Pedro: Bom dia, boa tarde, boa noite. Esse é mais um episódio de Os Agilistas. Hoje, nós vamos com perguntas e respostas para fechar a nossa série sobre tendências. Então, hoje está aqui, somente eu e Diulia, sem convidados. Tudo bem, Diulia?
Diulia: E aí, tudo joia? A gente, normalmente, está numa posição um pouco mais confortável de fazer as perguntas, não é?
Pedro: Sim, sim.
Diulia: Hoje a gente vai ter que responder.
Pedro: É isso.
Diulia: O desafio aumenta um pouco.
Pedro: Será que o pessoal está cansado de ouvir a gente falar de tendência. Início de ano é bom, não é? Para falar de tendência.
Diulia: É. Início de ano é bom, para dar uma renovada. Acho que a gente vai conseguir fechar com chave de ouro, porque tem muito assunto para gente poder tratar também. Dar os próximos passos. Trocar a fita.
Pedro: Isso aí. E, é importante estar de olho também. Eu vou até começar com uma dica que eu anotei aqui. Para quem não sabe, a DTI faz parte do grupo da WPP e, nós temos uma agência colega nossa também, que é a Wunderman Thompson. E, eles lançam todo início de ano um forecast anual de: 100 tendências para se observar no ano que começa. A gente pode deixar referência no link também. É um almanaque bem interessante que dá um snapshot das tendências. Ele chama: The Future One Hundred ou Os Futuros Cem. Então fica a dica aí. É bem legal. Pode entrar lá no site da Wunderman Thompson e você vai encontrar esse almanaque. Então tem lá sobre: cultura, TEC, metaverso, viagens, marketing, varejo, comércio. Então tem bastante coisa. Não é pequeno o almanaque.
Diulia: Não é pequeno. Mas acho legal, justamente, porque olha para temas globais. Não é com um recorte só de tecnologia, ou com um recorte só de indústria, consegue olhar para diversos aspectos que no final das contas a vida é mais orgânica, não é?
Pedro: Isso.
Diulia: É um conjunto de fatores. É bem legal.
Pedro: Tem um índice para ajudar você a navegar também.
Diulia: Exatamente.
Pedro: Então, fica a dica aí superlegal: The Future One Henger. E a gente vai fazer uma breve recapitulação dos principais tópicos que a gente conversou ao longo dos últimos cinco episódios. Foram cinco? Sim, não é?
Diulia: Sim, sim.
Pedro: Quatro ou cinco episódios, a gente já não lembra mais e nós vamos responder logo depois também algumas perguntas e comentários que a gente teve aí nas redes. Na nossa estreia, a gente conversou com o Felipão e com o Hammer. Explorando um pouco desse cenário que a gente está vivendo em 2023, marcado pela recessão nas empresas de TEC, que ao longo dessa gravação desses episódios, que a gente fez ao longo dos últimos dois meses a gente viu, na verdade, isso até intensificar um pouco. Começamos o ano, pela primeira vez, desde a bolha.com, a Nasdaq fechando o trimestre em queda. Então só aí, já uma novidade e, a gente tem visto várias demissões em massas ao longo dos últimos dois meses. As organizações enfrentando vários desafios, com esse cenário competitivo ainda, por talentos, força de trabalho mais exausta. E, principalmente, as equipes de desenvolvimento de produtos digitais, cada vez mais responsáveis por receita; mesmo que ainda, indiretamente, então, pressão por resultado. E aí, a gente entrou em um contexto do que poderia ser um Fucking First Step, na linha de entregar mais rapidamente, em ciclo mais curtos, com segurança, minimizar tempo de implementação com integração contínua. Felipão e o Hammer deram várias dicas para nós. Que mais que nós falamos Diulia?
Diulia: A gente entrou nos episódios propriamente ditos de tendência focado nos pilares, que a gente tem aqui dentro da DTI nos quais a gente se orienta. Três deles. A gente tem quatro pilares aqui e acaba que esse primeiro episódio com o Hammer e com o Felipão já contemplou um pouco operações e a gente volta no pilar de engenharia também e aborda um pouquinho de operações. Mas aí, a gente falou muito durante os episódios, tanto de design de tendências em produto e, de tendências na área de tecnologia voltado para engenharia também. Sobre o foco maior em delivery. A gente falou sobre a tendência por querer mais controle e com isso a vontade de voltar para o escopo fechado, que a gente ainda acredita que não é o melhor caminho, justamente, pela natureza dos riscos e; do que a gente precisa de entendimento do problema, da importância do testar rápido. A gente falou também sobre as possíveis mudanças nos papéis de produto e design, inclusive, por conta da inteligência artificial. A gente falou das mudanças por esse foco maior em delivery também. A importância de precisar justificar o investimento, é natural que as empresas estejam mais restritas, agora, a fazer investimentos e, queiram fazer investimentos que são mais certeiros, ali que elas têm muito mais indícios de que vão gerar retorno para o negócio. E como que a gente lida com isso o quanto que a gente consegue equilibrar também com testes rápidos, com validação de hipóteses. Lógico, a gente falou e muito até, porque não tinha como a gente falar pouco sobre inteligência artificial. O ChatGPT, principalmente, impactando profundamente a gente e os convidados.
Pedro: E esse foi o nosso Crossouver com o entre Chaves: episódio super legal.
Diulia: Exatamente.
Pedro: Não deixem de conferir.
Diulia: Exatamente. E, no qual a gente falou também sobre a necessidade de olhar para estrutura de segurança, as ameaças de segurança que existem. O quanto de dado que a gente disponibiliza por aí todos os dias e como que a gente acaba sendo muito rastreável, por conta deles. Então, ao longo de todos esses episódios a gente tentou dar alguns primeiros first step, algumas possibilidades de first steps para as pessoas conseguirem se movimentar. Lembrando que começo de ano, normalmente, a gente coloca objetivos, a gente quer inovar, a gente quer renovar as energias; tanto nas dimensões de produto, quanto design, quanto de engenharia. A gente falou sobre esses possíveis first steps e, enquanto isso, a gente foi abrindo nas redes sociais a caixinha de pergunta para que vocês também pudessem colocar: dúvidas, comentários, sugestões, sobre o que mais a gente precisava conversar. E aí, surgiram alguns temas muito legais. O esquema que a gente vai fazer aqui, é o seguinte. Como nós vamos perguntar e nós mesmos vamos responder. A gente vai meio que alternando. Então, a pergunta que a gente deixou na caixinha foi: com maior cobrança em entregas, aplicação de metodologias, redução de tarefas, o que para você será tendência para os produtos em 2023? E uma das perguntas que a gente recebeu foi: como vai ficar a aplicação de metodologias? E aí?
Pedro: Vou comentar essa. Vou fazer um breve comentário, só para não dar muito spoiler desse tema, porque a gente vai ter um episódio exclusivo sobre essa questão de aplicação de metodologias. Já estamos planejando esse episódio, não é, Diulia?
Diulia: Está muito bom.
Pedro: Com certeza, a aplicação de metodologias faz parte do processo de construção de produtos digitais. Mas é muito importante lembrar, que nós não somos pagos para dominar framework, que são metodologias e, sim, para impactar os negócios e satisfazer as necessidades dos clientes. Então, por mais que a gente possa ter preferências, por metodologias, por frameworks e que, com certeza, sim, a gente vai aplicar eles, como temos aplicado já desde sempre, desde o nascimento do ágil. Temos que sempre avaliar a adequação desses métodos, ou desses frameworks de acordo com as necessidades e não com as nossas preferências ou opiniões. Esse que é o pitfall para gente evitar. Ir atrás dos fatos de preferência, agir menos por fé e por paixão por um método ou por outro, e digo mais, ir atrás de dados também. Já temos episódios sobre dados também, que se não tiver saído, tá saindo aí. Outra pergunta, outra pergunta não, outro comentário que a gente teve para essa pergunta que a gente fez foi; sem dúvidas, produtividade, entregar mais rápido com eficiência de recursos. Diz aí, Diulia.
