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#240 – Previsões ágeis: o que realmente virou tendência? – Parte II

#240 – Previsões ágeis: o que realmente virou tendência? – Parte II

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Pedro: Bom dia, boa tarde, boa noite. Estamos aqui em mais um episódio dos Agilistas, a parte dois da nossa conversa sobre tendências de tecnologia, analisando o que realmente se confirmou para esse ano. Continuamos o nosso papo, então, com a Fernandinha, nossa head de engenharia, e com o Alê, um dos nossos líderes de produto aqui da dti. Bem-vindos novamente, pessoal. No episódio anterior, nós paramos falando de eficiência digital, e agora vamos dar sequência nesse tema, devolvendo a palavra para a Fernandinha.
 

Fernanda: Essa parte que a gente está falando muito sobre eficiência digital e produtividade – a gente já falou, inclusive, no início do episódio também – e queria contar para as pessoas um negócio legal que aconteceu, que eu fui 2 numa palestra, num evento da AWS, essa semana passada, e eles começaram o evento da AWS falando sobre produtividade, e falando quantas features eles entregam a cada X minutos. Então, é um grande player – uma big tech, a Amazon – falando sobre produtividade também. Então, esse tema está muito mesmo na boca de todo mundo. E eles trouxeram uma palavra que eu ainda não tinha escutado, que se chama frugalidade, que eles falam que esse momento de eficiência digital exige, das pessoas, frugalidade. 
 

Pedro: O que é isso?
 

Fernanda: Também nunca tinha ouvido falar.
 

Diulia: Vamos precisar de mais um momento glossário.
 

Fernanda: Mais um momento glossário. O que eles falaram que é isso? É você fazer mais com menos. Isso é frugalidade, e isso faz com que as pessoas sejam mais engenhosas e mais criativas. E eu concordo 100% com isso, porque a gente está vendo isso na prática, quando a gente fica: “a gente tem que ser mais produtivo”, porque tem uma hora em que a gente não consegue mais ser produtivo fazendo as mesmas coisas. Então, a gente precisa ser criativo, a gente precisa usar ferramenta de IA, a gente precisa medir mais coisas, a gente precisa rever os nossos ritos, a gente precisa onde estão os nossos gargalos, a gente precisa ser criativo e engenhoso para ser mais produtivo. Então, achei isso muito incrível e queria trazer aqui.
 

Pedro: Perfeito, a gente estava… como que se chama a palavra de novo?  

Fernanda: Frugalidade.
 

Pedro: Eu falava o tempo todo, ao longo desse ano, de fazer mais com menos, e esse tempo todo eu estava falando de frugalidade.  

Diulia: Pois é. E acho que é incrível isso que você está comentando, Fernandinha, porque não é uma corrida desenfreada para poder fazer mais desorientadamente e para entregar qualquer coisa. É com critério – não é só pegar mais features, virar e falar: “foram tantos pontos; agora aumenta a quantidade de pontos”, e mais pontos a cada sprint, porque se você não entregar coisas que geram valor, continua não tendo uma razão de ser. Então, é maravilhoso isso aí, faz muito sentido. Aproveitando a parte de engenharia ainda, a gente comentou sobre ferramentas low e no code, que eu sei que é um negócio que você tem…  

Pedro: Que também entra muito na linha de produtividade.  

Diulia: … estado na sua rotina.  

Fernanda: Sim. Então, a gente até lançou um bits da dti hoje sobre low code e no code, e eu acredito… e lá, a gente até colocou essa análise do low code, principalmente, sob dois prismas: sob o prisma da organização e sob o prisma da aceleração do desenvolvimento – sob o desenvolvimento do software por si só e sob o prisma da organização. E sob o prisma da organização, o low code pode vir a ser interessante, só que existem outros desafios em que não adianta você só colocar low code e falar: “agora acelerou, agora a minha organização está mais performática, agora estou num caminho de eficiência da minha organização” só porque você colocou low code. Porque, às vezes, você não está gerando valor, você continua sem gerar valor, como você acabou de trazer, ou você tem alguns outros gargalos no seu processo que você ainda não resolveu, e não vai ser o low code que vai resolver. 4  

Pedro: Você podia não estar gerando valor, e agora você não está gerando valor mais rápido.  

Fernanda: Exatamente. Às vezes você não sabe priorizar o que é mais importante para a sua organização, e agora você está gerando um tanto de coisa que vai continuar não sendo importante para a sua organização. Então, sob o prisma da organização, acho que é importante falar isso -sobre o low code.  

Pedro: Com certeza.

Fernanda: Mas sob o prisma de software de fato, acelera. A gente pode falar que existem algumas situações específicas em que eu acho que usar o low code é ainda mais útil. Por exemplo, se eu preciso testar rápido uma hipótese, é o low code; preciso realmente fazer um MVP, low code. Parece ser um negócio que é meio auto-contido também, que eu preciso testar rápido, preciso desenvolver um negócio muito rápido, não quero me preocupar com a infraestrutura ou com segurança, ou como isso vai escalar – o low code te cabe muito bem. Ou então tem um software que é até grande, mas tem um módulo do meu software que é de cadastro, que são integrações mais simples ou tem uma utilização por um público menor, uma utilização interna, low code pode ser uma boa estratégia. Agora, usar low code em aplicações muito grandes que têm muitas integrações, ou que vão crescer muito ou que têm uma manutenção muito constante – esse tipo de coisa, você já pode … um pouco.  

Pedro: Vai precisar ter um domínio muito amplo sobre a experiência que o low code pode dar.  

Fernanda: Isso, precisa ter um domínio muito grande – ou você vai precisar criar features muito complexas. Você já tem ali…  

Pedro: Inclusive estamos construindo um material para ajuda da tomada de decisão – não sei se já vai ter saído na epoca do episódio.
 

Fernanda: Na Bits , já.  

Pedro: Já saiu?  

Fernanda: Saiu na Bits.  

Pedro: Então procurem, gente. E aí a gente coloca.
 

Fernanda: A gente coloca na descrição, coloca no Instagram.  

Pedro: E o que motivou a gente a fazer isso, inclusive, foi muito porque eu, pelo menos, me vi muito obrigado a estudar low code e no code ao longo desse ano, porque eu acho que sim, essa profecia que virou realidade, não saiu da boca da galera. Mas eu vi de tudo: eu vi iniciativas de sucesso e que realmente aceleraram e permitiram testar alguma coisa mais rápido, ou que construiu alguma coisa que era mais simples e saiu com um custo menor; mas eu também vi iniciativas de muito insucesso – lá na frente, esbarrou em alguma limitação muito grande da ferramenta, ou escolheram a ferramenta que não era devida, ou porque só um pedaço do problema poderia ser resolvido por low code, e apostaram como se fosse uma bala de prata para tudo: “vamos usar aqui …”, por exemplo. E teve questões até financeiras, porque, às vezes, a organização entendendo que: “vou desenvolver com um terço do tempo, mas vou pagar um custo de licenciamento enorme para um problema que, ao ser resolvido, não tem nem retorno” – às vezes é uma ferramenta interna da empresa, etc. Então, que sentido que faz isso? Às vezes, demorar um pouquinho mais para construir algo que ia custar menos poderia ter sido uma decisão melhor.  

Fernanda: Exatamente. Essa parte de custo, acho que é bem importante mesmo. Algumas ferramentas são bem caras, elas realmente têm muitos componentes, muitas coisas, elas têm coisas muito prontas mesmo, mas são bem caras, e aí tem que ver o custo-benefício: vale eu pagar o licenciamento para todo mundo aqui dessa ferramenta, ou vale eu pagar um time que vai desenvolver uma solução customizada? Sem contar que, quando estou nesse tipo de ferramenta de low code, também fico um pouco acoplado naquela ferramenta.  

Pedro: Dependente …  

Fernanda: Dependente daquilo.  

Pedro: Exato.  

