Marcelo Szuster: Bom dia, boa tarde, boa noite, este é mais um episódio de
Enzimas, breves reflexões que te ajudam a catalisar o agilismo em sua
organização.
Fernanda: Oi, gente, meu nome é Fernanda. sou psicóloga, atuo na
liderança do RH aqui da DTI Digital.
Ana Paula: E eu sou a Ana Paula, também sou psicóloga. Atuo na DTI na
Frente Cuidar e na Aliança Camaleão.
Fernanda: No Enzimas de hoje a gente vai falar um pouco sobre a
importância da conexão e da confiança nos nossos times. Ao falarmos de
conexão e confiança aqui na DTI, a gente está falando não apenas de uma
variável que é importante pro contexto de trabalho, mas a gente tá falando
de algo que é essencial e que pode mudar radicalmente o contexto de um
time. A confiança ela é muito importante para que a gente consiga atingir
o nosso máximo potencial, tanto quanto pessoa, tanto quanto time. Ela é a
chave para que a gente consiga atingir times de alta performance. Vamos
imaginar um time, um time que acabou de se conhecer e que está sendo
formado e ninguém se conhece ainda. Para que eles consigam de fato
colocar todas as suas ideias na mesa, para que elas sejam discutidas,
debatidas e, aí sim, encontrar uma boa solução, eles vão precisar de um
ambiente favorável para isso, um ambiente seguro onde eles se sintam
confortáveis para falar o que pensar. Para isso, eles vão precisar confiar uns
nos outros. A confiança depende de alguns fatores, mas, antes de tudo, ela
é uma decisão na parte de quem confia em outra pessoa. Ela é uma decisão
de se mostrar vulnerável. Mas para que depois desse momento inicial exista
de fato uma relação de confiança, são necessárias outras variáveis. Uma
delas é a integridade e a honestidade naquele em quem foi depositada a
confiança. A outra é o conhecimento que ele tem acerca de algum contexto
de algum conhecimento técnico. Até porque, quanto mais a pessoa percebe
que ela tem um domínio de algum saber, a pessoa pode se sentir mais
aberta para pedir ajuda e pedir conselhos. Um último fator, mas não menos
importante, é o tempo, mas não o tempo sozinho, o tempo junto com o
contato e a frequência que cada um vai ter ali dentro daquela relação. Isso
permite que eles se conheçam e assim possam desenvolver melhor uma
relação de confiança. Dessa maneira, se aquele time que acabou de se
conhecer, que acabou de ser formado, tem a oportunidade para se
conhecer, para conhecerem os valores um dos outros, para discordarem
uns dos outros e ainda assim se sentirem seguros para colocar todas as suas
ideias na mesa, para poder de fato pensar nas melhores soluções e possíveis
definições para aquele problema, eles vão conseguir entrar em um estado
que a gente chama de ideal flow, que é quando todo mundo tem total
liberdade para colocar tudo que pensa. Dessa maneira, as melhores
soluções poderão sim ser pensadas e assim estaremos falando de um time
de alta performance.
Ana Paula: E para olhar para essa confiança que é tão importante para o
time, existe uma dinâmica, baseada no livro do (inint). É
importante destacar que o objetivo da dinâmica não é aumentar a
confiança em si, mas trazer esse assunto, conversar sobre ele e quem sabe
até ter um certo indicador, se a gente puder chamar assim, da confiança
daquela equipe. À princípio, a dinâmica foi feita presencialmente, então ela
é feita por meio de desenhos, mas, para o remoto, a gente adaptou e fez
uma planilha, que já vai fazendo todos os cálculos ali para a gente. O que a
gente acha importante destacar é que o principal é explicar por que a gente
está fazendo essa dinâmica, o que está por traz e por que a confiança é tão
importante para a equipe, que é um pouco do que a Fer explicou. E quando
a equipe entende o porquê daquilo, eles vão tendo insights no momento
da dinâmica e fica muito mais fácil também daquele momento ser muito
rico e gerar muito valor para a equipe. Então, como ela funciona? As
pessoas vão atribuir notas, sendo dois para um contato frequente com a
pessoa do time. Por exemplo: eu converso todos os dias com a Fer, então
eu vou dar uma nota dois para ela. Uma nota um para um contato mais
básico. Por exemplo: eu converso com o João só quando eu preciso de algo,
muito raramente, só por uma demanda muito específica, aí eu vou dar uma
nota um. E uma nota 0,5 para um contato escasso, aquela pessoa que você
nunca fala muito, você não tem muito contato ali com ela. Aí, a partir dessas
notas, cada um vai dar uma nota ali para as pessoas da equipe. Essa
dinâmica pode ser feita numa tribo, num squad, varia o tipo da equipe que
você pode fazer essas dinâmicas. No final, a gente vai ter a porcentagem de
frequência de contato daquela equipe. Essa porcentagem ela também pode
indicar algumas coisas. Quando a gente tem uma porcentagem abaixo de
50%, a gente pode estar falando de um time de baixa performance. Quando
a gente tem entre 50% e 75% seria uma média performance e acima de 75%
um time de alta performance. É claro que isso é só um indicativo para a
gente tentar interpretar o resultado, mas a gente acha que o mais
importante é perceber o momento da dinâmica, os insights que ela vai
gerar. Na prática, vemos que essa dinâmica é muito rica por alguns motivos.
O próprio momento da dinâmica já gera muitos insights. As pessoas
começam a perceber com quem elas costumam conversar mais, com quem
conversam menos e começam a pensar: e se eu conversasse mais com
fulaninho? E se eu trocasse mais ideia com ele? Isso acaba surgindo de
forma até orgânica. Acabam surgindo ações também um pouco mais diretas
do time, no sentido de pensar em ações de integração ou até mesmo em
ações do dia a dia do trabalho, porque às vezes a pessoa percebe que, por
exemplo, é um desenvolvedor que nem conversa tanto com o próprio líder
ali da equipe. Então acabam surgindo várias ações para trabalhar no dia a
dia essa confiança. A gente percebe também que com equipes maiores, por
exemplo equipes de 30 pessoas, quando a gente fala de uma tribo ou algo
nesse sentido, é comum que a porcentagem dê em torno de 50%, às vezes
até menos, e com equipes que trabalham de forma próxima mesmo, como
por exemplo squads formados ali por até umas oito pessoas, essa
porcentagem tende a ser maior e se aproximar de um time de alta
performance. A gente acha importante destacar isso para que essa
dinâmica seja adaptada para cada contexto e que vocês consigam
interpretar esse resultado de acordo com as características da equipe de
vocês. Mas a mensagem principal que a gente quer deixar para vocês hoje
é que essa dinâmica, independentemente do resultado dela, o principal é
ela iniciar essa conversa, é gerar esses insights para que a confiança seja de
fato trabalhada no dia a dia das equipes. E esse foi o Enzimas de hoje, muito
obrigada.