Diulia: É uma das coisas que a gente mais conversou aqui nos primeiros episódios. Esse momento em que a gente vinha aí de uma série de anos com muita abundância de investimento, com muito espaço para poder ter diversas iniciativas paralelas de desenvolvimento, de software. A gente esse ano está com o pé um pouco mais no freio, investimentos estão um pouco mais contidos e, é esperado que em 2023, as empresas queiram focar em escala, com relação à geração de valor, para poder continuar crescendo, mas com um pé no freio igual eu comentei com relação aos investimentos. Então, ao invés de investir em várias frentes, ponderar um pouco mais sobre: aonde que vale a pena colocar o dinheiro; onde que tem mais indício de retorno. E aí, sim, a gente vai precisar focar nas entregas, evitar romantizar os papéis, as estratégias, executar de uma maneira mais focada, ser consistente nessas entregas que a gente está fazendo. E, com certeza, o retrabalho vai ser mais condenado, não acho que a gente perde o espaço para errar. Acho que isso é uma coisa que precisa ser preservado, porque o espaço para o teste, quando a gente identifica que existe um risco, precisa existir, mas, inclusive, essa percepção de que existe um risco; tratar ele o mais rápido possível, vai ser cada vez mais necessário, mais urgente, para que a gente faça e testando, igual eu já falei, rapidamente, para que, realmente, a gente não perca o tempo que a gente poderia estar já conduzindo alguma solução; crescendo, aprendendo com o que foi construído, muito focado na reflexão, muito focado no que pode ser. A gente falou muito sobre os períodos de Discovery muito longos. Bem, na verdade, é que as coisas só vão nos mostrar na prática como elas vão se comportar quando a gente, de fato, botar elas para jogo. Então, a gente pode fazer os Discovery mais longos possíveis para poder tentar mitigar todos os riscos possíveis, mas é na hora que a gente coloca a solução para poder funcionar que a gente vai conseguir medir na prática como que vai ser o comportamento. A gente consegue mitigar vários riscos antes, que já vão ajudar muito na assertividade, mas a gente precisa de fato tangibilizar aquilo ali que é a necessidade real de negócio. Em contraponto, é importante também, que as empresas mantenham esse foco em entender qual que é a geração de valor que elas entendem que é prioritária para além da entrega de future. A gente, às vezes quando foca em produtividade, acaba indo muito para um caminho de: “não, quero ver a velocidade do time, se está entregando as future, se está entregando as histórias, quantos pontos que estão por sprint”, mas entregar quantidade, não, necessariamente, significa entregar qualidade. Então, esse espaço para poder a gente entender o que, realmente, faz sentido, conseguir medir o que a gente está entregando, continua super relevante, independente, do cenário. E até, a partir do cenário, inclusive. Outro ponto que apareceu, foi com relação ao consumo com o padrão diferente. Como que a gente vê esse novo cenário econômico, os padrões de consumo mudando. E aí, a gente teve a pandemia e, agora, as pessoas voltando a essa vida: é o famoso novo normal que a gente tanto falava, que virou busword.
Pedro: Essa caixinha quando apareceu, consumo com padrão diferente, a gente ficou até conversando, será que a pessoa está falando mesmo de padrões de consumo. Estamos entendendo que, sim.
Diulia: Desde quando, Revolução Industrial, é mais recente. Bolha da internet, como é que é?
Pedro: Vamos nessa linha, acho que vale a pena comentar, principalmente, do período pandemia em diante. Então, os padrões de consumo, de fato, mudaram muito ao longo dos anos. Após o período pandêmico, inclusive, o impacto foi muito significativo para o mundo todo. A gente pode listar várias mudanças importantes que a gente observou, que claro, tem impacto na forma, inclusive, como a gente constrói os produtos digitais e objetivos deles, os problemas que eles tendem a resolver, agora, já são outros. E, alguns devem permanecer, enquanto outros devem surgir. Então, por exemplo, com as medidas de distanciamento social, vários bloqueios, nas cidades, os consumidores recorreram mais à compra online. A gente viu, inclusive, um boom do e-commerce. O aumento de vendas no comércio eletrônico em diversos setores. Então, aumento de compras online, é o primeiro que eu citaria. E, a pandemia fez, também, com que os consumidores reavaliassem muito as suas prioridades de gastos também. Então, com mais ênfase em bens e serviços essenciais como: alimentos e etcetera e; coisas não essenciais como: itens de luxo; viagens e, por aí, acabaram ficando em segundo plano. Apesar que a gente até ver alguns desses se reerguendo também como, por exemplo, o setor de turismo, que ficou super prejudicado na época, agora, a gente já o vê voltando para uma recuperação mais intensa.
Diulia: Bem, da verdade, é que estava todo mundo com saudade de viajar. Ninguém aguentava mais ficar em casa.
Pedro: Com certeza. Eu já programei outras viagens desde o período, faz parte, não é?
Diulia: Pois é. Outras coisas que foram aparecendo também é que, do ponto de vista até tecnológico, você comentou sobre as mudanças nas prioridades das compras, mas até a forma de executar essas compras além do online, mudaram; como o pagamento sem contato, seja para poder evitar tocar a superfície compartilhado ou até para deixar mais prático o momento da compra. Além disso, a gente teve os consumidores começando a trazer mais tecnologia para esse momento que antes era muita das vezes, não sei se a sua família tinha esse costume, Pedro. Mas a minha família tinha o costume de dizer assim: “Nossa, vai à padaria, vai pagar no cartão?”, “De jeito nenhum. O negócio, não é nem dez reais”. Hoje em dia, já é muito mais naturalizado. Para pequenas compras e, além disso, a gente precisa falar do PIX também, que chegou em 2020 e, mudou muito a forma como a gente se relaciona com os meios de pagamento. Além disso, a gente teve maior conscientização sobre saúde e segurança. A gente, é claro, fica um pouco mais impactada enquanto o problema está, muito em evidência na nossa frente. Depois a gente vai relaxando um pouquinho, às vezes esquecendo daquele álcool em gel que está ali, continua disponível.
Pedro: Isso, com certeza, diminuiu bastante.
Diulia: Pois é. Mas, o fato é, que querendo ou não, muda um pouco o comportamento que a gente tem, tanto em relação à grandes multidões, com relação aos nossos hábitos de higiene mesmo. Isso também levou a um aumento da demanda por produtos de saúde, de bem-estar, inclusive, para um monitoramento da saúde, para que as pessoas pudessem acompanhar; sejam por elas mesmas, ou até dar uma atenção maior através de novos protocolos de saúde, através de exames que possam cada vez mais, prevenir ao invés de já diagnosticar algum tipo de doença, enfim.
Pedro: Até mesmo consulta online, não é?
Diulia: Exatamente.
Pedro: Intensificaram os doutores consulta da vida no setor de saúde. Surgiu bastante também.
Diulia: E que perdura, não é?
Pedro: Sim.
Diulia: Ainda hoje tem e, é super prático.
Pedro: Isso que é legal. O que deu certo fica. Eu só não sou muito fã do cardápio por QR Code. Acho essa herança muito ruim da pandemia, mas eu aceito, tudo bem.
Diulia: A Teleconsulta, realmente, é um grande avanço que a gente precisa parabenizar. A gente também teve mudanças no consumo de mídia. Então, muitas pessoas passando mais tempo em casa, naturalmente, a gente teve soluções de streaming ganhando mais espaço como a Netflix, Disney Plus, HBO e por aí vai. Cada dia aparece uma nova.
Pedro: E por aí vai, quatro, cinco assinaturas. Estou só esperando o dia que vai surgir o pacotão de assinaturas.
Diulia: A gente vai voltar para os pacotes de canais da Sky. Mas tiveram um aumento muito grande, enquanto que a mídia tradicional; a televisão, foi perdendo um pouco do seu espaço, que era tão indiscutível.
Pedro: Que era muito mais predominante, não é?
Diulia: Exatamente. Então, na verdade, que no geral, a pandemia acelerou as tendências existentes e trouxe novas mudanças nos padrões de consumo que a gente não previa do ponto de vista de tecnologia, a gente já percebia alguns caminhos. Mas a questão da diminuição de contato, da preocupação com a saúde, com o bem-estar, foram coisas que a gente não estava tendo tanto foco antes da pandemia. Mas, agora a gente vem observando as mudanças desse período pós-pandemia, com a reabertura dos espaços, com as pessoas voltando às ruas. A gente ainda precisa observar. Porque está relativamente recente. O que que vai ter de fato de mudança? O que que fica? O que que perdura? O QR Code para o cardápio vai continuar?
Pedro: Infelizmente, acho que esse não vai embora. Foi bom, principalmente, para os comerciantes também. Enfim, a gente poderia citar mais um monte aqui, mais vamos responder algumas outras perguntinhas aqui. Uma que a gente recebeu aqui interessante e que, inclusive, até quando eu citei o: The Future One Hundrid, um dos itens que aparece lá, é sobre o Metaverso. Que ainda é um papo super quente, mais a pergunta foi justamente essa: ainda precisamos falar em metaverso?
Diulia: Acho que, realmente, teve um primeiro deslumbre muito grande, inclusive, porque era uma possibilidade de viver num momento que a gente estava mais restrito em poder viver. Mas, de fato, a gente precisa continuar falando sobre o metaverso, porque o potencial é gigantesco, as possibilidades, tanto de fomentar relações que ficam muito restritas pelo remoto e que a gente precisa de ter até as próprias relações de trabalho com o metaverso ganham potenciais de troca muito maior e; isso vem também impulsionando o crescimento das tecnologias de realidade virtual, realidade aumentada, e empresas como o próprio Facebook, acho que quando a gente pensa em metaverso, não tem como.
Pedro: A primeira que vem é a Meta.
