANGEL: Não, que isso, com certeza eles vão achar uma utilidade para a gente lá. DIULIA ALMADA: Com certeza. PEDRO RANGEL: Se não, podem sempre colocar o ChatGPT também para fazer o nosso roteiro. DIULIA ALMADA: Pode fazer o episódio só lendo as coisas do ChatGPT. Diulia Almada: A gente interpreta texto bem, então se vocês quiserem a gente pode traduzir – traduzir não, dublar o ChatGPT no episódio. Mas para a gente poder fechar; a gente falou sobre muitas tendências, a gente falou sobre muitas considerações que a gente precisa ter para esse ano. Para quem está ouvindo e ouviu esse tanto de coisa, o que vocês indicariam como um primeiro passo. “beleza, estou aqui em janeiro de 2023, tem um time de desenvolvimento em que eu trabalho em conjunto, que eu ajudo a acompanhar; o que precisa ter em mente?”. PEDRO RANGEL: Posso completar a pergunta antes de os nossos convidados responderem? Correndo o risco de repetir um pouco a pergunta, mas para a gente não diferenciar um pouco dos episódios anteriores em que a gente está tentando fazer o fechamento sempre com isso, por onde começar, mas partindo do princípio de que a gente está no trilho do Produto Certo. Então, a nossa solução está direcionada para necessidades reais e que vão realmente ajudar o negócio. Então, para estar mais preparado em termos do Certo Produto – engenharia e operação; por onde seria uma boa começar? FERNANDA VIEIRA: Eu acredito que tecnologia por tecnologia, em eu falar assim: “gente, olha, agora vocês têm que ir para a cloud.” ou, “não, vocês têm que usar a tecnologia a, b ou c”. Tecnologia por tecnologia não faz muito sentido. O que a gente precisa realmente é converter tecnologia em resultado de negócio. Então, o que é importante entender? Como que a aplicação de certa tecnologia vai me orientar a atingir certos resultados de negócio. Então, se eu estou falando assim: “por que eu tenho que investir em segurança? Porque eu vou realmente entregar para o meu usuário final uma aplicação com maior confiança, eu vou aumentar a confiança da minha própria empresa – a confiabilidade da minha própria empresa. Por que eu tenho que investir em DevOps? Em criar pipelines automatizados, investir em testes automatizados – para que eu tenho fazer isso?”; “bom, porque eu quero aumentar a velocidade da minha entrega, a confiança da minha entrega”. E aumentar a velocidade da minha entrega faz com que eu entregue mais rápido, claro, e gere mais valor para o meu negócio. Então a gente tem sempre que entender o que aquele investimento de tecnologia vai resultar, em resultado de negócio. Então, isso para mim é o elo que a gente faz com esse episódio. Beleza, a gente falou um tanto de coisa aqui que pode melhorar, mas e aí? O que isso aqui vai levar para o meu negócio? E fazendo esse link, a gente consegue ver um tanto de resultado de negócio que a empresa pode investir. E para mim é: focar. Foco. Beleza. Dados esses resultados de negócio, qual que é o primeiro que eu quero alcançar? Qual é o meu objetivo como empresa para melhorar em 2023? “É esse aqui”, então beleza, vamos lá seguir esse objetivo e ir fundo nessa trilha de tecnologia que vai me habilitar a chegar nesse objetivo. LUCAS: É. Complementando o que a Fernandinha falou, eu acho que o que eu defenderia como primeiro passo é entender que a tecnologia muda o tempo todo. Tecnologia evolui muito rápido. O que está emergente agora, o que está daqui a seis meses, pode ser diferente. Então, a gente falou sobre várias coisas, sobre low-code, no-code, IA. Acho que estar aberto a usar novas tecnologias é muito importante. Para a gente aproveitar ao máximo do que a tecnologia pode oferecer. E também pensar em construir soluções digamos que