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os agilistas

ENZIMAS #205 Como equilibrar esforços na busca pelo resultado?

ENZIMAS #205 Como equilibrar esforços na busca pelo resultado?

os agilistas
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Marcelo Szuster: Bom dia, boa tarde, boa noite. Este é mais um episódio de Enzimas. Breves reflexões que te ajudam a catalisar o agilismo em sua organização.  

Vinícius: E aí, pessoal, tudo bem? Aqui é o Vinícius Paiva, co-host dos agilistas há um tempinho aí, conversando com vocês, também CEO da dti. Então, hoje eu gostaria de falar um pouquinho aqui sobre uma discussão sobre esforço versus resultado, não é? Eu entendo que na sociedade que a gente vive pelo menos assim, no meu caso assim, observo bastante isso. A gente sempre ouve falar assim: você tem que ter foco em resultado. A gente fala muito sobre resultado, não é? E assim, isso faz sentido? Faz sentido o foco em resultado? Obviamente, a busca por bons resultados na vida pessoal, profissional, é interessante. É que parece existir uma certa, uma busca excessiva em relação a isso, de forma muito direta, de forma assim: buscar ser feliz, por exemplo, não é? Buscar ser bem sucedido no trabalho. E na minha visão existe uma certa banalização em relação a isso do ponto de vista de buscar isso eventualmente, buscar isso em uma situação específica, buscar isso de forma muito direta, por exemplo. Vou dar um exemplo um pouquinho sobre o que eu estou querendo dizer, porque está muito abstrato, mas existe uma certa busca excessiva por causalidade, causa e efeito, esforço versus resultado em eventos muito específicos, por exemplo: imagina um jogo de futebol, eu gosto de futebol, mas eu acho que isso vale para todos os esportes, não é? O futebol é caracterizado por um esporte onde, tipo assim, muitas surpresas acontecem e todo mundo que acompanha muito sabe disso. Mas apesar de saber disso sempre se busca muita explicação sobre um evento específico, por exemplo: às vezes um jogo que ficou empatado até o finalzinho, de repente, um dos times fez um gol, após o jogo busca-se uma série de explicações, de estratégias do que aconteceu ao longo do jogo, que explicam que aquele resultado, sendo que muitas vezes existe um toque ali de sorte, um pequeno detalhe que poderia ter mudado o resultado do jogo. Outras coisas, por exemplo, você às vezes vê a análise de sucesso de uma determinada empresa. Eu já vi várias vezes isso. Então, o pessoal busca uma atribuição de causalidade sobre o comportamento dos fundadores, que o fundador tinha características XYZ, sendo que, na verdade, essa análise era muito mais complexa. Ela envolve muito mais variáveis e ela poderia ter tido um resultado muito diferente. Então, inclusive alguns autores escrevem isso e eles chamam de o dilema do sobrevivente, onde são analisados aqueles elementos, não é? Analisando, por exemplo, de empresas, apenas os que foram bem sucedidos, que deram certo, sendo que, na verdade, vários que tinham características muito parecidas não deram certo também. Isso foi muito feito com análise de startups, de startups que foram bem sucedidas, que tinham um ambiente muito criativo que o pessoal usava as roupas casuais, que os fundadores eram menos formais, sendo que, na verdade, se for analisar todas que deram errado, foram muito mais, também tinham todas essas características, não é? Isso é o dilema do sobrevivente. E por que que eu estou falando isso como discussão inicial da questão do resultado? Porque o resultado muitas vezes ele é fruto não apenas, a busca por ele de forma direta, normalmente não vai dar certo. Você precisa fazer uma análise de uma série de variáveis que estão envolvidas naquele contexto e muitas vezes até difícil de entender a causalidade entre essas várias. Mas no mínimo, a gente deveria ter um pouco mais de humildade em reconhecer que muitas das coisas que a gente persegue elas dependem de muitas coisas. Então não adianta você analisar só uma variável, ou querer explicar um resultado que teve n variáveis envolvidas, igual no exemplo do jogo que eu falei e no exemplo das empresas. Então, a forma, na minha visão, a forma correta de avaliar isso é com um olhar de complexidade. De teoria da complexidade, onde você tem uma série de fatores, não é? Reconhecer que vários desses eventos que a gente está conversando são bastante complexos e, além disso, que é muito importante, é você reconhecer que muitas dessas variáveis não estão sob o controle da pessoa que está tentando atingir aquele resultado. Você tem todo o ecossistema, você tem todo um contexto daquela situação. Por exemplo, no caso de empresas, de como estava o mercado naquela situação, de como é que estava o jogo naquela situação, as condições que foram emergindo durante o jogo de futebol, por exemplo. Então, o simples reconhecimento disso aí como sendo algo complexo, já ajuda muito a resolver, porque você vai focar muito mais no que está sob o seu controle, não é? E aí que eu acho que mora, e puxando aqui para o fim, o que fazer então, não é? Devo ter foco em resultado? Não devo ter foco em resultado? Na minha visão, é importante você fazer essa avaliação de qual é o contexto que você está, não é? Uma vez reconhecido o contexto, identificar as coisas que não estão sob o controle de você, seja uma pessoa, seja um time, seja uma empresa. E aí focar muito mais nos impedimentos que você consegue retirar, ter um foco razoável, também. Ter um bom balanço entre esforço e resultado, mas tentar identificar onde que vale a pena esse foco do esforço e fazer uma análise de resultado mais temporal, com intervalos de tempo maiores, de forma que o resultado sirva como um norte, sirva como um feedback do que está dando certo, mas não de um ou dois ou três eventos específicos, mas de uma série de eventos, de um período de tempo, de uma série de condições, de formas de atuação, ações que foram feitas com cadência e com disciplina durante um intervalo maior de tempo, de forma que seja possível identificar aquelas que funcionam melhor, e que estão mais sob o seu controle. Então é: foco em resultado vale a pena? Fechando, eu acho que vale a pena ter um bom balanço entre esforço e resultado. Um livro, inclusive, aquele livro, The Art of not Giving a Fuck, do Manson, ele faz uma análise legal sobre isso, depois eu posso até gravar um outro Enzimas falando um pouco sobre isso, mas ele faz exatamente essa análise, não é? De que tem alguns tipos de evento que, qual sua abordagem em relação a algo, não é? Se vale a pena você focar no esforço, focar no resultado e a conclusão que ele chega, na verdade, é importante ter um balanço entre essas duas coisas e que muitas vezes perseguir o resultado de forma direta não vale tanto a pena. E é isso aí, galera, valeu. 

