Marcelo: É um exemplo muito claro, da TI a serviço do negócio, e usando a tecnologia de uma forma muito interessante. Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio Os Agilistas. Hoje, eu sempre falo, é um daqueles episódios que eu gosto muito de fazer, porque são episódios que a gente trata de casos reais, contados pelos nossos clientes, e nesse caso, ainda de uma indústria extremamente complexa e tradicional, então, assim, acho que isso é muito inspirador, para quem está escutando Os Agilistas, porque a gente sabe que o nosso público procura muita inspiração em transformação digital, em como implementar o ágil, como dar o estilo de gestão das empresas, procura muita inspiração sobre isso no nosso podcast, e é muito legal trazer exemplos bem concretos, exemplos bem reais, e que podem realmente tocar as pessoas, do que ficar sempre com aqueles exemplos genéricos, de empresas que são nativas digitais, sabe? E que, muitas vezes, a pessoa que estiver tocando, ele vai ouvir aquilo, falar: “Mas isso não tem nada a ver com a minha realidade”, mas aqui, então, nós estamos falando, sem mais suspense, nós vamos contar aqui sobre um case de uso da tecnologia digital para melhorar a segurança, na Vale, que, como eu disse, é um ambiente hiper complexo. Quem conhece a Vale, a Vale, operações supercomplexas, tanto do ponto de vista de variedade, de tipos de operações diferentes, como geografia, então é uma empresa extremamente complexa, e nós vamos falar sobre isso. Então, da parte da dti, estou aqui com Hammer, que já participou aqui antes também, não é, Hammer? Tudo bom?
Hammer: Tudo bem. Obrigado, Szuster. Prazer estar aqui com vocês, mais uma vez aí. Bom dia, boa tarde, boa noite, para os nossos ouvintes também, e estamos aí de novo para contribuir um pouquinho.
Marcelo: Então, da parte da Vale, queria apresentar aqui primeiro o Luiz Felipe Brandt. Aliás, Luiz Felipe, você podia se apresentar, por favor?
Luiz Felipe: Oi, pessoal. Eu sou Luiz Felipe Brandt, sou da área de inovação e desenvolvimento, que atende a diretoria de segurança e serviços operacionais da Vale, então a gente tem aí um desafio grande para poder suportar as nossas operações, garantindo a segurança das pessoas e a segurança do patrimônio, e como a tecnologia pode apoiar para que a gente consiga fazer melhor, com mais rapidez, para não impactar a operação. Então esse é o nosso desafio, é um pouco do que a gente vai falar hoje aí também. Estou na Vale há 12 anos, fiz 12 anos agora, em abril, e todo esse tempo voltado para atendimento à diretoria.
Marcelo: Bacana. E nosso outro convidado é o Fernando Montenegro. Tudo bem, Fernando?
Fernando: Bom, prazer, Marcelo. Bom dia, boa tarde, boa noite, para vocês, Hammer, Marcelo, Brandt, prazer estar com vocês, aqui, hoje. Meu nome é Fernando, eu trabalho na tecnologia da Vale já há 12 anos também, igual o Brandt, vou fazer 12 em agosto, na verdade, e eu atendo a área da segurança empresarial e facilitys. Agora, neste momento, estou como coordenador do programa global de acesso ao seguro, ou Global Safe Access Program, que é o programa que a gente vai entrar e falar um pouquinho também, que o objetivo é proteger vidas de funcionários, visitantes e terceiros, no trabalho, através de localização e entendimento, da entrada e saída deles de todos os sites. Então é mais ou menos isso, e obrigado aí pela oportunidade de estar aqui.
Marcelo: É um prazer recebê-los. Queria começar perguntando, para poder contextualizar bem quem está ouvindo, acho que o que é a Vale, todo mundo, mais ou menos, sabe o que é a Vale, mas o que torna, assim, fala um pouquinho sobre as operações, para tentar entender como surge esse problema de segurança, assim, por que ele é um problema complexo, no ambiente igual da Vale, e quais são as suas variadas dimensões.
Luiz Felipe: Eu vou tomar liberdade, Fernandinho, de responder aqui como parte do negócio da segurança. Então, como o Fernandinho falou, falo Fernandinho por 12 anos de trabalho junto, viu? Mas, na prática, a gente tem uma empresa com dimensões realmente muito grandes, então hoje nós tomamos conta de mais de 100 sites, 100 operações diferentes, estão distribuídas somente no Brasil, e quando a gente fala do exterior, a gente tem operações em Omã, Canadá, a gente tem realmente uma complexidade muito grande para poder operar a segurança empresarial nesses sites, e daí a gente está falando de operações que muitas vezes são o carro-chefe daquele estado, daquela cidade (onde ela está) [00:04:26] operando, então as cidades, as comunidades, cresceram em volta da Vale. Por exemplo, Itabira, se a gente olhar a cidade, você atravessa a rua, está em uma casa, do outro lado da rua você está em um pátio de minério, então existe uma complexidade muito grande para que a gente traga a segurança da nossa operação, porque ela está muito próxima. Por outro lado, você tem áreas de minas, que são extremamente complexas, grandes, onde o nosso maior desafio é garantir a defesa perimetral. Como é que a gente consegue gerar 30 quilômetros de perímetro controlado, com estrutura física, com segurança eletrônica, para poder evitar intrusões. E quando a gente vai para o básico, como é que a gente garante que as 150 mil pessoas que rodam pelos nossos sites da Vale, no Brasil, estejam sempre contabilizadas quando atuam dentro das nossas operações. Nós estamos falando de mineração, ferrovias, tanto na região Sul, com EFVM, quanto na região Norte, com a EFC, e estamos falando de portos que vão fazer o escoamento da produção. Então o nosso maior desafio, e o que a gente persegue desde o início do programa global de acesso seguro, é garantir que a gente saiba quem está nos nossos sites, que horas que ele entrou, que horas que ele saiu, para que a gente possa cuidar das pessoas, meu desafio é esse. Se eu sei quem está dentro do meu site eu posso cuidar, posso fazer uma evacuação segura, posso entender aonde eu começo a trabalhar para uma situação de emergência, onde eu tenho o mapa de calor que mostra a maior concentração de pessoas, e esse foi o grande projeto, o grande programa que a gente iniciou em 2019, exatamente para que a gente pudesse ter, em poucos cliques de um sistema, a informação visual gráfica de quantas pessoas estão naquele site e como elas estão dispersas através do mapa de calor daquela região. Esse aí é o início do nosso programa.
Marcelo: 150 mil pessoas nos mais diversos tipos de instalações. Então, Fernando, dentro desse programa de segurança, que deve envolver processos, ou seja, são várias dimensões, mas existe uma dimensão aí que nós vamos focar aqui, que é a dimensão de tecnologia, não é?
Fernando: Sim.
Marcelo: Como é que foi a participação da tecnologia nesse atendimento a essa principal questão aí que o Luiz colocou?
Fernando: Sim. Então, aí como o Luiz comentou, a Vale é uma empresa muito heterogênea, a gente tem várias áreas de risco, a gente tem barragens, mina, porto, usina, a gente todo tipo de indústria dentro da Vale, em uma extensão de um país continental, então é muito grande. Falando só do Brasil, neste momento. Então os desafios tecnológicos, a gente estava procurando uma solução que simplesmente não existia no mercado, não existia nada parecido. E como o Brandt falou, a gente tem 150 mil pessoas que transitam todas nossas operações diárias, isso gera uma volumetria gigante, então uma volumetria de mais de 40 milhões de dados por mês. Então, assim, primeiro desafio tecnológico é encontrar uma plataforma que pudesse unificar e encontrar as pessoas dentro da empresa. Então, assim, como Brandt falou, não é possível cercar algumas áreas, então eu não posso restringir todo mundo por controle de acesso, eu não posso colocar uma catraca em qualquer lugar, eu preciso ter uma área física para restringir acesso. E aí vem o conceito de geolocalização, e procurar diversas soluções para eu saber quando uma pessoa está dentro da empresa. Desde geolocalização, até saber se ele fez login dentro de um notebook, dentro de uma área, eu tenho essas possibilidades. Então o grande desafio foi esse, em termos tecnológicos, no início, encontrar como que a gente consegue encontrar as pessoas dentro da empresa, para proteger elas, através de todos esses tipos de lugares, processos e áreas, que são completamente diferentes entre elas. Então esse foi o grande desafio, em geral.
Luiz Felipe: Para eu complementar, eu falei de áreas próximas à cidade, mas o inverso também é muito real. Se você pegar regiões como Carajás, regiões como Salobo, no Pará, principalmente, a gente vai ter sites que você não tem uma linha de ônibus que chega até ele, a gente precisa prover o transporte para que o profissional chegue até o site. E na prática, quando ele chega até o site, a portaria do site, ele ainda vai se deslocar, às vezes, por quilômetros, meia hora, até chegar ao local de destino dele, e o nosso grande desafio é como é que a gente faz isso ser controlado desde o momento que ele embarcou no ônibus para ir até a empresa trabalhar, porque a nossa responsabilidade começa na hora que eu coloquei o funcionário dentro de um ônibus, que é da minha gestão, então a gente desenvolveu uma solução que é o leitor de crachá, no ônibus, que através da telemetria dele consegue dizer: “Olha, o Brandt embarcou naquela coordenada”, que quando eu olhar no mapa vai mostrar exatamente a localização próxima à minha casa, onde eu embarquei com horário, a placa daquele veículo, qual a linha que ele está fazendo, e aquele ônibus então, à medida em que ele vai se deslocando para Vale, ele vai sendo preenchido com os funcionários, e se os funcionários, cumprindo ali o procedimento de registro do embarque, a gente consegue, em qualquer momento, como já foi necessário algumas situações, acidentes, análises de situações que a gente precisa saber quem estava no ônibus, mesmo fora da empresa, a gente consegue cuidar daquelas pessoas, porque sabe que no ônibus que ficou parado por conta de um acidente que houve, e ele está lá horas parado naquela estrada, quantas pessoas estão ali? Quem são aquelas pessoas? Quem eu tenho que reportar por que aquela pessoa não chegou em casa ou não chegou no trabalho? Então a gente tem essa informação, não somente no momento que ele entra na empresa, mas também no trajeto. Nós temos uma área de serviços operacionais, que tem mais de 2 mil ônibus fazendo o transporte dos nossos funcionários ao redor do Brasil, e essa área é responsável pela integridade dessas pessoas. E uma vez que esse ônibus cruza a nossa portaria, nós temos um desafio de filas de ônibus que se formavam para poder acessar o site, para que a gente conseguisse registrar o acesso das pessoas. E como a gente tem uma dificuldade, muitas vezes, de parar as pessoas, passar por uma catraca e depois entrar no ônibus, novamente, lá dentro do site, isso se tornava um atraso para a produção, e exigia uma infraestrutura gigante em todos os sites, a ponto que a gente hoje tem poucos sites que possuem essa infraestrutura. E aí, juntamente aqui com o time da tecnologia, com o Fernando, ele coordenando o lado da tecnologia e eu coordeno do lado da segurança, a gente conseguiu trabalhar em uma forma de que aquelas pessoas que registraram embarque no ônibus, a caminho da empresa, quando o ônibus passasse por uma cerca virtual que representava: “Agora ele está no site”, a gente embarca, acrescenta no contador de pessoas do site todas aquelas pessoas embarcadas, e os ônibus passam direto, sem causar filas, sem demorar o tempo de transbordo, que era feito no passado, em muitos casos, para que a gente pudesse registrar essas pessoas. Então a tecnologia atendendo à segurança, atendendo à produtividade, para que os sites pudessem operar da melhor forma.
Marcelo: É interessante, porque atendeu a segurança e ainda tirou fricção do processo, então foi um duplo benefício. Eu queria entender como é que foi essa evolução, queria só colocar o Hammer aí na conversa também, assim, eu não sei quando que a gente foi envolvido, Hammer, que você foi envolvido, mas acho interessante que tem uma história de esse é o tipo do problema que é realmente bom ser resolvido de forma evolutiva, porque você tem que ir aprendendo. O Fernando comentou que não tinha uma solução de mercado, e aí quando não tem uma solução dessa você acaba tendo que desbravar uma série de coisas, e isso certamente exige uma abordagem mais evolutiva e de aprendizado contínuo, não é?