Fernanda: E qual o futuro disso? Eu acho que isso são pontos muito relevantes a serem levados em consideração. Mas tem uma outra vantagem também do low code, que também acelera, que traz pessoas que não são técnicas…  

Pedro: A curva de aprendizado é boa.  

Fernanda: … para um poder de desenvolvimento, de testar. Acho que principalmente a galera do design do produto, se conseguir usar bem essas ferramentas, consegue testar bem, por exemplo, hipóteses. Ali na hora de um trabalho de sombra ou de um trabalho de discovery, que daria já para testar uns negócios muito mais rápido do que a gente talvez, no passado, testava. 7  

Diulia: Existe um conceito de restrição habilitadora, numa das heurísticas de design, que por mais que eu esteja pegando emprestado – que não é exatamente isso na ponta da caneta – ajuda a educar também, dependendo da maturidade do time e das pessoas envolvidas, você colocar uma restrição de ferramenta para poder validar hipóteses, você vira e fala: “aqui é uma POC; aqui é um teste, não é escalavél, isso não é a solução definitiva, a gente sabe que isso daqui representa a solução – vai ser mais interativo do que um protótipo navegável, mas não vai chegar no que a gente precisa ainda. É um teste”. Essa abordagem ajuda demais a trazer uma conversa que vai além do: “calma, ainda não é isso”. É uma conversa que, tecnicamente falando, nem se você quiser, dá para poder fazer. 

 Fernanda: Acho que aí até habilita o MVP de verdade, que eu vou criar um negócio que, se você quiser escalar ele no futuro, não vai ter jeito. Se você quiser usar isso aqui para um cliente final com segurança, uma infra e uma performance gigantesca, infelizmente não vai ter jeito. Até habilita os MVPs de verdade, que são testes que são provas de conceito e que, depois, eu realmente vou dar para o TI o poder de falar: “agora vamos trabalhar escalabilidade, segurança, performance”, e que talvez não vá ser uma ferramenta de low code – vai ser um negócio pro-code e tudo mais.  

Diulia: E pode até soar estranho falar, por exemplo, que não dá para escalar, que é um negócio educativo; mas é porque, muitas das vezes, a gente precisa validar além do fluxo, além do visual de como está a organização dos componentes, de como são os critérios. A gente precisa validar se vai entrar na rotina das pessoas, se realmente vai ser utilizado. E, para isso, um  teste que você vai gastar uma semana para poder desenrolar e mais alguns dias para poder testar, é muito mais viável do que você ter que construir um MVP de verdade, pro-code e com mais complexidade para que as pessoas, de fato, digam lá na frente o que elas vão ter validado da interface do ponto de vista de protótipo – elas podem ter validado, mas é aquele negócio: entra uma atitude não-comportamental de: “beleza, falei que ia utilizar, que ia mudar a minha vida”, e na prática vai dar trabalho e aí eu não sei se quero mudar minha rotina agora. Então, utilizar soluções no code e low code para fazer esse tipo de teste pode ajudar a validar num nível mais profundo, o que mitiga realmente o risco de investimento. 

 Pedro: Agora, antes da gente ir para o próximo tópico: quem entendeu que, no low code, o padeiro vai fazer a aplicação, acho que essa galera se enganou um pouquinho.  

Diulia: Sim – que não vai precisar ter pessoas de tecnologia mais, que todo mundo agora faz a própria solução.  

Fernanda: Mas eu acho que democratizou bem, acho que tem um potencial – não vou dizer que democratizou já, mas acho que tem um potencial de democratizar. O low code ainda tem coisas de código; mas o no code realmente tem possibilidade, potencial. Eu acho difícil falar, mas pessoas que lidam com tecnologia – que não são desenvolvedores, mas que lidam com tecnologia – acredito que eles estão; agora, uma pessoa que está totalmente fora do ecossistema de tecnologia e não está muito por dentro, talvez ela nem vá saber que existe esse tipo de ferramenta.  

Pedro: É isso aí.  

Fernanda: Difícil falar. É difícil isso, mas é verdade. 9  

Pedro: Sim, esse tópico é complexo no design. A gente falou sobre o foco maior nas pessoas e também nas possíveis restrições para inovações disruptivas. Como tem sido isso aí, Diulia, nossa expert de design?  

Diulia: É bem real. Acho que o Alê também deve compartilhar desse sentimento. A gente vinha de oportunidades de testes e validações mais disruptivas de inovação, de trazer soluções que saíam muito da caixinha, e isso mudou até a forma como a gente faz o discovery em muitos dos casos – a gente trazia momentos de ideação mais lúdicos, mais abertos, mais provocativos, para a gente poder sair bem do senso comum. E não é que agora a gente vai cair no senso comum, pelo contrário; mas é porque o foco deixa de ser… não em todos os casos – em alguns casos, ainda continua sendo relevante. Mas deixa de ser, em alguns casos, o encantamento, a solução mais inovadora de tudo, para ser a solução que vai resolver o problema da melhor maneira, mitigando o máximo de erros possível, trazendo mais eficiência, permitindo maior produtividade. Então, a gente começa a incorporar mais e mais esses termos, porque quando a gente constrói experiências, a gente pode construir pra finalidades mil, inclusive para poder melhorar a eficiência e a produtividade. Então, acho que isso foi incorporado na forma de pensar o design esse ano, e, consequentemente, na forma de pensar o produto também, de entender o que faz sentido priorizar, o que faz sentido entrar primeiro, o que vai gerar mais valor. Então, acho que as duas coisas caminharam muito juntas.  

Pedro: Me corrijam – porque estou um pouco polêmico hoje, entregando algumas opiniões – mas a impressão que eu tive é que o discovery aproximou mais no escopo fechado. É esquisito falar isso, porque o discovery é justamente como se fosse a base do escopo aberto, mas eu  sinto que a galera não quer começar um processo de discovery sem ter um mínimo de uma discussão prévia primeiro. Não começa com o problema 100% aberto mais – talvez nunca foi 100% aberto. Mas eu tinha essa impressão de que se fazia mais discovery no passado a partir de mais dúvidas, suposições mais amplas; e hoje parece que já se quer começar, mesmo no discovery – que é para refinar o problema – a partir de uma coisa um pouco mais concreta. Eu tive essa impressão ao longo desse ano. 

 Diulia: Eu acho que as empresas estão menos abertas a testar…  

Pedro: No escuro, não é?  

Diulia: É, no escuro de tudo. Acho que agora, cada vez mais, as áreas de negócio dentro da empresa têm tido que justificar uma iniciativa mais e mais. Então, a gente tem esse budget; esse budget é para X soluções. Por que a sua é relevante? Então, dentro das empresas, tem tido esse tipo de discussão – nem sempre acontecia. Em alguns casos, era meio que: “fulano disse que precisa, a gente tem orçamento, a gente tem condições, vamos fazer”, e depois via se realmente ia para a frente. Então, realmente teve um pouco mais de restrição nesse sentido, e acho que até na abordagem que a gente tinha. E aí falando de um recorte nosso, da dti: a gente sempre utilizou das técnicas de design thinking para poder orientar as técnicas de discovery, e a gente não está deixando de utilizar; mas agora a forma e o momento em que elas aparecem têm sido um pouco diferentes. Então, a gente tem atrelado com outras ferramentas de pesquisa e ferramentas de produto também, que ajudam a consolidar informações; e, em alguns casos, ao invés da gente puxar as ferramentas junto com os clientes, a gente faz perguntas mais diretas, mais objetivas, levanta informações e consolida através das ferramentas. Então, vai equilibrando e vai otimizando, inclusive, o tempo dos stakeholders, porque a gente sabe que, muitas das vezes, se a gente for só no que está ali na cabeça de cada um, que é um repertório que é super importante, mas se a gente não validar no mercado, se a gente não trouxer informações de outros meios, corre o risco da gente ter um todo que, em si, faz sentido, mas que não tem market fit. Então, o que a gente tem tentado fazer é diferenciar um pouco as formas como as informações chegam, para que, no final, a gente tenha um resultado mais consistente. E uma coisa que a gente fala – estava até conversando outro dia, né Fernandinha – é sobre o papel dos pilares como um todo para ter um discovery mais multidisciplinar, para que o time esteja mais pronto para entrar em desenvolvimento assim que termina uma atividade de discovery. Então, não deixa de ser algo que o design vai puxar, que a pessoa de produto vai puxar, para ser uma tarefa do time cada vez mais. A gente já tinha falado que tinha que ser assim – não é que apareceu, nasceu isso.  