Diulia: É, porque até mudaram o nome, cresceram a empresa. É a própria meta, continua investindo pesadamente, diminuiu um pouquinho do investimento, mas continua investindo na construção das suas próprias versões, do metaverso. Apesar dos resultados, do último trimestre deles terem tido algumas baixas, mesmo assim, as ações da empresa seguem alta e as previsões da empresa seguem em alta, também assim com muita perspectiva de crescimento. Então, sim, a gente precisa continuar falando em metaverso e, inclusive, sobre os impactos que o metaverso vai ter nas nossas relações e na forma como a gente se comporta, enfim. É bem relevante.
Pedro: Ainda tem peixe grande apostando no metaverso, não é?
Diulia: Sim.
Pedro: A gente tem que conversar sobre isso, sim, com certeza.
Diulia: Eu falando mesmo: datadiulia. Mas eu acredito que, é algo que vai desacelerar um pouquinho por conta das pessoas voltando para as ruas e vivendo as vidas de verdade com um pouco mais de proximidade. Mas ainda é algo muito relevante para gente poder trabalhar, porque tiveram evoluções como o próprio teletrabalho que a gente espera, que não regridam tanto quanto poderia ser esperado por essa volta ao mundo físico. Agora um outro ponto que apareceu também, é com relação aos riscos de enxugar as iniciativas com foco e inovação. E aí?
Pedro: Essa é bacana porque é o seguinte. Se eu responder que não tem risco em enxugar esse tipo de iniciativa, eu estou matando todo o nosso negócio: a DTI, a WPP.
Diulia: Vai complicar para o seu lado.
Pedro: Nossa, me complicaria todo. Mas é até importante comentar, inclusive, que inovação não é só aquela inovação que é disruptiva, tem inovações que são mais incrementais. Inclusive, a gente busca ter esse tipo de inovação em tudo que a gente faz. Busca ter diferenciais naquilo que a gente está produzindo em termos de produtos digitais. Então, vou tentar entender essa pergunta mais nesse sentido de: se as empresas deveriam investir menos em inovação? Então, o corte desregulado de iniciativas focadas em inovação, com certeza, pode ter impactos negativos significativos de longo prazo, principalmente, na capacidade das empresas de competir e de prosperar no mercado que tá mudando muito rápido; porque a gente tem que ser capaz de sentir e responder às mudanças e, muitas vezes o caminho vai ser por meio da inovação. Então, riscos, a gente tem vários, a gente pode perder oportunidades, pode perder talentos, porque é um ambiente sem inovação, inclusive, acho que as pessoas talvez não queiram estar lá. Pode-se ficar incapaz de reagir às mudanças, como eu falei, mas, principalmente, na velocidade em que se precisa. Então, pode afetar a cultura da empresa. Acho que são vários os riscos. A dica é: o importante é que as empresas considerem cuidadosamente os riscos e os benefícios potenciais de qualquer iniciativa que está sendo considerada para redução e; tenha uma abordagem equilibrada, para gerenciar os custos enquanto continuam investindo inovação de uma maneira que seja saudável para ela. Eu colocaria dessa forma.
Diulia: A gente até comentou no episódio de tendências de engenharia sobre esse risco, da gente acabar fazendo mais do mesmo. Então assim: “Ah, eu só invisto quando eu vejo que o concorrente deu um passinho para frente, aí eu vou lá e meio que copio para poder chegar num mesmo nível. Ou eu tenho certeza absoluta que essa ferramenta que a gente tem aqui está obsoleta”. Esse caso também é importante, mas a gente precisa olhar para frente, olhar para o que existe de possibilidade. Então, o que eu comentei lá atrás sobre o testar rápido, aprender rápido, soluções de baixo custo. A gente falou também no episódio, nesse mesmo episódio, de tendências de engenharia, até sobre a possibilidade de soluções, low code para poder baratear, mas a gente não parar com a inovação, acho que isso tudo é muito importante da gente continuar considerando.
Pedro: Até porque, em muitas conversas a gente fala que, como tá mais restrito e tudo mais, fazer melhor o básico é importante. Então, voltar lá para o beabá e ver se a gente está tendo uma execução mais impecável, com certeza, isso é muito importante. Mas também não deixar de lado um pouquinho de atenção para ter um diferencial naquilo que a gente está fazendo, porque é isso que as pessoas querem comprar no fim do dia.
Diulia: A gente não deixa de ter que ser coust me centric, então a gente vai continuar precisando observar quais são as demandas do mercado, quais são as demandas dos clientes.
Pedro: É isso. Gostamos das perguntinhas, não é, Diulia?
Diulia: Foi muito bom, é bom. A gente conseguiu refletir muita coisa. Ficamos trocando figurinha sobre como era, a pergunta, é isso mesmo? Não é? Como é que a gente aborda? Foi bom.
Pedro: É isso. Mandem mais. Por favor. Temos aí nossas redes, nossos canais. Podem mandar pelo Instagram, pelo: @osagilistas, ou até pelo e-mail também: osagilistas@dtidigital.com.br, que em breve a gente interage, novamente, em qualquer dos nossos conteúdos.
Diulia: E, lembrando também que a gente tem, para quem tiver gostando dos papos, a gente tem a nosso Newsletter, que é uma possibilidade de estar sempre por dentro dos temas que tão em alta. A gente vai falando sobre as tendências, sobre as novidades do mundo ágil, então, assinem lá para gente poder ir trocando figurinha também.
Pedro: E, se tiverem dúvidas, comentários, sugestões, também mandem. A respeito da newsletter e sobre qualquer conteúdo.
Diulia: Com toda certeza.
Pedro: É isso. Falamos demais hoje, não é, Diulia?
Diulia: Falamos, mas foi bom. Falamos de coisa que a gente gosta de falar, não é?
Pedro: Foi ótimo, foi um prazer. É isso.
Diulia: Até mais, gente.
Pedro: Nos vemos no próximo episódio, galera. Obrigado.
Pedro: Bom dia, boa tarde, boa noite. Esse é mais um episódio de Os Agilistas. Hoje, nós vamos com perguntas e respostas para fechar a nossa série sobre tendências. Então, hoje está aqui, somente eu e Diulia, sem convidados. Tudo bem, Diulia?
Diulia: E aí, tudo joia? A gente, normalmente, está numa posição um pouco mais confortável de fazer as perguntas, não é?
Pedro: Sim, sim.
Diulia: Hoje a gente vai ter que responder.
Pedro: É isso.
Diulia: O desafio aumenta um pouco.
Pedro: Será que o pessoal está cansado de ouvir a gente falar de tendência. Início de ano é bom, não é? Para falar de tendência.
Diulia: É. Início de ano é bom, para dar uma renovada. Acho que a gente vai conseguir fechar com chave de ouro, porque tem muito assunto para gente poder tratar também. Dar os próximos passos. Trocar a fita.
Pedro: Isso aí. E, é importante estar de olho também. Eu vou até começar com uma dica que eu anotei aqui. Para quem não sabe, a DTI faz parte do grupo da WPP e, nós temos uma agência colega nossa também, que é a Wunderman Thompson. E, eles lançam todo início de ano um forecast anual de: 100 tendências para se observar no ano que começa. A gente pode deixar referência no link também. É um almanaque bem interessante que dá um snapshot das tendências. Ele chama: The Future One Hundred ou Os Futuros Cem. Então fica a dica aí. É bem legal. Pode entrar lá no site da Wunderman Thompson e você vai encontrar esse almanaque. Então tem lá sobre: cultura, TEC, metaverso, viagens, marketing, varejo, comércio. Então tem bastante coisa. Não é pequeno o almanaque.
Diulia: Não é pequeno. Mas acho legal, justamente, porque olha para temas globais. Não é com um recorte só de tecnologia, ou com um recorte só de indústria, consegue olhar para diversos aspectos que no final das contas a vida é mais orgânica, não é?
Pedro: Isso.
Diulia: É um conjunto de fatores. É bem legal.
Pedro: Tem um índice para ajudar você a navegar também.
Diulia: Exatamente.
Pedro: Então, fica a dica aí superlegal: The Future One Henger. E a gente vai fazer uma breve recapitulação dos principais tópicos que a gente conversou ao longo dos últimos cinco episódios. Foram cinco? Sim, não é?
Diulia: Sim, sim.
Pedro: Quatro ou cinco episódios, a gente já não lembra mais e nós vamos responder logo depois também algumas perguntas e comentários que a gente teve aí nas redes. Na nossa estreia, a gente conversou com o Felipão e com o Hammer. Explorando um pouco desse cenário que a gente está vivendo em 2023, marcado pela recessão nas empresas de TEC, que ao longo dessa gravação desses episódios, que a gente fez ao longo dos últimos dois meses a gente viu, na verdade, isso até intensificar um pouco. Começamos o ano, pela primeira vez, desde a bolha.com, a Nasdaq fechando o trimestre em queda. Então só aí, já uma novidade e, a gente tem visto várias demissões em massas ao longo dos últimos dois meses. As organizações enfrentando vários desafios, com esse cenário competitivo ainda, por talentos, força de trabalho mais exausta. E, principalmente, as equipes de desenvolvimento de produtos digitais, cada vez mais responsáveis por receita; mesmo que ainda, indiretamente, então, pressão por resultado. E aí, a gente entrou em um contexto do que poderia ser um Fucking First Step, na linha de entregar mais rapidamente, em ciclo mais curtos, com segurança, minimizar tempo de implementação com integração contínua. Felipão e o Hammer deram várias dicas para nós. Que mais que nós falamos Diulia?