Marcelo Szuster: Bom dia, boa tarde, boa noite. Este é mais um episódio de Enzimas. Breves reflexões que te ajudam a catalisar o agilismo em sua organização.   Vinícius: E aí, pessoal, tudo bem? Aqui é o Vinícius Paiva, co-host dos agilistas há um tempinho aí, conversando com vocês, também CEO da dti. Então, hoje eu gostaria de falar um pouquinho aqui sobre uma discussão sobre esforço versus resultado, não é? Eu entendo que na sociedade que a gente vive pelo menos assim, no meu caso assim, observo bastante isso. A gente sempre ouve falar assim: você tem que ter foco em resultado. A gente fala muito sobre resultado, não é? E assim, isso faz sentido? Faz sentido o foco em resultado? Obviamente, a busca por bons resultados na vida pessoal, profissional, é interessante. É que parece existir uma certa, uma busca excessiva em relação a isso, de forma muito direta, de forma assim: buscar ser feliz, por exemplo, não é? Buscar ser bem sucedido no trabalho. E na minha visão existe uma certa banalização em relação a isso do ponto de vista de buscar isso eventualmente, buscar isso em uma situação específica, buscar isso de forma muito direta, por exemplo. Vou dar um exemplo um pouquinho sobre o que eu estou querendo dizer, porque está muito abstrato, mas existe uma certa busca excessiva por causalidade, causa e efeito, esforço versus resultado em eventos muito específicos, por exemplo: imagina um jogo de futebol, eu gosto de futebol, mas eu acho que isso vale para todos os esportes, não é? O futebol é caracterizado por um esporte onde, tipo assim, muitas surpresas acontecem e todo mundo que acompanha muito sabe disso. Mas apesar de saber disso sempre se busca muita explicação sobre um evento específico, por exemplo: às vezes um jogo que ficou empatado até o finalzinho, de repente, um dos times fez um gol, após o jogo busca-se uma série de explicações, de estratégias do que aconteceu ao longo do jogo, que explicam que aquele resultado, sendo que muitas vezes existe um toque ali de sorte, um pequeno detalhe que poderia ter mudado o resultado do jogo. Outras coisas, por exemplo, você às vezes vê a análise de sucesso de uma determinada empresa. Eu já vi várias vezes isso. Então, o pessoal busca uma atribuição de causalidade sobre o comportamento dos fundadores, que o fundador tinha características XYZ, sendo que, na verdade, essa análise era muito mais complexa. Ela envolve muito mais variáveis e ela poderia ter tido um resultado muito diferente. Então, inclusive alguns autores escrevem isso e eles chamam de o dilema do sobrevivente, onde são analisados aqueles elementos, não é? Analisando, por exemplo, de empresas, apenas os que foram bem sucedidos, que deram certo, sendo que, na verdade, vários que tinham características muito parecidas não deram certo também. Isso foi muito feito com análise de startups, de startups que foram bem sucedidas, que tinham um ambiente muito criativo que o pessoal usava as roupas casuais, que os fundadores eram menos formais, sendo que, na verdade, se for analisar todas que deram errado, foram muito mais, também tinham todas essas características, não é? Isso é o dilema do sobrevivente. E por que que eu estou falando isso como discussão inicial da questão do resultado? Porque o resultado muitas vezes ele é fruto não apenas, a busca por ele de forma direta, normalmente não vai dar certo. Você precisa fazer uma análise de uma série de variáveis que estão envolvidas