Fernanda: Mas é isso que a gente estava falando antes: não que a gente não acreditava que deveria ser assim antes; mas o mercado trazer outros incentivos.  

Diulia: Exatamente.  

Pedro: Você colocou de uma maneira muito mais elegante do que eu, 100%. No início eu fiquei na dúvida, olhando para a cabeça do Alê, se ele estava concordando ou não. Concorda, Alê?  

Alê: O que eu acho… até trazendo uma outra reflexão para essa conversa, acho que faz super sentido ter acontecido esse movimento, porque esse discovery que você descreveu, Pedro, tem muito a ver com buscar, talvez, até coisas que inovação.  

Pedro: Buscar problemas para resolver.  

Alê: Isso, exatamente. Na verdade, problemas, tem; mas achar qual é a solução que vai atender o máximo dos problemas, ou até buscar uma coisa muito criativa. Como a gente está num momento onde a gente tem menos investimento, o foco está muito mais em resolver o problema – talvez não da melhor forma; mas resolver o mais rápido possível – e o que gera mais valor. Então, você vê esse movimento muito ligado até pela quantidade de inovação que as empresas estão buscando. Acho que a quantidade de inovação que se busca reduziu – as empresas estão, de fato, querendo resolver os problemas, sabem o que está doendo e querem resolver de forma muito pontual, e aí gera menos espaço para esse tipo de atuação.  

Diulia: A gente, normalmente, separa novas soluções entre soluções que são baseadas em problemas reais – ou seja, em dores que a gente vai buscar analgésicos para poder facilitar a rotina de quem quer que seja que está sentindo aquela dor – e soluções que são baseadas em oportunidades, e aí é um tiro um pouco mais no escuro. Pode ser que tenha aderência se as pessoas pensarem que aquilo dali pode encaixar de alguma forma na rotina delas, mas não necessariamente é baseado num problema. Para essas que são baseadas em oportunidade, fica um pouco mais restrito.  

Pedro: Talvez o que foi minha percepção que fosse mudança no processo, na verdade, é a natureza das demandas que estavam vindo. Vou falar uma palavra que não surgiu nesse episódio. Acho que a gente falou dela bem superficialmente lá no início do ano, mas eu quase que não ouvi mais: Metaverso. 

Fernanda: Pois é.  

Diulia: Estava com saudade?  

Pedro: E aí, Fernandinha, o que aconteceu com o Metaverso?  

Fernanda: Nem sei te dizer de tanto que eu parei de ouvir, de fato.  

Pedro: Acho que, em algum momento, lá para junho ou um pouco antes desse ano, eu ouvi alguma coisa sobre a Meta voltar a ter um pouco mais de investimento. Eles tinham praticamente portado tudo – voltaram atrás grandão com a aposta gigantesca que eles fizeram, e depois eu vi a notícia de que eles estavam voltando a apostar um pouco mais de novo. Mas, realmente, acho que essa foi uma profecia que realmente não vingou.  

Diulia: A gente tem falado cada vez menos sobre o tema – talvez seja uma questão de momento, porque com o fim da pandemia, as pessoas estão muito preocupadas em viver, em estar na rua, encontrar pessoas e se reunir, e era uma demanda muito da gente tentar simular essa realidade quando a gente estava privado disso. Então, não acho que deixe de ser relevante 100%, mas adia a prioridade, até pelo foco.  

Fernanda: Até busquei aqui ao vivo alguma coisa sobre, e tem até uma notícia da Forbes falando: “cinco provas de que o Metaverso não morreu – pelo menos como foi imaginado”. Aqui está falando de vários artigos – isso aqui é uma notícia de maio de 2023. Falando que, nas últimas semanas, vários artigos falaram que o Metaverso tinha morrido, que a galera parou de falar sobre mesmo; mas que diz aqui que ainda existem coisas sendo feitas. Mas realmente foi um grande boom em 2021 e 2022 – a gente falou muito de Metaverso. No Entre-Chaves mesmo tem episódios sobre o Metaverso. Mas aqui ele está falando que não morreu, que é um caminho sem volta –  diz aqui esse artigo da Forbes. Então, estou lendo aqui ao vivo, gente. Espera aí, deixa eu ver se tem alguma coisa aqui.  

Pedro: Mas a euforia de 2021 realmente não tem.  

Fernanda: Não estamos vendo – pelo menos agora. Porque acho que é muito disruptivo também – acho que mais… porque a inteligência artificial vem com muita forma.  

Pedro: Muito mais, com certeza. 

Fernanda: Muito mais força.  

Pedro: E aí todo mundo virou o olho para isso.  

Fernanda: Exatamente. Os investimentos também viraram o olho para isso.  

Pedro: Até teve lançamento de óculos de realidade aumentada da Microsoft – o Facebook também lançou.  

Fernanda: A Apple.  

Pedro: A Apple? Posso estar confundindo as grandes aqui, mas é isso aí.  

Diulia: Mas falando sobre vários temas, sobre várias tendências, dá para falar mais ainda sobre coisas que talvez a gente não mencionou e que apareceram; e aí, para poder aproveitar esse finalzinho, vocês perceberam coisas que a gente não previu e que apareceram, vieram, tomaram as nossas conversas e decisões?  

Alê: Eu acho que, para mim, a gente falou muita coisa. Então, acho que a gente conseguiu prever bem o que ia acontecer em 2023, de tendências. E até com o assunto sobre a Meta e o Metaverso, acho que a questão da inteligência artificial tomou um espaço muito grande até de surgir outras coisas. Então, eu vejo muito mais coisas que a gente não previu, do sentido da inteligência artificial, ferramentas que a gente já discutiu aqui, do que, de fato, algo muito revolucionário, que mudou o rumo do ano baseado num lançamento. Então, para mim, o impacto da inteligência artificial foi tão grande que ofuscou qualquer outra coisa que saísse junto.  

Pedro: Sim.  

Fernanda: Concordo. Acho que teve muita coisa – igual eu falei no início – desses copilots, e as empresas quase que numa corrida maluca para tentar ter algum tipo de aceleração dentro das suas ferramentas, acho que foi o que a gente viu de mais forte; mas, ainda nessa perspectiva de eficiência, acho que teve um termo que surgiu com mais força também, que é o FinOps, que é de gestão de custo em nuvem…  

Pedro: Que também tem um Entre-Chaves.  

Fernanda: Tem um Entre-Chaves sobre FinOps. Acho que realmente foi um termo que tem tudo a ver com a eficiência, com a gestão de custo mais rígida, e com como…  

Pedro: Responsabilidade financeira.  

Fernanda: Responsabilidade financeira, sobre como trazer os custos para dar um shift left no custo. A gente sempre fica falando sobre dar um shift left na segurança, agora a gente está falando de dar um shift left no custo, que é trazer o custo para antes no processo, antes de chegar a fatura – eu saber os custos da minha infraestrutura, do meu time, da minha nuvem, antes de realmente receber a fatura – e conseguir ter um controle muito mais consciente de custos. Acho que foi um negócio que a gente, em 2023, falou mais, e a gente não tinha conversado sobre.   

Pedro: Só ia comentar isso. Realmente, isso é uma parada que não entrou nas nossas previsões, mas rolou.  

Fernanda: E tem tudo a ver com eficiência e produtividade.  

Pedro: 100%.  