Diulia: A gente entrou nos episódios propriamente ditos de tendência focado nos pilares, que a gente tem aqui dentro da DTI nos quais a gente se orienta. Três deles. A gente tem quatro pilares aqui e acaba que esse primeiro episódio com o Hammer e com o Felipão já contemplou um pouco operações e a gente volta no pilar de engenharia também e aborda um pouquinho de operações. Mas aí, a gente falou muito durante os episódios, tanto de design de tendências em produto e, de tendências na área de tecnologia voltado para engenharia também. Sobre o foco maior em delivery. A gente falou sobre a tendência por querer mais controle e com isso a vontade de voltar para o escopo fechado, que a gente ainda acredita que não é o melhor caminho, justamente, pela natureza dos riscos e; do que a gente precisa de entendimento do problema, da importância do testar rápido. A gente falou também sobre as possíveis mudanças nos papéis de produto e design, inclusive, por conta da inteligência artificial. A gente falou das mudanças por esse foco maior em delivery também. A importância de precisar justificar o investimento, é natural que as empresas estejam mais restritas, agora, a fazer investimentos e, queiram fazer investimentos que são mais certeiros, ali que elas têm muito mais indícios de que vão gerar retorno para o negócio. E como que a gente lida com isso o quanto que a gente consegue equilibrar também com testes rápidos, com validação de hipóteses. Lógico, a gente falou e muito até, porque não tinha como a gente falar pouco sobre inteligência artificial. O ChatGPT, principalmente, impactando profundamente a gente e os convidados.
Pedro: E esse foi o nosso Crossouver com o entre Chaves: episódio super legal.
Diulia: Exatamente.
Pedro: Não deixem de conferir.
Diulia: Exatamente. E, no qual a gente falou também sobre a necessidade de olhar para estrutura de segurança, as ameaças de segurança que existem. O quanto de dado que a gente disponibiliza por aí todos os dias e como que a gente acaba sendo muito rastreável, por conta deles. Então, ao longo de todos esses episódios a gente tentou dar alguns primeiros first step, algumas possibilidades de first steps para as pessoas conseguirem se movimentar. Lembrando que começo de ano, normalmente, a gente coloca objetivos, a gente quer inovar, a gente quer renovar as energias; tanto nas dimensões de produto, quanto design, quanto de engenharia. A gente falou sobre esses possíveis first steps e, enquanto isso, a gente foi abrindo nas redes sociais a caixinha de pergunta para que vocês também pudessem colocar: dúvidas, comentários, sugestões, sobre o que mais a gente precisava conversar. E aí, surgiram alguns temas muito legais. O esquema que a gente vai fazer aqui, é o seguinte. Como nós vamos perguntar e nós mesmos vamos responder. A gente vai meio que alternando. Então, a pergunta que a gente deixou na caixinha foi: com maior cobrança em entregas, aplicação de metodologias, redução de tarefas, o que para você será tendência para os produtos em 2023? E uma das perguntas que a gente recebeu foi: como vai ficar a aplicação de metodologias? E aí?
Pedro: Vou comentar essa. Vou fazer um breve comentário, só para não dar muito spoiler desse tema, porque a gente vai ter um episódio exclusivo sobre essa questão de aplicação de metodologias. Já estamos planejando esse episódio, não é, Diulia?
Diulia: Está muito bom.
Pedro: Com certeza, a aplicação de metodologias faz parte do processo de construção de produtos digitais. Mas é muito importante lembrar, que nós não somos pagos para dominar framework, que são metodologias e, sim, para impactar os negócios e satisfazer as necessidades dos clientes. Então, por mais que a gente possa ter preferências, por metodologias, por frameworks e que, com certeza, sim, a gente vai aplicar eles, como temos aplicado já desde sempre, desde o nascimento do ágil. Temos que sempre avaliar a adequação desses métodos, ou desses frameworks de acordo com as necessidades e não com as nossas preferências ou opiniões. Esse que é o pitfall para gente evitar. Ir atrás dos fatos de preferência, agir menos por fé e por paixão por um método ou por outro, e digo mais, ir atrás de dados também. Já temos episódios sobre dados também, que se não tiver saído, tá saindo aí. Outra pergunta, outra pergunta não, outro comentário que a gente teve para essa pergunta que a gente fez foi; sem dúvidas, produtividade, entregar mais rápido com eficiência de recursos. Diz aí, Diulia.
Diulia: É uma das coisas que a gente mais conversou aqui nos primeiros episódios. Esse momento em que a gente vinha aí de uma série de anos com muita abundância de investimento, com muito espaço para poder ter diversas iniciativas paralelas de desenvolvimento, de software. A gente esse ano está com o pé um pouco mais no freio, investimentos estão um pouco mais contidos e, é esperado que em 2023, as empresas queiram focar em escala, com relação à geração de valor, para poder continuar crescendo, mas com um pé no freio igual eu comentei com relação aos investimentos. Então, ao invés de investir em várias frentes, ponderar um pouco mais sobre: aonde que vale a pena colocar o dinheiro; onde que tem mais indício de retorno. E aí, sim, a gente vai precisar focar nas entregas, evitar romantizar os papéis, as estratégias, executar de uma maneira mais focada, ser consistente nessas entregas que a gente está fazendo. E, com certeza, o retrabalho vai ser mais condenado, não acho que a gente perde o espaço para errar. Acho que isso é uma coisa que precisa ser preservado, porque o espaço para o teste, quando a gente identifica que existe um risco, precisa existir, mas, inclusive, essa percepção de que existe um risco; tratar ele o mais rápido possível, vai ser cada vez mais necessário, mais urgente, para que a gente faça e testando, igual eu já falei, rapidamente, para que, realmente, a gente não perca o tempo que a gente poderia estar já conduzindo alguma solução; crescendo, aprendendo com o que foi construído, muito focado na reflexão, muito focado no que pode ser. A gente falou muito sobre os períodos de Discovery muito longos. Bem, na verdade, é que as coisas só vão nos mostrar na prática como elas vão se comportar quando a gente, de fato, botar elas para jogo. Então, a gente pode fazer os Discovery mais longos possíveis para poder tentar mitigar todos os riscos possíveis, mas é na hora que a gente coloca a solução para poder funcionar que a gente vai conseguir medir na prática como que vai ser o comportamento. A gente consegue mitigar vários riscos antes, que já vão ajudar muito na assertividade, mas a gente precisa de fato tangibilizar aquilo ali que é a necessidade real de negócio. Em contraponto, é importante também, que as empresas mantenham esse foco em entender qual que é a geração de valor que elas entendem que é prioritária para além da entrega de future. A gente, às vezes quando foca em produtividade, acaba indo muito para um caminho de: “não, quero ver a velocidade do time, se está entregando as future, se está entregando as histórias, quantos pontos que estão por sprint”, mas entregar quantidade, não, necessariamente, significa entregar qualidade. Então, esse espaço para poder a gente entender o que, realmente, faz sentido, conseguir medir o que a gente está entregando, continua super relevante, independente, do cenário. E até, a partir do cenário, inclusive. Outro ponto que apareceu, foi com relação ao consumo com o padrão diferente. Como que a gente vê esse novo cenário econômico, os padrões de consumo mudando. E aí, a gente teve a pandemia e, agora, as pessoas voltando a essa vida: é o famoso novo normal que a gente tanto falava, que virou busword.
Pedro: Essa caixinha quando apareceu, consumo com padrão diferente, a gente ficou até conversando, será que a pessoa está falando mesmo de padrões de consumo. Estamos entendendo que, sim.
Diulia: Desde quando, Revolução Industrial, é mais recente. Bolha da internet, como é que é?
Pedro: Vamos nessa linha, acho que vale a pena comentar, principalmente, do período pandemia em diante. Então, os padrões de consumo, de fato, mudaram muito ao longo dos anos. Após o período pandêmico, inclusive, o impacto foi muito significativo para o mundo todo. A gente pode listar várias mudanças importantes que a gente observou, que claro, tem impacto na forma, inclusive, como a gente constrói os produtos digitais e objetivos deles, os problemas que eles tendem a resolver, agora, já são outros. E, alguns devem permanecer, enquanto outros devem surgir. Então, por exemplo, com as medidas de distanciamento social, vários bloqueios, nas cidades, os consumidores recorreram mais à compra online. A gente viu, inclusive, um boom do e-commerce. O aumento de vendas no comércio eletrônico em diversos setores. Então, aumento de compras online, é o primeiro que eu citaria. E, a pandemia fez, também, com que os consumidores reavaliassem muito as suas prioridades de gastos também. Então, com mais ênfase em bens e serviços essenciais como: alimentos e etcetera e; coisas não essenciais como: itens de luxo; viagens e, por aí, acabaram ficando em segundo plano. Apesar que a gente até ver alguns desses se reerguendo também como, por exemplo, o setor de turismo, que ficou super prejudicado na época, agora, a gente já o vê voltando para uma recuperação mais intensa.
