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os agilistas

Empresas tradicionais vão sofrer com o avanço da IA?

Empresas tradicionais vão sofrer com o avanço da IA?

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Rodrigo: O nosso trabalho com design org, ou design organizacional, vai muito além de desenhar as caixinhas e as linhas no organograma. Na verdade, a gente acaba atuando na intersecção entre a estrutura e a cultura. Estrutura é tudo aquilo que é tangível: as práticas, métodos, ferramentas, sistemas; e cultura a gente pode falar aquilo que é um pouco mais intangível, digamos assim. Pelo menos as pessoas associam a palavra cultura a pressupostos compartilhados, crenças, a coisas que são mais intangíveis. Então a gente atua bem ali na intersecção. Olha muito para cada elemento da estrutura de uma organização, como que esse elemento afeta a cultura e é afetado pela cultura. A gente propõe mudanças estruturais, muitas vezes por meio de desenhos de experimento, a partir de uma leitura desse contexto e a gente, com certeza, faz uso muito de uma visão mais sistêmica da organização. A gente não olha só para como esse time está funcionando, por exemplo, se você tem um problema em um time, mas como os outros times se relacionam com esse, como que as áreas estão organizadas, como que as estruturas dão clareza ou não de responsabilidades e autoridade, então a gente vai olhar para esses pormenores e vai propor mudanças, e vai convidar as pessoas a viverem um novo jeito de trabalhar. Essas mudanças podem ser simples mudanças, desde adotar uma nova ferramenta para visualizar fluxo de trabalho, até ser algo um pouco mais radical, no sentido de desconstruir um papel de liderança em múltiplos papéis, são assumidos por várias pessoas, e tem um ritual com o facilitador que fortalece isso, e isso vai, com certeza, bebe muito no ágil, mas vai um pouco além na medida em que a gente acaba atuando em contextos onde as abordagens dos métodos ágeis não nasceram, não tiveram origem, então a gente acaba atuando muito em contexto também que não são de tecnologia.  

Pedro Rangel: Você comentou que esse trabalho de facilitação, essas recomendações, bebem um pouco do ágil. Mas em que aspectos? Vocês estão tentando levar os princípios? Qual que é esse relacionamento com o ágil organizacional?  

Rodrigo: Muito bem. Eu diria que o ágil está no nosso cinto de utilidades. A gente tem o repertório nosso, contempla muitas das práticas ágeis. É claro que os princípios que estão embedados nessas práticas, a gente também olha para eles, visualiza, e a gente não coloca ou não costuma colocar os princípios ou as práticas acima de uma ou de outro, as coisas precisam caminhar juntas. Então o ágil traz um conjunto de princípios e práticas que nos inspira no desenho de artefatos, de elementos para essa estrutura, na medida em que repertório é vasto ainda, muito rico e útil para a gente.  

Pedro Rangel: Legal. Eu acho que vocês até mencionaram e mencionam isso nos conteúdos de vocês, sobre refazer a todo momento os acordos e deixar explícitos os papéis da organização. Não lembro aonde que eu vi algum outro conteúdo de vocês aí, mas vocês veem esses acordos mudando já, agora ou em um futuro próximo, com a chegada das IAs? Essa é difícil.  

Rodrigo: Olha, Tamy, quer arriscar?  

Tamires: Acho que, para mim, é um pouco difícil responder a essa pergunta, Pedro, porque da forma com que a gente costuma estruturar e como a gente costuma se estruturar na Target Teal nossos acordos já estão mudando; eles já mudam o tempo todo, porque nós temos uma estrutura que é extremamente flexível. É isso que a gente fala: quando nós somos uma organização com papéis, micro papéis, a gente já está tentando diminuir o nível de responsabilidade na menor granularidade ali para a gente conseguir ter mais flexibilidade para as coisas acontecerem na organização. Então como a gente já acontece isso muito, muito frequente em organizações como a Target Teal, que é uma organização autogerida, eu imagino que empate, mas é bem pouco assim. Agora, em organizações tradicionais… vou refletir um pouco enquanto o Rod responde. Vamos ver se ele tem alguma pergunta. Vamos colocar a fogueira no Rod agora.  

Pedro Rangel: É isso, gente. Vamos lá.  