Hammer: Certamente, Szuster. A gente começou a ser envolvido nesses processos com uma parte de aprendizado também. A solução foi desenvolvida internamente, a gente teve que fazer o onboarding dessa solução também, quando a gente começou a trabalhar com ela, e agregando novas fatures, que a gente estava desenvolvendo uma solução que ela foi sendo descoberta ao longo do tempo, junto com o pessoal, então a gente tinha também a dificuldade, e o grande desafio de ir garantindo essa segurança. Eu tive a oportunidade de ir na operação com o Brandt, no ano passado, em agosto, onde que a gente foi testar algumas partes do processo, como que estava o deslocamento das pessoas, e coincidência é a parte do ônibus também, que o Brandt comentou, que a gente foi lá testar a solução também, e por coincidência, foi na minha cidade natal, eu sou de Itabira, então eu sou acostumado conviver mesmo com a operação da Vale, praticamente como um cenário da cidade mesmo, então isso que o Brandt falava, assim, em algum momento da minha infância eu me lembro de brincar dentro de uma operação, assim, porque a segurança não era tanta. Então, assim, eu lembro de atravessar, assim, uma cerca, e ir brincar, lá na cidade, a gente chamava: “Vamos brincar no minério”, era onde que era o parque de diversão da criançada. Então, assim, garantir essa segurança também, as cercas virtuais que o Brandt falou aí, foi um dos testes que a gente fez lá, colocamos, pegamos um dispositivo virtual, deslocamos durante o site lá, para testar se todas as coordenadas estavam sendo registradas, e coincidentemente lá na minha cidade natal, estava vendo os lugares que a gente estava se deslocando. E o aprendizado também de entender, o que é o grande desafio para a segurança, que além de cuidar das pessoas que já estão dentro, que são os funcionários, dar a eles os acessos às áreas corretas. Eu sei que existem alguns locais que somente algumas pessoas podem fazer aqueles acessos ali, e também identificar essas pessoas com acessos indevidos também é parte dessa segurança, porque uma pessoa sem o treinamento adequado não compareceu a algum lugar. E essas coisas a gente foi aprendendo durante o projeto, assim. É legal a gente ir conhecendo também do negócio do cliente durante esse processo de aprendizado. E uma iniciativa tão boa, que é garantir a segurança das pessoas e também do patrimônio.
Marcelo: Isso aí que eu brinco, que é propósito na veia, não é, cara? Assim, dá um orgulho de fazer um tipo de iniciativa dessa, você sabe que está colaborando com a segurança. Eu queria perguntar para o Fernando. Você comentou, não é, Fernando? Tinha esse grande desafio, vocês foram procurar uma solução no mercado, não tinha. Então voltando um pouquinho antes do Hammer, que o Hammer comentou que vocês deram alguns passos importantes, e a gente, em algum momento, entrou para ajudar também, não é? Como é que você foi fatiando esse problema aí? Que isso é uma experiência boa de se compartilhar, não é?
Fernando: Exatamente. Essa é a palavra, a gente teve que fatiar o problema. A primeira pergunta foi, quais são os sistemas, ou quais são as soluções, que a gente tem hoje dentro da Vale, para identificar a informação que a gente precisa, identificar quando uma pessoa está dentro da Vale. Então a gente tem um sistema de controle de acesso, que é um sistema foundation, quando você passa seu crachá em uma catraca, em uma cancela, esse sistema já te identifica, mas não toda Vale tem catracas, como eu comentei. Então, que outros sistemas a gente tem? Então a gente começou a pensar, em uma ferrovia você também não pode colocar uma catraca, tem várias áreas enormes, áreas remotas, onde a gente não consegue cercar, então como que a gente começa a identificar a localização de pessoas. Então a gente foi no mercado, começamos a procurar wirebus para os funcionários, começamos a procurar, fizemos benchmark de geolocalização, para entender as pessoas, é um desafio aí que tinha que ser algo natural para o processo, não podia impedir no processo, tinha que ser wirebus, que fosse parte de uniforme, praticamente, igual usar um capacete, usar uma luva, não podia ser algo que impedisse o trabalho da pessoa, tinha que ser algo com conectividade disponível no site também, a Vale tem muita operação em áreas remotas bem rurais, onde normalmente a conexão não é muito boa. A gente tem cenários também onde conexão satelital não é tão efetiva por estar coberta por sombra, pela mesma mata, ou por áreas de prédios, enfim, tínhamos até uma mina subterrânea, em Corumbá, recentemente, então é outra solução. Então a gente começou a verificar essas soluções, começamos analisar que informações úteis a gente poderia obter delas, e começamos a montar uma plataforma, chamada Location Plataform, que foi justamente a plataforma que começamos a desenvolver, que a dti tem nos apoiado muito também, nesse momento do portal. O portal é só a casca que está em cima dessa plataforma, e todas as soluções que identificam as pessoas, alimentam essa plataforma chamada Location Plataform. Então eu tenho sistema de controle de acesso, eu tenho sistema de reconhecimento facial, então ônibus, como o Brandt comentou, eu tenho diversas soluções que alimentam a localização do funcionário dentro dessa plataforma, e em cima da plataforma tem um portal, onde eu tenho mapas georreferenciados, como o Brandt comentou, com polígonos, onde eu consigo ver, em tempo real, a localização da pessoa. Então é basicamente isso, a gente foi construindo aos poucos: “Esse mês a gente vai incluir tal sistema. Esse mês a gente vai incluir tal funcionalidade”, então foi aos poucos. E aí, de novo, voltando aos desafios, desafio de mudança de processo, desafio tecnológico, pela performance, como é em tempo real, a gente precisa saber da informação, eu preciso saber que o Marcelo está em uma mina agora, eu preciso saber que o Brandt está em uma barragem agora, então como é que eu tenho essa informação em tempo real? Eu tenho que garantir que todas as variáveis, incluindo conectividade, estejam ali, para poder garantir a segurança do funcionário, no caso de uma situação de emergência ou uma evacuação.
Marcelo: Esse conceito de plataforma é muito interessante ter esse problema, porque você pode ir plugando, inclusive, se a tecnologia vai melhorando você consegue ir substituindo sem impacto ali, em quem está usando do outro lado.
Hammer: Exato.
Marcelo: Então, assim, e existe um monitoramento inteligente também, procurando gerar alarmes, assim, existe uma parte preditiva de inteligência ali também, em cima dos dados?
Fernando: Se o Brandt quiser comentar, mas a gente tem, hoje, polígonos específicos para áreas de risco, que a gente sabe quando uma pessoa não só está dentro da Vale, mas a gente sabe também quando uma pessoa está dentro de uma área de risco específica. E além disso, tem também um dispositivo, que também tem um acionamento de um botão de pânico, então uma situação de emergência o funcionário pode acionar esse botão, e vai comunicar a área da segurança, que vai analisar o caso e comunicar a área do SECOM, para um eventual resgate ou emergência. Ainda se o Brandt quiser complementar.
Luiz Felipe: Perfeito, é nessa linha mesmo, Fernando. E aqui entra acho que o tripé que a gente sempre comenta dentro do programa, que não é só a tecnologia, a gente precisa de cultura e de processos bem definidos, para que a gente consiga realmente ter esses alertas, esse monitoramento efetivo, então a gente consegue fornecer os meios para monitorar, para disparar um alarme, um alerta. Agora, o processo tem que vir acompanhando essas soluções para que, de fato, tenha um resultado efetivo então, e esses é um dos grandes desafios que a gente tem na empresa. Então, por exemplo, o dispositivo de localização Smartbed, ou Spot, que é o satelital que a gente também aplica, ele tem um alerta de pânico, mas é necessário que toda cadeia, ao ter aquele alerta acionado, seja, de fato, esteja ativa, para que possa prover o socorro, o serviço necessário. E muitas vezes a gente vê a curiosidade do usuário também, de apertar o botão e gerar um alerta falso, então isso começa a colocar em risco a confiabilidade de uma solução que está ali pronta para fazer, ela funciona. Ela, de fato, dispara o alerta e ela abre um pop-up, no portal, para quem está ali operando, monitorando aquele site, mesmo que ela não esteja no site, ela tem acesso a outro site onde aconteceu o alerta, esse pop-up vem na tela. E além de ir na tela, ele consegue configurar, no portal, para que mande um e-mail e um SMS para o celular do supervisor, da pessoa da área de centro de controle, de monitoramento de risco, então a gente tem várias ferramentas que funcionam, e o desafio realmente é que ela seja inserida no procedimento, e que as pessoas não tenham a curiosidade, sintam-se seguros e usem da maneira devida. A gente faz treinamentos, faz toda abordagem, para que aquilo possa realmente gerar valor. Alertas falsos, muitas vezes, acabam tirando valor, então esse é o desafio do equilíbrio. E quando a gente fala da parte de pares, alertas para saber se aquilo que a gente está monitorando está correto, a gente desenvolveu recentemente o infohub, o security de infohub, porque no portal a gente tem muita visão do momento, mas e se a gente fizer um histórico, quiser fazer uma análise para identificar onde está tendo algum tipo de desvio. A gente, através do infohub, consegue montar essa camada informacional histórica, e em cima dele nós criamos o analítico. Então um dos grandes desafios nossos é: qual é a efetividade, de fato, do nosso controle de entrada e saída? Porque eu me baseio também no comportamento do usuário, na cultura dele de registrar o seu acesso. Então a gente teve, por exemplo, agora, na semana passada, a gente esteve em uma feira internacional, a ISC West, que foi em Las Vegas, junto com a equipe aqui, da segurança empresarial, e a gente teve oportunidade de fazer benchmark com algumas grandes empresas, como a ExxonMobil, a Mosaic, que também é uma mineradora, e a gente viu ali que os desafios são semelhantes, mas a cultura, em alguns países, se torna muito mais fácil de aplicar alguns controles, do que aqui. Então, por exemplo, uma das perguntas nossas eras: “Olha, vocês têm alguma solução que ajude a controlar as pessoas que acessam, em um carro, para que todos os passageiros sejam registrados?”, porque a gente se baseia em cultura, para que o motorista possa registrar o crachá dele e de todos os passageiros, a gente se baseia em cultura para que o motorista cobre do passageiro do ônibus o registro do embarque e do desembarque, só que isso acaba não sendo 100%. Isso é o nosso desafio, tornar isso 100% efetivo. E as empresas falam: “Não. Eu faço o carro parar, todo mundo desce do carro, entra só o motorista e os passageiros passam pela catraca”, empresas de renome internacional, com grandes sites e de pessoas acessando, como a gente. Quando o ônibus chega na portaria, eu faço todo mundo descer do ônibus, passar pela catraca, fazer o transbordo e depois entrar. Então veja que a gente já está um passo além, porque a gente está pensando em como a tecnologia pode apoiar o processo e a segurança, e tentando encontrar um equilíbrio nisso, mas a gente também precisa fortalecer essa cultura de segurança das áreas. E o analítico, como eu estava falando, ele vai mostrar para a gente: “Olha, eu identifiquei que o Brandt, hoje, ele só apareceu meio-dia, quando ele foi no restaurante e passou o crachá dele na catraca”, mas ele não registrou a entrada, porque ele entrou de carona em um carro e só o motorista do carro bateu o crachá, ele não bateu, mesmo sabendo que esse é o procedimento, mesmo tendo sido treinado para isso e assinado um termo de compromisso que eu iria me registrar na entrada e saída do site, mas eu não fiz. E na hora de sair, eu saí de ônibus, e eu estava cansada, dia inteiro de trabalho, não bati o crachá e o motorista não me cobrou o crachá, então eu só fui visto uma vez, meio-dia, no site, mas eu não entrei e nem saí, aí o analítico vai apontar isso para que a gente consiga trabalhar em uma gestão de mudança de cultura, para que essas pessoas possam ter comportamento adequado. Então a gente está usando análise dos dados, para poder aumentar a efetividade desses nossos registros agora.