Fernanda: E um outro tema também que estou vendo que está vindo com mais força é sobre sustentabilidade, que tem um pouco a ver também com FinOps e com eficiência, tudo isso, que é a sustentabilidade da gente conseguir gerenciar melhor os nossos recursos para minimizar impactos ambientais. Então, teve algumas empresas que lançaram coisas falando sobre isso. Eu falei que fui no evento da AWS, e um dos pilares que o framework, que eles chamam de well framework, se eu não me engano, da AWS, é de sustentabilidade. Então, acho que essa palavra pode vir também – está vindo e está crescendo – para a gente ser um pouco mais sustentável quando a gente planeja nossas soluções.  

Diulia: Sobre sustentabilidade, a gente só comentou de design, sobre Planet Centric design.  

Pedro: Sim, Planet Centric Design, e isso me lembrou um pouco das palestras do CONFIG que teve esse ano…  

Diulia: Você assistiu o CONFIG?  

Pedro: Acredita? 

 Diulia: Que orgulho.  

Pedro: Não só faço murais, agora assisto conferências de design também. E uma que me chamou muito a atenção, e acho que a gente quis falar um pouco sobre isso no início do ano mas não deu muito foco, foi sobre design  ético, design com responsabilidade sobre o impacto social, o impacto nas pessoas. Foi uma das coisas que mais me chamou a atenção – e foi no CONFIG também que o cara do Airbnb falou, não foi?  

Diulia: Sim, foi.  

Pedro: Aquela fala sobre os PMs. Então, Diulia, no período que você estiver ausente, eu vou estar pesquisando sobre design para a gente.  

Diulia: Maravilhoso. Design está em ótimas mãos.  

Fernanda: Só falando o nome do frame que eu estava falando da AWS, é well architected, a ferramenta da AWS de arquitetura, e eles têm pilar de sustentabilidade.  

Diulia: Legal. Uma coisa que a gente não comentou, eu acho, em nenhum dos episódios, mas que veio embutida nessa questão de eficiência, produtividade, necessidade de controle e coisas do tipo, em muitas empresas, foi a questão da diminuição do home office.  

Pedro: Eu ia falar isso. Eu estava com alguma coisa, uma pulga, que a gente falou de Metaverso, e a Fernandinha falou: “as pessoas estão querendo se encontrar mais”, e não tem muito tempo que eu vi a notícia de que o Zoom convocou a galera de volta para o escritório.  

Diulia: O Zoom?  

Fernanda: Que falha de conceito. 

 Diulia: Piada pronta.  

Pedro: Piada pronta. E agora eles estão obrigados a ir de forma híbrida – acho que são duas ou três vezes por semana que eles têm que estar no escritório. O Zoom foi quem mais navegou na onda do home office na  época, e eles mesmos estão… sei lá se é um tiro no pé ou o que é, mas enfim – piada pronta.  

Diulia: Uma contradição, pelo menos. 

 Pedro: É. Minimamente, uma contradição. Mas, sim, rolou isso mesmo. Até vi essas notícias recentemente, de que grandes cidades, igual Nova York, estão preocupadas em, nos grandes centros urbanos, transformar esses escritórios vazios em áreas residenciais de novo, porque não conseguiram voltar com a ocupação total, apesar de haver um crescimento. Mas sim, tem essa … 

Diulia: Aqui, que é um pouco menor do que Nova York, a gente tem visto o mercado imobiliário virando uma loucura – no começo da pandemia, um tanto de gente saiu da cidade para poder buscar morar no interior. E acho que o Alê, em São Paulo, também deve ter visto isso: um monte de gente indo para cidades ao redor para poder trabalhar de casa e ter mais conforto, ter a possibilidade de ter um quintal, um espaço verde e tal. E agora o movimento contrário: todo mundo querer voltar para os centros para poder conseguir seja encontrar pessoas com mais facilidade, seja poder voltar para esse formato híbrido. 

Fernanda: É uma questão bem polêmica, essa parte do híbrido e do remoto; mas fato é que, realmente, presencial, a gente tem ganhos que a gente não tem no home office.  

Pedro: É, acho que a conexão não é a mesma, com certeza.  

Fernanda: A conexão não é a mesma. O fato é esse, que é: a gente tem ganhos que a gente não tem no home office; mas o home office também tem alguns ganhos.  

Pedro: Permite certas coisas.  

Fernanda: Tem uma flexibilidade que o presencial não tem. Mas é um assunto bem polêmico.  

Diulia: Acho que exige uma curva de aprendizado muito consciente, buscar recursos que façam com que a dinâmica do trabalho funcione. E aí, às vezes, o que vai acontecer é as empresas refletindo: “vale a pena o esforço? Vale a pena quebrar a cabeça para poder fazer funcionar a dinâmica?”.  

Fernanda: O que eu acho que não vale a pena é as empresas trazerem as pessoas presenciais para elas continuarem fazendo a reunião online.  

Pedro: Chega aqui, fica todo mundo igual uma lan house.  

Fernanda: Aí não faz sentido nenhum.  

Pedro: Eu, com a referência de 1990.  

Fernanda: Fica igual uma lan house.  

Diulia: E o que você viu, Alê?  

Alê: Acho que a questão do home office, eu vejo uma preocupação muito grande das empresas em trabalhar a questão da cultura de trabalho. Eu vi algumas notícias falando sobre isso, que a volta para o presencial – ou híbrido – está muito ligada a como se cria uma cultura de empresa para as pessoas que trabalham na empresa. Então, ao ficar muito longe, as pessoas não têm essa conexão tão grande com a empresa; gera, às vezes, um afastamento entre líderes e liderados. Então, existe, de fato, algo que as empresas não souberam resolver no home office. E aí eu acho que – de novo, sem entrar na polêmica do certo e do errado – as empresas, por não saberem lidar com esse cenário, optaram em dar um passo atrás para ir  aprendendo a lidar com isso. Então, a resposta intuitiva deles foi: “ok, se não está funcionando, a gente vai dar um passo atrás para ver o que deu errado”. Então, acho que o híbrido tem um pouco disso. Algumas empresas já voltaram presencialmente 100% – conheço empresas que já estão 100% presenciais – e isso talvez seja até um pouco drástico, porque depois que a gente vivenciou o home office, é difícil a gente voltar para a realidade de cinco vezes no escritório. Então, o híbrido parece o meio do caminho, por enquanto, para ajeitar esses problemas que as empresas estão encontrando.  

Pedro: Boa. É isso. A gente falou de coisas demais – acabou que tinha muita tendência.  

Diulia: Foi um catálogo para todo tipo de gosto. 

 Pedro: Por mim, a gente faz isso todo ano – faz, no início do ano, as tendências; e lá para a frente, a gente confirma as nossas profecias.  

Diulia: Exatamente.  

Fernanda: Vale fazer mais um no final do ano para ver: “e aí, o que a gente falou no meio…”  

Diulia: Que mais que apareceu, não é?  

Fernanda: Pois é.  

Pedro: Mas é isso aí, a gente lançou muita coisa aqui hoje, falando de algumas coisas polêmicas também. Se não concordarem, podem me xingar lá no X – que eu não uso. Estou brincando.  

Diulia: Uma coisa que ninguém imaginava e morreu: o Twitter, que virou o X. 

 Fernanda: Que loucura. E aí tem o Threads lá, que é Instagram, mas que eu também não uso. Essa fica aí.  

Pedro: Podem me xingar lá também.  

Diulia: A Meta deixou de investir no Metaverso para fazer o Threads.  

Pedro: Mas é isso. Fiquem de olho nas nossas próximas newsletters também, confiram os episódios do Entre-Chaves que a Fernandinha citou, que são realmente excelentes, com todos esses temas que a gente falou. 

 Diulia: A gente coloca aqui na descrição do episódio, e também a gente compartilha quando sair o episódio, a gente já faz todo o resumo dos links, das dicas que a gente passou.  

Pedro: Fechou. Muito obrigado mais uma vez, Alê.  

Alê: Valeu, pessoal.  

Pedro: Fernandinha, bem-vinda sempre.  

Fernanda: Obrigada, gente. Foi ótimo. E ouçam o Entre-Chaves.  

Pedro: Isso aí. Valeu, gente. Até a próxima. 

