Marcelo Szuster: Bom dia, boa tarde, boa noite. Este é mais um episódio de Enzimas – breves reflexões que ajudam a catalisar o agilismo em sua organização.
Fernanda: No modo automático da vida, podemos seguir vivendo, mas podemos fazer de outras formas. Na rotina de sempre – acordar, tomar café, se arrumar, muitas vezes cuidar dos outros, parceiros, parceiras, filhos, pets – no trabalho, enfrentamos diversos problemas, buscamos soluções, lidamos com estresse e conquistamos realizações. No final de semana, o encontro com as amizades, com a família, um breve momento de descanso e vamos começar tudo de novo outra vez. De um modo muito genérico, podemos dizer que a vida moderna, para muitos, basicamente trata-se de uma rotina parecida com essa. Apesar de muito parecida para tantos; sabemos que, para ter uma vida com bem-estar, agradável e feliz, a resposta é muito singular para cada pessoa. Para uns, uma rotina tranquila é o que traz felicidade; para outros, uma vida agitada e dinâmica. Na prática, pode até ser que a vida não seja muito diferente disso mesmo: uma série de acontecimentos que estão, de alguma forma, inseridos nele. Muitas vezes sem entender o sentido deles, às vezes nos vemos como participantes da nossa vida e não como autores dela. Mas se eu tenho caminhos a escolher, o que me fará bem e feliz será, com certeza, aquele que mais me tocar e que, por algum motivo, eu deseje mais. Então, vem a pergunta: estou conectado com o que eu desejo para a minha vida ou só apertei o play e estou deixando rolar no modo automático? Essas decisões, que muitas vezes parecem pequenas no dia-a-dia, mas que não estão conectadas com o que, de fato, queremos, à medida que vão se acumulando, podem gerar um grande sofrimento. Como dizia Sócrates, tome cuidado com o vazio de uma vida ocupada demais. Isso não quer dizer que não podemos ter uma vida cheia, mas que devemos nos preocupar com que ela seja cheia de sentido para a gente. Quando falamos de saúde mental, também estamos falando sobre fazer escolhas cuidadas na nossa vida diária. Estamos no mês de setembro, e nele acontece a campanha do Setembro Amarelo, um movimento mundial que promove a prevenção do suicídio e a valorização da vida. No Enzimas de hoje, buscamos trazer uma reflexão: como andam as escolhas diárias da sua vida por aí? Elas estão sendo cuidadas? O piloto automático assumiu o controle ou você atravessa a vida tomando as suas decisões de forma consciente? Essa reflexão não tem o objetivo de fazer alguém acreditar que, ao tomar decisões conscientes, sempre seremos felizes. Na verdade, sempre teremos bons momentos e momentos de sofrimentos. A tristeza, a dor e o sofrimento são inerentes à vida. O que acontece é que saber como a vida funciona pode te permitir criar mais e mais recursos para lidar com momentos difíceis. No mês da prevenção ao suicídio, junto com a reflexão: estamos atravessando a vida fazendo escolhas conscientes? Também queremos espalhar a mensagem de que a vida sempre será a melhor escolha. O lema da campanha de 2023 é: se precisar, peça ajuda. Quando uma pessoa pensa e decide terminar com a sua vida, precisamos saber que as escolhas que ela vem fazendo estão afetadas pelo sofrimento emocional que ela vivencia. Ela não consegue perceber que podem existir outras saídas – pensamentos e ações apresentam-se muito restritivos. Para conseguir atravessar esse momento, uma rede de apoio é fundamental. Não hesite em buscar ajuda – cada um de nós pode ser a rede de apoio, mas não devemos esquecer que uma escolha cuidada, nesse caso, é também procurar ajuda profissional. Busque por psicólogas, psicólogos, psiquiatras, e eles poderão dar o apoio necessário. Afinal, a vida não é um grande filme de ação, mas atravessá-la é uma grande missão. Hoje estamos aqui para reforçar que, por mais que a dor e o sofrimento sejam enormes, com apoio, você poderá enxergar novas possibilidades de enfrentamento. Se precisar de apoio agora, ligue para o 188, o CVV – Centro de Valorização à Vida – que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio de forma voluntária e gratuita. Esperamos que essa reflexão encontre vocês bem e que ela possa, de fato, ter algum efeito positivo. Até mais. Esse Enzima foi escrito por mim, Fernanda Camargos, e pela Pâmela Escarce. Somos psicólogas atuando aqui no núcleo de pessoas da DTI Digital.