Marcelo: É fantástico isso mesmo, porque, a pessoa, alguma hora ela aparece, se ela está ali alguma hora ela aparece, não é?
Fernando: Verdade.
Marcelo: E aí você consegue ter números aí que te mostram a aderência ao sistema de segurança, digamos assim, se as pessoas estão realmente aderindo e cumprindo. Que é como você disse, vocês podem fazer o que for, mas começa na pessoa fazendo a parte dela, se a pessoa não fizer a parte dela, não é? Então, Luiz, acho que a gente cobriu bastante tópico muito interessante. Como sendo um representante do negócio, queria te fazer duas perguntam que emendam, um pouco, uma na outra, sabe? Primeiro, assim, como foi o seu relacionamento com a área de tecnologia, desbravando uma solução, que era difícil de definir exatamente o escopo, difícil de definir exatamente o que ia acontecer, ou seja, tendo ali um grau de experimentação, sabe? Como é que você estabeleceu uma relação de confiança e de acompanhamento? E aí emendando com isso, como é que você está enxergando o futuro, o que você ainda vê de roadmap aí, de futuro para essa solução?
Luiz Felipe: Perfeito. Bom, eu estou com o Fernando, aqui, acho que desde o início do programa, e antes do programa, até, antes de a gente ter iniciado, mas a gente sempre teve uma parceria muito grande com o time da tecnologia, no sentido de definir os requisitos funcionais, para que o time de tecnologia consiga buscar essas soluções, e juntos a gente implantar, medir a efetividade dela e ir melhorando. Então, por exemplo, nós temos uma plataforma, que foi, alguns anos atrás, transacionada de um sistema negado, para um novo que é o atual que a gente tem. A gente fez isso porque a gente entendeu que iria trazer benefícios para a companhia, e a gente fez isso juntamente com a tecnologia, mas fazendo ali toda uma tratativa com as nossas diversas equipes de segurança empresarial, nós somos em quatro regionais, de maneira que a gente conseguisse ter o sucesso da implantação, então essa troca da tecnologia com a segurança tem sido muito produtiva, e o que a gente tem visto é que dessa forma de apresentar os requisitos funcionais à tecnologia, trazer as empresas, implantar os sistemas, ou, muitas vezes, desenvolver, como é o caso aqui do portal, eu tenho uma reunião semanal, praticamente, com o time do portal, porque é um produto vivo, a gente constantemente identifica situações que podem ser melhor. O Hammer comentou, a gente foi para campo junto, então não adianta a tecnologia estar longe, a gente traz eles para o campo, insere na realidade do negócio também, para que eles possam entender o objetivo final. E o futuro disso, a gente tem visto realmente a importância de analisar os dados, por isso esse ano a gente está muito buscando essa visão de entender se tudo aquilo que a gente implantou ao longo dos três anos, 19, 20, 21 e 22, quatro anos que o programa já está rodando, como é que está o resultado disso? Porque senão a gente fica só implantando e não consegue ver, de fato, eficácia. Então o futuro é dados. Transformar, aquilo que a gente implantou, em indicadores, a efetividade do nosso controle de acesso, quais são os desvios que a gente está encontrando, como é que a gente agora faz um PDCA, qual o resultado de tudo aquilo que a gente fez. Então quanto mais dados a gente tiver, analíticos que vão gerar os alertas, como eu comentei, migrar para um futuro onde a gente possa ter preditivos, com base nesses dados e as lições aprendidas ao longo desse ano, é o que vai fortalecer para que a gente não precise ficar buscando erro, o sistema aponte o erro e a gente rapidamente consiga direcionar para solução. Então, assim, esse ano e os próximos, o que a gente quer é 100% de efetividade no controle de entrada e saída dos funcionários em nossos sites. Esse é o nosso desafio, e dados serão críticos para a gente garantir isso.
Marcelo: Vai ser uma aula de gestão de produtos, não é, Hammer?
Hammer: É. É bem legal, assim, porque vira como um objetivo do próprio time de software, assim. Eu lembro que o objetivo bem forte desse time, que a gente vem perseguindo aí, é 100% de assertividade nas pessoas que estão dentro das operações. Então, assim, vira um desafio da tecnologia, tentando atender aí o negócio. Então, assim, vira uma missão muito grande, que vira tanto da TI garantir que as soluções estejam funcionando, estejam online, ao mesmo tempo também que o negócio tem que garantir a efetividade da operação e da segurança mesmo.
Marcelo: Pelo visto, Fernando, a palavra proximidade, atuar como um time único, todo mundo com o mesmo objetivo, foi fundamental aí durante esse tempo, não é?
Fernando: Fundamental, até porque quem vai usar é a área operacional, eles que estão na frente, então a gente tem que entender quais são essas dores que eles têm localmente, qual a melhor forma de tratar. E aí vem esse desafio também da diferença entre as diferentes operações, pode ser que um time do Norte tenha um processo para tratar um incidente ou alguma certa situação, e o time do Sudeste vai ter outro processo, então é unificar, padronizar e atender todo mundo com uma plataforma que seja flexível também, isso faz parte do processo aí, como você comentou, só estando próximo das áreas, só tendo um representante que conheça sua área bem, que possa trazer isso para mesa, a gente vai começar a melhorar contínuo.
Hammer: Para mim foi legal o Fernando falar, de ir dividindo os problemas e descobrindo ao longo do tempo, e Brandt também, passa um desafio e fala: “Como que a gente resolve isso com tecnologia?”, e isso, para mim, assim, é princípio básico do ágil, de a gente ir dando os passos à medida que a gente vai descobrindo uma coisa nova. Fica claro, não é, Brandt? E a missão está muito clara, precisamos olhar para os números que a gente tem, mais de 50 milhões de registros mensais aí, dentro do portal, é muito dado para a gente analisar aí, acho que é uma missão que a gente tem para o próximo ano, estamos engajados aí entender esses números.
Luiz Felipe: É. É muita oportunidade de transformar esses dados em inteligência, esse é o nosso desafio.
Marcelo: Pessoal, muito obrigado. Estamos chegando ao final. Assim, achei a conversa muito empolgante, eu acho que temos lições aí superimportantes. Por exemplo, alguém ouve falar: “Proximidade”, é claro que tem que ter proximidade, mas a verdade é que a gente vê essa falha acontecendo muito, quase que uma terceirização, sabe, na verdade, de o negócio está de um lado, a TI está de outro, então essa integração, que a gente vê até na conversa de vocês, de se conhecerem próximos e de estarem juntos nos mesmos objetivos, acho que é fundamental, é o exemplo muito claro da TI a serviço do negócio, e usando a tecnologia de uma forma muito interessante, porque esse conceito de uma plataforma para resolver um problema desse, e isso que o Luiz colocou no final, de o próprio portal começar a mostrar indicadores que deixam bem claro e transparente a sua própria efetividade para orientar o caminho que a solução tem que seguir, isso é perfeito, porque evita que as pessoas se apaixonem pela solução, aí daqui a pouco você tem 500 milhões de mecanismos ali, vamos supor, de identificação, et cetera, mas você está com uma efetividade baixa, de rastreamento das pessoas e saber onde elas estão, que é o indicador mais importante que você usa aí, não é]? Então, assim, queria agradecer, foi realmente muito legal, eu sempre falo que eu gosto muito desses casos reais. Queria agradecer muito aí, Luiz, Fernando e Hammer, pela presença.
Luiz Felipe: Excelente participar com vocês, pessoal.
Fernando: Obrigado a vocês.
Hammer: Obrigado por aceitarem o convite também aí, Brandt e Fernandinho, foi muito gratificante, aqui, ouvir de vocês mesmo, assim, quanto que esse projete tem ajudado aí no dia a dia, e a gente está sempre à disposição também.
Luiz Felipe: E continuamos rumo ao propósito, não é?
Hammer: É.
Marcelo: Exatamente. À disposição e empolgados, não é, cara? Você sai daqui energizado?
Hammer: Empolgados.
Luiz Felipe: Vamos juntos aí. Conte conosco.
Marcelo: Grande abraço.
Marcelo: É um exemplo muito claro, da TI a serviço do negócio, e usando a tecnologia de uma forma muito interessante. Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio Os Agilistas. Hoje, eu sempre falo, é um daqueles episódios que eu gosto muito de fazer, porque são episódios que a gente trata de casos reais, contados pelos nossos clientes, e nesse caso, ainda de uma indústria extremamente complexa e tradicional, então, assim, acho que isso é muito inspirador, para quem está escutando Os Agilistas, porque a gente sabe que o nosso público procura muita inspiração em transformação digital, em como implementar o ágil, como dar o estilo de gestão das empresas, procura muita inspiração sobre isso no nosso podcast, e é muito legal trazer exemplos bem concretos, exemplos bem reais, e que podem realmente tocar as pessoas, do que ficar sempre com aqueles exemplos genéricos, de empresas que são nativas digitais, sabe? E que, muitas vezes, a pessoa que estiver tocando, ele vai ouvir aquilo, falar: “Mas isso não tem nada a ver com a minha realidade”, mas aqui, então, nós estamos falando, sem mais suspense, nós vamos contar aqui sobre um case de uso da tecnologia digital para melhorar a segurança, na Vale, que, como eu disse, é um ambiente hiper complexo. Quem conhece a Vale, a Vale, operações supercomplexas, tanto do ponto de vista de variedade, de tipos de operações diferentes, como geografia, então é uma empresa extremamente complexa, e nós vamos falar sobre isso. Então, da parte da dti, estou aqui com Hammer, que já participou aqui antes também, não é, Hammer? Tudo bom?
Hammer: Tudo bem. Obrigado, Szuster. Prazer estar aqui com vocês, mais uma vez aí. Bom dia, boa tarde, boa noite, para os nossos ouvintes também, e estamos aí de novo para contribuir um pouquinho.
Marcelo: Então, da parte da Vale, queria apresentar aqui primeiro o Luiz Felipe Brandt. Aliás, Luiz Felipe, você podia se apresentar, por favor?
Luiz Felipe: Oi, pessoal. Eu sou Luiz Felipe Brandt, sou da área de inovação e desenvolvimento, que atende a diretoria de segurança e serviços operacionais da Vale, então a gente tem aí um desafio grande para poder suportar as nossas operações, garantindo a segurança das pessoas e a segurança do patrimônio, e como a tecnologia pode apoiar para que a gente consiga fazer melhor, com mais rapidez, para não impactar a operação. Então esse é o nosso desafio, é um pouco do que a gente vai falar hoje aí também. Estou na Vale há 12 anos, fiz 12 anos agora, em abril, e todo esse tempo voltado para atendimento à diretoria.
Marcelo: Bacana. E nosso outro convidado é o Fernando Montenegro. Tudo bem, Fernando?
Fernando: Bom, prazer, Marcelo. Bom dia, boa tarde, boa noite, para vocês, Hammer, Marcelo, Brandt, prazer estar com vocês, aqui, hoje. Meu nome é Fernando, eu trabalho na tecnologia da Vale já há 12 anos também, igual o Brandt, vou fazer 12 em agosto, na verdade, e eu atendo a área da segurança empresarial e facilitys. Agora, neste momento, estou como coordenador do programa global de acesso ao seguro, ou Global Safe Access Program, que é o programa que a gente vai entrar e falar um pouquinho também, que o objetivo é proteger vidas de funcionários, visitantes e terceiros, no trabalho, através de localização e entendimento, da entrada e saída deles de todos os sites. Então é mais ou menos isso, e obrigado aí pela oportunidade de estar aqui.
Marcelo: É um prazer recebê-los. Queria começar perguntando, para poder contextualizar bem quem está ouvindo, acho que o que é a Vale, todo mundo, mais ou menos, sabe o que é a Vale, mas o que torna, assim, fala um pouquinho sobre as operações, para tentar entender como surge esse problema de segurança, assim, por que ele é um problema complexo, no ambiente igual da Vale, e quais são as suas variadas dimensões.