Diulia: Bem, da verdade, é que estava todo mundo com saudade de viajar. Ninguém aguentava mais ficar em casa.
Pedro: Com certeza. Eu já programei outras viagens desde o período, faz parte, não é?
Diulia: Pois é. Outras coisas que foram aparecendo também é que, do ponto de vista até tecnológico, você comentou sobre as mudanças nas prioridades das compras, mas até a forma de executar essas compras além do online, mudaram; como o pagamento sem contato, seja para poder evitar tocar a superfície compartilhado ou até para deixar mais prático o momento da compra. Além disso, a gente teve os consumidores começando a trazer mais tecnologia para esse momento que antes era muita das vezes, não sei se a sua família tinha esse costume, Pedro. Mas a minha família tinha o costume de dizer assim: “Nossa, vai à padaria, vai pagar no cartão?”, “De jeito nenhum. O negócio, não é nem dez reais”. Hoje em dia, já é muito mais naturalizado. Para pequenas compras e, além disso, a gente precisa falar do PIX também, que chegou em 2020 e, mudou muito a forma como a gente se relaciona com os meios de pagamento. Além disso, a gente teve maior conscientização sobre saúde e segurança. A gente, é claro, fica um pouco mais impactada enquanto o problema está, muito em evidência na nossa frente. Depois a gente vai relaxando um pouquinho, às vezes esquecendo daquele álcool em gel que está ali, continua disponível.
Pedro: Isso, com certeza, diminuiu bastante.
Diulia: Pois é. Mas, o fato é, que querendo ou não, muda um pouco o comportamento que a gente tem, tanto em relação à grandes multidões, com relação aos nossos hábitos de higiene mesmo. Isso também levou a um aumento da demanda por produtos de saúde, de bem-estar, inclusive, para um monitoramento da saúde, para que as pessoas pudessem acompanhar; sejam por elas mesmas, ou até dar uma atenção maior através de novos protocolos de saúde, através de exames que possam cada vez mais, prevenir ao invés de já diagnosticar algum tipo de doença, enfim.
Pedro: Até mesmo consulta online, não é?
Diulia: Exatamente.
Pedro: Intensificaram os doutores consulta da vida no setor de saúde. Surgiu bastante também.
Diulia: E que perdura, não é?
Pedro: Sim.
Diulia: Ainda hoje tem e, é super prático.
Pedro: Isso que é legal. O que deu certo fica. Eu só não sou muito fã do cardápio por QR Code. Acho essa herança muito ruim da pandemia, mas eu aceito, tudo bem.
Diulia: A Teleconsulta, realmente, é um grande avanço que a gente precisa parabenizar. A gente também teve mudanças no consumo de mídia. Então, muitas pessoas passando mais tempo em casa, naturalmente, a gente teve soluções de streaming ganhando mais espaço como a Netflix, Disney Plus, HBO e por aí vai. Cada dia aparece uma nova.
Pedro: E por aí vai, quatro, cinco assinaturas. Estou só esperando o dia que vai surgir o pacotão de assinaturas.
Diulia: A gente vai voltar para os pacotes de canais da Sky. Mas tiveram um aumento muito grande, enquanto que a mídia tradicional; a televisão, foi perdendo um pouco do seu espaço, que era tão indiscutível.
Pedro: Que era muito mais predominante, não é?
Diulia: Exatamente. Então, na verdade, que no geral, a pandemia acelerou as tendências existentes e trouxe novas mudanças nos padrões de consumo que a gente não previa do ponto de vista de tecnologia, a gente já percebia alguns caminhos. Mas a questão da diminuição de contato, da preocupação com a saúde, com o bem-estar, foram coisas que a gente não estava tendo tanto foco antes da pandemia. Mas, agora a gente vem observando as mudanças desse período pós-pandemia, com a reabertura dos espaços, com as pessoas voltando às ruas. A gente ainda precisa observar. Porque está relativamente recente. O que que vai ter de fato de mudança? O que que fica? O que que perdura? O QR Code para o cardápio vai continuar?
Pedro: Infelizmente, acho que esse não vai embora. Foi bom, principalmente, para os comerciantes também. Enfim, a gente poderia citar mais um monte aqui, mais vamos responder algumas outras perguntinhas aqui. Uma que a gente recebeu aqui interessante e que, inclusive, até quando eu citei o: The Future One Hundrid, um dos itens que aparece lá, é sobre o Metaverso. Que ainda é um papo super quente, mais a pergunta foi justamente essa: ainda precisamos falar em metaverso?
Diulia: Acho que, realmente, teve um primeiro deslumbre muito grande, inclusive, porque era uma possibilidade de viver num momento que a gente estava mais restrito em poder viver. Mas, de fato, a gente precisa continuar falando sobre o metaverso, porque o potencial é gigantesco, as possibilidades, tanto de fomentar relações que ficam muito restritas pelo remoto e que a gente precisa de ter até as próprias relações de trabalho com o metaverso ganham potenciais de troca muito maior e; isso vem também impulsionando o crescimento das tecnologias de realidade virtual, realidade aumentada, e empresas como o próprio Facebook, acho que quando a gente pensa em metaverso, não tem como.
Pedro: A primeira que vem é a Meta.
Diulia: É, porque até mudaram o nome, cresceram a empresa. É a própria meta, continua investindo pesadamente, diminuiu um pouquinho do investimento, mas continua investindo na construção das suas próprias versões, do metaverso. Apesar dos resultados, do último trimestre deles terem tido algumas baixas, mesmo assim, as ações da empresa seguem alta e as previsões da empresa seguem em alta, também assim com muita perspectiva de crescimento. Então, sim, a gente precisa continuar falando em metaverso e, inclusive, sobre os impactos que o metaverso vai ter nas nossas relações e na forma como a gente se comporta, enfim. É bem relevante.
Pedro: Ainda tem peixe grande apostando no metaverso, não é?
Diulia: Sim.
Pedro: A gente tem que conversar sobre isso, sim, com certeza.
Diulia: Eu falando mesmo: datadiulia. Mas eu acredito que, é algo que vai desacelerar um pouquinho por conta das pessoas voltando para as ruas e vivendo as vidas de verdade com um pouco mais de proximidade. Mas ainda é algo muito relevante para gente poder trabalhar, porque tiveram evoluções como o próprio teletrabalho que a gente espera, que não regridam tanto quanto poderia ser esperado por essa volta ao mundo físico. Agora um outro ponto que apareceu também, é com relação aos riscos de enxugar as iniciativas com foco e inovação. E aí?
Pedro: Essa é bacana porque é o seguinte. Se eu responder que não tem risco em enxugar esse tipo de iniciativa, eu estou matando todo o nosso negócio: a DTI, a WPP.
Diulia: Vai complicar para o seu lado.
Pedro: Nossa, me complicaria todo. Mas é até importante comentar, inclusive, que inovação não é só aquela inovação que é disruptiva, tem inovações que são mais incrementais. Inclusive, a gente busca ter esse tipo de inovação em tudo que a gente faz. Busca ter diferenciais naquilo que a gente está produzindo em termos de produtos digitais. Então, vou tentar entender essa pergunta mais nesse sentido de: se as empresas deveriam investir menos em inovação? Então, o corte desregulado de iniciativas focadas em inovação, com certeza, pode ter impactos negativos significativos de longo prazo, principalmente, na capacidade das empresas de competir e de prosperar no mercado que tá mudando muito rápido; porque a gente tem que ser capaz de sentir e responder às mudanças e, muitas vezes o caminho vai ser por meio da inovação. Então, riscos, a gente tem vários, a gente pode perder oportunidades, pode perder talentos, porque é um ambiente sem inovação, inclusive, acho que as pessoas talvez não queiram estar lá. Pode-se ficar incapaz de reagir às mudanças, como eu falei, mas, principalmente, na velocidade em que se precisa. Então, pode afetar a cultura da empresa. Acho que são vários os riscos. A dica é: o importante é que as empresas considerem cuidadosamente os riscos e os benefícios potenciais de qualquer iniciativa que está sendo considerada para redução e; tenha uma abordagem equilibrada, para gerenciar os custos enquanto continuam investindo inovação de uma maneira que seja saudável para ela. Eu colocaria dessa forma.