 Fernanda: Até a próxima. 

Pedro: Bom dia, boa tarde, boa noite. Estamos aqui em mais um episódio dos Agilistas, a parte dois da nossa conversa sobre tendências de tecnologia, analisando o que realmente se confirmou para esse ano. Continuamos o nosso papo, então, com a Fernandinha, nossa head de engenharia, e com o Alê, um dos nossos líderes de produto aqui da dti. Bem-vindos novamente, pessoal. No episódio anterior, nós paramos falando de eficiência digital, e agora vamos dar sequência nesse tema, devolvendo a palavra para a Fernandinha.   Fernanda: Essa parte que a gente está falando muito sobre eficiência digital e produtividade – a gente já falou, inclusive, no início do episódio também – e queria contar para as pessoas um negócio legal que aconteceu, que eu fui 2 numa palestra, num evento da AWS, essa semana passada, e eles começaram o evento da AWS falando sobre produtividade, e falando quantas features eles entregam a cada X minutos. Então, é um grande player – uma big tech, a Amazon – falando sobre produtividade também. Então, esse tema está muito mesmo na boca de todo mundo. E eles trouxeram uma palavra que eu ainda não tinha escutado, que se chama frugalidade, que eles falam que esse momento de eficiência digital exige, das pessoas, frugalidade.    Pedro: O que é isso?   Fernanda: Também nunca tinha ouvido falar.   Diulia: Vamos precisar de mais um momento glossário.   Fernanda: Mais um momento glossário. O que eles falaram que é isso? É você fazer mais com menos. Isso é frugalidade, e isso faz com que as pessoas sejam mais engenhosas e mais criativas. E eu concordo 100% com isso, porque a gente está vendo isso na prática, quando a gente fica: “a gente tem que ser mais produtivo”, porque tem uma hora em que a gente não consegue mais ser produtivo fazendo as mesmas coisas. Então, a gente precisa ser criativo, a gente precisa usar ferramenta de IA, a gente precisa medir mais coisas, a gente precisa rever os nossos ritos, a gente precisa onde estão os nossos gargalos, a gente precisa ser criativo e engenhoso para ser mais produtivo. Então, achei isso muito incrível e queria trazer aqui.   Pedro: Perfeito, a gente estava… como que se chama a palavra de novo?   Fernanda: Frugalidade.   Pedro: Eu falava o tempo todo, ao longo desse ano, de fazer mais com menos, e esse tempo todo eu estava falando de frugalidade.   Diulia: Pois é. E acho que é incrível isso que você está comentando, Fernandinha, porque não é uma corrida desenfreada para poder fazer mais desorientadamente e para entregar qualquer coisa. É com critério – não é só pegar mais features, virar e falar: “foram tantos pontos; agora aumenta a quantidade de pontos”, e mais pontos a cada sprint, porque se você não entregar coisas que geram valor, continua não tendo uma razão de ser. Então, é maravilhoso isso aí, faz muito sentido. Aproveitando a parte de engenharia ainda, a gente comentou sobre ferramentas low e no code, que eu sei que é um negócio que você tem…   Pedro: Que também entra muito na linha de produtividade.   Diulia: … estado na sua rotina.   Fernanda: Sim. Então, a gente até lançou um bits da dti hoje sobre low code e no code, e eu acredito… e lá, a gente até colocou essa análise do low code, principalmente, sob dois prismas: sob o prisma da organização e sob o prisma da aceleração do desenvolvimento – sob o desenvolvimento do software por si só e sob o prisma da organização. E sob o prisma da organização, o low code pode vir a ser interessante, só que existem outros desafios em que não adianta você só colocar low code e falar: “agora acelerou, agora a minha organização está mais performática, agora estou num caminho de eficiência da minha organização” só porque você colocou low code. Porque, às vezes, você não está gerando valor, você continua sem gerar valor, como você acabou de trazer, ou você tem alguns outros gargalos no seu processo que você ainda não resolveu, e não vai ser o low code que vai resolver. 4   Pedro: Você podia não estar gerando valor, e agora você não está gerando valor mais rápido.   Fernanda: Exatamente. Às vezes você não sabe priorizar o que é mais importante para a sua organização, e agora você está gerando um tanto de coisa que vai continuar não sendo importante para a sua organização. Então, sob o prisma da organização, acho que é importante falar isso -sobre o low code.   Pedro: Com certeza. Fernanda: Mas sob o prisma de software de fato, acelera. A gente pode falar que existem algumas situações específicas em que eu acho que usar o low code é ainda mais útil. Por exemplo, se eu preciso testar rápido uma hipótese, é o low code; preciso realmente fazer um MVP, low code. Parece ser um negócio que é meio auto-contido também, que eu preciso testar rápido, preciso desenvolver um negócio muito rápido, não quero me preocupar com a infraestrutura ou com segurança, ou como isso vai escalar – o low code te cabe muito bem. Ou então tem um software que é até grande, mas tem um módulo do meu software que é de cadastro, que são integrações mais simples ou tem uma utilização por um público menor, uma utilização interna, low code pode ser uma boa estratégia. Agora, usar low code em aplicações muito grandes que têm muitas integrações, ou que vão crescer muito ou que têm uma manutenção muito constante – esse tipo de coisa, você já pode … um pouco.   Pedro: Vai precisar ter um domínio muito amplo sobre a experiência que o low code pode dar.   Fernanda: Isso, precisa ter um domínio muito grande – ou você vai precisar criar features muito complexas. Você já tem ali…   Pedro: Inclusive estamos construindo um material para ajuda da tomada de decisão – não sei se já vai ter saído na epoca do episódio.   Fernanda: Na Bits , já.   Pedro: Já saiu?   Fernanda: Saiu na Bits.   Pedro: Então procurem, gente. E aí a gente coloca.   Fernanda: A gente coloca na descrição, coloca no Instagram.   Pedro: E o que motivou a gente a fazer isso, inclusive, foi muito porque eu, pelo menos, me vi muito obrigado a estudar low code e no code ao longo desse ano, porque eu acho que sim, essa profecia que virou realidade, não saiu da boca da galera. Mas eu vi de tudo: eu vi iniciativas de sucesso e que realmente aceleraram e permitiram testar alguma coisa mais rápido, ou que construiu alguma coisa que era mais simples e saiu com um custo menor; mas eu também vi iniciativas de muito insucesso – lá na frente, esbarrou em alguma limitação muito grande da ferramenta, ou escolheram a ferramenta que não era devida, ou porque só um pedaço do problema poderia ser resolvido por low code, e apostaram como se fosse uma bala de prata para tudo: “vamos usar aqui …”, por exemplo. E teve questões até financeiras, porque, às vezes, a organização entendendo que: “vou desenvolver com um terço do tempo, mas vou pagar um custo de licenciamento enorme para um problema que, ao ser resolvido, não tem nem retorno” – às vezes é uma ferramenta interna da empresa, etc. Então, que sentido que faz isso? Às vezes, demorar um pouquinho mais para construir algo que ia custar menos poderia ter sido uma decisão melhor.   Fernanda: Exatamente. Essa parte de custo, acho que é bem importante mesmo. Algumas ferramentas são bem caras, elas realmente têm muitos componentes, muitas coisas, elas têm coisas muito prontas mesmo, mas são bem caras, e aí tem que ver o custo-benefício: vale eu pagar o licenciamento para todo mundo aqui dessa ferramenta, ou vale eu pagar um time que vai desenvolver uma solução customizada? Sem contar que, quando estou nesse tipo de ferramenta de low code, também fico um pouco acoplado naquela ferramenta.   Pedro: Dependente …   Fernanda: Dependente daquilo.   Pedro: Exato.   Fernanda: E qual o futuro disso? Eu acho que isso são pontos muito relevantes a serem levados em consideração. Mas tem uma outra vantagem também do low code, que também acelera, que traz pessoas que não são técnicas…   Pedro: A curva de aprendizado é boa.   