Luiz Felipe: Eu vou tomar liberdade, Fernandinho, de responder aqui como parte do negócio da segurança. Então, como o Fernandinho falou, falo Fernandinho por 12 anos de trabalho junto, viu? Mas, na prática, a gente tem uma empresa com dimensões realmente muito grandes, então hoje nós tomamos conta de mais de 100 sites, 100 operações diferentes, estão distribuídas somente no Brasil, e quando a gente fala do exterior, a gente tem operações em Omã, Canadá, a gente tem realmente uma complexidade muito grande para poder operar a segurança empresarial nesses sites, e daí a gente está falando de operações que muitas vezes são o carro-chefe daquele estado, daquela cidade (onde ela está) [00:04:26] operando, então as cidades, as comunidades, cresceram em volta da Vale. Por exemplo, Itabira, se a gente olhar a cidade, você atravessa a rua, está em uma casa, do outro lado da rua você está em um pátio de minério, então existe uma complexidade muito grande para que a gente traga a segurança da nossa operação, porque ela está muito próxima. Por outro lado, você tem áreas de minas, que são extremamente complexas, grandes, onde o nosso maior desafio é garantir a defesa perimetral. Como é que a gente consegue gerar 30 quilômetros de perímetro controlado, com estrutura física, com segurança eletrônica, para poder evitar intrusões. E quando a gente vai para o básico, como é que a gente garante que as 150 mil pessoas que rodam pelos nossos sites da Vale, no Brasil, estejam sempre contabilizadas quando atuam dentro das nossas operações. Nós estamos falando de mineração, ferrovias, tanto na região Sul, com EFVM, quanto na região Norte, com a EFC, e estamos falando de portos que vão fazer o escoamento da produção. Então o nosso maior desafio, e o que a gente persegue desde o início do programa global de acesso seguro, é garantir que a gente saiba quem está nos nossos sites, que horas que ele entrou, que horas que ele saiu, para que a gente possa cuidar das pessoas, meu desafio é esse. Se eu sei quem está dentro do meu site eu posso cuidar, posso fazer uma evacuação segura, posso entender aonde eu começo a trabalhar para uma situação de emergência, onde eu tenho o mapa de calor que mostra a maior concentração de pessoas, e esse foi o grande projeto, o grande programa que a gente iniciou em 2019, exatamente para que a gente pudesse ter, em poucos cliques de um sistema, a informação visual gráfica de quantas pessoas estão naquele site e como elas estão dispersas através do mapa de calor daquela região. Esse aí é o início do nosso programa.
Marcelo: 150 mil pessoas nos mais diversos tipos de instalações. Então, Fernando, dentro desse programa de segurança, que deve envolver processos, ou seja, são várias dimensões, mas existe uma dimensão aí que nós vamos focar aqui, que é a dimensão de tecnologia, não é?
Fernando: Sim.
Marcelo: Como é que foi a participação da tecnologia nesse atendimento a essa principal questão aí que o Luiz colocou?
Fernando: Sim. Então, aí como o Luiz comentou, a Vale é uma empresa muito heterogênea, a gente tem várias áreas de risco, a gente tem barragens, mina, porto, usina, a gente todo tipo de indústria dentro da Vale, em uma extensão de um país continental, então é muito grande. Falando só do Brasil, neste momento. Então os desafios tecnológicos, a gente estava procurando uma solução que simplesmente não existia no mercado, não existia nada parecido. E como o Brandt falou, a gente tem 150 mil pessoas que transitam todas nossas operações diárias, isso gera uma volumetria gigante, então uma volumetria de mais de 40 milhões de dados por mês. Então, assim, primeiro desafio tecnológico é encontrar uma plataforma que pudesse unificar e encontrar as pessoas dentro da empresa. Então, assim, como Brandt falou, não é possível cercar algumas áreas, então eu não posso restringir todo mundo por controle de acesso, eu não posso colocar uma catraca em qualquer lugar, eu preciso ter uma área física para restringir acesso. E aí vem o conceito de geolocalização, e procurar diversas soluções para eu saber quando uma pessoa está dentro da empresa. Desde geolocalização, até saber se ele fez login dentro de um notebook, dentro de uma área, eu tenho essas possibilidades. Então o grande desafio foi esse, em termos tecnológicos, no início, encontrar como que a gente consegue encontrar as pessoas dentro da empresa, para proteger elas, através de todos esses tipos de lugares, processos e áreas, que são completamente diferentes entre elas. Então esse foi o grande desafio, em geral.
Luiz Felipe: Para eu complementar, eu falei de áreas próximas à cidade, mas o inverso também é muito real. Se você pegar regiões como Carajás, regiões como Salobo, no Pará, principalmente, a gente vai ter sites que você não tem uma linha de ônibus que chega até ele, a gente precisa prover o transporte para que o profissional chegue até o site. E na prática, quando ele chega até o site, a portaria do site, ele ainda vai se deslocar, às vezes, por quilômetros, meia hora, até chegar ao local de destino dele, e o nosso grande desafio é como é que a gente faz isso ser controlado desde o momento que ele embarcou no ônibus para ir até a empresa trabalhar, porque a nossa responsabilidade começa na hora que eu coloquei o funcionário dentro de um ônibus, que é da minha gestão, então a gente desenvolveu uma solução que é o leitor de crachá, no ônibus, que através da telemetria dele consegue dizer: “Olha, o Brandt embarcou naquela coordenada”, que quando eu olhar no mapa vai mostrar exatamente a localização próxima à minha casa, onde eu embarquei com horário, a placa daquele veículo, qual a linha que ele está fazendo, e aquele ônibus então, à medida em que ele vai se deslocando para Vale, ele vai sendo preenchido com os funcionários, e se os funcionários, cumprindo ali o procedimento de registro do embarque, a gente consegue, em qualquer momento, como já foi necessário algumas situações, acidentes, análises de situações que a gente precisa saber quem estava no ônibus, mesmo fora da empresa, a gente consegue cuidar daquelas pessoas, porque sabe que no ônibus que ficou parado por conta de um acidente que houve, e ele está lá horas parado naquela estrada, quantas pessoas estão ali? Quem são aquelas pessoas? Quem eu tenho que reportar por que aquela pessoa não chegou em casa ou não chegou no trabalho? Então a gente tem essa informação, não somente no momento que ele entra na empresa, mas também no trajeto. Nós temos uma área de serviços operacionais, que tem mais de 2 mil ônibus fazendo o transporte dos nossos funcionários ao redor do Brasil, e essa área é responsável pela integridade dessas pessoas. E uma vez que esse ônibus cruza a nossa portaria, nós temos um desafio de filas de ônibus que se formavam para poder acessar o site, para que a gente conseguisse registrar o acesso das pessoas. E como a gente tem uma dificuldade, muitas vezes, de parar as pessoas, passar por uma catraca e depois entrar no ônibus, novamente, lá dentro do site, isso se tornava um atraso para a produção, e exigia uma infraestrutura gigante em todos os sites, a ponto que a gente hoje tem poucos sites que possuem essa infraestrutura. E aí, juntamente aqui com o time da tecnologia, com o Fernando, ele coordenando o lado da tecnologia e eu coordeno do lado da segurança, a gente conseguiu trabalhar em uma forma de que aquelas pessoas que registraram embarque no ônibus, a caminho da empresa, quando o ônibus passasse por uma cerca virtual que representava: “Agora ele está no site”, a gente embarca, acrescenta no contador de pessoas do site todas aquelas pessoas embarcadas, e os ônibus passam direto, sem causar filas, sem demorar o tempo de transbordo, que era feito no passado, em muitos casos, para que a gente pudesse registrar essas pessoas. Então a tecnologia atendendo à segurança, atendendo à produtividade, para que os sites pudessem operar da melhor forma.
Marcelo: É interessante, porque atendeu a segurança e ainda tirou fricção do processo, então foi um duplo benefício. Eu queria entender como é que foi essa evolução, queria só colocar o Hammer aí na conversa também, assim, eu não sei quando que a gente foi envolvido, Hammer, que você foi envolvido, mas acho interessante que tem uma história de esse é o tipo do problema que é realmente bom ser resolvido de forma evolutiva, porque você tem que ir aprendendo. O Fernando comentou que não tinha uma solução de mercado, e aí quando não tem uma solução dessa você acaba tendo que desbravar uma série de coisas, e isso certamente exige uma abordagem mais evolutiva e de aprendizado contínuo, não é?
Hammer: Certamente, Szuster. A gente começou a ser envolvido nesses processos com uma parte de aprendizado também. A solução foi desenvolvida internamente, a gente teve que fazer o onboarding dessa solução também, quando a gente começou a trabalhar com ela, e agregando novas fatures, que a gente estava desenvolvendo uma solução que ela foi sendo descoberta ao longo do tempo, junto com o pessoal, então a gente tinha também a dificuldade, e o grande desafio de ir garantindo essa segurança. Eu tive a oportunidade de ir na operação com o Brandt, no ano passado, em agosto, onde que a gente foi testar algumas partes do processo, como que estava o deslocamento das pessoas, e coincidência é a parte do ônibus também, que o Brandt comentou, que a gente foi lá testar a solução também, e por coincidência, foi na minha cidade natal, eu sou de Itabira, então eu sou acostumado conviver mesmo com a operação da Vale, praticamente como um cenário da cidade mesmo, então isso que o Brandt falava, assim, em algum momento da minha infância eu me lembro de brincar dentro de uma operação, assim, porque a segurança não era tanta. Então, assim, eu lembro de atravessar, assim, uma cerca, e ir brincar, lá na cidade, a gente chamava: “Vamos brincar no minério”, era onde que era o parque de diversão da criançada. Então, assim, garantir essa segurança também, as cercas virtuais que o Brandt falou aí, foi um dos testes que a gente fez lá, colocamos, pegamos um dispositivo virtual, deslocamos durante o site lá, para testar se todas as coordenadas estavam sendo registradas, e coincidentemente lá na minha cidade natal, estava vendo os lugares que a gente estava se deslocando. E o aprendizado também de entender, o que é o grande desafio para a segurança, que além de cuidar das pessoas que já estão dentro, que são os funcionários, dar a eles os acessos às áreas corretas. Eu sei que existem alguns locais que somente algumas pessoas podem fazer aqueles acessos ali, e também identificar essas pessoas com acessos indevidos também é parte dessa segurança, porque uma pessoa sem o treinamento adequado não compareceu a algum lugar. E essas coisas a gente foi aprendendo durante o projeto, assim. É legal a gente ir conhecendo também do negócio do cliente durante esse processo de aprendizado. E uma iniciativa tão boa, que é garantir a segurança das pessoas e também do patrimônio.
Marcelo: Isso aí que eu brinco, que é propósito na veia, não é, cara? Assim, dá um orgulho de fazer um tipo de iniciativa dessa, você sabe que está colaborando com a segurança. Eu queria perguntar para o Fernando. Você comentou, não é, Fernando? Tinha esse grande desafio, vocês foram procurar uma solução no mercado, não tinha. Então voltando um pouquinho antes do Hammer, que o Hammer comentou que vocês deram alguns passos importantes, e a gente, em algum momento, entrou para ajudar também, não é? Como é que você foi fatiando esse problema aí? Que isso é uma experiência boa de se compartilhar, não é?