Diulia: A gente até comentou no episódio de tendências de engenharia sobre esse risco, da gente acabar fazendo mais do mesmo. Então assim: “Ah, eu só invisto quando eu vejo que o concorrente deu um passinho para frente, aí eu vou lá e meio que copio para poder chegar num mesmo nível. Ou eu tenho certeza absoluta que essa ferramenta que a gente tem aqui está obsoleta”. Esse caso também é importante, mas a gente precisa olhar para frente, olhar para o que existe de possibilidade. Então, o que eu comentei lá atrás sobre o testar rápido, aprender rápido, soluções de baixo custo. A gente falou também no episódio, nesse mesmo episódio, de tendências de engenharia, até sobre a possibilidade de soluções, low code para poder baratear, mas a gente não parar com a inovação, acho que isso tudo é muito importante da gente continuar considerando.
Pedro: Até porque, em muitas conversas a gente fala que, como tá mais restrito e tudo mais, fazer melhor o básico é importante. Então, voltar lá para o beabá e ver se a gente está tendo uma execução mais impecável, com certeza, isso é muito importante. Mas também não deixar de lado um pouquinho de atenção para ter um diferencial naquilo que a gente está fazendo, porque é isso que as pessoas querem comprar no fim do dia.
Diulia: A gente não deixa de ter que ser coust me centric, então a gente vai continuar precisando observar quais são as demandas do mercado, quais são as demandas dos clientes.
Pedro: É isso. Gostamos das perguntinhas, não é, Diulia?
Diulia: Foi muito bom, é bom. A gente conseguiu refletir muita coisa. Ficamos trocando figurinha sobre como era, a pergunta, é isso mesmo? Não é? Como é que a gente aborda? Foi bom.
Pedro: É isso. Mandem mais. Por favor. Temos aí nossas redes, nossos canais. Podem mandar pelo Instagram, pelo: @osagilistas, ou até pelo e-mail também: osagilistas@dtidigital.com.br, que em breve a gente interage, novamente, em qualquer dos nossos conteúdos.
Diulia: E, lembrando também que a gente tem, para quem tiver gostando dos papos, a gente tem a nosso Newsletter, que é uma possibilidade de estar sempre por dentro dos temas que tão em alta. A gente vai falando sobre as tendências, sobre as novidades do mundo ágil, então, assinem lá para gente poder ir trocando figurinha também.
Pedro: E, se tiverem dúvidas, comentários, sugestões, também mandem. A respeito da newsletter e sobre qualquer conteúdo.
Diulia: Com toda certeza.
Pedro: É isso. Falamos demais hoje, não é, Diulia?
Diulia: Falamos, mas foi bom. Falamos de coisa que a gente gosta de falar, não é?
Pedro: Foi ótimo, foi um prazer. É isso.
Diulia: Até mais, gente.
Pedro: Nos vemos no próximo episódio, galera. Obrigado.
Pedro: Bom dia, boa tarde, boa noite. Esse é mais um episódio de Os Agilistas. Hoje, nós vamos com perguntas e respostas para fechar a nossa série sobre tendências. Então, hoje está aqui, somente eu e Diulia, sem convidados. Tudo bem, Diulia?
Diulia: E aí, tudo joia? A gente, normalmente, está numa posição um pouco mais confortável de fazer as perguntas, não é?
Pedro: Sim, sim.
Diulia: Hoje a gente vai ter que responder.
Pedro: É isso.
Diulia: O desafio aumenta um pouco.
Pedro: Será que o pessoal está cansado de ouvir a gente falar de tendência. Início de ano é bom, não é? Para falar de tendência.
Diulia: É. Início de ano é bom, para dar uma renovada. Acho que a gente vai conseguir fechar com chave de ouro, porque tem muito assunto para gente poder tratar também. Dar os próximos passos. Trocar a fita.
Pedro: Isso aí. E, é importante estar de olho também. Eu vou até começar com uma dica que eu anotei aqui. Para quem não sabe, a DTI faz parte do grupo da WPP e, nós temos uma agência colega nossa também, que é a Wunderman Thompson. E, eles lançam todo início de ano um forecast anual de: 100 tendências para se observar no ano que começa. A gente pode deixar referência no link também. É um almanaque bem interessante que dá um snapshot das tendências. Ele chama: The Future One Hundred ou Os Futuros Cem. Então fica a dica aí. É bem legal. Pode entrar lá no site da Wunderman Thompson e você vai encontrar esse almanaque. Então tem lá sobre: cultura, TEC, metaverso, viagens, marketing, varejo, comércio. Então tem bastante coisa. Não é pequeno o almanaque.
Diulia: Não é pequeno. Mas acho legal, justamente, porque olha para temas globais. Não é com um recorte só de tecnologia, ou com um recorte só de indústria, consegue olhar para diversos aspectos que no final das contas a vida é mais orgânica, não é?
Pedro: Isso.
Diulia: É um conjunto de fatores. É bem legal.
Pedro: Tem um índice para ajudar você a navegar também.
Diulia: Exatamente.
Pedro: Então, fica a dica aí superlegal: The Future One Henger. E a gente vai fazer uma breve recapitulação dos principais tópicos que a gente conversou ao longo dos últimos cinco episódios. Foram cinco? Sim, não é?
Diulia: Sim, sim.
Pedro: Quatro ou cinco episódios, a gente já não lembra mais e nós vamos responder logo depois também algumas perguntas e comentários que a gente teve aí nas redes. Na nossa estreia, a gente conversou com o Felipão e com o Hammer. Explorando um pouco desse cenário que a gente está vivendo em 2023, marcado pela recessão nas empresas de TEC, que ao longo dessa gravação desses episódios, que a gente fez ao longo dos últimos dois meses a gente viu, na verdade, isso até intensificar um pouco. Começamos o ano, pela primeira vez, desde a bolha.com, a Nasdaq fechando o trimestre em queda. Então só aí, já uma novidade e, a gente tem visto várias demissões em massas ao longo dos últimos dois meses. As organizações enfrentando vários desafios, com esse cenário competitivo ainda, por talentos, força de trabalho mais exausta. E, principalmente, as equipes de desenvolvimento de produtos digitais, cada vez mais responsáveis por receita; mesmo que ainda, indiretamente, então, pressão por resultado. E aí, a gente entrou em um contexto do que poderia ser um Fucking First Step, na linha de entregar mais rapidamente, em ciclo mais curtos, com segurança, minimizar tempo de implementação com integração contínua. Felipão e o Hammer deram várias dicas para nós. Que mais que nós falamos Diulia?
Diulia: A gente entrou nos episódios propriamente ditos de tendência focado nos pilares, que a gente tem aqui dentro da DTI nos quais a gente se orienta. Três deles. A gente tem quatro pilares aqui e acaba que esse primeiro episódio com o Hammer e com o Felipão já contemplou um pouco operações e a gente volta no pilar de engenharia também e aborda um pouquinho de operações. Mas aí, a gente falou muito durante os episódios, tanto de design de tendências em produto e, de tendências na área de tecnologia voltado para engenharia também. Sobre o foco maior em delivery. A gente falou sobre a tendência por querer mais controle e com isso a vontade de voltar para o escopo fechado, que a gente ainda acredita que não é o melhor caminho, justamente, pela natureza dos riscos e; do que a gente precisa de entendimento do problema, da importância do testar rápido. A gente falou também sobre as possíveis mudanças nos papéis de produto e design, inclusive, por conta da inteligência artificial. A gente falou das mudanças por esse foco maior em delivery também. A importância de precisar justificar o investimento, é natural que as empresas estejam mais restritas, agora, a fazer investimentos e, queiram fazer investimentos que são mais certeiros, ali que elas têm muito mais indícios de que vão gerar retorno para o negócio. E como que a gente lida com isso o quanto que a gente consegue equilibrar também com testes rápidos, com validação de hipóteses. Lógico, a gente falou e muito até, porque não tinha como a gente falar pouco sobre inteligência artificial. O ChatGPT, principalmente, impactando profundamente a gente e os convidados.
Pedro: E esse foi o nosso Crossouver com o entre Chaves: episódio super legal.
Diulia: Exatamente.
Pedro: Não deixem de conferir.
Diulia: Exatamente. E, no qual a gente falou também sobre a necessidade de olhar para estrutura de segurança, as ameaças de segurança que existem. O quanto de dado que a gente disponibiliza por aí todos os dias e como que a gente acaba sendo muito rastreável, por conta deles. Então, ao longo de todos esses episódios a gente tentou dar alguns primeiros first step, algumas possibilidades de first steps para as pessoas conseguirem se movimentar. Lembrando que começo de ano, normalmente, a gente coloca objetivos, a gente quer inovar, a gente quer renovar as energias; tanto nas dimensões de produto, quanto design, quanto de engenharia. A gente falou sobre esses possíveis first steps e, enquanto isso, a gente foi abrindo nas redes sociais a caixinha de pergunta para que vocês também pudessem colocar: dúvidas, comentários, sugestões, sobre o que mais a gente precisava conversar. E aí, surgiram alguns temas muito legais. O esquema que a gente vai fazer aqui, é o seguinte. Como nós vamos perguntar e nós mesmos vamos responder. A gente vai meio que alternando. Então, a pergunta que a gente deixou na caixinha foi: com maior cobrança em entregas, aplicação de metodologias, redução de tarefas, o que para você será tendência para os produtos em 2023? E uma das perguntas que a gente recebeu foi: como vai ficar a aplicação de metodologias? E aí?