Fernanda: … para um poder de desenvolvimento, de testar. Acho que principalmente a galera do design do produto, se conseguir usar bem essas ferramentas, consegue testar bem, por exemplo, hipóteses. Ali na hora de um trabalho de sombra ou de um trabalho de discovery, que daria já para testar uns negócios muito mais rápido do que a gente talvez, no passado, testava. 7   Diulia: Existe um conceito de restrição habilitadora, numa das heurísticas de design, que por mais que eu esteja pegando emprestado – que não é exatamente isso na ponta da caneta – ajuda a educar também, dependendo da maturidade do time e das pessoas envolvidas, você colocar uma restrição de ferramenta para poder validar hipóteses, você vira e fala: “aqui é uma POC; aqui é um teste, não é escalavél, isso não é a solução definitiva, a gente sabe que isso daqui representa a solução – vai ser mais interativo do que um protótipo navegável, mas não vai chegar no que a gente precisa ainda. É um teste”. Essa abordagem ajuda demais a trazer uma conversa que vai além do: “calma, ainda não é isso”. É uma conversa que, tecnicamente falando, nem se você quiser, dá para poder fazer.   Fernanda: Acho que aí até habilita o MVP de verdade, que eu vou criar um negócio que, se você quiser escalar ele no futuro, não vai ter jeito. Se você quiser usar isso aqui para um cliente final com segurança, uma infra e uma performance gigantesca, infelizmente não vai ter jeito. Até habilita os MVPs de verdade, que são testes que são provas de conceito e que, depois, eu realmente vou dar para o TI o poder de falar: “agora vamos trabalhar escalabilidade, segurança, performance”, e que talvez não vá ser uma ferramenta de low code – vai ser um negócio pro-code e tudo mais.   Diulia: E pode até soar estranho falar, por exemplo, que não dá para escalar, que é um negócio educativo; mas é porque, muitas das vezes, a gente precisa validar além do fluxo, além do visual de como está a organização dos componentes, de como são os critérios. A gente precisa validar se vai entrar na rotina das pessoas, se realmente vai ser utilizado. E, para isso, um  teste que você vai gastar uma semana para poder desenrolar e mais alguns dias para poder testar, é muito mais viável do que você ter que construir um MVP de verdade, pro-code e com mais complexidade para que as pessoas, de fato, digam lá na frente o que elas vão ter validado da interface do ponto de vista de protótipo – elas podem ter validado, mas é aquele negócio: entra uma atitude não-comportamental de: “beleza, falei que ia utilizar, que ia mudar a minha vida”, e na prática vai dar trabalho e aí eu não sei se quero mudar minha rotina agora. Então, utilizar soluções no code e low code para fazer esse tipo de teste pode ajudar a validar num nível mais profundo, o que mitiga realmente o risco de investimento.   Pedro: Agora, antes da gente ir para o próximo tópico: quem entendeu que, no low code, o padeiro vai fazer a aplicação, acho que essa galera se enganou um pouquinho.   Diulia: Sim – que não vai precisar ter pessoas de tecnologia mais, que todo mundo agora faz a própria solução.   Fernanda: Mas eu acho que democratizou bem, acho que tem um potencial – não vou dizer que democratizou já, mas acho que tem um potencial de democratizar. O low code ainda tem coisas de código; mas o no code realmente tem possibilidade, potencial. Eu acho difícil falar, mas pessoas que lidam com tecnologia – que não são desenvolvedores, mas que lidam com tecnologia – acredito que eles estão; agora, uma pessoa que está totalmente fora do ecossistema de tecnologia e não está muito por dentro, talvez ela nem vá saber que existe esse tipo de ferramenta.   Pedro: É isso aí.   Fernanda: Difícil falar. É difícil isso, mas é verdade. 9   Pedro: Sim, esse tópico é complexo no design. A gente falou sobre o foco maior nas pessoas e também nas possíveis restrições para inovações disruptivas. Como tem sido isso aí, Diulia, nossa expert de design?   Diulia: É bem real. Acho que o Alê também deve compartilhar desse sentimento. A gente vinha de oportunidades de testes e validações mais disruptivas de inovação, de trazer soluções que saíam muito da caixinha, e isso mudou até a forma como a gente faz o discovery em muitos dos casos – a gente trazia momentos de ideação mais lúdicos, mais abertos, mais provocativos, para a gente poder sair bem do senso comum. E não é que agora a gente vai cair no senso comum, pelo contrário; mas é porque o foco deixa de ser… não em todos os casos – em alguns casos, ainda continua sendo relevante. Mas deixa de ser, em alguns casos, o encantamento, a solução mais inovadora de tudo, para ser a solução que vai resolver o problema da melhor maneira, mitigando o máximo de erros possível, trazendo mais eficiência, permitindo maior produtividade. Então, a gente começa a incorporar mais e mais esses termos, porque quando a gente constrói experiências, a gente pode construir pra finalidades mil, inclusive para poder melhorar a eficiência e a produtividade. Então, acho que isso foi incorporado na forma de pensar o design esse ano, e, consequentemente, na forma de pensar o produto também, de entender o que faz sentido priorizar, o que faz sentido entrar primeiro, o que vai gerar mais valor. Então, acho que as duas coisas caminharam muito juntas.   Pedro: Me corrijam – porque estou um pouco polêmico hoje, entregando algumas opiniões – mas a impressão que eu tive é que o discovery aproximou mais no escopo fechado. É esquisito falar isso, porque o discovery é justamente como se fosse a base do escopo aberto, mas eu  sinto que a galera não quer começar um processo de discovery sem ter um mínimo de uma discussão prévia primeiro. Não começa com o problema 100% aberto mais – talvez nunca foi 100% aberto. Mas eu tinha essa impressão de que se fazia mais discovery no passado a partir de mais dúvidas, suposições mais amplas; e hoje parece que já se quer começar, mesmo no discovery – que é para refinar o problema – a partir de uma coisa um pouco mais concreta. Eu tive essa impressão ao longo desse ano.   Diulia: Eu acho que as empresas estão menos abertas a testar…   Pedro: No escuro, não é?   Diulia: É, no escuro de tudo. Acho que agora, cada vez mais, as áreas de negócio dentro da empresa têm tido que justificar uma iniciativa mais e mais. Então, a gente tem esse budget; esse budget é para X soluções. Por que a sua é relevante? Então, dentro das empresas, tem tido esse tipo de discussão – nem sempre acontecia. Em alguns casos, era meio que: “fulano disse que precisa, a gente tem orçamento, a gente tem condições, vamos fazer”, e depois via se realmente ia para a frente. Então, realmente teve um pouco mais de restrição nesse sentido, e acho que até na abordagem que a gente tinha. E aí falando de um recorte nosso, da dti: a gente sempre utilizou das técnicas de design thinking para poder orientar as técnicas de discovery, e a gente não está deixando de utilizar; mas agora a forma e o momento em que elas aparecem têm sido um pouco diferentes. Então, a gente tem atrelado com outras ferramentas de pesquisa e ferramentas de produto também, que ajudam a consolidar informações; e, em alguns casos, ao invés da gente puxar as ferramentas junto com os clientes, a gente faz perguntas mais diretas, mais objetivas, levanta informações e consolida através das ferramentas. Então, vai equilibrando e vai otimizando, inclusive, o tempo dos stakeholders, porque a gente sabe que, muitas das vezes, se a gente for só no que está ali na cabeça de cada um, que é um repertório que é super importante, mas se a gente não validar no mercado, se a gente não trouxer informações de outros meios, corre o risco da gente ter um todo que, em si, faz sentido, mas que não tem market fit. Então, o que a gente tem tentado fazer é diferenciar um pouco as formas como as informações chegam, para que, no final, a gente tenha um resultado mais consistente. E uma coisa que a gente fala – estava até conversando outro dia, né Fernandinha – é sobre o papel dos pilares como um todo para ter um discovery mais multidisciplinar, para que o time esteja mais pronto para entrar em desenvolvimento assim que termina uma atividade de discovery. Então, não deixa de ser algo que o design vai puxar, que a pessoa de produto vai puxar, para ser uma tarefa do time cada vez mais. A gente já tinha falado que tinha que ser assim – não é que apareceu, nasceu isso.   