Fernando: Exatamente. Essa é a palavra, a gente teve que fatiar o problema. A primeira pergunta foi, quais são os sistemas, ou quais são as soluções, que a gente tem hoje dentro da Vale, para identificar a informação que a gente precisa, identificar quando uma pessoa está dentro da Vale. Então a gente tem um sistema de controle de acesso, que é um sistema foundation, quando você passa seu crachá em uma catraca, em uma cancela, esse sistema já te identifica, mas não toda Vale tem catracas, como eu comentei. Então, que outros sistemas a gente tem? Então a gente começou a pensar, em uma ferrovia você também não pode colocar uma catraca, tem várias áreas enormes, áreas remotas, onde a gente não consegue cercar, então como que a gente começa a identificar a localização de pessoas. Então a gente foi no mercado, começamos a procurar wirebus para os funcionários, começamos a procurar, fizemos benchmark de geolocalização, para entender as pessoas, é um desafio aí que tinha que ser algo natural para o processo, não podia impedir no processo, tinha que ser wirebus, que fosse parte de uniforme, praticamente, igual usar um capacete, usar uma luva, não podia ser algo que impedisse o trabalho da pessoa, tinha que ser algo com conectividade disponível no site também, a Vale tem muita operação em áreas remotas bem rurais, onde normalmente a conexão não é muito boa. A gente tem cenários também onde conexão satelital não é tão efetiva por estar coberta por sombra, pela mesma mata, ou por áreas de prédios, enfim, tínhamos até uma mina subterrânea, em Corumbá, recentemente, então é outra solução. Então a gente começou a verificar essas soluções, começamos analisar que informações úteis a gente poderia obter delas, e começamos a montar uma plataforma, chamada Location Plataform, que foi justamente a plataforma que começamos a desenvolver, que a dti tem nos apoiado muito também, nesse momento do portal. O portal é só a casca que está em cima dessa plataforma, e todas as soluções que identificam as pessoas, alimentam essa plataforma chamada Location Plataform. Então eu tenho sistema de controle de acesso, eu tenho sistema de reconhecimento facial, então ônibus, como o Brandt comentou, eu tenho diversas soluções que alimentam a localização do funcionário dentro dessa plataforma, e em cima da plataforma tem um portal, onde eu tenho mapas georreferenciados, como o Brandt comentou, com polígonos, onde eu consigo ver, em tempo real, a localização da pessoa. Então é basicamente isso, a gente foi construindo aos poucos: “Esse mês a gente vai incluir tal sistema. Esse mês a gente vai incluir tal funcionalidade”, então foi aos poucos. E aí, de novo, voltando aos desafios, desafio de mudança de processo, desafio tecnológico, pela performance, como é em tempo real, a gente precisa saber da informação, eu preciso saber que o Marcelo está em uma mina agora, eu preciso saber que o Brandt está em uma barragem agora, então como é que eu tenho essa informação em tempo real? Eu tenho que garantir que todas as variáveis, incluindo conectividade, estejam ali, para poder garantir a segurança do funcionário, no caso de uma situação de emergência ou uma evacuação.
Marcelo: Esse conceito de plataforma é muito interessante ter esse problema, porque você pode ir plugando, inclusive, se a tecnologia vai melhorando você consegue ir substituindo sem impacto ali, em quem está usando do outro lado.
Hammer: Exato.
Marcelo: Então, assim, e existe um monitoramento inteligente também, procurando gerar alarmes, assim, existe uma parte preditiva de inteligência ali também, em cima dos dados?
Fernando: Se o Brandt quiser comentar, mas a gente tem, hoje, polígonos específicos para áreas de risco, que a gente sabe quando uma pessoa não só está dentro da Vale, mas a gente sabe também quando uma pessoa está dentro de uma área de risco específica. E além disso, tem também um dispositivo, que também tem um acionamento de um botão de pânico, então uma situação de emergência o funcionário pode acionar esse botão, e vai comunicar a área da segurança, que vai analisar o caso e comunicar a área do SECOM, para um eventual resgate ou emergência. Ainda se o Brandt quiser complementar.
Luiz Felipe: Perfeito, é nessa linha mesmo, Fernando. E aqui entra acho que o tripé que a gente sempre comenta dentro do programa, que não é só a tecnologia, a gente precisa de cultura e de processos bem definidos, para que a gente consiga realmente ter esses alertas, esse monitoramento efetivo, então a gente consegue fornecer os meios para monitorar, para disparar um alarme, um alerta. Agora, o processo tem que vir acompanhando essas soluções para que, de fato, tenha um resultado efetivo então, e esses é um dos grandes desafios que a gente tem na empresa. Então, por exemplo, o dispositivo de localização Smartbed, ou Spot, que é o satelital que a gente também aplica, ele tem um alerta de pânico, mas é necessário que toda cadeia, ao ter aquele alerta acionado, seja, de fato, esteja ativa, para que possa prover o socorro, o serviço necessário. E muitas vezes a gente vê a curiosidade do usuário também, de apertar o botão e gerar um alerta falso, então isso começa a colocar em risco a confiabilidade de uma solução que está ali pronta para fazer, ela funciona. Ela, de fato, dispara o alerta e ela abre um pop-up, no portal, para quem está ali operando, monitorando aquele site, mesmo que ela não esteja no site, ela tem acesso a outro site onde aconteceu o alerta, esse pop-up vem na tela. E além de ir na tela, ele consegue configurar, no portal, para que mande um e-mail e um SMS para o celular do supervisor, da pessoa da área de centro de controle, de monitoramento de risco, então a gente tem várias ferramentas que funcionam, e o desafio realmente é que ela seja inserida no procedimento, e que as pessoas não tenham a curiosidade, sintam-se seguros e usem da maneira devida. A gente faz treinamentos, faz toda abordagem, para que aquilo possa realmente gerar valor. Alertas falsos, muitas vezes, acabam tirando valor, então esse é o desafio do equilíbrio. E quando a gente fala da parte de pares, alertas para saber se aquilo que a gente está monitorando está correto, a gente desenvolveu recentemente o infohub, o security de infohub, porque no portal a gente tem muita visão do momento, mas e se a gente fizer um histórico, quiser fazer uma análise para identificar onde está tendo algum tipo de desvio. A gente, através do infohub, consegue montar essa camada informacional histórica, e em cima dele nós criamos o analítico. Então um dos grandes desafios nossos é: qual é a efetividade, de fato, do nosso controle de entrada e saída? Porque eu me baseio também no comportamento do usuário, na cultura dele de registrar o seu acesso. Então a gente teve, por exemplo, agora, na semana passada, a gente esteve em uma feira internacional, a ISC West, que foi em Las Vegas, junto com a equipe aqui, da segurança empresarial, e a gente teve oportunidade de fazer benchmark com algumas grandes empresas, como a ExxonMobil, a Mosaic, que também é uma mineradora, e a gente viu ali que os desafios são semelhantes, mas a cultura, em alguns países, se torna muito mais fácil de aplicar alguns controles, do que aqui. Então, por exemplo, uma das perguntas nossas eras: “Olha, vocês têm alguma solução que ajude a controlar as pessoas que acessam, em um carro, para que todos os passageiros sejam registrados?”, porque a gente se baseia em cultura, para que o motorista possa registrar o crachá dele e de todos os passageiros, a gente se baseia em cultura para que o motorista cobre do passageiro do ônibus o registro do embarque e do desembarque, só que isso acaba não sendo 100%. Isso é o nosso desafio, tornar isso 100% efetivo. E as empresas falam: “Não. Eu faço o carro parar, todo mundo desce do carro, entra só o motorista e os passageiros passam pela catraca”, empresas de renome internacional, com grandes sites e de pessoas acessando, como a gente. Quando o ônibus chega na portaria, eu faço todo mundo descer do ônibus, passar pela catraca, fazer o transbordo e depois entrar. Então veja que a gente já está um passo além, porque a gente está pensando em como a tecnologia pode apoiar o processo e a segurança, e tentando encontrar um equilíbrio nisso, mas a gente também precisa fortalecer essa cultura de segurança das áreas. E o analítico, como eu estava falando, ele vai mostrar para a gente: “Olha, eu identifiquei que o Brandt, hoje, ele só apareceu meio-dia, quando ele foi no restaurante e passou o crachá dele na catraca”, mas ele não registrou a entrada, porque ele entrou de carona em um carro e só o motorista do carro bateu o crachá, ele não bateu, mesmo sabendo que esse é o procedimento, mesmo tendo sido treinado para isso e assinado um termo de compromisso que eu iria me registrar na entrada e saída do site, mas eu não fiz. E na hora de sair, eu saí de ônibus, e eu estava cansada, dia inteiro de trabalho, não bati o crachá e o motorista não me cobrou o crachá, então eu só fui visto uma vez, meio-dia, no site, mas eu não entrei e nem saí, aí o analítico vai apontar isso para que a gente consiga trabalhar em uma gestão de mudança de cultura, para que essas pessoas possam ter comportamento adequado. Então a gente está usando análise dos dados, para poder aumentar a efetividade desses nossos registros agora.
Marcelo: É fantástico isso mesmo, porque, a pessoa, alguma hora ela aparece, se ela está ali alguma hora ela aparece, não é?
Fernando: Verdade.
Marcelo: E aí você consegue ter números aí que te mostram a aderência ao sistema de segurança, digamos assim, se as pessoas estão realmente aderindo e cumprindo. Que é como você disse, vocês podem fazer o que for, mas começa na pessoa fazendo a parte dela, se a pessoa não fizer a parte dela, não é? Então, Luiz, acho que a gente cobriu bastante tópico muito interessante. Como sendo um representante do negócio, queria te fazer duas perguntam que emendam, um pouco, uma na outra, sabe? Primeiro, assim, como foi o seu relacionamento com a área de tecnologia, desbravando uma solução, que era difícil de definir exatamente o escopo, difícil de definir exatamente o que ia acontecer, ou seja, tendo ali um grau de experimentação, sabe? Como é que você estabeleceu uma relação de confiança e de acompanhamento? E aí emendando com isso, como é que você está enxergando o futuro, o que você ainda vê de roadmap aí, de futuro para essa solução?
Luiz Felipe: Perfeito. Bom, eu estou com o Fernando, aqui, acho que desde o início do programa, e antes do programa, até, antes de a gente ter iniciado, mas a gente sempre teve uma parceria muito grande com o time da tecnologia, no sentido de definir os requisitos funcionais, para que o time de tecnologia consiga buscar essas soluções, e juntos a gente implantar, medir a efetividade dela e ir melhorando. Então, por exemplo, nós temos uma plataforma, que foi, alguns anos atrás, transacionada de um sistema negado, para um novo que é o atual que a gente tem. A gente fez isso porque a gente entendeu que iria trazer benefícios para a companhia, e a gente fez isso juntamente com a tecnologia, mas fazendo ali toda uma tratativa com as nossas diversas equipes de segurança empresarial, nós somos em quatro regionais, de maneira que a gente conseguisse ter o sucesso da implantação, então essa troca da tecnologia com a segurança tem sido muito produtiva, e o que a gente tem visto é que dessa forma de apresentar os requisitos funcionais à tecnologia, trazer as empresas, implantar os sistemas, ou, muitas vezes, desenvolver, como é o caso aqui do portal, eu tenho uma reunião semanal, praticamente, com o time do portal, porque é um produto vivo, a gente constantemente identifica situações que podem ser melhor. O Hammer comentou, a gente foi para campo junto, então não adianta a tecnologia estar longe, a gente traz eles para o campo, insere na realidade do negócio também, para que eles possam entender o objetivo final. E o futuro disso, a gente tem visto realmente a importância de analisar os dados, por isso esse ano a gente está muito buscando essa visão de entender se tudo aquilo que a gente implantou ao longo dos três anos, 19, 20, 21 e 22, quatro anos que o programa já está rodando, como é que está o resultado disso? Porque senão a gente fica só implantando e não consegue ver, de fato, eficácia. Então o futuro é dados. Transformar, aquilo que a gente implantou, em indicadores, a efetividade do nosso controle de acesso, quais são os desvios que a gente está encontrando, como é que a gente agora faz um PDCA, qual o resultado de tudo aquilo que a gente fez. Então quanto mais dados a gente tiver, analíticos que vão gerar os alertas, como eu comentei, migrar para um futuro onde a gente possa ter preditivos, com base nesses dados e as lições aprendidas ao longo desse ano, é o que vai fortalecer para que a gente não precise ficar buscando erro, o sistema aponte o erro e a gente rapidamente consiga direcionar para solução. Então, assim, esse ano e os próximos, o que a gente quer é 100% de efetividade no controle de entrada e saída dos funcionários em nossos sites. Esse é o nosso desafio, e dados serão críticos para a gente garantir isso.
Marcelo: Vai ser uma aula de gestão de produtos, não é, Hammer?
Hammer: É. É bem legal, assim, porque vira como um objetivo do próprio time de software, assim. Eu lembro que o objetivo bem forte desse time, que a gente vem perseguindo aí, é 100% de assertividade nas pessoas que estão dentro das operações. Então, assim, vira um desafio da tecnologia, tentando atender aí o negócio. Então, assim, vira uma missão muito grande, que vira tanto da TI garantir que as soluções estejam funcionando, estejam online, ao mesmo tempo também que o negócio tem que garantir a efetividade da operação e da segurança mesmo.