Pedro: Vou comentar essa. Vou fazer um breve comentário, só para não dar muito spoiler desse tema, porque a gente vai ter um episódio exclusivo sobre essa questão de aplicação de metodologias. Já estamos planejando esse episódio, não é, Diulia?
Diulia: Está muito bom.
Pedro: Com certeza, a aplicação de metodologias faz parte do processo de construção de produtos digitais. Mas é muito importante lembrar, que nós não somos pagos para dominar framework, que são metodologias e, sim, para impactar os negócios e satisfazer as necessidades dos clientes. Então, por mais que a gente possa ter preferências, por metodologias, por frameworks e que, com certeza, sim, a gente vai aplicar eles, como temos aplicado já desde sempre, desde o nascimento do ágil. Temos que sempre avaliar a adequação desses métodos, ou desses frameworks de acordo com as necessidades e não com as nossas preferências ou opiniões. Esse que é o pitfall para gente evitar. Ir atrás dos fatos de preferência, agir menos por fé e por paixão por um método ou por outro, e digo mais, ir atrás de dados também. Já temos episódios sobre dados também, que se não tiver saído, tá saindo aí. Outra pergunta, outra pergunta não, outro comentário que a gente teve para essa pergunta que a gente fez foi; sem dúvidas, produtividade, entregar mais rápido com eficiência de recursos. Diz aí, Diulia.
Diulia: É uma das coisas que a gente mais conversou aqui nos primeiros episódios. Esse momento em que a gente vinha aí de uma série de anos com muita abundância de investimento, com muito espaço para poder ter diversas iniciativas paralelas de desenvolvimento, de software. A gente esse ano está com o pé um pouco mais no freio, investimentos estão um pouco mais contidos e, é esperado que em 2023, as empresas queiram focar em escala, com relação à geração de valor, para poder continuar crescendo, mas com um pé no freio igual eu comentei com relação aos investimentos. Então, ao invés de investir em várias frentes, ponderar um pouco mais sobre: aonde que vale a pena colocar o dinheiro; onde que tem mais indício de retorno. E aí, sim, a gente vai precisar focar nas entregas, evitar romantizar os papéis, as estratégias, executar de uma maneira mais focada, ser consistente nessas entregas que a gente está fazendo. E, com certeza, o retrabalho vai ser mais condenado, não acho que a gente perde o espaço para errar. Acho que isso é uma coisa que precisa ser preservado, porque o espaço para o teste, quando a gente identifica que existe um risco, precisa existir, mas, inclusive, essa percepção de que existe um risco; tratar ele o mais rápido possível, vai ser cada vez mais necessário, mais urgente, para que a gente faça e testando, igual eu já falei, rapidamente, para que, realmente, a gente não perca o tempo que a gente poderia estar já conduzindo alguma solução; crescendo, aprendendo com o que foi construído, muito focado na reflexão, muito focado no que pode ser. A gente falou muito sobre os períodos de Discovery muito longos. Bem, na verdade, é que as coisas só vão nos mostrar na prática como elas vão se comportar quando a gente, de fato, botar elas para jogo. Então, a gente pode fazer os Discovery mais longos possíveis para poder tentar mitigar todos os riscos possíveis, mas é na hora que a gente coloca a solução para poder funcionar que a gente vai conseguir medir na prática como que vai ser o comportamento. A gente consegue mitigar vários riscos antes, que já vão ajudar muito na assertividade, mas a gente precisa de fato tangibilizar aquilo ali que é a necessidade real de negócio. Em contraponto, é importante também, que as empresas mantenham esse foco em entender qual que é a geração de valor que elas entendem que é prioritária para além da entrega de future. A gente, às vezes quando foca em produtividade, acaba indo muito para um caminho de: “não, quero ver a velocidade do time, se está entregando as future, se está entregando as histórias, quantos pontos que estão por sprint”, mas entregar quantidade, não, necessariamente, significa entregar qualidade. Então, esse espaço para poder a gente entender o que, realmente, faz sentido, conseguir medir o que a gente está entregando, continua super relevante, independente, do cenário. E até, a partir do cenário, inclusive. Outro ponto que apareceu, foi com relação ao consumo com o padrão diferente. Como que a gente vê esse novo cenário econômico, os padrões de consumo mudando. E aí, a gente teve a pandemia e, agora, as pessoas voltando a essa vida: é o famoso novo normal que a gente tanto falava, que virou busword.
Pedro: Essa caixinha quando apareceu, consumo com padrão diferente, a gente ficou até conversando, será que a pessoa está falando mesmo de padrões de consumo. Estamos entendendo que, sim.
Diulia: Desde quando, Revolução Industrial, é mais recente. Bolha da internet, como é que é?
Pedro: Vamos nessa linha, acho que vale a pena comentar, principalmente, do período pandemia em diante. Então, os padrões de consumo, de fato, mudaram muito ao longo dos anos. Após o período pandêmico, inclusive, o impacto foi muito significativo para o mundo todo. A gente pode listar várias mudanças importantes que a gente observou, que claro, tem impacto na forma, inclusive, como a gente constrói os produtos digitais e objetivos deles, os problemas que eles tendem a resolver, agora, já são outros. E, alguns devem permanecer, enquanto outros devem surgir. Então, por exemplo, com as medidas de distanciamento social, vários bloqueios, nas cidades, os consumidores recorreram mais à compra online. A gente viu, inclusive, um boom do e-commerce. O aumento de vendas no comércio eletrônico em diversos setores. Então, aumento de compras online, é o primeiro que eu citaria. E, a pandemia fez, também, com que os consumidores reavaliassem muito as suas prioridades de gastos também. Então, com mais ênfase em bens e serviços essenciais como: alimentos e etcetera e; coisas não essenciais como: itens de luxo; viagens e, por aí, acabaram ficando em segundo plano. Apesar que a gente até ver alguns desses se reerguendo também como, por exemplo, o setor de turismo, que ficou super prejudicado na época, agora, a gente já o vê voltando para uma recuperação mais intensa.
Diulia: Bem, da verdade, é que estava todo mundo com saudade de viajar. Ninguém aguentava mais ficar em casa.
Pedro: Com certeza. Eu já programei outras viagens desde o período, faz parte, não é?
Diulia: Pois é. Outras coisas que foram aparecendo também é que, do ponto de vista até tecnológico, você comentou sobre as mudanças nas prioridades das compras, mas até a forma de executar essas compras além do online, mudaram; como o pagamento sem contato, seja para poder evitar tocar a superfície compartilhado ou até para deixar mais prático o momento da compra. Além disso, a gente teve os consumidores começando a trazer mais tecnologia para esse momento que antes era muita das vezes, não sei se a sua família tinha esse costume, Pedro. Mas a minha família tinha o costume de dizer assim: “Nossa, vai à padaria, vai pagar no cartão?”, “De jeito nenhum. O negócio, não é nem dez reais”. Hoje em dia, já é muito mais naturalizado. Para pequenas compras e, além disso, a gente precisa falar do PIX também, que chegou em 2020 e, mudou muito a forma como a gente se relaciona com os meios de pagamento. Além disso, a gente teve maior conscientização sobre saúde e segurança. A gente, é claro, fica um pouco mais impactada enquanto o problema está, muito em evidência na nossa frente. Depois a gente vai relaxando um pouquinho, às vezes esquecendo daquele álcool em gel que está ali, continua disponível.
Pedro: Isso, com certeza, diminuiu bastante.
Diulia: Pois é. Mas, o fato é, que querendo ou não, muda um pouco o comportamento que a gente tem, tanto em relação à grandes multidões, com relação aos nossos hábitos de higiene mesmo. Isso também levou a um aumento da demanda por produtos de saúde, de bem-estar, inclusive, para um monitoramento da saúde, para que as pessoas pudessem acompanhar; sejam por elas mesmas, ou até dar uma atenção maior através de novos protocolos de saúde, através de exames que possam cada vez mais, prevenir ao invés de já diagnosticar algum tipo de doença, enfim.
Pedro: Até mesmo consulta online, não é?
Diulia: Exatamente.
Pedro: Intensificaram os doutores consulta da vida no setor de saúde. Surgiu bastante também.
Diulia: E que perdura, não é?
Pedro: Sim.
Diulia: Ainda hoje tem e, é super prático.
Pedro: Isso que é legal. O que deu certo fica. Eu só não sou muito fã do cardápio por QR Code. Acho essa herança muito ruim da pandemia, mas eu aceito, tudo bem.
Diulia: A Teleconsulta, realmente, é um grande avanço que a gente precisa parabenizar. A gente também teve mudanças no consumo de mídia. Então, muitas pessoas passando mais tempo em casa, naturalmente, a gente teve soluções de streaming ganhando mais espaço como a Netflix, Disney Plus, HBO e por aí vai. Cada dia aparece uma nova.