Rodrigo: É, eu acho que é bem curioso, o impacto da inteligência artificial, especialmente agora, os LLMs, mas não só os LLMs, as outras inteligências artificiais, na maneira como as organizações estão estruturadas, eles acontecem, primeiro assim, as pessoas, de fato, adotam essas ferramentas, esses modelos, antes mesmo da organização. O indivíduo adota antes mesmo da organização. Isso é muito comum, o que a gente está enxergando. Isso acaba gerando quase que uma orda de ciborgues que funcionam nas sombras, que ninguém reconhece como ciborgue. Uma pessoa que antes fazia um trabalho X sozinha agora faz o trabalho X com ajuda do Chat GPT e, muitas vezes, não fala isso para a organização. Ela pega e ganha tempo com isso. Ela trabalha mais e muito mais resultado e acaba recebendo uma promoção ou ela fica com mais tempo de sobra nas mãos e vai passear, ficar com os filhos, curtir seu lazer. Isso é uma primeira onda que a gente já vê acontecendo. A segunda onda que também está chegando muito forte é as organizações adotarem isso para aumentar a eficiência e aí diminuir aí o número de pessoas dentro de times, de uma área. O que forçaria, o que demandaria uma mudança de papéis. Agora, como a Tamy disse, uma organização que já usa papéis de uma ordem muito mais granular, específica e adaptável, como ela citou, está em constante mudança, então basicamente é uma marolinha diante das ondas frequentas, a IA nesse sentido. Para as organizações que têm as estruturas um pouco mais rígidas, a gente imagina que existe aquele fenômeno de demanda por mudança. A mudança não acontece de uma hora para a outra, porque é uma reorg, uma reorganização a cada 12 meses. Quando ela acontece, acontece uma grande mudança.  

Pedro Rangel: Passos grandes e menos frequentes, não é?  

Rodrigo: Passos grandes e menos frequentes na estrutura organizacional. Isso acaba sendo mais comum em organizações tradicionais, e não é só exclusividade do uso de AI, mas qualquer tipo de tecnologia que chega, até a mudança do ambiente de negócios demanda mudanças na estrutura e que, às vezes, demoram para acontecer. E quando acontecem, as pessoas parece que ficam ali: ai, meu Deus, por que é que isso está acontecendo? Demorou para acontecer, por isso que acontece de uma maneira tão abrupta.