Marcelo: Pelo visto, Fernando, a palavra proximidade, atuar como um time único, todo mundo com o mesmo objetivo, foi fundamental aí durante esse tempo, não é?
Fernando: Fundamental, até porque quem vai usar é a área operacional, eles que estão na frente, então a gente tem que entender quais são essas dores que eles têm localmente, qual a melhor forma de tratar. E aí vem esse desafio também da diferença entre as diferentes operações, pode ser que um time do Norte tenha um processo para tratar um incidente ou alguma certa situação, e o time do Sudeste vai ter outro processo, então é unificar, padronizar e atender todo mundo com uma plataforma que seja flexível também, isso faz parte do processo aí, como você comentou, só estando próximo das áreas, só tendo um representante que conheça sua área bem, que possa trazer isso para mesa, a gente vai começar a melhorar contínuo.
Hammer: Para mim foi legal o Fernando falar, de ir dividindo os problemas e descobrindo ao longo do tempo, e Brandt também, passa um desafio e fala: “Como que a gente resolve isso com tecnologia?”, e isso, para mim, assim, é princípio básico do ágil, de a gente ir dando os passos à medida que a gente vai descobrindo uma coisa nova. Fica claro, não é, Brandt? E a missão está muito clara, precisamos olhar para os números que a gente tem, mais de 50 milhões de registros mensais aí, dentro do portal, é muito dado para a gente analisar aí, acho que é uma missão que a gente tem para o próximo ano, estamos engajados aí entender esses números.
Luiz Felipe: É. É muita oportunidade de transformar esses dados em inteligência, esse é o nosso desafio.
Marcelo: Pessoal, muito obrigado. Estamos chegando ao final. Assim, achei a conversa muito empolgante, eu acho que temos lições aí superimportantes. Por exemplo, alguém ouve falar: “Proximidade”, é claro que tem que ter proximidade, mas a verdade é que a gente vê essa falha acontecendo muito, quase que uma terceirização, sabe, na verdade, de o negócio está de um lado, a TI está de outro, então essa integração, que a gente vê até na conversa de vocês, de se conhecerem próximos e de estarem juntos nos mesmos objetivos, acho que é fundamental, é o exemplo muito claro da TI a serviço do negócio, e usando a tecnologia de uma forma muito interessante, porque esse conceito de uma plataforma para resolver um problema desse, e isso que o Luiz colocou no final, de o próprio portal começar a mostrar indicadores que deixam bem claro e transparente a sua própria efetividade para orientar o caminho que a solução tem que seguir, isso é perfeito, porque evita que as pessoas se apaixonem pela solução, aí daqui a pouco você tem 500 milhões de mecanismos ali, vamos supor, de identificação, et cetera, mas você está com uma efetividade baixa, de rastreamento das pessoas e saber onde elas estão, que é o indicador mais importante que você usa aí, não é]? Então, assim, queria agradecer, foi realmente muito legal, eu sempre falo que eu gosto muito desses casos reais. Queria agradecer muito aí, Luiz, Fernando e Hammer, pela presença.
Luiz Felipe: Excelente participar com vocês, pessoal.
Fernando: Obrigado a vocês.
Hammer: Obrigado por aceitarem o convite também aí, Brandt e Fernandinho, foi muito gratificante, aqui, ouvir de vocês mesmo, assim, quanto que esse projete tem ajudado aí no dia a dia, e a gente está sempre à disposição também.
Luiz Felipe: E continuamos rumo ao propósito, não é?
Hammer: É.
Marcelo: Exatamente. À disposição e empolgados, não é, cara? Você sai daqui energizado?
Hammer: Empolgados.
Luiz Felipe: Vamos juntos aí. Conte conosco.
Marcelo: Grande abraço.
Marcelo: É um exemplo muito claro, da TI a serviço do negócio, e usando a tecnologia de uma forma muito interessante. Bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos começar mais um episódio Os Agilistas. Hoje, eu sempre falo, é um daqueles episódios que eu gosto muito de fazer, porque são episódios que a gente trata de casos reais, contados pelos nossos clientes, e nesse caso, ainda de uma indústria extremamente complexa e tradicional, então, assim, acho que isso é muito inspirador, para quem está escutando Os Agilistas, porque a gente sabe que o nosso público procura muita inspiração em transformação digital, em como implementar o ágil, como dar o estilo de gestão das empresas, procura muita inspiração sobre isso no nosso podcast, e é muito legal trazer exemplos bem concretos, exemplos bem reais, e que podem realmente tocar as pessoas, do que ficar sempre com aqueles exemplos genéricos, de empresas que são nativas digitais, sabe? E que, muitas vezes, a pessoa que estiver tocando, ele vai ouvir aquilo, falar: “Mas isso não tem nada a ver com a minha realidade”, mas aqui, então, nós estamos falando, sem mais suspense, nós vamos contar aqui sobre um case de uso da tecnologia digital para melhorar a segurança, na Vale, que, como eu disse, é um ambiente hiper complexo. Quem conhece a Vale, a Vale, operações supercomplexas, tanto do ponto de vista de variedade, de tipos de operações diferentes, como geografia, então é uma empresa extremamente complexa, e nós vamos falar sobre isso. Então, da parte da dti, estou aqui com Hammer, que já participou aqui antes também, não é, Hammer? Tudo bom?
Hammer: Tudo bem. Obrigado, Szuster. Prazer estar aqui com vocês, mais uma vez aí. Bom dia, boa tarde, boa noite, para os nossos ouvintes também, e estamos aí de novo para contribuir um pouquinho.
Marcelo: Então, da parte da Vale, queria apresentar aqui primeiro o Luiz Felipe Brandt. Aliás, Luiz Felipe, você podia se apresentar, por favor?
Luiz Felipe: Oi, pessoal. Eu sou Luiz Felipe Brandt, sou da área de inovação e desenvolvimento, que atende a diretoria de segurança e serviços operacionais da Vale, então a gente tem aí um desafio grande para poder suportar as nossas operações, garantindo a segurança das pessoas e a segurança do patrimônio, e como a tecnologia pode apoiar para que a gente consiga fazer melhor, com mais rapidez, para não impactar a operação. Então esse é o nosso desafio, é um pouco do que a gente vai falar hoje aí também. Estou na Vale há 12 anos, fiz 12 anos agora, em abril, e todo esse tempo voltado para atendimento à diretoria.
Marcelo: Bacana. E nosso outro convidado é o Fernando Montenegro. Tudo bem, Fernando?
Fernando: Bom, prazer, Marcelo. Bom dia, boa tarde, boa noite, para vocês, Hammer, Marcelo, Brandt, prazer estar com vocês, aqui, hoje. Meu nome é Fernando, eu trabalho na tecnologia da Vale já há 12 anos também, igual o Brandt, vou fazer 12 em agosto, na verdade, e eu atendo a área da segurança empresarial e facilitys. Agora, neste momento, estou como coordenador do programa global de acesso ao seguro, ou Global Safe Access Program, que é o programa que a gente vai entrar e falar um pouquinho também, que o objetivo é proteger vidas de funcionários, visitantes e terceiros, no trabalho, através de localização e entendimento, da entrada e saída deles de todos os sites. Então é mais ou menos isso, e obrigado aí pela oportunidade de estar aqui.
Marcelo: É um prazer recebê-los. Queria começar perguntando, para poder contextualizar bem quem está ouvindo, acho que o que é a Vale, todo mundo, mais ou menos, sabe o que é a Vale, mas o que torna, assim, fala um pouquinho sobre as operações, para tentar entender como surge esse problema de segurança, assim, por que ele é um problema complexo, no ambiente igual da Vale, e quais são as suas variadas dimensões.
Luiz Felipe: Eu vou tomar liberdade, Fernandinho, de responder aqui como parte do negócio da segurança. Então, como o Fernandinho falou, falo Fernandinho por 12 anos de trabalho junto, viu? Mas, na prática, a gente tem uma empresa com dimensões realmente muito grandes, então hoje nós tomamos conta de mais de 100 sites, 100 operações diferentes, estão distribuídas somente no Brasil, e quando a gente fala do exterior, a gente tem operações em Omã, Canadá, a gente tem realmente uma complexidade muito grande para poder operar a segurança empresarial nesses sites, e daí a gente está falando de operações que muitas vezes são o carro-chefe daquele estado, daquela cidade (onde ela está) [00:04:26] operando, então as cidades, as comunidades, cresceram em volta da Vale. Por exemplo, Itabira, se a gente olhar a cidade, você atravessa a rua, está em uma casa, do outro lado da rua você está em um pátio de minério, então existe uma complexidade muito grande para que a gente traga a segurança da nossa operação, porque ela está muito próxima. Por outro lado, você tem áreas de minas, que são extremamente complexas, grandes, onde o nosso maior desafio é garantir a defesa perimetral. Como é que a gente consegue gerar 30 quilômetros de perímetro controlado, com estrutura física, com segurança eletrônica, para poder evitar intrusões. E quando a gente vai para o básico, como é que a gente garante que as 150 mil pessoas que rodam pelos nossos sites da Vale, no Brasil, estejam sempre contabilizadas quando atuam dentro das nossas operações. Nós estamos falando de mineração, ferrovias, tanto na região Sul, com EFVM, quanto na região Norte, com a EFC, e estamos falando de portos que vão fazer o escoamento da produção. Então o nosso maior desafio, e o que a gente persegue desde o início do programa global de acesso seguro, é garantir que a gente saiba quem está nos nossos sites, que horas que ele entrou, que horas que ele saiu, para que a gente possa cuidar das pessoas, meu desafio é esse. Se eu sei quem está dentro do meu site eu posso cuidar, posso fazer uma evacuação segura, posso entender aonde eu começo a trabalhar para uma situação de emergência, onde eu tenho o mapa de calor que mostra a maior concentração de pessoas, e esse foi o grande projeto, o grande programa que a gente iniciou em 2019, exatamente para que a gente pudesse ter, em poucos cliques de um sistema, a informação visual gráfica de quantas pessoas estão naquele site e como elas estão dispersas através do mapa de calor daquela região. Esse aí é o início do nosso programa.
Marcelo: 150 mil pessoas nos mais diversos tipos de instalações. Então, Fernando, dentro desse programa de segurança, que deve envolver processos, ou seja, são várias dimensões, mas existe uma dimensão aí que nós vamos focar aqui, que é a dimensão de tecnologia, não é?
Fernando: Sim.
Marcelo: Como é que foi a participação da tecnologia nesse atendimento a essa principal questão aí que o Luiz colocou?
Fernando: Sim. Então, aí como o Luiz comentou, a Vale é uma empresa muito heterogênea, a gente tem várias áreas de risco, a gente tem barragens, mina, porto, usina, a gente todo tipo de indústria dentro da Vale, em uma extensão de um país continental, então é muito grande. Falando só do Brasil, neste momento. Então os desafios tecnológicos, a gente estava procurando uma solução que simplesmente não existia no mercado, não existia nada parecido. E como o Brandt falou, a gente tem 150 mil pessoas que transitam todas nossas operações diárias, isso gera uma volumetria gigante, então uma volumetria de mais de 40 milhões de dados por mês. Então, assim, primeiro desafio tecnológico é encontrar uma plataforma que pudesse unificar e encontrar as pessoas dentro da empresa. Então, assim, como Brandt falou, não é possível cercar algumas áreas, então eu não posso restringir todo mundo por controle de acesso, eu não posso colocar uma catraca em qualquer lugar, eu preciso ter uma área física para restringir acesso. E aí vem o conceito de geolocalização, e procurar diversas soluções para eu saber quando uma pessoa está dentro da empresa. Desde geolocalização, até saber se ele fez login dentro de um notebook, dentro de uma área, eu tenho essas possibilidades. Então o grande desafio foi esse, em termos tecnológicos, no início, encontrar como que a gente consegue encontrar as pessoas dentro da empresa, para proteger elas, através de todos esses tipos de lugares, processos e áreas, que são completamente diferentes entre elas. Então esse foi o grande desafio, em geral.