Fernanda: Mas é isso que a gente estava falando antes: não que a gente não acreditava que deveria ser assim antes; mas o mercado trazer outros incentivos.   Diulia: Exatamente.   Pedro: Você colocou de uma maneira muito mais elegante do que eu, 100%. No início eu fiquei na dúvida, olhando para a cabeça do Alê, se ele estava concordando ou não. Concorda, Alê?   Alê: O que eu acho… até trazendo uma outra reflexão para essa conversa, acho que faz super sentido ter acontecido esse movimento, porque esse discovery que você descreveu, Pedro, tem muito a ver com buscar, talvez, até coisas que inovação.   Pedro: Buscar problemas para resolver.   Alê: Isso, exatamente. Na verdade, problemas, tem; mas achar qual é a solução que vai atender o máximo dos problemas, ou até buscar uma coisa muito criativa. Como a gente está num momento onde a gente tem menos investimento, o foco está muito mais em resolver o problema – talvez não da melhor forma; mas resolver o mais rápido possível – e o que gera mais valor. Então, você vê esse movimento muito ligado até pela quantidade de inovação que as empresas estão buscando. Acho que a quantidade de inovação que se busca reduziu – as empresas estão, de fato, querendo resolver os problemas, sabem o que está doendo e querem resolver de forma muito pontual, e aí gera menos espaço para esse tipo de atuação.   Diulia: A gente, normalmente, separa novas soluções entre soluções que são baseadas em problemas reais – ou seja, em dores que a gente vai buscar analgésicos para poder facilitar a rotina de quem quer que seja que está sentindo aquela dor – e soluções que são baseadas em oportunidades, e aí é um tiro um pouco mais no escuro. Pode ser que tenha aderência se as pessoas pensarem que aquilo dali pode encaixar de alguma forma na rotina delas, mas não necessariamente é baseado num problema. Para essas que são baseadas em oportunidade, fica um pouco mais restrito.   Pedro: Talvez o que foi minha percepção que fosse mudança no processo, na verdade, é a natureza das demandas que estavam vindo. Vou falar uma palavra que não surgiu nesse episódio. Acho que a gente falou dela bem superficialmente lá no início do ano, mas eu quase que não ouvi mais: Metaverso.  Fernanda: Pois é.   Diulia: Estava com saudade?   Pedro: E aí, Fernandinha, o que aconteceu com o Metaverso?   Fernanda: Nem sei te dizer de tanto que eu parei de ouvir, de fato.   Pedro: Acho que, em algum momento, lá para junho ou um pouco antes desse ano, eu ouvi alguma coisa sobre a Meta voltar a ter um pouco mais de investimento. Eles tinham praticamente portado tudo – voltaram atrás grandão com a aposta gigantesca que eles fizeram, e depois eu vi a notícia de que eles estavam voltando a apostar um pouco mais de novo. Mas, realmente, acho que essa foi uma profecia que realmente não vingou.   Diulia: A gente tem falado cada vez menos sobre o tema – talvez seja uma questão de momento, porque com o fim da pandemia, as pessoas estão muito preocupadas em viver, em estar na rua, encontrar pessoas e se reunir, e era uma demanda muito da gente tentar simular essa realidade quando a gente estava privado disso. Então, não acho que deixe de ser relevante 100%, mas adia a prioridade, até pelo foco.   Fernanda: Até busquei aqui ao vivo alguma coisa sobre, e tem até uma notícia da Forbes falando: “cinco provas de que o Metaverso não morreu – pelo menos como foi imaginado”. Aqui está falando de vários artigos – isso aqui é uma notícia de maio de 2023. Falando que, nas últimas semanas, vários artigos falaram que o Metaverso tinha morrido, que a galera parou de falar sobre mesmo; mas que diz aqui que ainda existem coisas sendo feitas. Mas realmente foi um grande boom em 2021 e 2022 – a gente falou muito de Metaverso. No Entre-Chaves mesmo tem episódios sobre o Metaverso. Mas aqui ele está falando que não morreu, que é um caminho sem volta –  diz aqui esse artigo da Forbes. Então, estou lendo aqui ao vivo, gente. Espera aí, deixa eu ver se tem alguma coisa aqui.   Pedro: Mas a euforia de 2021 realmente não tem.   Fernanda: Não estamos vendo – pelo menos agora. Porque acho que é muito disruptivo também – acho que mais… porque a inteligência artificial vem com muita forma.   Pedro: Muito mais, com certeza.  Fernanda: Muito mais força.   Pedro: E aí todo mundo virou o olho para isso.   Fernanda: Exatamente. Os investimentos também viraram o olho para isso.   Pedro: Até teve lançamento de óculos de realidade aumentada da Microsoft – o Facebook também lançou.   Fernanda: A Apple.   Pedro: A Apple? Posso estar confundindo as grandes aqui, mas é isso aí.   Diulia: Mas falando sobre vários temas, sobre várias tendências, dá para falar mais ainda sobre coisas que talvez a gente não mencionou e que apareceram; e aí, para poder aproveitar esse finalzinho, vocês perceberam coisas que a gente não previu e que apareceram, vieram, tomaram as nossas conversas e decisões?   Alê: Eu acho que, para mim, a gente falou muita coisa. Então, acho que a gente conseguiu prever bem o que ia acontecer em 2023, de tendências. E até com o assunto sobre a Meta e o Metaverso, acho que a questão da inteligência artificial tomou um espaço muito grande até de surgir outras coisas. Então, eu vejo muito mais coisas que a gente não previu, do sentido da inteligência artificial, ferramentas que a gente já discutiu aqui, do que, de fato, algo muito revolucionário, que mudou o rumo do ano baseado num lançamento. Então, para mim, o impacto da inteligência artificial foi tão grande que ofuscou qualquer outra coisa que saísse junto.   Pedro: Sim.   Fernanda: Concordo. Acho que teve muita coisa – igual eu falei no início – desses copilots, e as empresas quase que numa corrida maluca para tentar ter algum tipo de aceleração dentro das suas ferramentas, acho que foi o que a gente viu de mais forte; mas, ainda nessa perspectiva de eficiência, acho que teve um termo que surgiu com mais força também, que é o FinOps, que é de gestão de custo em nuvem…   Pedro: Que também tem um Entre-Chaves.   Fernanda: Tem um Entre-Chaves sobre FinOps. Acho que realmente foi um termo que tem tudo a ver com a eficiência, com a gestão de custo mais rígida, e com como…   Pedro: Responsabilidade financeira.   Fernanda: Responsabilidade financeira, sobre como trazer os custos para dar um shift left no custo. A gente sempre fica falando sobre dar um shift left na segurança, agora a gente está falando de dar um shift left no custo, que é trazer o custo para antes no processo, antes de chegar a fatura – eu saber os custos da minha infraestrutura, do meu time, da minha nuvem, antes de realmente receber a fatura – e conseguir ter um controle muito mais consciente de custos. Acho que foi um negócio que a gente, em 2023, falou mais, e a gente não tinha conversado sobre.    Pedro: Só ia comentar isso. Realmente, isso é uma parada que não entrou nas nossas previsões, mas rolou.   Fernanda: E tem tudo a ver com eficiência e produtividade.   Pedro: 100%.   Fernanda: E um outro tema também que estou vendo que está vindo com mais força é sobre sustentabilidade, que tem um pouco a ver também com FinOps e com eficiência, tudo isso, que é a sustentabilidade da gente conseguir gerenciar melhor os nossos recursos para minimizar impactos ambientais. Então, teve algumas empresas que lançaram coisas falando sobre isso. Eu falei que fui no evento da AWS, e um dos pilares que o framework, que eles chamam de well framework, se eu não me engano, da AWS, é de sustentabilidade. Então, acho que essa palavra pode vir também – está vindo e está crescendo – para a gente ser um pouco mais sustentável quando a gente planeja nossas soluções.   