naquele contexto e muitas vezes até difícil de entender a causalidade entre essas várias. Mas no mínimo, a gente deveria ter um pouco mais de humildade em reconhecer que muitas das coisas que a gente persegue elas dependem de muitas coisas. Então não adianta você analisar só uma variável, ou querer explicar um resultado que teve n variáveis envolvidas, igual no exemplo do jogo que eu falei e no exemplo das empresas. Então, a forma, na minha visão, a forma correta de avaliar isso é com um olhar de complexidade. De teoria da complexidade, onde você tem uma série de fatores, não é? Reconhecer que vários desses eventos que a gente está conversando são bastante complexos e, além disso, que é muito importante, é você reconhecer que muitas dessas variáveis não estão sob o controle da pessoa que está tentando atingir aquele resultado. Você tem todo o ecossistema, você tem todo um contexto daquela situação. Por exemplo, no caso de empresas, de como estava o mercado naquela situação, de como é que estava o jogo naquela situação, as condições que foram emergindo durante o jogo de futebol, por exemplo. Então, o simples reconhecimento disso aí como sendo algo complexo, já ajuda muito a resolver, porque você vai focar muito mais no que está sob o seu controle, não é? E aí que eu acho que mora, e puxando aqui para o fim, o que fazer então, não é? Devo ter foco em resultado? Não devo ter foco em resultado? Na minha visão, é importante você fazer essa avaliação de qual é o contexto que você está, não é? Uma vez reconhecido o contexto, identificar as coisas que não estão sob o controle de você, seja uma pessoa, seja um time, seja uma empresa. E aí focar muito mais nos impedimentos que você consegue retirar, ter um foco razoável, também. Ter um bom balanço entre esforço e resultado, mas tentar identificar onde que vale a pena esse foco do esforço e fazer uma análise de resultado mais temporal, com intervalos de tempo maiores, de forma que o resultado sirva como um norte, sirva como um feedback do que está dando certo, mas não de um ou dois ou três eventos específicos, mas de uma série de eventos, de um período de tempo, de uma série de condições, de formas de atuação, ações que foram feitas com cadência e com disciplina durante um intervalo maior de tempo, de forma que seja possível identificar aquelas que funcionam melhor, e que estão mais sob o seu controle. Então é: foco em resultado vale a pena? Fechando, eu acho que vale a pena ter um bom balanço entre esforço e resultado. Um livro, inclusive, aquele livro, The Art of not Giving a Fuck, do Manson, ele faz uma análise legal sobre isso, depois eu posso até gravar um outro Enzimas falando um pouco sobre isso, mas ele faz exatamente essa análise, não é? De que tem alguns tipos de evento que, qual sua abordagem em relação a algo, não é? Se vale a pena você focar no esforço, focar no resultado e a conclusão que ele chega, na verdade, é importante ter um balanço entre essas duas coisas e que muitas vezes perseguir o resultado de forma direta não vale tanto a pena. E é isso aí, galera, valeu. 

Descrição

Será que o nosso foco deve ser total na entrega de resultados? Neste episódio de Enzimas, Vinícius Paiva, co-host dos agilistas e CEO da dti, reflete sobre como os resultados não são derivados de uma relação causal e nem proporcionais aos esforços. Bateu a curiosidade? Então dá o play!

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