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M1: Bom dia, boa tarde e boa noite, esse é mais um episódio de Enzimas,
breves reflexões que te ajudam a catalisar o agilismo em sua organização.
Pessoal, no Enzimas de hoje eu queria retomar um pouquinho um tema que
o Vinícius já abordou na semana passada ao responder a pergunta de um
ouvinte sobre se no estoicismo a gente é passivo ou não, e o Vinícius falou
sobre a dicotomia do controle, eu achei interessante voltas nesse tema
porque coincidentemente na semana passada eu lendo um livro de um
autor muito interessante que se chama William Irvine, ele estava falando
sobre a dicotomia do controle e colocou esse tema de uma forma que eu
acho interessante tanto do ponto de vista pessoal quanto do ponto de vista
de empresas e eu vou explicar o porquê, o que esse autor fala? ele fala
basicamente o seguinte: que quando a gente pensa na dicotomia do
controle, ou seja, em a gente entender bem aquilo sobre qual tem controle e aquilo sobre o que não tem controle, é melhor pensar na verdade em uma
tricotomia do controle, porque o mundo na verdade é assim: você tem
coisas sobre o qual realmente não tem controle, seria por exemplo se o sol
vai nascer amanhã; tem coisas sobre as quais você tem controle total, por
exemplo, aquilo que você deseja dar valor ou não, aquilo que são seus
valores, você que define quais são seus valores, e você tem aí no meio disso,
coisas sobre as quais você tem controle mas nem tanto, não o controle
total, por exemplo se você consegue ganhar uma partida de tênis, por mais
que você possa se esforçar para isso e ter essa objetivo, a verdade é que
isso não depende exatamente só d você, podem acontecer coisas que
independem de você. E aí é interessante porque quando a gente pensa
nisso, no que temos controle e no que não temos controle e no que está no
meio do caminho, como a gente faz para não ter uma atitude passiva de
pensar: “o que está no meu controle ou o que eu não tenho controle total,
então eu reajo passivamente, é isso?”, o que esse autor fala é o seguinte:
não, você tem que definir os objetivos de forma correta, o que não está sob
seu controle de forma absoluta, igual o exemplo do sol nascer, obviamente
que não tem nada o que fazer, mas o que está sob seu controle mas nem
tanto, você tem uma forma de não se manter passivo que é definir os
objetivos da forma correta e basicamente o que esse autor fala é que você
deve internalizar os objetivos, o que ele chama de internalizar os objetivos?
No caso de um jogo de tênis, você não deve ter como objetivo ganhar o jogo
de tênis e sim jogar da melhor forma possível que você consegue jogar,
fazer aquilo que você se propõe a fazer, isso tem alguns efeitos bastante
benéficos, por quê? Isso vai fazer com que você lide até melhor com a
derrota caso você tenha feito tudo o possível ao eu alcance que era o seu
objetivo, e isso vai reduzir a sua ansiedade durante o jogo, mesmo que você esteja perdendo porque o seu objetivo vai ser continuar fazendo aquilo que
você consegue fazer melhor, e obviamente que existe uma relação causal
entre você jogar bem e aumentar absurdamente as chances de ganhar um
jogo. Só um comentário aqui rápido, eu gosto muito de tênis, e o exemplo
é do autor mesmo o tênis, não fui nem eu que pensei no exemplo não, mas
eu que gosto muito de tênis você vê isso como uma prática muito comum,
por exemplo o Rafael Nadal, que é um tenista, eu até fiz um Enzima uma
vez sobre isso, você vê que ele acredita muito nisso, ele nunca fala que tem
o objetivo de ganhar, ele quer ganhar, mas o objetivo que ele tem é de jogar
bem, se ele jogar bem a chance de ele ganhar aumenta. Isso pode parecer
uma sutileza, mas tem a ver com aquele outro Enzimas que eu fiz aqui
falando sobre reframe, como a gente pode reenquadrar as coisas, mudar a
perspectiva das coisas e mudar completamente a nossa atitude, então ao
invés de você ficar sofrendo ou ansioso sem sabe o que fazer com um
objetivo que não está tanto ao seu controle, você internaliza ele e coloca o
objetivo da forma correta, qual o gancho que eu pensei nisso com o tênis?
O que a gente observa muito? Tem alguns times que são orientados por
resultado, de (lag) que são importantes, mas que não são
acionáveis, então você simplesmente falar para um time que ele tem que
aumentar a venda ou que ele tem que aumentar o MPS, não internalizar no
time algum objetivo sobre o qual ele possa de fato agir, um sobre o qual
seria muito mais justo julgar o time, você acaba causando uma ansiedade e
inação daquele time. Então uma coisa é falar para o time que ele tem que
aumentar as vendas e pronto, outra coisa é eu formular hipóteses que
permitam aumentar venda, que podem estar certas ou não, mas são
hipóteses, e fazer com que aquele time trabalhe sobre aquelas hipóteses e
aí entender que se aquela hipótese estiver certa eu tenho uma chance grande de aumentar a venda, mas se aquela hipótese não estiver certa e o
time fez tudo o que tinha que fazer, aquele time foi bem, isso é uma forma
de avaliar melhor o time e é uma forma de reduzir a ansiedade de um time
que ficaria em um primeiro cenário só de um lag indicator ou só de um
objetivo que ele não tem controle, meio ansioso sem saber exatamente o
que fazer e deixar o time mais focado naquilo que ele pode fazer, então é
isso, o estoicismo tem muito a ver com você manter a tranquilidade, manter
a tranquilidade não quer dizer ser passivo, manter a tranquilidade quer
dizer que você vai estar na melhor condição para usar o que você tem de
melhor, que é a sua racionalidade.
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