Rodrigo: O nosso trabalho com design org, ou design organizacional, vai muito além de desenhar as caixinhas e as linhas no organograma. Na verdade, a gente acaba atuando na intersecção entre a estrutura e a cultura. Estrutura é tudo aquilo que é tangível: as práticas, métodos, ferramentas, sistemas; e cultura a gente pode falar aquilo que é um pouco mais intangível, digamos assim. Pelo menos as pessoas associam a palavra cultura a pressupostos compartilhados, crenças, a coisas que são mais intangíveis. Então a gente atua bem ali na intersecção. Olha muito para cada elemento da estrutura de uma organização, como que esse elemento afeta a cultura e é afetado pela cultura. A gente propõe mudanças estruturais, muitas vezes por meio de desenhos de experimento, a partir de uma leitura desse contexto e a gente, com certeza, faz uso muito de uma visão mais sistêmica da organização. A gente não olha só para como esse time está funcionando, por exemplo, se você tem um problema em um time, mas como os outros times se relacionam com esse, como que as áreas estão organizadas, como que as estruturas dão clareza ou não de responsabilidades e autoridade, então a gente vai olhar para esses pormenores e vai propor mudanças, e vai convidar as pessoas a viverem um novo jeito de trabalhar. Essas mudanças podem ser simples mudanças, desde adotar uma nova ferramenta para visualizar fluxo de trabalho, até ser algo um pouco mais radical, no sentido de desconstruir um papel de liderança em múltiplos papéis, são assumidos por várias pessoas, e tem um ritual com o facilitador que fortalece isso, e isso vai, com certeza, bebe muito no ágil, mas vai um pouco além na medida em que a gente acaba atuando em contextos onde as abordagens dos métodos ágeis não nasceram, não tiveram origem, então a gente acaba atuando muito em contexto também que não são de tecnologia.   Pedro Rangel: Você comentou que esse trabalho de facilitação, essas recomendações, bebem um pouco do ágil. Mas em que aspectos? Vocês estão tentando levar os princípios? Qual que é esse relacionamento com o ágil organizacional?   Rodrigo: Muito bem. Eu diria que o ágil está no nosso cinto de utilidades. A gente tem o repertório nosso, contempla muitas das práticas ágeis. É claro que os princípios que estão embedados nessas práticas, a gente também olha para eles, visualiza, e a gente não coloca ou não costuma colocar os princípios ou as práticas acima de uma ou de outro, as coisas precisam caminhar juntas. Então o ágil traz um conjunto de princípios e práticas que nos inspira no desenho de artefatos, de elementos para essa estrutura, na medida em que repertório é vasto ainda, muito rico e útil para a gente.   Pedro Rangel: Legal. Eu acho que vocês até mencionaram e mencionam isso nos conteúdos de vocês, sobre refazer a todo momento os acordos e deixar explícitos os papéis da organização. Não lembro aonde que eu vi algum outro conteúdo de vocês aí, mas vocês veem esses acordos mudando já, agora ou em um futuro próximo, com a chegada das IAs? Essa é difícil.   Rodrigo: Olha, Tamy, quer arriscar?   Tamires: Acho que, para mim, é um pouco difícil responder a essa pergunta, Pedro, porque da forma com que a gente costuma estruturar e como a gente costuma se estruturar na Target Teal nossos acordos já estão mudando; eles já mudam o tempo todo, porque nós temos uma estrutura que é extremamente flexível. É isso que a gente fala: quando nós somos uma organização com papéis, micro papéis, a gente já está tentando diminuir o nível de responsabilidade na menor granularidade ali para a gente conseguir ter mais flexibilidade para as coisas acontecerem na organização. Então como a gente já acontece isso muito, muito frequente em organizações como a Target Teal, que é uma organização autogerida, eu imagino que empate, mas é bem pouco assim. Agora, em organizações tradicionais… vou refletir um pouco enquanto o Rod responde. Vamos ver se ele tem alguma pergunta. Vamos colocar a fogueira no Rod agora.   Pedro Rangel: É isso, gente. Vamos lá.   Rodrigo: É, eu acho que é bem curioso, o impacto da inteligência artificial, especialmente agora, os LLMs, mas não só os LLMs, as outras inteligências artificiais, na maneira como as organizações estão estruturadas, eles acontecem, primeiro assim, as pessoas, de fato, adotam essas ferramentas, esses modelos, antes mesmo da organização. O indivíduo adota antes mesmo da organização. Isso é muito comum, o que a gente está enxergando. Isso acaba gerando quase que uma orda de ciborgues que funcionam nas sombras, que ninguém reconhece como ciborgue. Uma pessoa que antes fazia um trabalho X sozinha agora faz o trabalho X com ajuda do Chat GPT e, muitas vezes, não fala isso para a organização. Ela pega e ganha tempo com isso. Ela trabalha mais e muito mais resultado e acaba recebendo uma promoção ou ela fica com mais tempo de sobra nas mãos e vai passear, ficar com os filhos, curtir seu lazer. Isso é uma primeira onda que a gente já vê acontecendo. A segunda onda que também está chegando muito forte é as organizações adotarem isso para aumentar a eficiência e aí diminuir aí o número de pessoas dentro de times, de uma área. O que forçaria, o que demandaria uma mudança de papéis. Agora, como a Tamy disse, uma organização que já usa papéis de uma ordem muito mais granular, específica e adaptável, como ela citou, está em constante mudança, então basicamente é uma marolinha diante das ondas frequentas, a IA nesse sentido. Para as organizações que têm as estruturas um pouco mais rígidas, a gente imagina que existe aquele fenômeno de demanda por mudança. A mudança não acontece de uma hora para a outra, porque é uma reorg, uma reorganização a cada 12 meses. Quando ela acontece, acontece uma grande mudança.   Pedro Rangel: Passos grandes e menos frequentes, não é?   Rodrigo: Passos grandes e menos frequentes na estrutura organizacional. Isso acaba sendo mais comum em organizações tradicionais, e não é só exclusividade do uso de AI, mas qualquer tipo de tecnologia que chega, até a mudança do ambiente de negócios demanda mudanças na estrutura e que, às vezes, demoram para acontecer. E quando acontecem, as pessoas parece que ficam ali: ai, meu Deus, por que é que isso está acontecendo? Demorou para acontecer, por isso que acontece de uma maneira tão abrupta.

Descrição

Este conteúdo é um corte do nosso episódio: “#243 - Gestão organizacional: como a IA transforma hipóteses em resultados”. 

Nele, o sócio da Target Teal Rodrigo Bastos e Tami Lima, Designer Organizacional e Facilitadora também na Target Teal, comentam sobre como a IA aplicada a um negócio ágil não deve assustar os times ágeis. Isso porque, eles já estão acostumados a evoluir constantemente. Porém, as empresas tradicionais podem se assustar com uma mudança brusca se demorarem a aderir ao movimento. 

Ficou curioso? Então, dá o play e confira! 

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