Pedro: E por aí vai, quatro, cinco assinaturas. Estou só esperando o dia que vai surgir o pacotão de assinaturas.
Diulia: A gente vai voltar para os pacotes de canais da Sky. Mas tiveram um aumento muito grande, enquanto que a mídia tradicional; a televisão, foi perdendo um pouco do seu espaço, que era tão indiscutível.
Pedro: Que era muito mais predominante, não é?
Diulia: Exatamente. Então, na verdade, que no geral, a pandemia acelerou as tendências existentes e trouxe novas mudanças nos padrões de consumo que a gente não previa do ponto de vista de tecnologia, a gente já percebia alguns caminhos. Mas a questão da diminuição de contato, da preocupação com a saúde, com o bem-estar, foram coisas que a gente não estava tendo tanto foco antes da pandemia. Mas, agora a gente vem observando as mudanças desse período pós-pandemia, com a reabertura dos espaços, com as pessoas voltando às ruas. A gente ainda precisa observar. Porque está relativamente recente. O que que vai ter de fato de mudança? O que que fica? O que que perdura? O QR Code para o cardápio vai continuar?
Pedro: Infelizmente, acho que esse não vai embora. Foi bom, principalmente, para os comerciantes também. Enfim, a gente poderia citar mais um monte aqui, mais vamos responder algumas outras perguntinhas aqui. Uma que a gente recebeu aqui interessante e que, inclusive, até quando eu citei o: The Future One Hundrid, um dos itens que aparece lá, é sobre o Metaverso. Que ainda é um papo super quente, mais a pergunta foi justamente essa: ainda precisamos falar em metaverso?
Diulia: Acho que, realmente, teve um primeiro deslumbre muito grande, inclusive, porque era uma possibilidade de viver num momento que a gente estava mais restrito em poder viver. Mas, de fato, a gente precisa continuar falando sobre o metaverso, porque o potencial é gigantesco, as possibilidades, tanto de fomentar relações que ficam muito restritas pelo remoto e que a gente precisa de ter até as próprias relações de trabalho com o metaverso ganham potenciais de troca muito maior e; isso vem também impulsionando o crescimento das tecnologias de realidade virtual, realidade aumentada, e empresas como o próprio Facebook, acho que quando a gente pensa em metaverso, não tem como.
Pedro: A primeira que vem é a Meta.
Diulia: É, porque até mudaram o nome, cresceram a empresa. É a própria meta, continua investindo pesadamente, diminuiu um pouquinho do investimento, mas continua investindo na construção das suas próprias versões, do metaverso. Apesar dos resultados, do último trimestre deles terem tido algumas baixas, mesmo assim, as ações da empresa seguem alta e as previsões da empresa seguem em alta, também assim com muita perspectiva de crescimento. Então, sim, a gente precisa continuar falando em metaverso e, inclusive, sobre os impactos que o metaverso vai ter nas nossas relações e na forma como a gente se comporta, enfim. É bem relevante.
Pedro: Ainda tem peixe grande apostando no metaverso, não é?
Diulia: Sim.
Pedro: A gente tem que conversar sobre isso, sim, com certeza.
Diulia: Eu falando mesmo: datadiulia. Mas eu acredito que, é algo que vai desacelerar um pouquinho por conta das pessoas voltando para as ruas e vivendo as vidas de verdade com um pouco mais de proximidade. Mas ainda é algo muito relevante para gente poder trabalhar, porque tiveram evoluções como o próprio teletrabalho que a gente espera, que não regridam tanto quanto poderia ser esperado por essa volta ao mundo físico. Agora um outro ponto que apareceu também, é com relação aos riscos de enxugar as iniciativas com foco e inovação. E aí?
Pedro: Essa é bacana porque é o seguinte. Se eu responder que não tem risco em enxugar esse tipo de iniciativa, eu estou matando todo o nosso negócio: a DTI, a WPP.
Diulia: Vai complicar para o seu lado.
Pedro: Nossa, me complicaria todo. Mas é até importante comentar, inclusive, que inovação não é só aquela inovação que é disruptiva, tem inovações que são mais incrementais. Inclusive, a gente busca ter esse tipo de inovação em tudo que a gente faz. Busca ter diferenciais naquilo que a gente está produzindo em termos de produtos digitais. Então, vou tentar entender essa pergunta mais nesse sentido de: se as empresas deveriam investir menos em inovação? Então, o corte desregulado de iniciativas focadas em inovação, com certeza, pode ter impactos negativos significativos de longo prazo, principalmente, na capacidade das empresas de competir e de prosperar no mercado que tá mudando muito rápido; porque a gente tem que ser capaz de sentir e responder às mudanças e, muitas vezes o caminho vai ser por meio da inovação. Então, riscos, a gente tem vários, a gente pode perder oportunidades, pode perder talentos, porque é um ambiente sem inovação, inclusive, acho que as pessoas talvez não queiram estar lá. Pode-se ficar incapaz de reagir às mudanças, como eu falei, mas, principalmente, na velocidade em que se precisa. Então, pode afetar a cultura da empresa. Acho que são vários os riscos. A dica é: o importante é que as empresas considerem cuidadosamente os riscos e os benefícios potenciais de qualquer iniciativa que está sendo considerada para redução e; tenha uma abordagem equilibrada, para gerenciar os custos enquanto continuam investindo inovação de uma maneira que seja saudável para ela. Eu colocaria dessa forma.
Diulia: A gente até comentou no episódio de tendências de engenharia sobre esse risco, da gente acabar fazendo mais do mesmo. Então assim: “Ah, eu só invisto quando eu vejo que o concorrente deu um passinho para frente, aí eu vou lá e meio que copio para poder chegar num mesmo nível. Ou eu tenho certeza absoluta que essa ferramenta que a gente tem aqui está obsoleta”. Esse caso também é importante, mas a gente precisa olhar para frente, olhar para o que existe de possibilidade. Então, o que eu comentei lá atrás sobre o testar rápido, aprender rápido, soluções de baixo custo. A gente falou também no episódio, nesse mesmo episódio, de tendências de engenharia, até sobre a possibilidade de soluções, low code para poder baratear, mas a gente não parar com a inovação, acho que isso tudo é muito importante da gente continuar considerando.
Pedro: Até porque, em muitas conversas a gente fala que, como tá mais restrito e tudo mais, fazer melhor o básico é importante. Então, voltar lá para o beabá e ver se a gente está tendo uma execução mais impecável, com certeza, isso é muito importante. Mas também não deixar de lado um pouquinho de atenção para ter um diferencial naquilo que a gente está fazendo, porque é isso que as pessoas querem comprar no fim do dia.
Diulia: A gente não deixa de ter que ser coust me centric, então a gente vai continuar precisando observar quais são as demandas do mercado, quais são as demandas dos clientes.
Pedro: É isso. Gostamos das perguntinhas, não é, Diulia?
Diulia: Foi muito bom, é bom. A gente conseguiu refletir muita coisa. Ficamos trocando figurinha sobre como era, a pergunta, é isso mesmo? Não é? Como é que a gente aborda? Foi bom.
Pedro: É isso. Mandem mais. Por favor. Temos aí nossas redes, nossos canais. Podem mandar pelo Instagram, pelo: @osagilistas, ou até pelo e-mail também: osagilistas@dtidigital.com.br, que em breve a gente interage, novamente, em qualquer dos nossos conteúdos.
Diulia: E, lembrando também que a gente tem, para quem tiver gostando dos papos, a gente tem a nosso Newsletter, que é uma possibilidade de estar sempre por dentro dos temas que tão em alta. A gente vai falando sobre as tendências, sobre as novidades do mundo ágil, então, assinem lá para gente poder ir trocando figurinha também.
Pedro: E, se tiverem dúvidas, comentários, sugestões, também mandem. A respeito da newsletter e sobre qualquer conteúdo.
Diulia: Com toda certeza.
Pedro: É isso. Falamos demais hoje, não é, Diulia?
Diulia: Falamos, mas foi bom. Falamos de coisa que a gente gosta de falar, não é?
Pedro: Foi ótimo, foi um prazer. É isso.
Diulia: Até mais, gente.
Pedro: Nos vemos no próximo episódio, galera. Obrigado.
Com uma maior cobrança para entregas, aplicação de metodologias e redução de tarefas, o que para você será tendência para os produtos em 2023? Recebemos várias perguntas e palpites sobre o tema e compilamos no nosso episódio especial de perguntas e respostas. Para encerrar nossa série, Diulia e Pedro discutem sobre o que é prioridade agora e como lidar com esse novo momento do mercado com eficiência, mesmo na incerteza. Quer ouvir as respostas dos nossos hosts? Dá o play!
Quer conversar com Os Agilistas? É só mandar sua dúvida/sugestão para @osagilistas no Instagram ou pelo e-mail osagilistas@dtidigital.com.br que nós responderemos em um de nossos conteúdos!
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