Luiz Felipe: Para eu complementar, eu falei de áreas próximas à cidade, mas o inverso também é muito real. Se você pegar regiões como Carajás, regiões como Salobo, no Pará, principalmente, a gente vai ter sites que você não tem uma linha de ônibus que chega até ele, a gente precisa prover o transporte para que o profissional chegue até o site. E na prática, quando ele chega até o site, a portaria do site, ele ainda vai se deslocar, às vezes, por quilômetros, meia hora, até chegar ao local de destino dele, e o nosso grande desafio é como é que a gente faz isso ser controlado desde o momento que ele embarcou no ônibus para ir até a empresa trabalhar, porque a nossa responsabilidade começa na hora que eu coloquei o funcionário dentro de um ônibus, que é da minha gestão, então a gente desenvolveu uma solução que é o leitor de crachá, no ônibus, que através da telemetria dele consegue dizer: “Olha, o Brandt embarcou naquela coordenada”, que quando eu olhar no mapa vai mostrar exatamente a localização próxima à minha casa, onde eu embarquei com horário, a placa daquele veículo, qual a linha que ele está fazendo, e aquele ônibus então, à medida em que ele vai se deslocando para Vale, ele vai sendo preenchido com os funcionários, e se os funcionários, cumprindo ali o procedimento de registro do embarque, a gente consegue, em qualquer momento, como já foi necessário algumas situações, acidentes, análises de situações que a gente precisa saber quem estava no ônibus, mesmo fora da empresa, a gente consegue cuidar daquelas pessoas, porque sabe que no ônibus que ficou parado por conta de um acidente que houve, e ele está lá horas parado naquela estrada, quantas pessoas estão ali? Quem são aquelas pessoas? Quem eu tenho que reportar por que aquela pessoa não chegou em casa ou não chegou no trabalho? Então a gente tem essa informação, não somente no momento que ele entra na empresa, mas também no trajeto. Nós temos uma área de serviços operacionais, que tem mais de 2 mil ônibus fazendo o transporte dos nossos funcionários ao redor do Brasil, e essa área é responsável pela integridade dessas pessoas. E uma vez que esse ônibus cruza a nossa portaria, nós temos um desafio de filas de ônibus que se formavam para poder acessar o site, para que a gente conseguisse registrar o acesso das pessoas. E como a gente tem uma dificuldade, muitas vezes, de parar as pessoas, passar por uma catraca e depois entrar no ônibus, novamente, lá dentro do site, isso se tornava um atraso para a produção, e exigia uma infraestrutura gigante em todos os sites, a ponto que a gente hoje tem poucos sites que possuem essa infraestrutura. E aí, juntamente aqui com o time da tecnologia, com o Fernando, ele coordenando o lado da tecnologia e eu coordeno do lado da segurança, a gente conseguiu trabalhar em uma forma de que aquelas pessoas que registraram embarque no ônibus, a caminho da empresa, quando o ônibus passasse por uma cerca virtual que representava: “Agora ele está no site”, a gente embarca, acrescenta no contador de pessoas do site todas aquelas pessoas embarcadas, e os ônibus passam direto, sem causar filas, sem demorar o tempo de transbordo, que era feito no passado, em muitos casos, para que a gente pudesse registrar essas pessoas. Então a tecnologia atendendo à segurança, atendendo à produtividade, para que os sites pudessem operar da melhor forma.
Marcelo: É interessante, porque atendeu a segurança e ainda tirou fricção do processo, então foi um duplo benefício. Eu queria entender como é que foi essa evolução, queria só colocar o Hammer aí na conversa também, assim, eu não sei quando que a gente foi envolvido, Hammer, que você foi envolvido, mas acho interessante que tem uma história de esse é o tipo do problema que é realmente bom ser resolvido de forma evolutiva, porque você tem que ir aprendendo. O Fernando comentou que não tinha uma solução de mercado, e aí quando não tem uma solução dessa você acaba tendo que desbravar uma série de coisas, e isso certamente exige uma abordagem mais evolutiva e de aprendizado contínuo, não é?
Hammer: Certamente, Szuster. A gente começou a ser envolvido nesses processos com uma parte de aprendizado também. A solução foi desenvolvida internamente, a gente teve que fazer o onboarding dessa solução também, quando a gente começou a trabalhar com ela, e agregando novas fatures, que a gente estava desenvolvendo uma solução que ela foi sendo descoberta ao longo do tempo, junto com o pessoal, então a gente tinha também a dificuldade, e o grande desafio de ir garantindo essa segurança. Eu tive a oportunidade de ir na operação com o Brandt, no ano passado, em agosto, onde que a gente foi testar algumas partes do processo, como que estava o deslocamento das pessoas, e coincidência é a parte do ônibus também, que o Brandt comentou, que a gente foi lá testar a solução também, e por coincidência, foi na minha cidade natal, eu sou de Itabira, então eu sou acostumado conviver mesmo com a operação da Vale, praticamente como um cenário da cidade mesmo, então isso que o Brandt falava, assim, em algum momento da minha infância eu me lembro de brincar dentro de uma operação, assim, porque a segurança não era tanta. Então, assim, eu lembro de atravessar, assim, uma cerca, e ir brincar, lá na cidade, a gente chamava: “Vamos brincar no minério”, era onde que era o parque de diversão da criançada. Então, assim, garantir essa segurança também, as cercas virtuais que o Brandt falou aí, foi um dos testes que a gente fez lá, colocamos, pegamos um dispositivo virtual, deslocamos durante o site lá, para testar se todas as coordenadas estavam sendo registradas, e coincidentemente lá na minha cidade natal, estava vendo os lugares que a gente estava se deslocando. E o aprendizado também de entender, o que é o grande desafio para a segurança, que além de cuidar das pessoas que já estão dentro, que são os funcionários, dar a eles os acessos às áreas corretas. Eu sei que existem alguns locais que somente algumas pessoas podem fazer aqueles acessos ali, e também identificar essas pessoas com acessos indevidos também é parte dessa segurança, porque uma pessoa sem o treinamento adequado não compareceu a algum lugar. E essas coisas a gente foi aprendendo durante o projeto, assim. É legal a gente ir conhecendo também do negócio do cliente durante esse processo de aprendizado. E uma iniciativa tão boa, que é garantir a segurança das pessoas e também do patrimônio.
Marcelo: Isso aí que eu brinco, que é propósito na veia, não é, cara? Assim, dá um orgulho de fazer um tipo de iniciativa dessa, você sabe que está colaborando com a segurança. Eu queria perguntar para o Fernando. Você comentou, não é, Fernando? Tinha esse grande desafio, vocês foram procurar uma solução no mercado, não tinha. Então voltando um pouquinho antes do Hammer, que o Hammer comentou que vocês deram alguns passos importantes, e a gente, em algum momento, entrou para ajudar também, não é? Como é que você foi fatiando esse problema aí? Que isso é uma experiência boa de se compartilhar, não é?
Fernando: Exatamente. Essa é a palavra, a gente teve que fatiar o problema. A primeira pergunta foi, quais são os sistemas, ou quais são as soluções, que a gente tem hoje dentro da Vale, para identificar a informação que a gente precisa, identificar quando uma pessoa está dentro da Vale. Então a gente tem um sistema de controle de acesso, que é um sistema foundation, quando você passa seu crachá em uma catraca, em uma cancela, esse sistema já te identifica, mas não toda Vale tem catracas, como eu comentei. Então, que outros sistemas a gente tem? Então a gente começou a pensar, em uma ferrovia você também não pode colocar uma catraca, tem várias áreas enormes, áreas remotas, onde a gente não consegue cercar, então como que a gente começa a identificar a localização de pessoas. Então a gente foi no mercado, começamos a procurar wirebus para os funcionários, começamos a procurar, fizemos benchmark de geolocalização, para entender as pessoas, é um desafio aí que tinha que ser algo natural para o processo, não podia impedir no processo, tinha que ser wirebus, que fosse parte de uniforme, praticamente, igual usar um capacete, usar uma luva, não podia ser algo que impedisse o trabalho da pessoa, tinha que ser algo com conectividade disponível no site também, a Vale tem muita operação em áreas remotas bem rurais, onde normalmente a conexão não é muito boa. A gente tem cenários também onde conexão satelital não é tão efetiva por estar coberta por sombra, pela mesma mata, ou por áreas de prédios, enfim, tínhamos até uma mina subterrânea, em Corumbá, recentemente, então é outra solução. Então a gente começou a verificar essas soluções, começamos analisar que informações úteis a gente poderia obter delas, e começamos a montar uma plataforma, chamada Location Plataform, que foi justamente a plataforma que começamos a desenvolver, que a dti tem nos apoiado muito também, nesse momento do portal. O portal é só a casca que está em cima dessa plataforma, e todas as soluções que identificam as pessoas, alimentam essa plataforma chamada Location Plataform. Então eu tenho sistema de controle de acesso, eu tenho sistema de reconhecimento facial, então ônibus, como o Brandt comentou, eu tenho diversas soluções que alimentam a localização do funcionário dentro dessa plataforma, e em cima da plataforma tem um portal, onde eu tenho mapas georreferenciados, como o Brandt comentou, com polígonos, onde eu consigo ver, em tempo real, a localização da pessoa. Então é basicamente isso, a gente foi construindo aos poucos: “Esse mês a gente vai incluir tal sistema. Esse mês a gente vai incluir tal funcionalidade”, então foi aos poucos. E aí, de novo, voltando aos desafios, desafio de mudança de processo, desafio tecnológico, pela performance, como é em tempo real, a gente precisa saber da informação, eu preciso saber que o Marcelo está em uma mina agora, eu preciso saber que o Brandt está em uma barragem agora, então como é que eu tenho essa informação em tempo real? Eu tenho que garantir que todas as variáveis, incluindo conectividade, estejam ali, para poder garantir a segurança do funcionário, no caso de uma situação de emergência ou uma evacuação.
Marcelo: Esse conceito de plataforma é muito interessante ter esse problema, porque você pode ir plugando, inclusive, se a tecnologia vai melhorando você consegue ir substituindo sem impacto ali, em quem está usando do outro lado.
Hammer: Exato.
Marcelo: Então, assim, e existe um monitoramento inteligente também, procurando gerar alarmes, assim, existe uma parte preditiva de inteligência ali também, em cima dos dados?
Fernando: Se o Brandt quiser comentar, mas a gente tem, hoje, polígonos específicos para áreas de risco, que a gente sabe quando uma pessoa não só está dentro da Vale, mas a gente sabe também quando uma pessoa está dentro de uma área de risco específica. E além disso, tem também um dispositivo, que também tem um acionamento de um botão de pânico, então uma situação de emergência o funcionário pode acionar esse botão, e vai comunicar a área da segurança, que vai analisar o caso e comunicar a área do SECOM, para um eventual resgate ou emergência. Ainda se o Brandt quiser complementar.