Diulia: Sobre sustentabilidade, a gente só comentou de design, sobre Planet Centric design.   Pedro: Sim, Planet Centric Design, e isso me lembrou um pouco das palestras do CONFIG que teve esse ano…   Diulia: Você assistiu o CONFIG?   Pedro: Acredita?   Diulia: Que orgulho.   Pedro: Não só faço murais, agora assisto conferências de design também. E uma que me chamou muito a atenção, e acho que a gente quis falar um pouco sobre isso no início do ano mas não deu muito foco, foi sobre design  ético, design com responsabilidade sobre o impacto social, o impacto nas pessoas. Foi uma das coisas que mais me chamou a atenção – e foi no CONFIG também que o cara do Airbnb falou, não foi?   Diulia: Sim, foi.   Pedro: Aquela fala sobre os PMs. Então, Diulia, no período que você estiver ausente, eu vou estar pesquisando sobre design para a gente.   Diulia: Maravilhoso. Design está em ótimas mãos.   Fernanda: Só falando o nome do frame que eu estava falando da AWS, é well architected, a ferramenta da AWS de arquitetura, e eles têm pilar de sustentabilidade.   Diulia: Legal. Uma coisa que a gente não comentou, eu acho, em nenhum dos episódios, mas que veio embutida nessa questão de eficiência, produtividade, necessidade de controle e coisas do tipo, em muitas empresas, foi a questão da diminuição do home office.   Pedro: Eu ia falar isso. Eu estava com alguma coisa, uma pulga, que a gente falou de Metaverso, e a Fernandinha falou: “as pessoas estão querendo se encontrar mais”, e não tem muito tempo que eu vi a notícia de que o Zoom convocou a galera de volta para o escritório.   Diulia: O Zoom?   Fernanda: Que falha de conceito.   Diulia: Piada pronta.   Pedro: Piada pronta. E agora eles estão obrigados a ir de forma híbrida – acho que são duas ou três vezes por semana que eles têm que estar no escritório. O Zoom foi quem mais navegou na onda do home office na  época, e eles mesmos estão… sei lá se é um tiro no pé ou o que é, mas enfim – piada pronta.   Diulia: Uma contradição, pelo menos.   Pedro: É. Minimamente, uma contradição. Mas, sim, rolou isso mesmo. Até vi essas notícias recentemente, de que grandes cidades, igual Nova York, estão preocupadas em, nos grandes centros urbanos, transformar esses escritórios vazios em áreas residenciais de novo, porque não conseguiram voltar com a ocupação total, apesar de haver um crescimento. Mas sim, tem essa …  Diulia: Aqui, que é um pouco menor do que Nova York, a gente tem visto o mercado imobiliário virando uma loucura – no começo da pandemia, um tanto de gente saiu da cidade para poder buscar morar no interior. E acho que o Alê, em São Paulo, também deve ter visto isso: um monte de gente indo para cidades ao redor para poder trabalhar de casa e ter mais conforto, ter a possibilidade de ter um quintal, um espaço verde e tal. E agora o movimento contrário: todo mundo querer voltar para os centros para poder conseguir seja encontrar pessoas com mais facilidade, seja poder voltar para esse formato híbrido.  Fernanda: É uma questão bem polêmica, essa parte do híbrido e do remoto; mas fato é que, realmente, presencial, a gente tem ganhos que a gente não tem no home office.   Pedro: É, acho que a conexão não é a mesma, com certeza.   Fernanda: A conexão não é a mesma. O fato é esse, que é: a gente tem ganhos que a gente não tem no home office; mas o home office também tem alguns ganhos.   Pedro: Permite certas coisas.   Fernanda: Tem uma flexibilidade que o presencial não tem. Mas é um assunto bem polêmico.   Diulia: Acho que exige uma curva de aprendizado muito consciente, buscar recursos que façam com que a dinâmica do trabalho funcione. E aí, às vezes, o que vai acontecer é as empresas refletindo: “vale a pena o esforço? Vale a pena quebrar a cabeça para poder fazer funcionar a dinâmica?”.   Fernanda: O que eu acho que não vale a pena é as empresas trazerem as pessoas presenciais para elas continuarem fazendo a reunião online.   Pedro: Chega aqui, fica todo mundo igual uma lan house.   Fernanda: Aí não faz sentido nenhum.   Pedro: Eu, com a referência de 1990.   Fernanda: Fica igual uma lan house.   Diulia: E o que você viu, Alê?   Alê: Acho que a questão do home office, eu vejo uma preocupação muito grande das empresas em trabalhar a questão da cultura de trabalho. Eu vi algumas notícias falando sobre isso, que a volta para o presencial – ou híbrido – está muito ligada a como se cria uma cultura de empresa para as pessoas que trabalham na empresa. Então, ao ficar muito longe, as pessoas não têm essa conexão tão grande com a empresa; gera, às vezes, um afastamento entre líderes e liderados. Então, existe, de fato, algo que as empresas não souberam resolver no home office. E aí eu acho que – de novo, sem entrar na polêmica do certo e do errado – as empresas, por não saberem lidar com esse cenário, optaram em dar um passo atrás para ir  aprendendo a lidar com isso. Então, a resposta intuitiva deles foi: “ok, se não está funcionando, a gente vai dar um passo atrás para ver o que deu errado”. Então, acho que o híbrido tem um pouco disso. Algumas empresas já voltaram presencialmente 100% – conheço empresas que já estão 100% presenciais – e isso talvez seja até um pouco drástico, porque depois que a gente vivenciou o home office, é difícil a gente voltar para a realidade de cinco vezes no escritório. Então, o híbrido parece o meio do caminho, por enquanto, para ajeitar esses problemas que as empresas estão encontrando.   Pedro: Boa. É isso. A gente falou de coisas demais – acabou que tinha muita tendência.   Diulia: Foi um catálogo para todo tipo de gosto.   Pedro: Por mim, a gente faz isso todo ano – faz, no início do ano, as tendências; e lá para a frente, a gente confirma as nossas profecias.   Diulia: Exatamente.   Fernanda: Vale fazer mais um no final do ano para ver: “e aí, o que a gente falou no meio…”   Diulia: Que mais que apareceu, não é?   Fernanda: Pois é.   Pedro: Mas é isso aí, a gente lançou muita coisa aqui hoje, falando de algumas coisas polêmicas também. Se não concordarem, podem me xingar lá no X – que eu não uso. Estou brincando.   Diulia: Uma coisa que ninguém imaginava e morreu: o Twitter, que virou o X.   Fernanda: Que loucura. E aí tem o Threads lá, que é Instagram, mas que eu também não uso. Essa fica aí.   Pedro: Podem me xingar lá também.   Diulia: A Meta deixou de investir no Metaverso para fazer o Threads.   Pedro: Mas é isso. Fiquem de olho nas nossas próximas newsletters também, confiram os episódios do Entre-Chaves que a Fernandinha citou, que são realmente excelentes, com todos esses temas que a gente falou.   Diulia: A gente coloca aqui na descrição do episódio, e também a gente compartilha quando sair o episódio, a gente já faz todo o resumo dos links, das dicas que a gente passou.   Pedro: Fechou. Muito obrigado mais uma vez, Alê.   Alê: Valeu, pessoal.   Pedro: Fernandinha, bem-vinda sempre.   Fernanda: Obrigada, gente. Foi ótimo. E ouçam o Entre-Chaves.   Pedro: Isso aí. Valeu, gente. Até a próxima.   Fernanda: Até a próxima. 

Descrição

Eficiência, criatividade, gestão de custos e low code. Esses são apenas alguns dos temas que tomaram conta do cenário tecnológico esse ano. Mais do que nunca, é preciso que as organizações saibam como se adaptar para continuarem prosperando. Neste episódio, continuamos a conversa com a Fernanda Vieira, Head de Engenharia e Alexandre Loriggio, líder do chapter de produto, ambos da dti digital, sobre o que realmente virou tendência sobre produto, engenharia e design.  

 

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