Você sabe identificar métricas de vaidade na gestão do seu produto? E quando uma métrica deixa e fazer sentido? Descubra tudo neste artigo baseado no Episódio #232, ouça aqui:
O que são métricas de vaidade?
As métricas de vaidade são indicadores desalinhados com o objetivo que se quer alcançar. Elas podem parecer relevantes ou até impressionantes muitas vezes, mas enganam. Então, são números que não podem ser ligados diretamente ao sucesso de um projeto já que podem estar mascarando a realidade.
Suas planilhas estão cheias de dados? Isso não significa que você é data-driven por um motivo importante: objetivos definidos não necessitam de um grande números de métricas de acompanhamento.
Com a quantidade estratosférica de números que se apresentam para gente hoje e várias plataformas de monitoramento, podemos ficar tentados a coletar vários dados e olhar apenas para os que estão crescendo.
Ter clareza de onde se quer chegar, facilita encontrar os números que realmente vão medir sua evolução. Fuja das métricas de vaidade durante a análise, tenha em mãos as perguntas que você quer responder. Descubra neste artigo se seu time está caindo nessas tentações.
Leia também: Estrutura de dados: o que é e qual a sua importância?
Como olhar para indicadores efetivos e não cair nas métricas de vaidade?
É um desafio muito grande acompanhar indicadores e ainda discutir de forma prática as maneiras de contornar estes desafios como priorização, comunicação e eliminação de viés.
Algumas boas práticas podem te ajudar a dar os primeiros passos:
- É preciso conhecer os processos com clareza;
- Identificar as métricas que estão sendo acompanhadas no momento;
- Conhecer as pessoas, já que na maioria das vezes os processos não são documentos e estão na cabeça de cada um;
- Mapear as necessidades do produto e os impedimentos do time.
Identificado o problema, como definir a eficácia das métricas?
Primeiro, é preciso saber onde se quer chegar. O objetivo do produto ou a ‘dor’ que precisa ser sanada deve estar clara para o time.
Alguns exemplos de objetivos:
- Entregar mais
- Melhorar a qualidade
- Diminuir o desperdício
A partir disso, é hora de definir quais indicadores que temos que podem nos revelar se os objetivos acima estão evoluindo ou não.
É aqui esse o momento de separar as métricas de vaidade dos números reais que vão nos mostrar o resultado.
Leia também: Como ser costumer centric
As consequências de um time que cai nas métricas de vaidade
Já ouviu a expressão “quando não se sabe para onde ir, qualquer caminho serve?”. Ele não se aplica apenas no País das Maravilhas da Alice, mas também na construção de uma empresa.
As métricas de vaidade são distrações que causam problemas inimagináveis em um negócio.
Para começar, elas apenas alimentam o ego do time. Além disso, elas mostram ao chefe que todos estão trabalhado muito, mas será que da forma mais eficaz?
Convencendo os stakeholders que uma métrica parou de fazer sentido
Essa não é uma tarefa fácil, principalmente por ser uma métrica que normalmente é apresentada constantemente. Quando há mudanças, pode haver resistência, mas os dados podem te ajudar nisso.
Primeiro, mostre com evidências que já alcançou os objetivos que aqueles dados podiam mostrar, não sendo mais necessário acompanhá-los.
Em seguida, apresente a nova visão do caminho que o time está seguindo e mostre como os novos dados fazem mais sentido de serem acompanhados.
Erros comuns em uma cultura data-driven que impedem a eficiência operacional
Com tantas ferramentas disponíveis no mercado, existem alguns pontos de atenção que você pode observar para que seu time ganhe agilidade:
Ferramentas de monitoramento em excesso
É preciso definir o objetivo antes de implantar ferramentas como o Hotjar, Clarity, Google Analytics e qualquer outra do gênero.
Ao invés disso, o time poderia definir previamente uma boa métrica de acompanhamento para entender qual ferramenta vai oferecer essa informação.
Nada impede de que no meio do processo outras ferramentas sejam implantadas para obter outros insights a partir do inicial.
Dashboards gigantescas
Ter um sistema automatizado de coleta de dados não garante que o time está ganhando em produtividade.
Analisar métricas é importante, mas se está parando muita gente para executar esse processo, algo está errado.
As métricas devem ser um mapa para confirmar suas hipóteses, não uma tarefa que vai gerar mais confusão.
Dicas essenciais para gerar engajamento dos stakeholders na apresentação de resultados
Uma cultura data-driven não depende apenas dos PM’s ou PO’s, mas de toda a organização. Por isso, a apresentação de resultados não deve se concentrar em apenas uma pessoa. Segue algumas dicas:
Use referências para argumentar, não para copiar: não tem problema usar livros, artigos ou alguns exemplos como referência, mas as hipóteses e validações devem partir de uma análise real do todo e baseadas nos seus dados.
Inclua os envolvidos: como citado, os dados não devem ser apenas responsabilidade dos líderes, mas de toda a operação do produto, até os stakeholders. Incentivando uma gestão à vista, todos se sentem incluídos e responsáveis pelos resultados.
Conclusão
Enfim, quando falamos em fugir de métricas de vaidade e manter uma boa cultura data-driven, não esqueça desses pontos:
- Cuide da origem dos dados para que sejam confiáveis, não enviesados e principalmente: saiba priorizá-los baseado no seu objetivo do momento.
- Saiba comunicar os seus dados a depender de quem irá mostrar. É essencial saber montar um storytelling em cima dessas informações para que suas conclusões sobre as hipóteses testadas sejam claras.
Este artigo contém trechos de uma das edições da Newsletter Agilistas. Nela, você têm acesso às tendências e reflexões do mundo ágil. Quer receber as edições mensais completas na sua caixa de entrada? Inscreva-se grátis abaixo com seu melhor e-mail.