Luiz Felipe: Perfeito, é nessa linha mesmo, Fernando. E aqui entra acho que o tripé que a gente sempre comenta dentro do programa, que não é só a tecnologia, a gente precisa de cultura e de processos bem definidos, para que a gente consiga realmente ter esses alertas, esse monitoramento efetivo, então a gente consegue fornecer os meios para monitorar, para disparar um alarme, um alerta. Agora, o processo tem que vir acompanhando essas soluções para que, de fato, tenha um resultado efetivo então, e esses é um dos grandes desafios que a gente tem na empresa. Então, por exemplo, o dispositivo de localização Smartbed, ou Spot, que é o satelital que a gente também aplica, ele tem um alerta de pânico, mas é necessário que toda cadeia, ao ter aquele alerta acionado, seja, de fato, esteja ativa, para que possa prover o socorro, o serviço necessário. E muitas vezes a gente vê a curiosidade do usuário também, de apertar o botão e gerar um alerta falso, então isso começa a colocar em risco a confiabilidade de uma solução que está ali pronta para fazer, ela funciona. Ela, de fato, dispara o alerta e ela abre um pop-up, no portal, para quem está ali operando, monitorando aquele site, mesmo que ela não esteja no site, ela tem acesso a outro site onde aconteceu o alerta, esse pop-up vem na tela. E além de ir na tela, ele consegue configurar, no portal, para que mande um e-mail e um SMS para o celular do supervisor, da pessoa da área de centro de controle, de monitoramento de risco, então a gente tem várias ferramentas que funcionam, e o desafio realmente é que ela seja inserida no procedimento, e que as pessoas não tenham a curiosidade, sintam-se seguros e usem da maneira devida. A gente faz treinamentos, faz toda abordagem, para que aquilo possa realmente gerar valor. Alertas falsos, muitas vezes, acabam tirando valor, então esse é o desafio do equilíbrio. E quando a gente fala da parte de pares, alertas para saber se aquilo que a gente está monitorando está correto, a gente desenvolveu recentemente o infohub, o security de infohub, porque no portal a gente tem muita visão do momento, mas e se a gente fizer um histórico, quiser fazer uma análise para identificar onde está tendo algum tipo de desvio. A gente, através do infohub, consegue montar essa camada informacional histórica, e em cima dele nós criamos o analítico. Então um dos grandes desafios nossos é: qual é a efetividade, de fato, do nosso controle de entrada e saída? Porque eu me baseio também no comportamento do usuário, na cultura dele de registrar o seu acesso. Então a gente teve, por exemplo, agora, na semana passada, a gente esteve em uma feira internacional, a ISC West, que foi em Las Vegas, junto com a equipe aqui, da segurança empresarial, e a gente teve oportunidade de fazer benchmark com algumas grandes empresas, como a ExxonMobil, a Mosaic, que também é uma mineradora, e a gente viu ali que os desafios são semelhantes, mas a cultura, em alguns países, se torna muito mais fácil de aplicar alguns controles, do que aqui. Então, por exemplo, uma das perguntas nossas eras: “Olha, vocês têm alguma solução que ajude a controlar as pessoas que acessam, em um carro, para que todos os passageiros sejam registrados?”, porque a gente se baseia em cultura, para que o motorista possa registrar o crachá dele e de todos os passageiros, a gente se baseia em cultura para que o motorista cobre do passageiro do ônibus o registro do embarque e do desembarque, só que isso acaba não sendo 100%. Isso é o nosso desafio, tornar isso 100% efetivo. E as empresas falam: “Não. Eu faço o carro parar, todo mundo desce do carro, entra só o motorista e os passageiros passam pela catraca”, empresas de renome internacional, com grandes sites e de pessoas acessando, como a gente. Quando o ônibus chega na portaria, eu faço todo mundo descer do ônibus, passar pela catraca, fazer o transbordo e depois entrar. Então veja que a gente já está um passo além, porque a gente está pensando em como a tecnologia pode apoiar o processo e a segurança, e tentando encontrar um equilíbrio nisso, mas a gente também precisa fortalecer essa cultura de segurança das áreas. E o analítico, como eu estava falando, ele vai mostrar para a gente: “Olha, eu identifiquei que o Brandt, hoje, ele só apareceu meio-dia, quando ele foi no restaurante e passou o crachá dele na catraca”, mas ele não registrou a entrada, porque ele entrou de carona em um carro e só o motorista do carro bateu o crachá, ele não bateu, mesmo sabendo que esse é o procedimento, mesmo tendo sido treinado para isso e assinado um termo de compromisso que eu iria me registrar na entrada e saída do site, mas eu não fiz. E na hora de sair, eu saí de ônibus, e eu estava cansada, dia inteiro de trabalho, não bati o crachá e o motorista não me cobrou o crachá, então eu só fui visto uma vez, meio-dia, no site, mas eu não entrei e nem saí, aí o analítico vai apontar isso para que a gente consiga trabalhar em uma gestão de mudança de cultura, para que essas pessoas possam ter comportamento adequado. Então a gente está usando análise dos dados, para poder aumentar a efetividade desses nossos registros agora.
Marcelo: É fantástico isso mesmo, porque, a pessoa, alguma hora ela aparece, se ela está ali alguma hora ela aparece, não é?
Fernando: Verdade.
Marcelo: E aí você consegue ter números aí que te mostram a aderência ao sistema de segurança, digamos assim, se as pessoas estão realmente aderindo e cumprindo. Que é como você disse, vocês podem fazer o que for, mas começa na pessoa fazendo a parte dela, se a pessoa não fizer a parte dela, não é? Então, Luiz, acho que a gente cobriu bastante tópico muito interessante. Como sendo um representante do negócio, queria te fazer duas perguntam que emendam, um pouco, uma na outra, sabe? Primeiro, assim, como foi o seu relacionamento com a área de tecnologia, desbravando uma solução, que era difícil de definir exatamente o escopo, difícil de definir exatamente o que ia acontecer, ou seja, tendo ali um grau de experimentação, sabe? Como é que você estabeleceu uma relação de confiança e de acompanhamento? E aí emendando com isso, como é que você está enxergando o futuro, o que você ainda vê de roadmap aí, de futuro para essa solução?
Luiz Felipe: Perfeito. Bom, eu estou com o Fernando, aqui, acho que desde o início do programa, e antes do programa, até, antes de a gente ter iniciado, mas a gente sempre teve uma parceria muito grande com o time da tecnologia, no sentido de definir os requisitos funcionais, para que o time de tecnologia consiga buscar essas soluções, e juntos a gente implantar, medir a efetividade dela e ir melhorando. Então, por exemplo, nós temos uma plataforma, que foi, alguns anos atrás, transacionada de um sistema negado, para um novo que é o atual que a gente tem. A gente fez isso porque a gente entendeu que iria trazer benefícios para a companhia, e a gente fez isso juntamente com a tecnologia, mas fazendo ali toda uma tratativa com as nossas diversas equipes de segurança empresarial, nós somos em quatro regionais, de maneira que a gente conseguisse ter o sucesso da implantação, então essa troca da tecnologia com a segurança tem sido muito produtiva, e o que a gente tem visto é que dessa forma de apresentar os requisitos funcionais à tecnologia, trazer as empresas, implantar os sistemas, ou, muitas vezes, desenvolver, como é o caso aqui do portal, eu tenho uma reunião semanal, praticamente, com o time do portal, porque é um produto vivo, a gente constantemente identifica situações que podem ser melhor. O Hammer comentou, a gente foi para campo junto, então não adianta a tecnologia estar longe, a gente traz eles para o campo, insere na realidade do negócio também, para que eles possam entender o objetivo final. E o futuro disso, a gente tem visto realmente a importância de analisar os dados, por isso esse ano a gente está muito buscando essa visão de entender se tudo aquilo que a gente implantou ao longo dos três anos, 19, 20, 21 e 22, quatro anos que o programa já está rodando, como é que está o resultado disso? Porque senão a gente fica só implantando e não consegue ver, de fato, eficácia. Então o futuro é dados. Transformar, aquilo que a gente implantou, em indicadores, a efetividade do nosso controle de acesso, quais são os desvios que a gente está encontrando, como é que a gente agora faz um PDCA, qual o resultado de tudo aquilo que a gente fez. Então quanto mais dados a gente tiver, analíticos que vão gerar os alertas, como eu comentei, migrar para um futuro onde a gente possa ter preditivos, com base nesses dados e as lições aprendidas ao longo desse ano, é o que vai fortalecer para que a gente não precise ficar buscando erro, o sistema aponte o erro e a gente rapidamente consiga direcionar para solução. Então, assim, esse ano e os próximos, o que a gente quer é 100% de efetividade no controle de entrada e saída dos funcionários em nossos sites. Esse é o nosso desafio, e dados serão críticos para a gente garantir isso.
Marcelo: Vai ser uma aula de gestão de produtos, não é, Hammer?
Hammer: É. É bem legal, assim, porque vira como um objetivo do próprio time de software, assim. Eu lembro que o objetivo bem forte desse time, que a gente vem perseguindo aí, é 100% de assertividade nas pessoas que estão dentro das operações. Então, assim, vira um desafio da tecnologia, tentando atender aí o negócio. Então, assim, vira uma missão muito grande, que vira tanto da TI garantir que as soluções estejam funcionando, estejam online, ao mesmo tempo também que o negócio tem que garantir a efetividade da operação e da segurança mesmo.
Marcelo: Pelo visto, Fernando, a palavra proximidade, atuar como um time único, todo mundo com o mesmo objetivo, foi fundamental aí durante esse tempo, não é?
Fernando: Fundamental, até porque quem vai usar é a área operacional, eles que estão na frente, então a gente tem que entender quais são essas dores que eles têm localmente, qual a melhor forma de tratar. E aí vem esse desafio também da diferença entre as diferentes operações, pode ser que um time do Norte tenha um processo para tratar um incidente ou alguma certa situação, e o time do Sudeste vai ter outro processo, então é unificar, padronizar e atender todo mundo com uma plataforma que seja flexível também, isso faz parte do processo aí, como você comentou, só estando próximo das áreas, só tendo um representante que conheça sua área bem, que possa trazer isso para mesa, a gente vai começar a melhorar contínuo.
Hammer: Para mim foi legal o Fernando falar, de ir dividindo os problemas e descobrindo ao longo do tempo, e Brandt também, passa um desafio e fala: “Como que a gente resolve isso com tecnologia?”, e isso, para mim, assim, é princípio básico do ágil, de a gente ir dando os passos à medida que a gente vai descobrindo uma coisa nova. Fica claro, não é, Brandt? E a missão está muito clara, precisamos olhar para os números que a gente tem, mais de 50 milhões de registros mensais aí, dentro do portal, é muito dado para a gente analisar aí, acho que é uma missão que a gente tem para o próximo ano, estamos engajados aí entender esses números.
Luiz Felipe: É. É muita oportunidade de transformar esses dados em inteligência, esse é o nosso desafio.
Marcelo: Pessoal, muito obrigado. Estamos chegando ao final. Assim, achei a conversa muito empolgante, eu acho que temos lições aí superimportantes. Por exemplo, alguém ouve falar: “Proximidade”, é claro que tem que ter proximidade, mas a verdade é que a gente vê essa falha acontecendo muito, quase que uma terceirização, sabe, na verdade, de o negócio está de um lado, a TI está de outro, então essa integração, que a gente vê até na conversa de vocês, de se conhecerem próximos e de estarem juntos nos mesmos objetivos, acho que é fundamental, é o exemplo muito claro da TI a serviço do negócio, e usando a tecnologia de uma forma muito interessante, porque esse conceito de uma plataforma para resolver um problema desse, e isso que o Luiz colocou no final, de o próprio portal começar a mostrar indicadores que deixam bem claro e transparente a sua própria efetividade para orientar o caminho que a solução tem que seguir, isso é perfeito, porque evita que as pessoas se apaixonem pela solução, aí daqui a pouco você tem 500 milhões de mecanismos ali, vamos supor, de identificação, et cetera, mas você está com uma efetividade baixa, de rastreamento das pessoas e saber onde elas estão, que é o indicador mais importante que você usa aí, não é]? Então, assim, queria agradecer, foi realmente muito legal, eu sempre falo que eu gosto muito desses casos reais. Queria agradecer muito aí, Luiz, Fernando e Hammer, pela presença.
Luiz Felipe: Excelente participar com vocês, pessoal.
Fernando: Obrigado a vocês.
Hammer: Obrigado por aceitarem o convite também aí, Brandt e Fernandinho, foi muito gratificante, aqui, ouvir de vocês mesmo, assim, quanto que esse projete tem ajudado aí no dia a dia, e a gente está sempre à disposição também.
Luiz Felipe: E continuamos rumo ao propósito, não é?
Hammer: É.
Marcelo: Exatamente. À disposição e empolgados, não é, cara? Você sai daqui energizado?
Hammer: Empolgados.
Luiz Felipe: Vamos juntos aí. Conte conosco.
Marcelo: Grande abraço.
Como conciliar a segurança dos colaboradores, produtividade e grandes operações por todo o Brasil?
Nesse episódio, recebemos Fernando Montenegro, Global Safe Access Program Coordinator e Luiz Felipe Brandt, Analista de Projetos de Segurança Empresarial e Inovação Tecnológica na Vale e Hammer Lage, Account Manager na dti. Eles falaram sobre a construção de uma solução digital para a segurança e monitoramento dos colaboradores em operações por todo o país.
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