substituíveis, porque a gente sabe que pode ser que daqui a dois anos o que a gente fez hoje não faz mais sentido; então a gente construir um produto que seja fácil de a gente substituir componentes, arquiteturas mais modernas de micro serviços, por exemplo. Coisas que sejam menos rígidas, digamos assim. Mais maleáveis. PEDRO RANGEL: Não criar, assim, uma dependência muito forte de determinadas coisas muitas específicas. LUCAS: Exatamente. Porque a gente está falando hoje de IA, de low-code, no-code, por exemplo. E daqui a um ano quando a gente for gravar esse episódio de novo a gente pode falar de um outro assunto que a gente nem tocou hoje, porque a tecnologia evolui muito rápido. Fernanda: É que a gente nem conhece hoje se pá assim. LUCAS: Então se você construir uma solução, um produto, que é muito rígido digamos assim, e que a gente não consegue abrir ele para as novas tecnologias, ou não consegue substituir as partes e evoluir com o tempo, a gente tende a ficar estagnado. FERNANDA VIEIRA: E claro, acho que essa mensagem do Champz é bem importante, de estarmos abertos a novas tecnologias, mas claro, a gente também entende que migrar por migrar também não leva a lugar nenhum. Ou seja, se eu tenho um sistema legado lá que, enfim, está em uma tecnologia já um pouco ultrapassada, migrar por migrar também não leva a lugar nenhum. “mas por que eu quero migrar? Eu quero migrar porque eu preciso ter mais escalabilidade no meu sistema. Eu preciso que ele tenha mais confiança. Eu preciso que ele seja mais resiliente”. Poxa, beleza, então dito isso, precisamos criar estratégias de utilizar novas tecnologias, novas plataformas, novas ferramentas. Acho que tudo isso é importante pensar também. DIULIA ALMADA: Bom demais. PEDRO RANGEL: Adorei o fechamento. Adorei os convidados do Entre-Chaves. Vamos fazer mais crossovers ao longo do ano, quem sabe. LUCAS: Vocês são sempre bem-vindos lá no Entre Chaves também. DIULIA ALMADA: Bom, bom. FERNANDA VIEIRA: É. É importante falar que esse episódio também vai sair no Entre-Chaves. Então, claro, aqui a gente está falando com o público dos Agilistas, mas também estamos falando com o público do Entre-Chaves. Então é legal falar sobre isso, e vocês também são muito bem-vindos no Entre-Chaves. PEDRO RANGEL: Muito obrigado. Não esqueçam do ouvir os episódios que a gente citou aqui no Entre-Chaves – a série sobre segurança e tem um só sobre o ChatGPT também. FERNANDA VIEIRA: Tem. Tem sobre (inint) [00:38:13] plataformas, tem sobre Dora, tem sobre tanta coisa, sobre DevOps, que são coisas que estão muito aliadas à nossa evolução tecnológica. LUCAS: A gente fez tanto jabá que vai demorar um pouco para ouvir todos. FERNANDA VIEIRA: A gente pode fazer uma playlist, Champz. LUCAS: Com certeza. FERNANDA VIEIRA: Com todos os episódios que a gente mencionou aqui de tendência. É uma boa. PEDRO RANGEL: E avalie os nossos dois programas. Nada menos do que cinco estrelinhas – mentira, podem ser sinceros na avaliação. E sigam no instagram, arroba, entre, ponto, chaves. E arroba, os agilistas. DIULIA ALMADA: Isso aí. Exato. PEDRO RANGEL: Muito obrigado, gente. LUCAS: Obrigado vocês pelo convite. FERNANDA VIEIRA: Valeu, galera. Obrigado pelo convite. LUCAS: Valeu. DIULIA ALMADA: Obrigado, gente. Até mais. Tchau, tchau.

Descrição

Você já sabe quais serão as tendências no mercado de desenvolvimento em 2023? Existe o caminho ideal para seguir e adotar as melhores práticas de engenharia de de software? No episódio de hoje de Os Agilistas, nos juntamos aos hosts do podcast de desenvolvimento Entre Chaves, Fernanda Vieira e Lucas Campregher, para debater o assunto. Dá o play!

 

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